9 de outubro de 2010

O mundo celebra os 70 anos de John Lennon

O mundo celebra neste sábado, 9 de outubro de 2010, os 70 anos que John Lennon (1940 - 1980) não pôde completar porque foi assassinado aos 40 anos, em 8 de dezembro de 1980. Tributos, gravações inéditas de sua obra (como a de How? - feita por Ozzy Osbourne para venda digital), filmes (como O Garoto de Liverpool, sobre sua conturbada adolescência) e reedições de sua discografia solo festejam a data porque Lennon, a rigor, não morreu fulminado pelas balas do revólver do perturbado Mark David Chapman. No caso, o clichê é tão batido quanto justo e verdadeiro. Lennon é uma das figuras mais importantes da música pop de todos os tempos. Somente pela obra composta com Paul McCartney nos Beatles ele talvez possa até ser apontado como a personagem mais essencial do mundo da música no século 20. Contudo, o fato é que a importância de Lennon transcendeu o universo musical. Suas opiniões e posições políticas se tornaram tão debatidos quanto suas canções - a ponto de Lennon ter sofrido uma perseguição judicial dos Estados Unidos nos anos 70. Ele tinha o que dizer - e disse. Nas letras de suas músicas, em entrevistas e pela sua forma de vida. Por isso, Lennon é celebrado mundialmente neste sábado de 2010 com a mesma saudade que possivelmente o mundo ainda vai sentir daqui a 70 anos. Ele vive!

Caetano recorda 'Billie Jean' ao gravar Zii e Zie

Música de Michael Jackson (1958 - 2009), lançada pelo autor no álbum Thriller (1982), Billie Jean foi a novidade do roteiro do show Zii e Zie na gravação ao vivo feita por Caetano Veloso na noite de ontem, 8 de outubro de 2010, no Rio de Janeiro (RJ), na mesma casa Vivo Rio onde o artista estreou em 14 de maio de 2008 o show Obra em Progresso, embrião do disco Zii e Zie (2009). O cantor - visto neste post em foto de Mauro Ferreira - reviveu Billie Jean com a levada bossa-novista e a citação de Eleanor Rigby (John Lennon e Paul McCartney) da gravação feita para o álbum estrangeiro Caetano Veloso (1986). No bis, Jorge Mautner foi levado ao palco por Caetano para saboroso dueto em Manjar de Reis (de Mautner e Nelson Jacobina), exatamente como acontecia no bis de Obra em Progresso. Eis o roteiro seguido por Caetano Veloso na jovial gravação ao vivo do show Zii e Zie:
1. A Voz do Morto (Caetano Veloso) - com citação de Tem que Ser Viola
2. Sem Cais (Pedro Sá e Caetano Veloso)
3. Trem das Cores (Caetano Veloso)
4. Perdeu (Caetano Veloso)
5. Por Quem (Caetano Veloso)
6. Lobão Tem Razão (Caetano Veloso)
7. Maria Bethânia (Caetano Veloso) - com citação de Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
8. Irene (Caetano Veloso)
9. Volver (Alfredo le Pera e Carlos Gardel)
10. Aquele Frevo Axé (Caetano Veloso e Cezar Mendes)
11. Billie Jean (Michael Jackson) - com a citação de Eleanor Rigby (John Lennon e Paul McCartney)
12. Tarado ni Você (Caetano Veloso)
13. Não Identificado (Caetano Veloso)
14. Odeio(Caetano Veloso)
15. Base de Guantánamo (Caetano Veloso)
16. Lapa (Caetano Veloso)
17. Água (Kassin)
18. A Cor Amarela (Caetano Veloso)
19. Eu Sou Neguinha? (Caetano Veloso)
Bis:
20. Falso Leblon (Caetano Veloso)
21. Menina da Ria (Caetano Veloso)
22. Força Estranha (Caetano Veloso)
23. Manjar de Reis (Jorge Mautner e Nelson Jacobina)

Linkin se afasta do nu metal em CD conceitual

Resenha de CD
Título: A Thousand Suns
Artista: Linkin Park
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 

Dez anos depois  do lançamento de seu primeiro álbum, Hybrid Theory (2000), o grupo norte-americano Linkin Park já pouco lembra a banda que ajudou a instituir os cânones do nu metal, a explosiva mistura de rap, rock pesado e música eletrônica.  Anunciado pelo (excelente) single The Catalyst,  A Thousand Suns - quarto álbum do grupo de Mike Shinoda, recém-lançado no Brasil pela Warner Music - distancia o Linkin Park do nu metal, sedimentando uma virada já ensaiada no anterior Minutes to Midnight (2007), disco produzido pelo mesmo Rick Rubin que pilotou este quarto álbum ao lado de Shinoda. Que vem alertando os fãs nas entrevistas promocionais de que o CD não oferece uma "coleção de singles". De fato, A Thousand Suns é um disco conceitual de caráter meio apocalíptico, já anunciado pelo tema que introduz as 15 faixas, The Requiem. As guitarras são abafadas por um instrumental mais épico, quase psicodélico, ainda que os riffs de Brad Delson se façam ouvir fortes em Iridescent, por exemplo. Contudo, a pegada melódica do Linkin Park ainda soa facilmente identificável em faixas como Robot Boy e a bela Waiting for the End. Da mesma forma que o rap se insinua em When They Come for me, tema de textura eletrônica em que o Linkin Park cruza informações do hip hop e da música árabe - dois universos díspares que não se chocam. A Thousand Suns não diminui o peso do Linkin Park na cena pop, mas exige atenção e sucessivas audições para não decepcionar quem espera ouvir um álbum como o aclamado Meteora (2003). O conceito já é outro...

Garrido pode vir a se reunir com a Banda Bel

Antes de se projetar nacionalmente como vocalista do grupo de reggae Cidade Negra a partir de 1993, Toni Garrido - visto no post em foto de Bob Wolfenson - integrou a carioca Banda Bel. A novidade é que o cantor pode vir a se reunir com seu primeiro grupo numa volta às origens. Nada ainda foi oficializado, mas já  rolaram uns ensaios no Rio de Janeiro (RJ) em caráter informal...

8 de outubro de 2010

Who relança - de novo - álbum ao vivo de 1970

O grupo inglês The Who vai relançar (mais uma vez) seu clássico álbum ao vivo de 1970, Live at Leeds. Nas lojas a partir de 15 de novembro de 2010, Live at Leeds - 40th Anniversary Super-Deluxe Collectors' Edition agrega ao show de Leeds um outro registro ao vivo da banda, captado em Hull, na Inglaterra, em 15 de fevereiro de 1970, um dia após a apresentação de Leeds. Detalhe: na gravação de Hull não se ouve o baixista John Entwistle por um erro de captação, mas, para a edição do pacote dos 40 anos, o som do baixo foi extraído do show de Leeds. Cada gravação ao vivo virá embalada em um CD duplo. A edição de superluxo ainda inclui reprodução em vinil do álbum original Live at Leeds, livro de capa dura com fotos raras da banda, single de sete polegadas com Summertime Blues e Heaven & Hell, além de pôster de Pete Townshend, o guitarrista do grupo. O pacote não vai sair no Brasil.

CD duplo perpetua show de Matthews no Rio

Em 30 de setembro de 2008, ainda abalada com a perda de seu saxofonista e fundador Leroi Moore  (morto em 19 de agosto daquele ano), a Dave Matthews Band subiu ao palco da casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), para fazer um show que se tornaria lendário pela duração (mais de três horas) e pela vibração da plateia formada por cerca de 4.500 fãs do grupo. Pois tal show foi gravado ao vivo e, dois anos depois, está sendo perpetuado no CD duplo Live in Rio, editado pela Sony Music no Brasil justamente quando Dave Mattews retorna ao país para outro show no Rio de Janeiro - agendado para esta sexta-feira, 8 de outubro de 2010, na HSBC Arena - e uma apresentação no festival paulista SWU (no domingo, 10 de outubro). O disco Live in Rio apresenta 16 dos 18 números do show, começando por Bartender no CD 1 e culminando com Two Step no CD 2. Entre um e outro, o roteiro da gravação ao vivo enfileira temas como Warehouse, The Stone, Say Goodbye (com adesão do flautista brasileiro Carlos Malta), Crush, Jimi Thing (com forte coro da plateia), Satellite e So Damn Lucky.

Lab 344 lança no Brasil DVDs da 'Soundstage'

Série de programas musicais, exibida na TV norte-americana PBS desde 1974, Soundstage vem sendo filmada em alta definição desde 2003 - o que vem possibilitando a edição de DVDs e blu-rays com registros dos shows. Alguns DVDs da série está sendo lançados no Brasil via Lab 344, selo que adquiriu os direitos para editar na América do Sul os títulos da Soundstage. A primeira fornada totaliza sete DVDs, incluindo BB King Live (capa acima à direita), que perpetua o show em que o Rei do Blues recebe convidados como o guitarrista Richie Sambora (do grupo Bon Jovi) e a cantora Solange Knowles (irmã de Beyoncé). Os outros títulos do acervo da Soundstage ora editados no Brasil são Sheryl Crow Live (com show filmado em 2008), Foreigner Live, Heart Live, America Live in Chicago e Ringo Starr and the Roundheads Live. À venda!!

Shows de Endrigo e Paoli na TV Suíça em DVDs

Cantores e compositores italianos projetados na década de 60, Sergio Endrigo (1933 - 2005) e Gino Paoli podem ser vistos em dois DVDs da série Live @ RTSI, ora editados no Brasil pela gravadora Coqueiro Verde. RTSI é a sigla da Radio Televisione Svizzera Internazionale, emissora que produziu o programa Musicalmente entre fins dos anos 70 e início dos 80. O de Endrigo - autor de Io Che Amo Solo a Te e de Canzone per Te - foi gravado em 18 de fevereiro de 1981. Três meses antes, em 25 de novembro de 1980, foi a vez de Paoli - autor de Senza Fine e de Sapore di Sale - registrar sua participação no programa. No roteiro, os dois artistas apresentam um best of de suas respectivas obras. Já nos extras há entrevistas feitas na época da gravação. Há legendas em português (nas falas).

7 de outubro de 2010

Trio El Canto del Loco faz conexões com Brasil

Grupo de rock surgido em 1994 na Espanha, onde logo alcançou sucesso, El Canto del Loco faz conexões com Brasil e Argentina em CD  voltado para os países do Mercosul. El Canto del Loco - o álbum ora lançado no Brasil pela Sony Music no embalo da vinda do trio hispânico para apresentação em festival realizado em São Paulo - é o primeiro título da discografia da banda a ser lançado no mercado nacional. Pilotado por Afo Verde, produtor em grande evidência na cena pop argentina, o CD é coletânea de sucessos da banda, regravados com adesões do cantor espanhol Alejandro Sanz (Volverá, já um hit nas paradas portenhas) e dos brasileiros Rogério Flausino (em Corazón, música que tem a cara do Jota Quest), Dinho Ouro Preto (em Canciones, música que tem a cara do Capital Inicial) e Mallu Magalhães (num harmonioso dueto com o vocalista Dani Martín em Contigo). No todo, o pop rock do El Canto del Loco - mais romântico do que propriamente louco em faixas como Llueve em mi e Puede Ser - ficou com pegada sob a produção de Afo Verde.

Trilha de filme inclui inéditas de Pitty e Leoni

Com estreia programada nos cinemas para 12 de novembro de 2010, a comédia Muita Calma Nessa Hora - dirigida por Felipe Joffily - apresenta músicas inéditas de Pitty (vista no post à esquerda em uma foto de Caroline Bittencourt) e Leoni na trilha sonora assinada por André Moraes. Detalhe: ambas as músicas foram batizadas com o nome do filme e são cantadas por seus respectivos autores. Ao todo, a trilha sonora de Muita Calma Nessa Hora é formada por 17 temas. A seleção musical vai de Caetano Veloso (Menino do Rio) a Jota Quest (O Sol e a recente Tudo me Faz Lembrar Você), passando por Gonzaguinha (O Que É O Que É) e por Seu Cuca (Minha Praia).

Spektor vai lançar Live in London em novembro

A cantora, compositora e pianista russa Regina Spektor anunciou esta semana o lançamento de seu primeiro registro ao vivo de show. Live in London vai estar nas lojas a partir de 22 de novembro de 2010 com a gravação de apresentação feita pela cantora em dezembro de 2009 na casa Hammersmith Apollo, na capital da Inglaterra. Disponível em CD, DVD e blu-ray, Live in London inclui no repertório três músicas - Silly Eye-Color Generalizations, Bobbing for Apples e Love You're A Whore - que Spektor já cantava ao vivo, mas nunca tinha gravado. Eis as faixas:

CD
1. On The Radio
2. Eet
3. Folding Chair
4. Sailor Song
5. Blue Lips
6. Après Moi
7. Dance Anthem of the 80’s
8. Silly Eye-Color Generalizations
9. Bobbing For Apples
10. Wallet
11. Ode to Divorce
12. That Time
13. The Calculation
14. Machine
15. Laughing With
16. Man of a Thousand Faces
17. Hotel Song
18. Us
19. Fidelity
20. Samson
21. The Call
22. Love You’re A Whore
DVD / Blu-ray
1. Introduction (November Rain)
2. On the Radio
3. Eet
4. Laughing With
5. Folding Chair
6. Après Moi
7. Blue Lips
8. Machine
9. Dance Anthem of the 80’s
10. Silly Eye-Color Generalizations
11. Wallet
12. The Calculation
13. Man of a Thousand Faces
14. That Time
15. Hotel Song
16. Sailor Song
17. Us
18. Fidelity
19. Samson
20. Credits
Extras:
1. Bobbing for Apples
2. Ode to Divorce
3. The Call
4. Love, You’re a Whore
5. Soundcheck
6. To Daniel Cho

'Filhos de João' remonta o velho mundo baiano

Resenha de documentário musical
Título: Filhos de João - O Admirável Mundo Novo Baiano
Direção e roteiro: Henrique Dantas
Cotação: * * * 1/2

Quarenta anos depois da edição do primeiro álbum dos Novos Baianos, É Ferro na Boneca! (RGE, 1970), o grupo tem sua história recontada em Filhos de João - O Admirável Mundo Novo Baiano, filme de Henrique Dantas que esteve em exibição no Festival do Rio. A estrutura convencional do documentário contrasta com a inovação musical e comportamental promovida pelo grupo em sua década de existência (1969 - 1979). Mesmo sem ousar na estética ou na linguagem, Dantas cumpre com eficiência o papel de documentar a passagem libertária do grupo pela música brasileira dos anos 70. E cabe ao baiano Tom Zé - o responsável por apresentar Galvão (seu conterrâneo na cidade de Irará) a Moraes Moreira - abrir o filme para dar sua visão dessa "pequena manifestação do absurdo". Mas logo entram em cena os personagens principais da história para expor as memórias de um mundo cheio de lendas - com exceção de Baby do Brasil (outrora Baby Consuelo), que chegou a dar entrevista para o filme, só que depois vetou a veiculação em Filhos de João do depoimento que gravou. João - vale informar - é João Gilberto, pai espiritual dos Novos Baianos e responsável pela forte carga de brasilidade que moldou o som pop do grupo no segundo e melhor álbum da turma, Acabou Chorare (Som Livre, 1972), obra-prima gestada no auge da vida em comunidade regida pelas leis de paz e amor do movimento hippie. Com direito a doses fartas de maconha.  "A gente só se desentendia por causa de futebol", revela Pepeu, em alusão às peladas cotidianas jogadas no momento áureo da banda. Só que a harmonia interna do grupo, aos poucos, acabou sendo jogada para escanteio. Entre fartas imagens de arquivo, extraídas de filmes antigos, Filhos de João também põe em campo, em sua parte final, os descompassos que diluíram a atmosfera de paz e amor que envolveu de início Moraes, Galvão, Pepeu, Dadi, Baby, Paulinho Boca de Cantor e Cia. - sobretudo a partir do momento em que Moraes Moreira propôs sair do sítio onde os músicos viviam sem sair do grupo. Recusada a proposta, Moraes partiu em carreira solo, em 1975, e os Novos Baianos ainda resistiram por quatro anos antes de virar lenda alimentada por revivals urdidos ao longo dos últimos anos. Filhos de João não é filme admirável e tampouco novo na abordagem e na edição. A rigor, a narrativa transcorre linear com a mera alternância de depoimentos dos músicos e das imagens de arquivo. Mesmo assim, é documento interessante do grupo que pôs sua marca pop no Brasil Pandeiro.

6 de outubro de 2010

Navas celebra Custódio com Rosa e com Pethit

Mal lançou seu oitavo álbum, Tecido, Carlos Navas já começou a gravar outro disco, cujo lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2011. Registro de estúdio do show que Navas estreou em setembro de 2010 para celebrar o centenário de nascimento do compositor Custódio Mesquita (1910 - 1945), Junte Tudo que É Seu... - Canções de Custódio Mesquita em Voz e Piano tem arranjos de Gustavo Sarzi, que toca o piano que se junta à voz de Navas em temas como a valsa Enquanto Houver Saudade (1938), o samba Como os Rios que Correm pro Mar (1944), a valsa Velho Realejo (1940) e o fox Nossa Comédia (1944). A cantora Rosa Marya Colin - vista com Navas na foto - é a convidada da regravação do fox Nada Além (1938), um dos clássicos da parceria de Custódio com Mário Lago (1911 - 2002). Já Thiago Pethit aceitou participar de Saia do Caminho (Custódio Mesquita e Evaldo Rui, 1946), samba-canção do qual foi extraído o título do disco - o primeiro trabalho fonográfico inspirado pelo centenário desse jobiniano compositor, atuante nos anos 30 e 40.

Odair grava Arnaldo em CD pilotado por Baleiro

Odair José ganhou música inédita de Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, Vou Sair do Interior, para o CD que finaliza com produção de Zeca Baleiro. Intitulado Praça Tiradentes, o álbum vai ser lançado pelo selo de Baleiro, Saravá Discos. O produtor também forneceu uma inédita, Como um Filme, além de ter se tornado o novo parceiro de Odair, com quem assina E Depois Volte pra mim.

West revela título do CD que sai em novembro

My Beautiful Dark Twisted Fantasy é o título do quinto álbum de inéditas do rapper norte-americano Kanye West. O sucessor de 808's & Heartbreak (2008) tem lançamento agendado para 22 de novembro de 2010. O primeiro single promocional do álbum é Dark Fantasy, faixa produzida por West com o produtor No I.D. e o rapper RZA. De acordo com informações já veiculadas por West via Twitter, All of the Ligths é o segundo single desse álbum que vem sendo alardeado pelo artista desde janeiro, ocasião em que West revelou que três ícones da cultura africana - o músico e poeta Gil Scott-Heron, a autora Maya Angelou e a cantora de jazz Nina Simone (1933 - 2003) - seriam os musos inspiradores do disco que, em abril, iria se chamar Good Ass Job. Ao longo do ano, o rapper divulgou músicas inéditas compostas para o CD - entre elas, Lost in the World, Chain Gang e Mama's Boyfriend - mas ainda não se sabe se estes temas integram efetivamente a seleção final do álbum My Beautiful Dark Twisted Fantasy.

Antes da 'Fazenda', Tico grava com Brenno Be

Antes de se retirar temporariamente da cena musical por conta do convite para integrar o elenco da terceira edição do reality show A Fazenda, exibido pela TV Record, o cantor Tico Santa Cruz - o vocalista do grupo carioca Detonautas Roque Clube que andou em turnê com Os Raimundos - gravou participação em Sem Saída, faixa do álbum do cantor Brenno Be (à esquerda na foto), da lavra de Brenno com Felipe Zero, Dalto Max e Paulo Mac. Intitulado Órbita, o disco está sendo produzido pelo grupo Yahoo com PH Castanheira. Quase todo inédito, o repertório inclui regravação de Grand' Hotel, bonita balada da seara do grupo carioca Kid Abelha.

5 de outubro de 2010

'Elza' deixa que a música fale por Elza Soares

Resenha de documentário musical
Título: Elza
Direção: Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan
Roteiro: Suzana Macedo
Cotação: * * *
Em exibição no Festival do Rio
Sessões em 6 de outubro de 2010 (Ponto Cine, 16h)
e em 7 de outubro de 2010 (Cinema Nosso, 19h)

"A verdade de Elza Soares está no canto dela. Para entendê-la, é preciso entender o seu canto...", sentencia o violonista João de Aquino em frase estrategicamente posicionada pelos diretores Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan ao fim de Elza, o documentário musical que foca Elza Soares, ora em exibição na edição de 2010 do Festival do Rio. É como se o argumento (legítimo) de Aquino absolvesse os diretores de não desvendar a lendária personagem retratada no filme. Elza foca Elza somente e sobretudo através da música. Números musicais inéditos - filmados em 2007 com nomes como Caetano Veloso (um registro emocionado de Dor-de-Cotovelo), Maria Bethânia (Rosa Morena e uma jam que entrelaça o Samba da Bênção com o Samba da Minha Terra) e Paulinho da Viola (A Flor e o Espinho - bela - e Sei Lá, Mangueira) - pontuam e valorizam o documentário entre depoimentos elogiosos que, por mais que sejam sinceros e justos, se tornam quase redundantes ao longo dos 72 minutos de projeção. Mas o canto de Elza - ouvido logo na abertura do filme, numa interpretação a capella de Lama - redime os depoentes da redundância pelo suingue ímpar. "Elza é a expressão raríssima da voz feminina num país de cantoras", define Bethânia. Alguns takes depois, a mulata sempre assanhada canta Rosa Morena diante de uma Bethânia embevecida, reiterando a veracidade do elogio. Entre depoimentos (excessivos) de Caetano Veloso e takes da cantora num baile funk, Elza expõe na tela a singularidade do canto de Elza - às vezes ouvido apenas em off (como em O Pato e É Luxo Só). Esse canto moldado pelo suingue - exemplificado no dueto com Jorge Ben Jor em País Tropical - tira o foco da cidadã Elza da Conceição Soares. A mulher que foi vítima de um linchamento moral nos anos 60 por ter ser envolvido com um ídolo do futebol (Garrincha) que tinha esposa e filhos - como bem lembra a prostituta Gabriela Leite. Embora fuja do óbvio, o heterogêneo elenco de entrevistados (Lila Rabello, Hermano Vianna, Haroldo Melodia, Paulinho da Viola, Ricardo Cravo Albin) faz com que os diretores às vezes percam o foco - como no momento em que o filme gasta preciosos minutos discutindo a repressão policial sofrida pelos pioneiros sambistas do morro, já que (como ressalta Caetano) Elza logo rejeitou o rótulo e o posto de sambista que poderiam limitar sua bossa negra. E o fato é que o canto ainda revelador da brava intérprete encobriu preconceitos, injustiças, rótulos e até a assumida vaidade da dona da voz e da bossa. "Revelar a idade é jogar a toalha. E eu ainda no ringue", argumenta a artista, do alto de uma valente história de vida que Elza apenas pincela para permitir que a boa música fale por si só.

Marisa arquiteta disco que gera turnê em 2011

Sem prazos, pressa ou pressão para finalizar um álbum, Marisa Monte - vista à esquerda em foto de divulgação de Leonardo Aversa - já começou a fazer algumas gravações no Rio de Janeiro (RJ). Seu próximo disco de estúdio - sucessor dos belos gêmeos Infinito Particular e Universo ao meu Redor, lançados em março de 2006 - vai originar uma nova turnê (inter)nacional que vai pôr a cantora na estrada em 2011.

Capa conceitual embala primeiro DVD de Gadú

Nas lojas neste mês de outubro de 2010 via gravadora Som Livre, o primeiro DVD de Maria Gadú - editado na série Multishow ao Vivo - é embalado em capa conceitual (foto) que apresenta olhar artístico dos elementos visuais que compõem o palco de um show.

Paula Fernandes grava ao vivo com Victor & Leo

No rastro do sucesso de seu álbum de estúdio Pássaro de Fogo (2009), a cantora e compositora Paula Fernandes - bissexta voz de mulher a desafiar a atual supremacia masculina do universo sertanejo - grava DVD e CD ao vivo em show fechado no estúdio Quanta, em São Paulo (SP). Agendada para esta terça-feira, 5 de outubro de 2010, a gravação vai contar com as participações do cantor Leonardo (na célebre guarânia Índia e na toada Tocando em Frente) e da dupla Victor & Leo (em Não Precisa). No roteiro do show que gera o DVD e o CD ao vivo a serem editados pela gravadora Universal Music, Paula apresentará inéditas como Voa e Navegar em mim entre músicas de seus cinco discos anteriores.

Dado prepara álbum solo que inclui Chimbinha

Seis longos anos após gravar Jardim de Cactus, álbum de estúdio que chegou às lojas somente depois da versão ao vivo editada em 2005 na série MTV Apresenta, Dado Villa-Lobos prepara um segundo disco solo de estúdio. Kassin produz no Rio de Janeiro (RJ) o CD, que vai ter 13 faixas e  participações de Chimbinha - o guitarrista da Banda Calypso - e do trio Os Paralamas do Sucesso.

4 de outubro de 2010

Morre Ed Wilson, o co-autor de 'Chuva de Prata'

Parceiro de Ronaldo Bastos na canção Chuva de Prata, gravada por Gal Costa em 1984, o cantor e compositor Edson Vieira de Barros, o Ed Wilson (1945 - 2010), saiu de cena aos 65 anos, na noite de domingo, 3 de outubro de 2010, em decorrência de complicações decorrentes de um câncer diagnosticado há seis meses. Criado em Piedade, bairro do vasto subúrbio carioca, Ed era irmão de Renato Barros, com quem integrou o conjunto Renato e seus Blue Caps, de 1959 a 1961, quando partiu em carreira solo iniciada efetivamente em 1962 com o lançamento do compacto que trazia Nunca Mais e Juro meu Amor. Ed Wilson gravou regularmente durante o apogeu da Jovem Guarda. Mas acabaria alcançando maior sucesso como compositor do que como cantor, já nos anos 80 e 90. Além da parceria com Ronaldo Bastos em Chuva de Prata, ele compôs com Paulo Sérgio Valle o sucesso Aguenta Coração, gravado por José Augusto em 1990. Nos últimos anos, Ed Wilson integrava o conjunto carioca The Originals, formado por músicos revelados nas velhas tardes de domingo dos anos 60.

Funk Brothers legitimam a Motown de Collins

Resenha de CD
Título: Going Back
Artista: Phil Collins
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Um dos mais hábeis artesãos do pop, Phil Collins revolve as memórias de sua adolescência em Going Back, oitavo álbum de estúdio de carreira solo iniciada em 1981 com o arrasa-quarteirão Face Value. Ao voltar no tempo, Collins dá sua visão para 18 temas do repertório da Motown, a lendária gravadora dos EUA que projetou nomes como Stevie Wonder e Diana Ross (como integrante do trio The Supremes). Sabiamente, Collins resistiu à tentação de modernizar o som da Motown. Ao contrário, o artista recorreu a três sobreviventes músicos do Funk Brothers - o grupo que gravou em estúdio com boa parte do elenco da Motown - para capturar a pegada e o sentimento do som da época. Juntamente com The PC Horns, quinteto de metais em brasa recrutado para tocar no CD Going Back, os Funk Brothers - a saber: o baixista Bob Babbitt e os guitarristas Eddie Chank Willis e Ray Monette - legitimam a incursão de Collins pelo universo do soul e do r & b da Motown. Girl (Why You Wanna Make me Blue?) - sucesso do grupo The Temptations - é uma das regravações que funcionam bem pela pressão dos Funk Brothers e dos PC Horns. (Love Is Like a) Heatwave - tema lançado em 1963 pelo grupo Martha and The Vandellas - é outro bom momento estrategicamente posicionado no início do disco. Já Papa Was a Rolling Stone - outro cover do grupo The Temptations - se sobressai sobretudo pela fluência do trompete solo de Guy Barker. E o fato é quando abre mão dos Funk Brothers e os metais do PC Horn - como nas baladas Blame it on the Sun e a Never Dreamed You’d Leave in Summer, ambas do repertório de Stevie Wonder - a voz de Collins não evoca todo o sentimento exigido pelas músicas. Talvez porque falte à voz do cantor o fervor necessário para encarar temas como Love Is Here and Now You’re Gone (The Supremes) e Talkin' about my Baby (Curtis Mayfiled). São os músicos, e não o artista, que sustentam o mergulho saudosista de Phil Collins nesse repertório da Motown...

Personalidade de Sandroni valoriza 'Gota Pura'

Resenha de CD
Título: Gota Pura
Artista: Clara Sandroni
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Clara Sandroni é cantora de personalidade. Com sua cortante voz aguda que conjuga força e delicadeza, a intérprete imprime essa personalidade em seu quinto álbum solo, Gota Pura, já o 11º de sua discografia se forem contabilizados os CDs gravados com Marcos Sacramento e Paulo Baiano ao longo dos anos 2000. No caso, sua voz em forma interage com o piano de Paulo Malaguti Pauleira ao abordar repertório de excelente nível. Bela faixa de abertura, Laser (José Miguel Wisnik e Ricardo Breim) brilha no registro da cantora. Gota Pura também alcança bons momentos em Quase (Luiz Tatit),  Iracema Voou (na melhor  interpretação dessa música de Chico Buarque), Aos Pés da Cruz (Marino Pinto e Zé da Zilda), Ladeira da Memória (Zé Carlos Ribeiro) e Linda Flor (Iaiá), o  tristonho samba-canção de Henrique Vogeler, Cândido Costa, Luiz Peixoto e Marques Porto. Em outras faixas, como a nordestina Cajuína (Caetano Veloso) e o samba Carioca (Chico Buarque), o formato de voz-e-piano se revela limitador. Ainda assim, a leveza com que Sandroni canta Rosa Morena (Dorival Caymmi) - outro samba que pedia um outro molde instrumental - sinaliza que sua voz e sua personalidade são marcas expressivas que valorizam Gota PuraCD coerente com sua obra fonográfica.

Comité conduz Abrunhosa ao rock em 'Longe'

Resenha de CD
Título: Longe
Artista: Pedro Abrunhosa e Comité Caviar
Gravadora: Universal Music (Portugal)
Cotação: * * * 1/2

Em Longe, seu sexto álbum de estúdio, o primeiro desde Luz (2007), o cantor e compositor português Pedro Abrunhosa pega a estrada do rock, conduzido pelo Comité Caviar, o azeitado grupo que ocupa bem o posto que até então era do Bandemónio. Ainda inédito no Brasil, Longe é um disco que tem pegada e que desvia Abrunhosa da trilha baladeira de trabalhos anteriores. Ao abrir o CD, Rei do Bairro Alto já sinaliza o tom urgente e enérgico que pontua este disco de pulsação roqueira. Mesmo as baladas, como Pode o Ceú Estar Tão Longe, têm lá sua força. "Estás tão perdido agora / Tens um caminho, mas preferes estar fora / Parecia fácil, mas os dias não têm rede / Diz como te sentes entre a espada e a parede", canta Abrunhosa no tema Entre a Espada e a Parede, exemplo da consistência das letras. As guitarras dominam o disco - como evidente na funkeada Durante Toda a Noite - sem impedir que Longe soe eventualmente pop, como em Fazer o que Ainda Não Foi Feito, faixa de encaixe fácil nas paradas. No entanto, por mais que acene para o mercado, Longe é disco bastante denso e eventualmente até sombrio (a exemplo da balada Não Desistas de mim) que confirma Abrunhosa como um dos compositores ainda interessantes da cena pop lusitana e ainda perto do ápice criativo.

3 de outubro de 2010

Registros inéditos perfilam a obra coesa de Ivan

Resenha de CD
Título: Perfil
Artista: Ivan Lins
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * 1/2

Simultaneamente com o lançamento de seu novo álbum, Íntimo, Ivan Lins comemora seus 40 anos de carreira com a edição de coletânea na série Perfil, da gravadora Som Livre. A novidade é que - na contramão do conceito da série - o compositor optou por regravar as músicas mais expressivas de sua obra. Produzido por Sérgio Saraceni, o disco perfila bem o cancioneiro de Ivan através de 15 faixas que totalizam 16 músicas (a seminal O Amor É o meu País vem unida em pot-pourri ufanista com Meu País). As versões de 2010 são pautadas por um tom mais íntimo, especialmente perceptível nas regravações de Começar de Novo (1979) e Vitoriosa (1985). A passagem instrumental que encerra Abre Alas (1974) evoca o clima jazzy que tem moldado o repertório do compositor, sobretudo em apresentações no exterior. Contudo, os registros de Perfil estão em sintonia com os arranjos das imbatíveis regravações originais de músicas como a folia de reis Bandeira do Divino (1978). De novidade, há a convocação de Jorge Vercillo para harmonioso dueto em A Noite, tema que deu título ao álbum lançado por Ivan em 1979, fechando década de auge artístico e comercial. Aliás, foi ao longo dos anos 70 que Ivan Lins estabeleceu os cânones de obra que oscilou entre o romantismo - sem nunca resvalar no sentimentalismo barato - e o ativismo político, necessário em época em que era preciso recorrer às metáforas -como as de Cartomante (1977), música revivida em Perfil - para se posicionar contra o sistema vigente. Embora tenda a priorizar as canções românticas em seleção que inclui Lembra de mim (1995) e Vieste (1987), a coletânea Perfil de Ivan Lins monta bom painel da obra do compositor - com direito a um samba, Deixa Eu Dizer (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, 1973), que nem foi hit, mas que certamente entrou na seleção porque foi reavivado ao ser sampleado (no registro original de Cláudia)  por Marcelo D2 em gravação de 2008. E por falar em cantoras, é dificil reouvir em Perfil o samba Madalena (1970) sem pensar no registro definitivo de Elis Regina (1945 - 1982) da mesma forma que a dramática Bilhete (1980) já é canção indissociável da voz emotiva de Fafá de Belém. Seja como for, a voz de Ivan Lins nunca se calou ao longo dessas quatro décadas de carreira que ultrapassou as fronteiras do Brasil já no início dos anos 70 quando Ella Fitzgerald (1917 - 1996) se encantou com o suingue sincopado de Madalena. Por isso mesmo, Perfil é correto cartão de visitas que abre alas para a percepção dos que, por ventura, ainda desconheçam a obra coerente e coesa de Ivan Lins.

'Íntimo' globaliza obra de Ivan em tons suaves

Resenha de CD
Título: Íntimo
Artista: Ivan Lins
Gravadora: Wedge View Music / Som Livre
Cotação: * * * 1/2

Disco de caráter globalizado, idealizado para alimentar o prestígio de Ivan Lins no mercado internacional, Íntimo festeja os 40 anos de carreira do compositor - projetado em 1970 com a gravação do samba Madalena por Elis Regina (1945 - 1982) - com um pé no passado e no presente. Sem os arroubos vocais da juventude, Ivan formata em tons suaves um repertório que conjuga composições recentes com inéditas da reativada parceria com Vítor Martins. Da mediana safra de novidades, Tanto Amor roça a beleza das melhores criações românticas da dupla em registro que conta com solo do trompetista alemão Till Brönner. Já Arrependimento não seduz às primeiras audições, embora reforçe o entrosamento da dupla e ostente o refinamento harmônico que pauta este álbum produzido pelo holandês Ruud Jacobs e gravado entre estúdios da Bélgica e da Holanda. Como já sugere seu titulo, Íntimo é CD de clima intimista. Mesmo quando cai no samba, dando sua voz a Sou Eu para registrar sua segunda (primorosa) parceria com Chico Buarque, Ivan se mostra comedido, sem excessos. Se há excessos, é o de convidados estrangeiros, recrutados para abrir portas para o disco em vários mercados. O grupo norte-americano Take 6 insere seus vocais harmoniosos em That's Love, a parte em inglês de Nosso Acalanto, outra da lavra de Ivan com Vítor. Já o coral sul-africano Abaqondisi Brothers traz a bela Dandara (Ivan Lins e Francisco Bosco) para o solo da Mãe África, na participação mais interessante do CD. Por sua vez, Alejandro Sanz soa sentimental demais ao cantar a letra em espanhol de Llegaste, a versão de Vieste (1987), uma das grandes canções românticas da primeira fase da parceria de Ivan com Vítor Martins. Da mesma forma, Bilhete (1982) perde parte da carga emocional na voz da cantora holandesa Laura Fygi, responsável pela parte em francês da versão intitulada Le Dernier Mot.  Melhor desempenho alcança a cantora (também holandesa) Trijntje Oosterhuis ao interpretar No Tomorrow, a letra em inglês de Acaso (Ivan Lins e Abel Silva, 2000), em elegante clima jazzy. Nessa mistura fina de línguas, há ainda espaço para uma parceria e um dueto com o uruguaio Jorge Drexler, na inédita Diadema, e para uma segunda participação do trompetista alemão Till Brönner, que se apresenta também como cantor ao entoar os versos em inglês de Rio Sun, versão de E a Gente Assim Tão Só, outra novidade da lavra de Ivan com Vítor Martins. No todo, apesar de sua sofisticação harmônica e da inspiração de grande parte do repertório, paira a sensação de Íntimo ser disco mais talhado para o mercado estrangeiro do que para o brasileiro. Para o mercado nacional, Ivan celebra seus 40 anos de carreira com a coletânea Perfil, na qual enfileira em 15 faixas regravações de 16 sucessos de obra que pôs seu autor - ao longo dos últimos 40 anos - no posto de compositor brasileiro vivo de maior prestígio no exterior. Posição sedimentada com a edição - no Brasil e em todo o mundo - deste globalizado Íntimo.

Caixa embala gravações de Harrison e Shankar

Com lançamento programado para 19 de outubro de 2010, em edição produzida pela Dark Horse Records que não vai chegar ao Brasil, a caixa Collaborations reúne todas as gravações feitas por George Harrison (1943 - 2001) com o músico e compositor indiano Ravi Shankar. A caixa embala três álbuns - Chants of India (1974), Music Festival from India (1976) e Shankar Family & Friends (1997) - e um DVD, Music Festival From India - Live at the Royal Albert Hall, com o inédito registro integral de espetáculo filmado na Inglaterra - em 1974 - e ora editado com áudio 5.1. Um libreto de 56 páginas acompanha a caixa com texto que detalha as colaborações do ex-Beatle com Shankar - com direito a texto de Philip Glass. A caixa Collaborations pode ser adquirida pelo site oficial de Harrison.

NX Zero se conecta ao rap em 'Projeto Paralelo'

Sintomaticamente intitulado Projeto Paralelo, o quinto álbum do grupo NX Zero - nas lojas no início de novembro de 2010 - conecta o grupo de Di Ferrero ao universo do hip hop. A banda de Di Ferrero recrutou rappers nacionais (Chorão, Emicida, Rincon Sapiência, Rappin Hood, Kamau e Negra Li) e estrangeiros (Smoke Thugs, Aggro Santos, Freddy Gibbs e Yo Yo) para (re)gravar repertório formado por quatro músicas inéditas e releituras dos principais sucessos do NX Zero (Só Rezo e Cedo ou Tarde, entre eles). O sucessor do álbum Sete Chaves (2009) também tem intervenções de DJs nos scratches. Rick Bonadio produziu o disco.