1 de agosto de 2010

Ralphes não lima os clichês do reggae do Chima

Resenha de CD
Título: Só pra Brilhar
Artista: Chimarruts
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * 1/2

Banda de reggae que já revela a origem gaúcha no engenhoso nome, Chimarruts chega ao quinto CD, Só pra Brilhar, e aos dez anos de carreira - iniciada em 2000 em ensaios nas praças de Porto Alegre (RS). Para festejar essa década de (crescente) sucesso comercial no mercado nacional, o grupo experimenta sutil guinada no álbum. Até então mais ambientado em clima praieiro, o reggae da banda ganha tonalidade urbana sob a batuta de Paul Ralphes, recrutado para polir o som do Chima. Sem afastar o octeto da praia do pop reggae, Ralphes formata com habilidade uma ou outra novidade - como o leve toque roqueiro de Presente de Deus. Mas o galês, que já pilotou discos de Skank e Cidade Negra, nem sempre consegue evitar os clichês do reggae asséptico do Chima. O flerte com o dancehall em Roots Dance poderia ter mais pressão, por exemplo. Mas o que parece ter norteado o disco é a pressão para manter a leveza pop do Chimarruts, perceptível na melodiosa Do Lado de Cá, faixa estrategicamente eleita o primeiro single de Só pra Brilhar. E o fato é que o álbum acaba soando meio linear. Os cantores Rafa Machado e Tati Portela se alternam no posto de vocalista e defendem repertório quase todo inédito que passeia por reggaes de versos sentimentais (Novo Começo, Pode Ir Agora, Quando o Amor Bate à Porta) e eventuais skas como Outono e o ensolarado Luz e Vida, destaque do disco, inclusive pelo acabamento instrumental que remete ao som dos Paralamas do Sucesso - de quem, aliás, o Chimarruts rebobina em tom banal o hit Meu Erro. Cover por cover, o de Dia Especial - tema do repertório do Cidadão Quem, regravado com a intervenção da guitarra de Duca Leindecker, líder desse bom grupo gaúcho - é mais surpreendente porque o Brasil ainda não explorou para valer as belezas das praias do Sul. Entre clichês e novidades bem sutis, o CD Só pra Brilhar preserva a identidade sonora do Chimarruts...

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Banda de reggae que já revela a origem gaúcha no engenhoso nome, Chimarruts chega ao quinto CD, Só pra Brilhar, e aos dez anos de carreira - iniciada em 2000 em ensaios nas praças de Porto Alegre (RS). Para festejar essa década de (crescente) sucesso comercial no mercado nacional, o grupo experimenta sutil guinada no álbum. Até então mais ambientado em clima praieiro, o reggae da banda ganha tonalidade urbana sob a batuta de Paul Ralphes, recrutado para polir o som do Chima. Sem afastar o octeto da praia do pop reggae, Ralphes formata com habilidade uma ou outra novidade - como o leve toque roqueiro de Presente de Deus. Mas o galês, que já pilotou discos de Skank e Cidade Negra, nem sempre consegue evitar os clichês do reggae asséptico do Chima. O flerte com o dancehall em Roots Dance poderia ter mais pressão, por exemplo. Mas o que parece ter norteado o disco é a pressão para manter a leveza pop do Chimarruts, perceptível na melodiosa Do Lado de Cá, faixa estrategicamente eleita o primeiro single de Só pra Brilhar. E o fato é que o álbum acaba soando meio linear. Os cantores Rafa Machado e Tati Portela se alternam no posto de vocalista e defendem repertório quase todo inédito que passeia por reggaes de versos sentimentais (Novo Começo, Pode Ir Agora, Quando o Amor Bate à Porta) e eventuais skas como Outono e o ensolarado Luz e Vida, destaque do disco, inclusive pelo acabamento instrumental que remete ao som dos Paralamas do Sucesso - de quem, aliás, o Chimarruts rebobina em tom banal o hit Meu Erro. Cover por cover, o de Dia Especial - tema do repertório do Cidadão Quem, regravado com a intervenção da guitarra de Duca Leindecker, líder desse bom grupo gaúcho - é mais surpreendente porque o Brasil ainda não explorou para valer as belezas das praias do Sul. Entre clichês e novidades bem sutis, o CD Só pra Brilhar preserva a identidade sonora do Chimarruts...

1 de agosto de 2010 às 11:39  

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