4 de outubro de 2010

Comité conduz Abrunhosa ao rock em 'Longe'

Resenha de CD
Título: Longe
Artista: Pedro Abrunhosa e Comité Caviar
Gravadora: Universal Music (Portugal)
Cotação: * * * 1/2

Em Longe, seu sexto álbum de estúdio, o primeiro desde Luz (2007), o cantor e compositor português Pedro Abrunhosa pega a estrada do rock, conduzido pelo Comité Caviar, o azeitado grupo que ocupa bem o posto que até então era do Bandemónio. Ainda inédito no Brasil, Longe é um disco que tem pegada e que desvia Abrunhosa da trilha baladeira de trabalhos anteriores. Ao abrir o CD, Rei do Bairro Alto já sinaliza o tom urgente e enérgico que pontua este disco de pulsação roqueira. Mesmo as baladas, como Pode o Ceú Estar Tão Longe, têm lá sua força. "Estás tão perdido agora / Tens um caminho, mas preferes estar fora / Parecia fácil, mas os dias não têm rede / Diz como te sentes entre a espada e a parede", canta Abrunhosa no tema Entre a Espada e a Parede, exemplo da consistência das letras. As guitarras dominam o disco - como evidente na funkeada Durante Toda a Noite - sem impedir que Longe soe eventualmente pop, como em Fazer o que Ainda Não Foi Feito, faixa de encaixe fácil nas paradas. No entanto, por mais que acene para o mercado, Longe é disco bastante denso e eventualmente até sombrio (a exemplo da balada Não Desistas de mim) que confirma Abrunhosa como um dos compositores ainda interessantes da cena pop lusitana e ainda perto do ápice criativo.

6 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Em Longe, seu sexto álbum de estúdio, o primeiro desde Luz (2007), o cantor e compositor português Pedro Abrunhosa pega a estrada do rock, conduzido pelo Comité Caviar, o azeitado grupo que ocupa bem o posto que até então era do Bandemónio. Ainda inédito no Brasil, Longe é um disco que tem pegada e que desvia Abrunhosa da trilha baladeira de trabalhos anteriores. Ao abrir o CD, Rei do Bairro Alto já sinaliza o tom urgente e enérgico que pontua este disco de pulsação roqueira. Mesmo as baladas, como Pode o Ceú Estar Tão Longe, têm lá sua força. "Estás tão perdido agora / Tens um caminho, mas preferes estar fora / Parecia fácil, mas os dias não têm rede / Diz como te sentes entre a espada e a parede", canta Abrunhosa no tema Entre a Espada e a Parede, exemplo da consistência das letras. As guitarras dominam o disco - como evidente na funkeada Durante Toda a Noite - sem impedir que Longe soe eventualmente pop, como em Fazer o que Ainda Não Foi Feito, faixa de encaixe fácil nas paradas. No entanto, por mais que acene para o mercado, Longe é disco bastante denso e eventualmente até sombrio (a exemplo da balada Não Desistas de mim) que confirma Abrunhosa como um dos compositores ainda interessantes da cena pop lusitana e ainda perto do ápice criativo.

4 de outubro de 2010 às 11:38  
Blogger Denilson Santos said...

Adorei a capa.

Nada como um bom projeto gráfico, saindo do óbvio modelo "retrato do artista enquanto pose".

abração,
Denilson Santos

4 de outubro de 2010 às 13:02  
Blogger Maurette said...

Mauro, essa crítica do cd do Pedro Abrunhosa é muito interessante, porque na verdade a dita "música popular portuguesa", que tem vitalidade e vários artistas muito refinados, praticamente não chega aqui. Minha pergunta é: você conhece a obra de Jorge Palma? Terei enorme prazer em dialogar contigo sobre isso, porque sou uma grande entusiasta do trabalho dele. Jorge Palma estaria, a meu ver, num patamar próximo de Chico, Caetano, Ivan Lins - pela densidade,força e variedade de uma obra produzida em quase 40 anos de carreira. É distinto da vertente do Abrunhosa, mas tem também seu lado pop, embora o cerne da obra seja mais consistente. Se quiser, estou às ordens. Conheço bastante o trabalho e o Jorge também. Pode me deixar mensagem em http://jornalistico.blogspot.com.
Abraço
Maurette

4 de outubro de 2010 às 16:27  
Blogger Carlos Lopes said...

Abrunhosa! É, não tenho dúvidas, um péssimo cantor e um músico sofrível. Como se não bastasse, é (ou melhor, gostaria de ser) um pretenso intelectual de pacotilha. Compositor vulgar e sem voz, Abrunhosa é um fenómeno: vende e tem uma legião de fãs, embora em plano decrescente. Não vale minimamente a pena.

5 de outubro de 2010 às 09:14  
Blogger Carlos Lopes said...

O meu aplauso para o que escreveu Maurette: Jorge Palma é o melhor músico português. Grande mesmo!

5 de outubro de 2010 às 09:16  
Blogger Eulalia Moreno said...

Olá Mauro
Mais uma vez obrigada por referir nesse seu tão conceituado espaço mais um trabalho sobre a poesia e música d´além-mar onde Pedro Abrunhosa destaca-se como um dos grandes.
Abraço
Eulalia

6 de outubro de 2010 às 17:37  

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