14 de agosto de 2010

'Retirante' reconta pré-história de Gil em disco

No início de 1966, procurando se estabelecer como compositor em São Paulo (SP), Gilberto Gil gravou fita demo de voz e violão na editora musical Arlequim com 18 músicas, algumas compostas ainda na Bahia. O registro desse repertório seminal - que inclui músicas até hoje inéditas como o sambossa A Última Coisa Bonita (1963), Retirante (1964), o samba Me Diga, Moço (1964) e Rancho da Boa Vinda (1966) - chega pela primeira vez ao disco no álbum duplo Retirante, idealizado por Marcelo Fróes - sob a supervisão de Gilberto Gil - e editado neste mês de agosto de 2010 pelo selo Discobertas. Retirante reúne em dois CDs 31 gravações feitas por Gil entre 1962 e 1966 antes de sua explosão nacional com o LP Louvação, editado em 1967 no rastro da semente tropicalista que já começava a se espalhar pelo mundo da música naquele ano. Além da fita demo da Arlequim, a compilação reapresenta as oito gravações feitas por Gil em Salvador (BA), entre 1962 e 1963, na gravadora JS Discos. Embora tenham alto valor documental, estas oito gravações já foram disponibilizadas em CD em 2002 na coletânea Salvador, 1962 - 1963, incluída na caixa Palco e posteriormente editada de forma avulsa. Para quem desconhece tais registros, Gil debutou em disco como cantor num 78 rotações por minuto de 1962 que trazia dois temas de Everaldo Guedes. Povo Petroleiro é hilário jingle da Petrobrás, empresa da qual Guedes era funcionário. No labo B, havia a marchinha Coça, Coça, Lacerdinha. Na sequência, já em 1963, a JS Discos editou compacto duplo do cantor, Gilberto Gil, sua Música, sua Interpretação - cuja capa (vista acima) foi reaproveitada em Retirante. Compõe este naipe de músicas autorais Serenata do Teleco-Teco (tentativa curiosa de juntar o balanço do samba ao universo da seresta), a sofrida Maria Tristeza, o samba sincopado Vontade de Amar e a seresteira Meu Luar, Minhas Canções. No encarte de 16 coloridas páginas, Marcelo Fróes reconstitui os primeiros passos de Gilberto Gil na música, todos repisados nesta coletânea dupla que reconta a pré-história fonográfica do artista.

7 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

No início de 1966, procurando se estabelecer como compositor em São Paulo (SP), Gilberto Gil gravou uma fita demo de voz e violão na editora musical Arlequim com 18 músicas, algumas compostas ainda na Bahia. O registro seminal desse repertório - que inclui músicas até hoje inéditas como o sambossa A Última Coisa Bonita (1963), Retirante (1964) e o samba Me Diga, Moço (1964) - chega pela primeira vez ao disco no álbum duplo Retirante, idealizado por Marcelo Fróes - sob a supervisão de Gilberto Gil - e editado neste mês de agosto de 2010 pelo selo Discobertas. Retirante reúne em dois CDs 31 gravações feitas por Gil entre 1962 e 1966 antes de sua explosão nacional com o LP Louvação, editado em 1967 no rastro da semente tropicalista que já começava a se espalhar pelo mundo da música naquele ano. Além da fita demo da Arlequim, a compilação reapresenta as oito gravações feitas por Gil em Salvador (BA), entre 1962 e 1963, na gravadora JS Discos. Embora tenham alto valor documental, estas oito gravações já foram disponibilizadas em CD em 2002 na coletânea Salvador, 1962 - 1963, incluída na caixa Palco e posteriormente editada de forma avulsa. Para quem desconhece tais registros, Gil debutou em disco como cantor num 78 rotações por minuto de 1962 que trazia dois temas de Everaldo Guedes. Povo Petroleiro é hilário jingle da Petrobrás, empresa da qual Guedes era funcionário. No labo B, havia a marchinha Coça, Coça, Lacerdinha. Na sequência, já em 1963, a JS Discos editou compacto duplo do cantor, Gilberto Gil, sua Música, sua Interpretação - cuja capa (vista acima) foi reaproveitada em Retirante. Compõe este naipe de músicas autorais Serenata do Teleco-Teco (tentativa curiosa de juntar o balanço do samba ao universo da seresta), a sofrida Maria Tristeza, o samba sincopado Vontade de Amar e a seresteira Meu Luar, Minhas Canções. No encarte de 16 coloridas páginas, Marcelo Fróes reconstitui os primeiros passos de Gilberto Gil na música, todos repisados nesta coletânea dupla que reconta a pré-história fonográfica do artista.

14 de agosto de 2010 às 10:30  
Anonymous Anônimo said...

Maravilha!!! Gil é SEMPRE bem-vindo!

14 de agosto de 2010 às 12:00  
Anonymous Anônimo said...

idéia muito boa, mas com um título de muito mau gosto.

14 de agosto de 2010 às 22:13  
Anonymous Anônimo said...

Aê Mauro, a minha matemática sofreu com sua resenha, um tanto apressada! Você fala de 31 faixas, mas vejo na pré-venda que o disco tem na verdade 32 faixas. Você fala sobre as 8 faixas iniciais e sobre a fita demo de 18 faixas, mas deixa de falar sobre o que mais existe no CD duplo. Quais são as 6 outras???

15 de agosto de 2010 às 14:11  
Anonymous Anônimo said...

Gil é sempre Gil, com certeza...mas essa capa achei que poderiam fazer uma bem melhor, à altura do famoso e talentoso Gil!!!

15 de agosto de 2010 às 15:32  
Anonymous Henrique Reis said...

Sem dúvida o pesquisador Marcelo Froés é muito competente e realiza um trabalho de “arqueologia” fonográfica realmente importante. Mas o ineditismo atribuído a esse projeto é meio “paraguaio”, já que as canções “Retirante” e “Me Diga Moço” já foram apresentadas ao público no filme de curta-metragem “Roda & Outras Estórias” (um vídeo-clipe pré-histórico), realizado em 1965, pelo diretor Sergio Muniz, nele aparecem entre outras as músicas “Retirante” com o título de “Eu Vou Voltar” e “Me Diga Moço” com o título de “Ô Seu Moço”. Esse filme foi recentemente lançado em DVD no Box Projeto Tomaz Farkas, da produtora Vídeo-Filmes. Já as músicas “Rancho da Boa Vinda” e “A Última Coisa Bonita” realmente nunca foram lançadas.

16 de agosto de 2010 às 11:08  
Anonymous Henrique Reis said...

Sem dúvida o pesquisador Marcelo Froés é muito competente e realiza um trabalho de “arqueologia” fonográfica realmente importante. Mas o ineditismo atribuído a esse projeto é meio “paraguaio”, já que as canções “Retirante” e “Me Diga Moço” já foram apresentadas ao público no filme de curta-metragem “Roda & Outras Estórias” (um vídeo-clipe pré-histórico), realizado em 1965, pelo diretor Sergio Muniz, nele aparecem entre outras as músicas “Retirante” com o título de “Eu Vou Voltar” e “Me Diga Moço” com o título de “Ô Seu Moço”. Esse filme foi recentemente lançado em DVD no Box Projeto Tomaz Farkas, da produtora Vídeo-Filmes. Já as músicas “Rancho da Boa Vinda” e “A Última Coisa Bonita” realmente nunca foram lançadas.

16 de agosto de 2010 às 11:09  

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