22 de maio de 2010

Partimpim grava 'Dois É Show' na volta ao Rio

Sob a pele de Adriana Partimpim, Adriana Calcanhotto volta ao palco da casa Vivo Rio (RJ) neste fim de semana - sábado e domingo, 22 e 23 de maio de 2010 - com Dois É Show. A intenção é fazer o registro ao vivo do show nesse retorno para edição em DVD. Além das músicas de seus dois álbuns de estúdio, Partimpim - vista no post em fotos de Mauro Ferreira - captura para o roteiro Um Leão Está Solto nas Ruas, rock de Rossini Pinto (1937 - 1985) lançado por Roberto Carlos em 1964. Dois é show!!!

Fusões de Gotan já (se) exaurem em 'Tango 3.0'

Resenha de CD
Título: Tango 3.0
Artista: Gotan Project
Gravadora: MCD
Cotação: * * 1/2

Em 2001, quando lançou seu primeiro estupendo álbum, La Revancha del Tango, o trio Gotan Project revitalizou o mais internacional dos ritmos argentinos com fusões antenadas que levaram o tango para as pistas. Em 2006, Lunático aprofundou as experiências rítmicas do grupo formado em Paris por Philippe Cohen Solal, Christoph Mueller e Eduardo Makaroff. Já Tango 3.0 - o terceiro álbum de inéditas, lançado em escala mundial em abril de 2010, inclusive no Brasil - flagra o Gotan em momento de menor inspiração. É como se as misturas de tango com dub e eletrônica já estivessem chegando a um ponto de exaustão. Temas como Tango Square (no qual Dr. John pilota suavemente seus teclados Hammond B3), Rayuela (faixa que reverencia o romance homônimo do escrito argentino Julio Cortázar) e Desilusión soam pouco sedutores, meio déjà vu. Mesmo as faixas que se destacam - casos de Peligro e de La Gloria (eleita acertadamente o primeiro single) - não são capazes de diluir a decepção com Tango 3.0. Detalhe: La Gloria incorpora a locução de Victor Hugo Morales, veterano e lendário comentarista do futebol argentino. A sacada é boa, mas, no todo, o som de Tango 3.0 bate na trave. Talvez por já estar repetitivo.

Oi lança no Brasil compilação de Beautiful Girls

Trio masculino que tira onda na nova cena australiana de surf music, The Beautiful Girls já lançou três EPs e três álbuns desde sua formação, em 2000. Essa trajetória é resumida na coletânea Roots - The Best of... So Far..., lançada no Brasil neste mês de maio de 2010 pelo selo Oi Música. O repertório inclui a inédita Don't Wait, música que vai estar no próximo álbum de estúdio do grupo. A compilação - que inclui temas como Cash Money, La Mar, She's Evil, High Rolling e The Wrong Side of Town entre suas 15 faixas - está sendo editada no mercado nacional sob licença da Urban Jungle Records. O trio esteve em turnê pelo Brasil em abril.

Brasileiros dominam CD internacional de novela

Lançada em CD pela Som Livre neste mês de maio de 2010, a trilha sonora internacional da novela Tempos Modernos inclui sete gravações feitas por artistas brasileiros entre seis fonogramas de nomes de fato estrangeiros, casos dos grupos Coldplay (Strawberry Swing), Snow Patrol (Run) e Queen (Crazy Little Thing Called Love). O cantor Jay Vaquer faz cover de Boys Don't Cry, hit do grupo The Cure. A cantora Silvia Machete revive Smile, tema do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin (1889 - 1977). Já o grupo Exílio toca Light my Fire, clássico do repertório do grupo The Doors, enquanto Marysa Alfaia defende cover de F... Comme Femme. Também figuram no time nacional John Kip e Xandra Joplin, que cantam Rocket Man (Elton John) e Trust me (Bobby Womack) - respectivamente - e são brasileiros, ainda que seus nomes artísticos indiquem o contrário. Por fim, há o encontro póstumo de Renato Russo (1960 - 1996) com Fernanda Takai em Like a Lover, fabricado para a recém-lançada coletânea de duetos do mentor da Legião Urbana. Enfim, uma seleção nada moderna...

'Vol. 7' do Aviões do Forró decola via Som Livre

Formada em agosto de 2002 em Fortaleza (CE), por quatro empresários que gerenciavam a firma A3 Entretenimentos, a banda Aviões do Forró - hoje inteiramente calcada na figura de seus vocalistas Xand Avião e Solange Almeida - decolou firme no circuito nordestino ao longo da década com seu forró (pop)ulista. Como outros grupos do gênero, o Aviões se valeu da pirataria física de CDs - praga que já devastou o mercado fonográfico do Nordeste - para ganhar rápida popularidade com a propagação dos discos e, dessa forma, atrair público para seus shows. Curiosamente, oito anos depois de alçar voo pelo mercado indie, o Aviões do Forró muda de rota e lança seu álbum 7 - ou Vol.7, como está escrito na borda lateral do CD - pela gravadora Som Livre. Trata-se de disco de inéditas, alavancado pelas faixas Pegadinha do Inglês (Nego John) e Pare com Isso (Os Nonatos). Habitual fornecedor de hits para a banda, Dorgival Dantas contribuiu para o repertório de 7 com Coração Teimoso e Forró Só Presta Assim. 7 reúne 17 faixas.

21 de maio de 2010

Álbum do Mango é editado no Brasil com Ivete

Lançado no mercado internacional em 2009, o último álbum do grupo sul-africano Mango Groove, Bang the Drum, vai ganhar edição brasileira no começo de junho de 2010, via EMI Music, com faixa-bônus cantada parcialmente em português por Ivete Sangalo. A estrela baiana gravou em seu estúdio, em Salvador (BA), os versos escritos para ela por Cássio Calazans com base na música Hey. Intitulada Cada Coração, a versão em português com Ivete fala da vibração das torcidas e tenta pegar carona na euforia que vai tomar conta do Brasil na Copa do Mundo da África do Sul.

'Romance' faz Luiz Melodia respirar outros ares

Resenha de Show
Título: Romance
Artista: Luiz Melodia (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 20 de maio de 2010
Cotação: * * * *
Em cartaz no Teatro Rival (RJ) até sábado, 22 de maio de 2010

Luiz Melodia se renova em Romance, o ótimo show em cartaz no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ), até 22 de maio de 2010. Por mais que siga trilhas habituais, pavimentadas pelo samba e pelo cancioneiro da Jovem Guarda, o cantor experimenta outros climas e flerta ligeiramente com o jazz em show idealizado para evocar os amantes da noite. Não por acaso, Suave É a Noite (Paul Fracis Webster e Sammy Fain em versão de Nazareno de Brito) abre o roteiro em registro macio que evidencia o veludo especial da voz do cantor. Na sequência, scats postos ao fim de Quase Fui lhe Procurar (Getúlio Côrtes) dão outro approach ao tema jovem-guardista revivido por Melodia. Mais tarde, Melodia recorre novamente aos scats - de forma mais intensa, como se encarnasse um misto de Louis Armstrong (1901 - 1971) e João Bosco - em Que Loucura, tema do lúcido Sérgio Sampaio (1947 - 1994), de quem Melodia também recorda belamente Leros, Leros e Boleros em tom mais comportado. A música de Sampaio se adequa a Melodia.
Luiz Melodia procura respirar outros ares em Romance com o auxílio luxuoso de um trio de cordas que dribla os clichês dos shows acústicos com pulsação inebriante. Em total interação, Renato Piau (violão de aço e violão de nylon), Alessandro Cardoso (cavaquinho) e Charles Costa (violão de 7 cordas) dão suporte ao magistral cantor na viagem noturna feita com escalas sentimentais no cancioneiro simples da Jovem Guarda - Gamadinho por Você (Renato Barros) e Nada Tenho a Perder (Getúlio Côrtes) - e na boemia carioca. Samba de Oswaldo Melodia, Ser Boêmio abre o set em que o ambiente de um bar é simulado no palco do Teatro Rival - com direito à mesa e cervejas - para que Melodia apresente bom samba inédito, Cura, composto com Piau entre Rio de Janeiro, Berlim e Araruama. É na mesa deste bar imaginário que Melodia expia dores de amores ao dar fino polimento ao bolero Tudo Foi Ilusão (Arcelino Tavares e Laert Santos), pescado no repertório do cantor Anísio Silva (1920 - 1989). Eventualmente, Romance adquire clima de seresta chique, como quando Melodia investe na seara do Trio Esperança e entoa Eu Bem Dizia (I Could Have Told You). Mas, sendo show de Melodia, Romance também sobe o morro (do Estácio) no samba Sem Hora pra Voltar, da lavra do próprio Negro Gato. E, tanto no morro como no asfalto, saltam aos ouvidos o suingue do cantor. Melodia redivide Pérola Negra, improvisa a capella A Coitadinha Fracassou, faz miséria com a voz em Farrapo Humano - número turbinado com solo de Piau - e se emociona a ponto de cair no choro enquanto entoa ternamente os versos de Samba da Pergunta (Astronauta), o clássico bossa-novista de autoria de Carlos Alberto Valle Pingarrilho e Marcos Vasconcellos. Tudo sob as bases do entrosado trio de cordas. Mesmo quando a música exerce menor poder de sedução sobre a plateia, caso de Cuidando de Você (Luiz Melodia), o trio logo se encarrega de valorizar o número. A propósito, quando o cavaco de Alessandro Cardoso sola a melodia de Estácio, Holy Estácio, há sensação de encantamento no público. E tudo termina em samba - antes do bis - com Diz que Fui por Aí (Zé Kétti). No bis, Fadas reitera a bem urdida trama de cordas que sustenta o show de luz bonita. Na sequência, Luiz Melodia, rei do suingue, se despede em tom melancólico com Decisão, deixando a ótima impressão de ter sido criativo ao fazer Romance com mistura de hits e novidades.

Melodia faz 'Romance' com bom samba inédito

Samba inédito composto pelo violonista Renato Piau a partir de letra de Luiz Melodia, Cura é uma das surpresas do novo show do autor de Pérola Negra, Romance, que estreou (bem) na noite de quinta-feira, 20 de maio de 2010, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ), onde fica em cartaz até sábado, 22 de maio. Entre sambas e temas da Jovem Guarda, Melodia - visto no post em fotos de Mauro Ferreira - passeia pelos repertórios de Sérgio Sampaio (Que Loucura e Leros, Leros e Boleros), Trio Esperança (Eu Bem Dizia) e Anísio Silva (Tudo Foi Ilusão). Emocionado, o cantor caiu no choro ao entoar o Samba da Pergunta, de Carlos Alberto Valle Pingarrilho e Marcos Vasconcellos. Eis o roteiro seguido por Luiz Melodia na (ótima) estreia carioca de Romance:
1. Suave É a Noite (Tender Is the Night)
(Paul Francis Webster e Sammy Fain - Versão de Nazareno de Brito)
2. Quase Fui lhe Procurar (Getúlio Côrtes)
3. Gamadinho por Você (Renato Barros)
4. Eu Bem Dizia (I Could Have Told You)
(Arthur Williams e Carl Sigman - Versão de Neusa de Souza)
5. Nada Tenho a Perder (Getúlio Côrtes)
6. Ser Boêmio (Oswaldo Melodia)
7. Tudo Foi Ilusão (Arcelino Tavares e Laert Santos)
8. Cura (Luiz Melodia e Renato Piau)
9. Sem Hora pra Voltar (Luiz Melodia)
10. Que Loucura (Sérgio Sampaio)
11. Leros, Leros e Boleros (Sérgio Sampaio)
12. Pérola Negra (Luiz Melodia)
13. A Coitadinha Fracassou (Luiz Melodia)
14. Farrapo Humano (Luiz Melodia)
15. Samba da Pergunta (Astronauta)
(Carlos Alberto Valle Pingarrilho e Marcos Vasconcellos)
16. Cuidando de Você (Luiz Melodia)
17. Estácio, Holy Estácio (Luiz Melodia)
18. Diz que Fui por Aí (Zé Kétti)
Bis:
19. Fadas (Luiz Melodia)
20. Decisão (Luiz Melodia)

Chega às rádios 'single' de 'Revanche' do Fresno

Clicada por Luringa, a foto acima flagra o quarteto Fresno no dia da gravação do clipe de Deixa o Tempo, primeiro single do quinto álbum solo do grupo gaúcho, Revanche. Com o clipe em rotação na internet, a música chega às rádios de todo o Brasil nesta sexta-feira, 21 de maio de 2010. Já o disco vai estar nas lojas a partir de julho, em data ainda incerta, via Arsenal Music / Universal Music.

20 de maio de 2010

Paralamas lançam o clipe de 'Mormaço' com Zé

Música que se destacou na safra de inéditas de Brasil Afora, o álbum lançado pelos Paralamas do Sucesso em fevereiro de 2009, Mormaço ganhou clipe recém-gravado pelo trio na Restinga de Marambaia (RJ) sob a direção do cineasta pernambucano Lírio Ferreira. O cantor e compositor paraibano Zé Ramalho - que canta Mormaço com a banda no disco - participa do clipe. Mormaço é tema de textura nordestina composto em tributo a João Pessoa (PB), cidade onde nasceu Herbert Vianna, o vocalista e guitarrista do grupo carioca. Clique aqui para assistir ao vídeo, lançado hoje.

Afetivo, Martinho realça a modernidade de Noel

Resenha de CD
Título: Poeta da Cidade - Martinho Canta Noel

Artista: Martinho da Vila
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Volta e meia, Martinho da Vila abordou a obra de Noel Rosa (1910 - 1937), o poeta da Vila Isabel que gerou o sobrenome artístico ao compositor de Casa de Bamba. Só que nunca havia dedicado um disco ao cancioneiro de Noel como faz neste Poeta da Cidade, CD idealizado para ser encartado em livro que acabou não sendo editado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro (RJ). Sem livro, o CD - de início previsto para ser lançado de forma comercial somente no fim do ano - chega às lojas neste mês de maio de 2010. Poeta da Cidade é título emblemático na discografia de Martinho por marcar seu oportuno reencontro com Rildo Hora - o produtor da parcela mais expressiva de sua obra fonográfica, com quem o sambista não trabalhava desde 2002 - e por marcar a estreia do artista na gravadora Biscoito Fino. Com majestoso projeto gráfico de Elifas Andreato, outra bela marca da discografia áurea de Martinho, o CD festeja os 100 anos que Noel completaria em 11 de dezembro de 2010. Entretanto, acima de efemérides, tem grande valor por realçar e reiterar a modernidade da produção autoral do Poeta da Vila, hábil cronista da cidade do Rio de Janeiro. Com o intuito de evidenciar o talento ímpar do compositor projetado em 1929 e consagrado já no início dos anos 30, Martinho selecionou músicas assinadas somente por Noel. A exceção é Filosofia (1933), o samba composto com André Filho (1906 - 1974) que abre Poeta da Cidade sem o brilho e força da gravação feita por Mart'nália em 2002 para o álbum Pé do meu Samba. Na sequência, a mesma Mart'nália engata dueto com o pai em Minha Viola (1929), embolada à moda caipira que ganha toques de samba no arranjo conduzido pelo violonista Maurício Carrilho. Da mesma cepa rural de Minha Viola, música já gravada pelo cantor no álbum Martinho da Vila Isabel (1984), o CD encadeia E Não Brinca Não (1932), tema em que o canto livre, leve e solto do sambista soa lúdico - em sintonia com esse título pouco ouvido da obra de Noel. A gaita de Rildo Hora é a cereja do macio bolo sonoro da faixa. Em seguida, Mart'nália volta à cena e, em duo mais terno com Martinho, traz Rapaz Folgado (1933) para o universo da gafieira por conta dos metais que pontuam o arranjo de Carrilho. Sozinho, o anfitrião valoriza a verve dos sambas de Noel em Seja Breve (1933). A faixa ostenta a bossa que salta aos ouvidos também em Coisas Nossas (1932), samba no qual figura Analimar Ventapane, filha de Martinho, convidada também de Quando o Samba Acabou (1933), tema mais lento em que Noel Rosa retratou disputa de amor que acabou em morte no Morro de Mangueira (RJ). A violência do Rio dos anos 30 é abordada com lirismo em outro samba, Século do Progresso (1934), de tons mais dolentes. Ana Costa é a convidada desse samba (hoje já obscuro) e de Eu Vou pra Vila (1930), tema mais alegre em que Noel celebra a mesma Vila Isabel de Martinho. Já O X do Problema (1936) ganha tom seresteiro e a voz de Aline Calixto, convidada também de Fita Amarela (1932), samba que já mereceu gravações mais vivazes. Do afetivo time feminino, contudo, quem compromete o disco é Patrícia Hora, ainda sem maturidade como intérprete para encarar um tema introspectivo como Três Apitos (1933). Em contrapartida, Maíra Freitas - a filha de Martinho que transita pela música clássica - imprime inusitado tom camerístico à obra-prima Último Desejo (1937). Já contratada pela Biscoito Fino, Maíra canta e toca piano no dueto mais surpreendente deste Poeta da Cidade, tributo encerrado em clima carnavalesco com a marcha Cidade Mulher (1936). Enfim, escorado nos arranjos de Maurício Carrilho e Rildo Hora, Martinho canta Noel com doses exatas de reverência e criatividade neste tributo que honra o Poeta da Vila.

Disco de Martinho revive Noel no traço de Elifas

Noel Rosa (1910 - 1937) é visto acima no traço elegante de Elifas Andreato. A ilustração faz parte da majestosa arte gráfica do CD Poeta da Cidade - Martinho Canta Noel, recém-lançado pela gravadora Biscoito Fino. O disco marca o reencontro de Martinho da Vila com Elifas Andreato, o artista gráfico que idealizou antológicas capas de discos para o sambista nos anos 70 e 80. Ao retratar o já centenário Noel para o álbum de Martinho, Elifas reverencia a arte do caricaturista Nássara (1910 - 1996), cujo centenário de nascimento também está sendo festejado em 2010.

Sai no Brasil DVD do grupo Information Society

Formada em 1981 nos Estados Unidos, a banda de tecno-synthpop Information Society resistiu com a sua formação original até 1993. Só que se reuniu há pouco tempo. O DVD It Is Useless to Resist us - 25 Years of Information Society, ora lançado no Brasil pelo selo Lab 344, perpetua show feito nesse retorno. No caso, num teatro da Filadélfia (EUA) em 5 de janeiro de 2008. O DVD - mais próximo de festejar os 30 anos da banda do que os 25 alardeados no título - traz nos extras cinco clipes (os de What's on your Mind?, Walking Away, Think, Repetition e Peace and Love Inc) e o EP Modulator (2009), formatado para MP3 player.

R.E.M. vai relançar terceiro álbum com inédita

Terceiro álbum do R.E.M., lançado em 1985, Fables of the Reconstruction ganha, em 13 de julho de 2010, edição dupla comemorativa de seus 25 anos. O CD 1 vai rebobinar as 11 músicas do álbum original em versões remasterizadas. Já o CD 2, The Athens Demos, vai apresentar os registros embrionários de faixas como Wendell Gee, Maps and Legends, Good Advices e Driver 8 - feitos pelo grupo em um estúdio da cidade de Athens (Georgia, EUA) antes de partir para Londres para fazer a gravação do álbum. Tais demos nunca haviam sido lançadas, mas a maior novidade do disco-bônus é a música inédita Throw Those Trolls Away - sobra do pouco ouvido Fables of the Reconstruction.

19 de maio de 2010

O 'Sgt. Pepper's Brazuca' chega ao mundo físico

Em 2007, Guga Bruno, guitarrista da extinta banda Lasciva Lula, festejou os 40 anos da edição do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - um dos mais títulos mais emblemáticos da discografia dos Beatles - com produção de projeto de releituras das músicas desse disco. Lançado somente em edição virtual, o projeto chega em 2010 ao mundo real por iniciativa de Marcelo Fróes, diretor do selo Discobertas. Fróes - que se inspirou no projeto para produzir série de tributos similares em torno de outros álbuns dos Beatles - edita em dois volumes (vendidos de forma avulsa) o projeto ora batizado de Beatles' 67. O volume 1, Sgt. Pepper's Brazuca Club Band, rebobina as gravações editadas virtualmente em 2007. O elenco indie destaca grupos como Moptop (With a Little Help From my Friends) e Leela (Being for the Benefit of Mr. Kite), entre outros. Já o volume 2 apresenta registros mais recentes - produzidos por Fróes - de outras músicas gravadas pelos Beatles em 1967. Entre estes registros feitos em 2009, há o de Magical Mystery Tour pelo grupo Autoramas. Há também no segundo volume três fonogramas extraídos de antigo projeto ao vivo, Submarino Verde e Amarelo Vol. 2 (2000).

Som Livre celebra os 100 de Noel com omissões

Pegando carona nos festejos pelos 100 anos que Noel Rosa (1910 - 1937) iria completar em 11 de dezembro de 2010, a Som Livre lança a coletânea Noel Rosa - 100 Anos de Celebração. O encarte prima por reproduzir as letras das músicas, só que não revela as origens dos 18 fonogramas reunidos na compilação (como a obra de Noel já caiu em domínio público, a gravadora foi além das 14 faixas protocolares). Dessa forma, o público fica sem saber, por exemplo, que o dueto gingado de Alcione com João Nogueira (1941 - 2000) em De Babado... foi feito para o álbum Wilson Geraldo Noel, gravado por Nogueira em 1981. Ou que a gravação de Filosofia na voz de Chico Buarque é de Sinal Fechado, disco de intérprete feito em 1974 para que o compositor pudesse trabalhar em época em que suas músicas eram censuradas. Eis as 18 faixas de Noel Rosa - 100 Anos de Celebração, cuja boa seleção redime a coletânea de apresentar Gago Apaixonado (samba de 1931) como 'Um' Gago Apaixonado:
1. Feitiço da Vila - Martinho da Vila
* Fonograma do álbum Brasilatinidade (2005)
2. Fita Amarela - Zeca Pagodinho
* Fonograma do álbum Uma Noite... Noel Rosa (2008)
3. De Babado... - João Nogueira e Alcione
* Fonograma do álbum Wilson Geraldo Noel (1981)
4. Filosofia - Chico Buarque
* Fonograma do álbum Sinal Fechado (1974)
5. João Ninguém - Tom Jobim
* Fonograma do Songbook Noel Rosa (1991)
6. Último Desejo - Ney Matogrosso e Raphael Rabello
* Fonograma do álbum À Flor da Pele (1990)
7. Onde Está a Honestidade? - Beth Carvalho
* Fonograma do álbum Pandeiro e Viola (1975)
8. Meu Barracão - Maria Bethânia
* Gravação do compacto Maria Bethânia Canta Noel Rosa (1966)
9. Feitio de Oração - Clara Nunes
* Fonograma do álbum Clara Nunes (1971)
10. Palpite Infeliz (ao vivo) - Joyce Moreno

* Fonograma do álbum 4º Compasso - Samba e Choro (2002)
11. Adeus - Toquinho & Vinicius
* Fonograma do álbum Vinicius / Toquinho (1975)
12. Conversa de Botequim - Moreira da Silva
* Fonograma do álbum Conversa de Botequim (1966)
13. As Pastorinhas - Baden Powell
* Fonograma do álbum Lembranças (2000)
14. Pra que Mentir? (ao vivo) - Caetano Veloso
* Fonograma do álbum Totalmente Demais (1986)
15. Três Apitos (ao vivo) - Ney Matogrosso
* Fonograma do álbum Uma Noite... Noel Rosa (2008)
16. O X do Problema (ao vivo) - Roberta Sá
* Fonograma do álbum Uma Noite... Noel Rosa (2008)
17. Gago Apaixonado - João Nogueira
* Fonograma do álbum E Lá Vou Eu (1974)
18. Com que Roupa? - Caetano Veloso e Zeca Pagodinho
* Fonograma do álbum Casa de Samba 2 (1997)

Água jorra reverência a Joel em seu quarto CD

Quinteto carioca formado em 1989, Água de Moringa chega à maioridade e presta tributo a um dos mais ilustres músicos do choro, Joel Nascimento, o bandolinista de 72 anos que toca colorido - como dizia o arranjador Radamés Gnattali (1906 - 1988). Em seu quarto disco solo, Obrigado Joel, o Água de Moringa jorra sua reverência ao músico ao gravar 12 temas da obra autoral do bandolinista. No encarte, o próprio Joel lembra a origem de temas como Ecos - iniciado aos 15 anos no cavaquinho e concluído aos 32 já no bandolim - e Reminiscência, peça escrita para piano. Assim como O Bufo (Vamos Dar o Fora), tema composto por Joel para exorcizar a saudade de Radamés e evocar o truque do amigo para cair fora de qualquer ambiente que o estivesse chateando. Muitos temas foram criados nos anos 70 - casos de Congada do Sino, O Pássaro, Meu Sonho, Sorriso de Cristina e de Primavera.

Liam regravará músicas dos Beatles para filme

Liam Gallagher vai regravar músicas dos Beatles - com sua nova banda - para a trilha sonora do filme que está produzindo sobre os últimos anos de existência dos Fab Four. O ex-integrante do Oasis prepara um longa-metragem baseado nas memórias de Richard DiLello, um ex-assessor de imprensa da gravadora Apple. No livro The Longest Cocktail Party: An Insider's Diary of the Beatles, Their Million Dollar Apple Empire and Its Wild Rise and Fall, DiLello dá sua versão sobre os acontecimentos que levaram ao fim do quarteto. Embora tivesse em tese a opção de usar as gravações originais dos Beatles, Liam (em foto de Dave Hogan) decidiu recriar as músicas escolhidas para a trilha sonora.

Macy Gray lança 'The Sellout' em 22 de junho

Onze anos depois de ter despontado com força nas paradas com o álbum On How Life Is (1999), que lhe rendeu o sucesso mundial I Try, Macy Gray tenta voltar ao topo com seu quinto álbum de inéditas, The Sellout, cujo lançamento está agendado para 22 de junho de 2010 em edição da gravadora Concord Music que vai ser distribuída pela Universal Music. Com 12 músicas, o sucessor de Big (2007) tem intervenções do cantor Bobby Brown (em Real Love), de Romika (na balada Still Hurts) e de músicos do grupo Velvet Revolver (em Kissed It). Beauty in the World é o primeiro single do álbum produzido pela própria Macy Gray, em Los Angeles (EUA), ao longo de 2009. Eis as músicas de The Sellout:
1. The Sellout
2. Lately
3. Kissed It (com Velvet Revolver)
4. Still Hurts (com Romika)
5. Beauty in the World
6. Help me
7. Let You Win
8. That Man
9. Stalker
10. Real Love (com Bobby Brown)
11. On & On
12. The Comeback

Exalta põe inéditas entre hits de Lulu e Marisa

Grupo que se formou em 1986 em São Bernardo do Campo (SP), Exaltasamba resiste ao fim da febre do pagode e se prepara para festejar seus 25 anos com turnê nacional que vai se estender pelo ano de 2011. A turnê vai promover o DVD e o CD ao vivo que vão ser gravados em 5 de junho de 2010 em apresentação do grupo no estádio dos Palmeiras, em São Paulo (SP). O roteiro apresenta 16 inéditas entre regravações de hits de Lulu Santos (Toda Forma de Amor) e Marisa Monte (Bem que se Quis). Eis o repertório do DVD, que já tem lançamento programado para outubro pela EMI Music:
1. Caminho sem Amor (Thiaguinho e Cláudio Bonfim) - inédita
2. Bem que se Quis (Giuseppe Daniele em versão de Nelson Motta)
3. É no Pagode (Délcio Luiz e Leandro Lehart)
4. Viver sem ti (Thiaguinho) - inédita
5. É Problema Meu (Sandro Coelho)
6. Toda Forma de Amor (Lulu Santos)
7. Falando Segredo (Evandro Art e Vagner)
8. Fugidinha (Thiaguinho e Rodriguinho) - inédita
9. Uma Carta pra Deus (Carlos Caetano e Xande de Pilares) - inédita
10. Não Seria Justo (Thiaguinho) - inédita
11. Não Dá Mais (Thiaguinho, Pezinho e Carica) - inédita
12. Hoje Tem (Thiaguinho e Rodriguinho) - inédita
13. Minha Razão (Thiaguinho e Pezinho) -inédita
14. Um Minuto (Oscar Tintel) - inédita
15. Pra que Chorar? (Thiaguinho e Cláudio Bonfim) - inédita
16. A Gente Faz a Festa (Thiaguinho e Pezinho) - inédita
17. Aceita, Paixão
(Thiaguinho e Gabriel Barriga) - inédita
18. Fase Ruim (Thiaguinho, Péricles e Cláudio Bonfim) - inédita
19. Não Tem Hora Nem Lugar (Thiaguinho e Rodriguinho)
20. Tô Dentro, Tô Fora (Waguinho)
21. Quero Ter Você (Péricles) - inédita
22. Tá Vendo Aquela Lua? (Thiaguinho e Pezinho) - inédita
23. Para de Falar Tanta Besteira (Thiaguinho e Rodriguinho) - inédita
24. Virei a Mesa (Thiaguinho e Rodriguinho)

18 de maio de 2010

Santos canta Neil Young em reggae com Taviani

Em seu terceiro disco solo, Waiting on a Friend, lançado esta semana pelo selo carioca Discobertas, o baixista do grupo Barão Vermelho, Rodrigo Santos, interpreta somente músicas em inglês feitas por compositores como Bob Dylan (Positively 4th Street), John Lennon (Life Begins at 40), Paul McCartney (Did We Meet Somewhere Before), Gilberto Gil (It's Good to Be Alive) e Caetano Veloso (You Don't Know me), entre outros. Companheiro de Rodrigo no Barão Vermelho, Frejat figura na faixa-título, Waiting on a Friend, da lavra de Mick Jagger com Keith Richards. Zé Ramalho é o convidado de Just for Today, de George Harrison. Já Isabella Taviani - vista com Rodrigo Santos no estúdio na foto de Marcelo Fróes, idealizador do projeto - divide com o anfitrião a gravação de Helpless em ritmo de reggae. Tema de Neil Young, Helpless aparece também no disco em lento registro-bônus, feito somente por Rodrigo com mais fidelidade à gravação original do autor. A propósito, a capa de Waiting on a Friend paradoia a de Comes a Time, bom álbum lançado por Neil Young em 1978.

José situa Villeroy entre a bossa, o pop e o Sul

Resenha de CD
Título: José
Artista: Antonio Villeroy
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * 1/2

A despeito de já contabilizar seis títulos em discografia solo iniciada em 1991, Antonio Villeroy ainda é (muito) mais conhecido na mídia como o compositor que fornece hits para Ana Carolina, de quem virou parceiro habitual. Status que não deverá ser alterado por José, o álbum de inéditas que o artista gaúcho está lançando neste mês de maio de 2010 pela gravadora Biscoito Fino. Aliás, uma balada assinada por Villeroy com Ana, Aqui, reaparece elegante, embalada num arranjo leve que faz com que o registro do autor seja superior ao feito pela cantora em 2006 para o disco duplo Dois Quartos. A questão é que Villeroy não é um intérprete sedutor. Um e Dois, por exemplo, destaque da mediana safra autoral de José, pede uma voz mais imponente - como a da própria Ana - para que fique explicitada sua vocação de canção (pop)ular talhada para o sucesso. Contudo, José é CD produzido com bom acabamento harmônico que situa Villeroy entre a bossa, o pop confessional e o Sul. A ambiência bossa-novista salta logo aos ouvidos em faixas como Recomeço - na qual figura Maria Gadú, a voz da vez - e Quem Eu Quero Bem. O Sul natal é evocado através do acordeom que pontua a milonga Velas pra Todos os Santos, da suingante regravação de Felicidade - canção embebida em melancolia pelo compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) - e dos versos em espanhol de El Guión, inspirada parceria de Villeroy com Don Grusin e o fiel companheiro conterrâneo e contemporâneo Bebeto Alves. Entre o Sul e a bossa carioca, José agrega Teresa Cristina e o gaitista Gabriel Grossi, convidados de A Flor que Eu te Dei. Mas nem com Teresa a faixa desabrocha. Como bem conceitua o poeta Francisco Bosco no elogioso texto em que apresenta o trabalho produzido por Villeroy com o guitarrista Torcuato Mariano, José é disco urdido em tons menores. Ainda que uma ou outra faixa, como Ouro, persiga tom maior, com seus versos quase épicos. José refina o som de Villeroy sem arrebatar.

Som fino do Coletivo valoriza o CD 'Copacabana'

Resenha de CD
Título: Copacabana
Artista: Fino Coletivo
Gravadora: Oi Música
Cotação: * * *

Fino Coletivo era um octeto carioca que debutou em 2007 no mercado fonográfico com CD superestimado pela crítica. Três anos depois, o grupo - agora reduzido a um sexteto, mas com o reforço do tecladista Donatinho, já efetivado na banda - volta ao disco com Copacabana, álbum em que explicita sua carioquice em repertório que presta reverências a Jorge Ben Jor em A Coisa Mais Linda do Mundo (Alvinho Cabral) e, sobretudo, em Ai de mim (Alvinho Lancellotti e Djalma D'Ávila). Os grooves espertos sustentam o disco e pairam acima das vozes do Coletivo (todas opacas) e das próprias músicas (de safra irregular). Os sopros bem arranjados por Marlon Sette para Fidelidade (de Adriano Siri com Alvinho Lancellotti), por exemplo, dão suingue envolvente a esse suposto samba-canção. Os teclados de Donatinho também saltam aos ouvidos ao longo das 14 faixas e contribuem decisivamente para moldar a antenada sonoridade contemporânea que valoriza Copacabana - cujo título se vale do miscigenado bairro carioca para evocar a mistura de sons que pauta o disco. Dentro dessa babel dançante, o ponto mais alto é Bravo Mar, bela música de Ivor Lancellotti e Domenico Lancellotti que remete ao xote, ritmo nordestino também evocado em outro destaque do repertório, Minha Menina Bonita, da lavra de outro Lancellotti, Alvinho. Entre o rap inserido por De Leve em Abalando Geral (parceria do rapper com Adriano Siri) e releitura deliciosa de Nhém Nhém Nhém (do cabra Totonho), o Coletivo investe no samba pop dos Novos Baianos, regravando Swing de Campo Grande (Paulinho, Moraes Moreira e Galvão) sem marcar touca - como diz a letra. Enfim, a fina sonoridade do grupo ergue Copacabana em passeio de tons universais por Rio e Nordeste. Não é genial, mas é bacana.

Leny acerta o exato tom do bolero em Alma Mía

Resenha de CD
Título: Alma Mía
Artista: Leny Andrade
Gravadora: Fina Flor
Cotação: * * * *

Por ser gênero carregado de intensas paixões, o bolero é ritmo que joga cantoras na vala do sentimentalismo ralo. Mesmo sob a firme batuta de Armando Manzanero, Joanna - por exemplo - roçou o brega ao abordar o gênero em Intimidad (1998). Pecado não cometido por Nana Caymmi no luxuoso Sangre de mi Alma (2000). Já Leny Andrade passa longe da cafonice em Alma Mía, CD em que se vale de sua categoria vocal e de sua vivência no México - onde morou de 1966 a 1971 - para interpretar 14 boleros de boa cepa. Na verdade, são 13 boleros, pois El Día que me Quieras (Carlos Gardel e Alfredo Le Pera) - o tema que abre o disco em versão arrebatadora - é tango que se transmutou em bolero ao longo dos tempos. Quem conduz Leny no passeio sem erros pelo passional gênero nascido ainda no século 19 é o pianista Fernando Merlino, produtor do disco e autor dos arranjos urdidos com dose exata de sopros e cordas. O piano de Merlino sobressai em alguns registros, em especial no de Entonces (Arturo Castro), faixa de clima meio esfumaçado cuja introdução dispõe as cordas de forma inusitada em discos do gênero. Já Una Mañana é bolero temperado com leve molho cubano. A embalagem é refinada, mas a sofisticação maior reside no canto de Leny. Com a voz em forma, a intérprete acerta o tom exato de temas como Sabra Díos (Alvaro Carrillo), Vete de mi (Virgilio Expósito e Homero Expósito), Como Fue (Ernesto Duarte), Mía (Armando Manzanero), Nosotros (Pedro Junco) e Te me Olvidas (Vicente Garrido). Mesmo distante dos improvisos do habitual universo do samba-jazz, a cantora insere apropriados scats ao fim de Lluvia en la Tarde (Arturo Castro) sem trair o clima apaixonado do disco. E vale ressaltar que a seleção é interessante porque prioriza boleros menos batidos. O único senão do disco é uma certa linearidade reiterada à medida em que avançam as 14 faixas. O que não empana o brilho e o valor deste Alma Mía. Leny Andrade põe sua voz e sua alma brasileira - mas apegada ao México neste belo CD - a serviço de um gênero que vai sempre resistir ao tempo porque fala direto aos corações.

Tom Jones vai lançar álbum de 'covers' em julho

Tom Jones se prepara para lançar disco de covers. Nas lojas a partir de 26 de julho de 2010, Praise and Blame foi pilotado por Ethan Johns, produtor que já trabalhou com o grupo Kings of Leon e com o cantor Rufus Wainwright. O cantor galês transita pelas searas de Bob Dylan (What Good I Am), John Lee Hooker (Burning Hell) e Susan Werner (Did Trouble me), entre outros artistas.

17 de maio de 2010

Gadú faz seu primeiro registro ao vivo em julho

Maria Gadú agendou para 29 de julho o primeiro registro ao vivo de sua carreira fonográfica. A cantora - vista neste post em foto de Rogério Rezende - vai gravar DVD e CD ao vivo em apresentação no Credicard Hall, em São Paulo (SP). A base é o show com que a artista promove seu primeiro álbum, Maria Gadú (Som Livre, 2009), mas o roteiro vai incluir algumas músicas inéditas na voz da intérprete de Shimbalaiê. Gadú vai receber alguns convidados.

Dupla de reggaeton vai gravar com Ivete em NY

Natural de Porto Rico, a dupla Wisin & Yandel é mais um nome internacional confirmado na gravação do CD e DVD Multishow ao Vivo - Ivete Sangalo no Madison Square Garden, programada para 4 de setembro de 2010, em Nova York (EUA). Wisin & Yandel são populares dentro do gênero conhecido como reggaeton. A dupla aderiu a time que já conta com o colombiano Juanes, o britânico James Morrison e o brasileiro Seu Jorge - por enquanto.

Diogo adia para julho segunda gravação ao vivo

Por conta da pendenga judicial que envolve o Canecão (RJ) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Diogo Nogueira decidiu adiar para julho a gravação ao vivo que iria realizar na casa de shows em 27 de maio de 2010. Apesar de liminar expedida na noite de sexta-feira, 14 de maio, ter ordenado a reabertura do Canecão, o cantor preferiu manter o adiamento. Em data e local ainda incertos, Diogo - visto no post em foto de Guto Costa - vai gravar seu segundo DVD e CD ao vivo em show que apresentará quatro músicas inéditas no roteiro. Haverá também duetos com convidados cujos nomes estão sendo mantidos em sigilo. De início, haveria somente duas participações na gravação, mas por ora o número de convidados do show passou para quatro.

CPM grava em junho sucessor de 'Cidade Cinza'

O grupo CPM 22 se programou para entrar em estúdio em junho de 2010 para começar efetivamente a gravar seu sexto álbum de inéditas, sucessor de Cidade Cinza (2008). Trata-se do primeiro CD da banda após a ruptura com o produtor Rick Bonadio. A ideia é gravar o disco em junho para lançá-lo em agosto ou setembro. Para viabilizar o lançamento, o CPM 22 vai negociar a distribuição do álbum com um selo. O CD já está em pré-produção desde 2009.

16 de maio de 2010

Câncer tira de cena Ronnie Dio, ícone do metal

Um câncer de estômago - diagnosticado em 2009 - fez Ronnie James Dio (1942 - 2010) sair definitivamente de cena neste domingo, 16 de maio de 2010, quase aos 68 anos. Ícone do heavy metal, Ronald James Padavona era norte-americano, mas adotou o sobrenome Dio por ser descendente de italianos. Dio começou a ganhar projeção profissional nos anos 70 como integrante dos grupos Elf e Rainbow. Essa visibilidade se ampliou a partir de 1980, ano em que ele assumiu o posto de vocalista do Black Sabbath com a deserção de Ozzy Osbourne. Com o Sabbath, ele gravou os álbuns Heaven and Hell (1980), Mob Rules (1981) e Live Evil (1982). Em 1983, ao romper com os colegas do Sabbath, Dio iniciou carreira solo. Mas se reuniu com os antigos companheiros de banda em 2007 e mudou o nome do grupo para Heaven and Hell. Com esse grupo rebatizado, Dio lançou em 2009 o disco The Devil You Know, último título de obra fiel ao metal.

Banda sustenta viagens de Vercillo em 'D.N.A.'

Resenha de show
Título: D.N.A.
Artista: Jorge Vercillo (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 15 de maio de 2010
Cotação: * * * 1/2
O show D.N.A. é viagem pop pelo particular universo musical de Jorge Vercillo. A salutar brasilidade do espetáculo anterior do cantor - Todos Nós Somos Um, que estreou em abril de 2008 com inspiração no CD homônimo lançado em novembro de 2007 - se dilui neste novo show, ainda que o roteiro agregue um samba filosófico, Verdade Oculta, embalado no palco em formato (quase) tradicional. Vercillo soa menos brasileiro sem perda substancial da densidade conquistada em seu álbum anterior, que rendeu um hit tardio, a ótima balada Deve Ser, providencialmente alocada no roteiro e no atual disco (como faixa-bônus) por ter sido veiculada em escala nacional na trilha sonora da recém-terminada novela Viver a Vida. Antes tarde do que nunca, pois Deve Ser é bonita!!!
Com roteiro que agrega músicas de todos os álbuns do artista, o show segue com fidelidade a rota traçada pelo recém-lançado CD D.N.A. - o primeiro do cantor na gravadora Sony Music. Dentro da viagem filosófica, que embute questões transcendentais e até místicas, é inegável a beleza de Há de Ser, a balada gravada por Vercillo no disco com Milton Nascimento. Impressiona também o fato de o fã-clube fiel já estar cantando a maioria das músicas do CD que mal chegou às lojas. E, pela reação popular, já dá para perceber que Arco-Íris (Jorge Vercillo e Filó Machado) se insinua como provável segundo single tão logo se esgote o curto fôlego promocional de Me Trasformo em Luar. Em contrapartida, a afro Quando Eu Crescer perde impacto sem o coro angolano do álbum.
As questões filosóficas propostas pelo CD D.N.A. se esvaziam na atmosfera pop do palco, mas propiciam a citação de versos de músicas de Caetano Veloso - Um Índio (1976) e Terra (1978) - e a inclusão de temas afins como como Invisível. Puxar a capella o refrão de Terra é efeito que dá resultado. E, citações à parte, o fato é que a superbanda arregimentada para o show D.N.A. - formada por Bernardo Bosisio (guitarra e violões), André Neiva (baixo), Glauton Campello (teclados), Claudio Infante (bateria), Orlando Costa (percussão), Jessé Sadoc (trompete) e Glauco Fernandes (violino) - sustenta Vercillo em suas viagens musicais. Suporte evidenciado no arranjo progressivo de Fênix (Vercillo e Flávio Venturini), herdado do show anterior, que abre espaço para solos da bateria de Infante e da guitarra de Bosisio. Em Fênix, aliás, Vercillo exercita seus dotes vocais ao arriscar um falsete - recurso bisado em Quem É Você, a boa surpresa do roteiro. Trata-se do tema do compositor e pianista de jazz norte-americano Lyle Mays que foi lançado no Brasil por Zizi Possi com letra em português do também pianista Luiz Avellar. Quem É Você dá outro colorido a um roteiro excessivamente autoral. Composições como o samba Toda Espera (lançado por Vercillo no álbum Todos Nós Somos Um) e o reggae Himalaia (do segundo álbum do artista, Em Tudo que É Belo, de 1996) se dispersam no repertório do show D.N.A. e passam despercebibos - ainda que Himalaia até renda apropriado link temático com o hit que o segue, Homem-Aranha. Mas tais dispersões e costuras talvez nem sejam percebidas pelo público feminino que faz coro espontâneo em Ela Une Todas as Coisas e em Encontro das Águas. Este primeiro hit de Vercillo é praticamente entoado a capella pelo público - um afago do ídolo (que se cala para o público cantar) no ego do fã-clube que não o abandonou quando ele deixou de seguir a cartilha radiofônica para renovar sua música. Aliás, no fim dançante, eles, os hits das rádios, reaparecem para elevar a temperatura do show. Claro que Vercillo recorda Que Nem Maré e Final Feliz - este já no bis que termina morno com lembranças inadequadas (para o momento) de Penso em ti e Mandala. Enfim, Vercillo imprime sua identidade em D.N.A. e, para seu público, a viagem tem destino certo e feliz.

Ninah impressiona na estreia carioca de D.N.A.

Cantora paranaense radicada no Rio de Janeiro (RJ), Ninah Jo foi a boa surpresa da estreia carioca do novo show de Jorge Vercillo, D.N.A., apresentado na casa Vivo Rio (RJ) na noite de sábado, 15 de maio de 2010. Convidada a entrar em cena com elogios do anfitrião, Jo interpretou a balada Memória do Prazer (parceria do cantor com sua mulher, Gabriela Vercillo), bisando no palco o duo feito no recém-lançado disco de estúdio homônimo do show. Na sequência, Ninah reiterou suas qualidades vocais - afinação, boa emissão e emoção em dose exata - ao dividir com Vercillo outra balada, Devaneio, lançada pelo autor em seu anterior álbum de estúdio, Todos Nós Somos Um (2007). Deixou boa impressão!!

Vercillo cita Caetano no roteiro do show 'D.N.A.'

Música do compositor e pianista de jazz norte-americano Lyle Mays, letrada em português por Luiz Avellar e gravada por Zizi Possi no álbum Valsa Brasileira (2004), Quem É Você figura no roteiro do novo show de Jorge Vercillo, D.N.A., apresentado na noite de sábado, 15 de maio de 2010, na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). Vercillo - visto no post em fotos de Mauro Ferreira - também inseriu versos de Um Índio e Terra, músicas de Caetano Veloso, no repertório (quase) inteiramente autoral. Eis o roteiro seguido por Vercillo na estreia carioca da turnê do show D.N.A.:
1. Caso Perdido (Jorge Vercillo e Max Viana)
2. Deve Ser (Jorge Vercillo e Dudu Falcão)
3. Verdade Oculta (Jorge Vercillo)
- com citação de Um Índio (Caetano Veloso)
4. Fênix (Jorge Vercillo e Flávio Venturini)
- com citação de Terra (Caetano Veloso)
5. Invisível (Jorge Vercillo)
6. Há de Ser (Jorge Vercillo)
7. Ela Une Todas as Coisas (Jorge Vercillo e Jota Maranhão)
8. Arco-Íris (Jota Vercillo e Filó Machado)
9. Toda Espera (Jorge Vercillo)
10. Memória do Prazer (Jorge Vercillo e Gabriela Vercillo)
11. Devaneio (Jorge Vercillo)
12. Quando Eu Crescer (Jorge Vercillo - versos em kimbundo de Filipe Mukenga)
13. Monalisa (Jorge Vercillo)
14. O Que Eu Não Conheço (Jorge Vercillo e Jota Velloso)
15. Encontro das Águas (Jorge Vercillo e Jota Maranhão)
16. Quem É Você (Lyle Mays e Luiz Avellar)
17. Me Transformo em Luar (Jorge Vercillo)
18. Himalaia (Jorge Vercillo e Paulo César Feital)
19. Homem-Aranha (Jorge Vercillo)
20. Que Nem Maré (Jorge Vercillo)
Bis:
21. Final Feliz (Jorge Vercillo)
22. Penso em ti (Jorge Vercillo)
23. Mandala (Jorge Vercillo e Torcuato Mariano)

Chico César voa bem alto na asa de João do Vale

Resenha de show
Título: Na Asa do Vento
- João do Vale Cantado e Contado
Artista: Chico César, Teresa Cristina e Pedra Lispe
(com intervenções do ator Flávio Buaraqui)
Local: Teatro Nelson Rodrigues - Caixa Cultural RJ
Data: 15 de maio de 2010
Cotação: * * * *
Em cartaz até domingo, 16 de maio de 2010

João do Vale (1933 - 1996) foi sertanejo forte que driblou com bravura suas limitações sociais e construiu obra militante que denunciou injustiças ao mesmo tempo em que exercitou a verve maliciosa do ritmos nordestinos, em especial o xote e o baião. A riqueza e a poesia popular do cancioneiro maranhense saltam aos ouvidos no oportuno show Na Asa do Vento, idealizado para reverenciar a obra e a figura de Vale. Em cena, sob a direção teatral da atriz Inez Viana e sob a batuta musical do grupo carioca Pedra Lispe, os cantores Chico César e Teresa Cristina passeiam pela obra de Vale entre boas intervenções cênicas do ator Flávio Bauraqui, que encarna Vale e diz, na primeira pessoa, textos que revelam muito da personalidade e da ideologia firme do autor de Carcará. De quebra, Bauraqui defende Ouricuri (Segredos do Sertanejo) de forma tão convincente que foi ovacionado pelo ávido público que disputou até ingressos na concorrida estreia do show no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 15 de maio de 2010. Dez!!
Bauraqui brilha em suas intervenções, mas é Chico César quem voa mais alto na asa da música de Vale. Presença infelizmente já rara nos palcos cariocas, Chico rouba a cena com sua vivacidade desde o momento em que adentra o palco, com dança arretada, para cantar Sanharó Tambô (João do Vale e Luiz Guimarães, 1963), baião que incorpora a pulsação do tambor-de-crioula típico do Maranhão. Na sequência, com a mesma eletricidade, o artista entra na festa de Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley, 1970) e acompanha o ritmo corrido de Maria Filó (João do Vale e Luiz Vieira, 1956). Talvez pela intimidade com a cultura musical nordestina, Chico se mostre totalmente à vontade para encarar músicas como Carcará (João do Vale e José Cândido, 1965) e conquiste de imediato o público com presença e desenvoltura que ainda faltam ao canto e à figura terna de Teresa Cristina. Isso fica evidente nos duetos maliciosos em Pipira (João do Vale e José Batista, 1962) e Peba na Pimenta (João do Vale, José Batista e Adelino Rivera, 1957). Juntos, Chico e Teresa fazem um jogo teatral que é dominado por ele. Teresa vem mostrando nítida evolução em cena (progresso atestado por seu primoroso recém-lançado DVD Melhor Assim), mas ainda não tem a verve necessária para brincar em cena. Rita Ribeiro, maranhense como João do Vale, seria intérprete mais talhada para jogar com Chico. Ainda assim, Teresa alcança bons momentos no tributo ao cair no samba em A Voz do Povo (João do Vale e Luiz Vieira, 1965), ao iluminar Estrela Miúda (João do Vale e Luiz Vieira, 1953), ao realçar o tom lamentoso da toada Passarinho (João do Vale e José Lunguinho, 1979) - número alternado com passagens de maior vivacidade rítmica - e ao embarcar no ritmo do xote De Teresina a São Luís (1962), uma das históricas parcerias de João do Vale com Luiz Gonzaga (1912 - 1989) creditadas a Helena Gonzaga, mulher do Rei do Baião. Com ternura, a cantora brilha especialmente em Na Asa do Vento, mas é inegável que o voo mais alto em torno da obra de João do Vale é feito por Chico César. Comparação à parte, o show-tributo é gracioso, tem teatralidade e cumpre sua função de não deixar o povo esquecer a música valiosa desse poeta João.

Chico e Teresa dão voz a Vale, um poeta do povo

Sob a direção teatral da atriz Inez Viana, Chico César - presença já bissexta em palcos cariocas - e Teresa Cristina estão dando voz ao repertório de João do Vale (1933 - 1996), o resistente compositor maranhense que forneceu clássicos como Pisa na Fulô e O Canto da Ema para a música brasileira. O inusitado encontro de Chico e Teresa - vistos neste post em fotos de Mauro Ferreira - acontece no ótimo show Na Asa do Vento - João do Vale Cantado e Contado, que aborda a obra do autor de Peba na Pimenta com a base musical do grupo Pedra Lispe e com intervenções cênicas do ator Flávio Bauraqui. O show estreou no Rio de Janeiro (RJ) na noite de sábado, 15 de maio de 2010, no Teatro Nelson Rodrigues, na Caixa Cultural RJ, onde fica em cartaz somente até domingo, 16 de maio. Eis o roteiro do oportuno tributo ao bravo João do Vale:
1. Minha História (João do Vale e Raymundo Evangelista) - 1960 - João do Vale (voz e imagem no telão)
2. A Voz do Povo (João do Vale e Luiz Vieira) - 1965 - Teresa Cristina
3. Passarinho (João do Vale e José Lunguinho) - 1979 - Teresa Cristina
4. Estrela Miúda (João do Vale e Luiz Vieira) - 1953 - Teresa Cristina
5. Sanharó Tambô (João do Vale e Luiz Guimarães) - 1963 - Chico César
6. Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley) - 1970 - Chico César
7. Maria Filó (João do Vale e Luiz Vieira) - 1956 - Chico César
8. Ouricuri (Segredos do Sertanejo) (João do Vale e José Cândido) - 1958 - com Flávio Bauraqui
9. De Teresina a São Luís (João do Vale e Luiz Gonzaga) - 1962 - Teresa Cristina
10. Pisa na Fulô (João do Vale, Ernesto Pires e Silveira Jr.) - 1957 - Chico César
11. Pipira (João do Vale e José Batista) - 1962 - Chico César com Teresa Cristina
12. Na Asa do Vento (João do Vale e Luiz Vieira) - 1956- Teresa Cristina
13. Pé do Lajeiro (João do Vale, José Cândido e Paulo Rodrigues de Melo) - 1957 - com Teresa Cristina
14. Carcará (João do Vale e José Cândido) - 1965 - Chico César
15. O Canto da Ema (João do Vale, Ayres Vianna e Alventino Cavalcante) - 1957 - Chico César
16. Peba na Pimenta (João do Vale, José Batista e Adelino Rivera) - 1957 - Chico César e Teresa Cristina
Bis:
17. Pisa na Fulô (João do Vale, Ernesto Pires e Silveira Jr.) - 1957 - Chico César, Flávio Bauraqui (dança) e Teresa Cristina