1 de agosto de 2010

'Lero-Lero' projeta bela música urbana de Maita

Resenha de CD
Título: Lero-Lero
Artista: Luísa Maita
Gravadora: Oi Música
Cotação: * * * * 1/2

No promissor disco de estreia do cantor e (bom) compositor paulista Rodrigo Campos, São Mateus Não É um Lugar Assim Tão Longe (2009), a voz segura de Luísa Maita - parceira de Campos - apareceu em músicas como Amor na Vila Sônia. Na mesma época, Mariana Aydar lançou seu segundo álbum (Peixes, Pássaros, Pessoas) com Beleza, parceria de Maita e Campos que se destacou no antenado repertório. Foi o crescimento de obra que nasceu em 2001 com a formação da Urbanda e que já vinha emergindo com força na cena indie desde 2007, a ponto de Maita ter sido sondada (em vão) pela EMI Music em 2008. Dois anos depois, a cantora e compositora paulistana debuta no mercado fonográfico, via selo Oi Música, com álbum, Lero-Lero, que já se impõe entre os melhores discos de 2010. Com sua música urbana, Maita transita pelo samba (sem se confinar ao ritmo) enquanto perfila personagens da mesma periferia que inspirou o disco de Rodrigo Campos. Ainda que geograficamente a personagem-título de Desencabulada - samba desencanado de Rodrigo com Luis Felipe Gama - seja moradora de morro do Rio de Janeiro. Além de ter co-produzido Lero-Lero, Campos também é o autor de Maria e Moleque - tema que narra em versos cinematográficos a paixão entre garoto do morro (e do tráfico) e menina casada do asfalto - e de Mire e Veja, outro destaque do repertório. No entanto, Maita sai da sombra de Campos em Lero-Lero. Tanto como cantora como compositora. Ela assina sozinha oito das onze faixas do CD. E, entre estas músicas autorais, há joias como o samba que abre o disco e lhe dá título (Lero-Lero) e a bossa (Amor e Paz) que fecha o álbum com elegante reciclagem do universo musical formatado por João Gilberto, Tom Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980) nos anos 50. Entre um e outro, há Fulaninha, tema que evoca tanto o morro quanto o Nordeste (pela rabeca de Siba). Com sutis programações eletrônicas que nunca embaçam os sons orgânicos que moldam a ambiência eletroacústica de Lero-Lero, o produtor Paulo Lepetit deu tom contemporâneo hype à música urbana de Luísa Maita, harmonizando cuícas e beats com classe que projeta toda a beleza da obra da artista que debuta com força.

12 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

No promissor disco de estreia do cantor e (bom) compositor paulista Rodrigo Campos, São Mateus Não É um Lugar Assim Tão Longe (2009), a voz segura de Luísa Maita - parceira de Campos - apareceu em músicas como Amor na Vila Sônia. Na mesma época, Mariana Aydar lançou seu segundo álbum (Peixes, Pássaros, Pessoas) com Beleza, parceria de Maita e Campos que se destacou no antenado repertório. Foi o crescimento de obra que nasceu em 2001 com a formação da Urbanda e que já vinha emergindo com força na cena indie desde 2007, a ponto de Maita ter sido sondada (em vão) pela EMI Music em 2008. Dois anos depois, a cantora e compositora paulistana debuta no mercado fonográfico, via selo Oi Música, com álbum, Lero-Lero, que já se impõe entre os melhores discos de 2010. Com sua música urbana, Maita transita pelo samba (sem se confinar ao ritmo) enquanto perfila personagens da mesma periferia que inspirou o disco de Rodrigo Campos. Ainda que geograficamente a personagem-título de Desencabulada - samba desencanado de Rodrigo com Luis Felipe Gama - seja moradora de morro do Rio de Janeiro. Além de ter co-produzido Lero-Lero, Campos também é o autor de Maria e Moleque - tema que narra em versos cinematográficos a paixão entre garoto do morro (e do tráfico) e menina casada do asfalto - e de Mire e Veja, outro destaque do repertório. No entanto, Maita sai da sombra de Campos em Lero-Lero. Tanto como cantora como compositora. Ela assina sozinha oito das onze faixas do CD. E, entre estas músicas autorais, há joias como o samba que abre o disco e lhe dá título (Lero-Lero) e a bossa (Amor e Paz) que fecha o álbum com elegante reciclagem do universo musical formatado por João Gilberto, Tom Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980) nos anos 50. Entre um e outro, há Fulaninha, tema que evoca tanto o morro quanto o Nordeste (pela rabeca de Siba). Com sutis programações eletrônicas que nunca embaçam os sons orgânicos que moldam a ambiência eletroacústica de Lero-Lero, o produtor Paulo Lepetit deu tom contemporâneo hype à música urbana de Luísa Maita, harmonizando cuícas e beats com classe que projeta toda a beleza da obra da artista que debuta com força.

1 de agosto de 2010 às 13:05  
Blogger Luca said...

A Veja desta semana também tá falando bem deste disco. Se o disco da Luisa for bom como o disco do Rodrigo Campos, os elogios sãomerecidos.

1 de agosto de 2010 às 21:11  
Anonymous Anônimo said...

O disco tá otimo.. para quem gosta de boa (e nova) MPB é fundamental.
Diego Muniz

1 de agosto de 2010 às 22:22  
Blogger Amigos das Bibliotecas said...

Tmb ouvi e adorei o CD.
Mas estou incorfomado de vc não ter resenhado o cd da Tatiana Parra, tmb candidato ao melhor CD do ano.

1 de agosto de 2010 às 22:23  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, 4 estrelas e meia para a CANTORA Luísa Maita? Vc não é especialista em voz feminina? Não é preciso ter voz pra cantar? O timbre de uma cantora não é importante mais? E a afinação? Os tempos mudaram... Vc viu os vídeos dessa CANTORA no programa Oi Música? Veja, é muito interessante e revelador... Está no You Tube.

1 de agosto de 2010 às 23:20  
Anonymous Fábio Passadisco said...

Conheci Luisa cantando "Coração brasileiro" no ótimo Cd do espanhol Carlos Núñez... É realmente uma bela voz.

2 de agosto de 2010 às 07:39  
Anonymous Anônimo said...

Um disco como outros da 'nova geração'. Fala aos outros mas acrescenta pouco a mim! Volto à boa e antiga MPB e ao meu jazz que é beeem melhor.

2 de agosto de 2010 às 20:40  
Anonymous Anônimo said...

Chega de baquinho e violão - ´cantoras como a Luisa dão folego novo ao velho!

cantora quem tem que ter voz? que comentario de pessoa antiga - e desatualizada... além de cantora Luisa é artista!

3 de agosto de 2010 às 09:10  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo das 09:10, de hoje, quer dizer que desejar que uma cantora tenha voz para cantar é ser antiga. Então sou antiga. Muito antiga. Não vou pagar ingresso e sair de casa com trânsito para ver alguém que cante como eu, no chuveiro. Se uma artista é performática que se identifique como tal. O caso da Silvia Machete. Aí a gente escolhe se paga ingresso para ver ou não. Direito do consumidor. Nada de mente antiga. Respeito é bom e todo mundo gosta. Não saio de casa para ver quem não canta. É muito trabalho. Tem sempre que chamar alguém, uma amiga, ou o namorado, que reclama. Estacinamento nas casas de shows e teatros, é chato. Fila de espera. Depois os modernos dos anos 90 sumiram todos. Fico com as cantoras que cantam. Nada pessoal. Gosto. Prazer de ouvir uma bela voz. Prazer de ser tocada na alma por um canto de Deus. Assim a gente suporta com alegria no coração filas e trânsito até o teatro. Mauro, uma grande cantora, de voz de cantora é muito bom. Nê?

3 de agosto de 2010 às 11:22  
Anonymous FLÁVIO MG said...

Mauro, acho justa a sua cotação. Gostos à parte, Luisa Maita é a grande novidade feminina de 2010 da música brasileira, assim como Maria Gadú foi a novidade de 2009. Maita é compositora acima da média e se não é uma cantora potente, apresenta pelo menos um timbre bonito, às vezes até triste, com personalidade, diferente das outras tantas que têm chegado ao mercado. As pessoas têm todo o direito de querer ouvir uma grande cantora, mas o novo sempre vem!

3 de agosto de 2010 às 11:50  
Anonymous Renan Pereira said...

O timbre da Maita é belo.
E o conjunto do disco vale!!


Ouçam também LIGIANA!
O repertório é muito bom e canta bem!

www.myspace.com/ligiana

3 de agosto de 2010 às 13:52  
Blogger ADEMAR AMANCIO said...

Estou atrasado 6 anos.Uma cantora moderna e agradável.

27 de abril de 2016 às 16:29  

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