14 de julho de 2010

Aguilera retrocede ao evitar o básico em 'Bionic'

Resenha de CD
Título: Bionic
Artista: Christina
Aguilera
Gravadora: Sony Music
Cotação: * *

Quinto álbum de Christina Aguilera (ou sexto, se posto na conta o natalino My Kind of Christmas, editado em 2000), Bionic não é um disco ruim. Mas representa retrocesso na trajetória fonográfica da (boa) cantora. Após se agigantar em estupendo álbum duplo (Back to Basics, 2006) em que prestou tributo às velhas escolas do soul, do blues e do r & b, Aguilera volta atrás - provavelmente incomodada pelo estouro mundial de Lady Gaga - e mira as pistas entre electro-pop (Elastic Love) e flerte habitual com o rap (Woohoo, boa faixa em que figura Nicki Mina). Sem esquecer baladas à moda da compositora hitmaker Linda Perry (Lift me up, raro momento em que a voz potente de Aguilera não fica soterrada pelas batidas robóticas que pontuam Bionic). Entre egotrips (a faixa-título e Prima Donna, sobretudo) e um tema dançante realmente eletrizante (Not Myself Tonight, eleito o primeiro single do álbum), Aguilera se permite cantar um r & b mais orgânico, Sex for Breakfast, mas a letra joga a artista na lama de vulgaridade em que ela já se atolou em álbuns estéreis como Stripped (2002). Quando já se aproxima do final, Bionic surpreende com momentos de delicadeza em My Heart (Intro), All I Need, I Am (canção fofa em cujos versos Aguilera assume imperfeições e expõe face mais humana) e You Lost me. O belo naipe de faixas é efeito da salutar colaboração da artista com a cantora e compositora australiana Sia Furler. Mas, na sequência, I Hate Boys pega a contramão da delicadeza e reforça a decepção causada por Bionic em quem ouviu Back to Basics - ainda que se trate, a rigor, de um bom álbum. O problema é que Christina Aguilera parece querer ser Lady Gaga. É hora de voltar ao básico!!

19 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Este comentário foi removido pelo autor.

14 de julho de 2010 às 11:47  
Blogger Mauro Ferreira said...

Esta aí a resenha de Bionic, Aguiar-Luc e anônimos que a pediram. Não estava fazendo suspense, não. É pura falta de tempo, já que notícias urgentes e resenhas de shows (também urgentes porque se não perdem o 'timing') foram furando a fila onde estão os álbuns de Leila, Moska e outros. abs, MauroF

14 de julho de 2010 às 11:49  
Anonymous Diogo ! said...

Christina Aguilera bem que poderia " voltar ao básico " mesmo e gravar o - já anunciado há anos - sucessor de " Mi reflejo ",album espanhol de 2001 ...

14 de julho de 2010 às 13:29  
Anonymous Anônimo said...

QUEM É QUE AFRIMA COM CLAREZA E SABEDORIA QUE CHRISTINA PERSEGUE GAGA?
NINGUÉM!!!
CHRISTINA PODE PERSEGUIR GAGA, QUE PERSEGUE MADONNA, QUE PERSEGUE MARLENE DIETRICH QUE PERSEGUIU TANTOAS OUTRAS REFERÊNCIAS, NO MUNDO NADA SE CRIA, TUDO SE RECRIA E LADY "LUPUS" NÃO MAIS É DO QUE IUMA CÓPIA BARATA E MAL FEITA DE MADONNA QUE COPIA, MAS OES "ÁS VEZES" ALGO DE SI NAS RECRIAÇÕES BASEADAS EM SUAS REFERÊNCIAS!!!

14 de julho de 2010 às 16:19  
Anonymous Anônimo said...

MAURO,MESMOCONTANDO COM: MY KIND OF CHRISTMAS, VOCÊ EROU EM SUA CONTA:

ÁLBUNS:
JUST BE FREE
GENNIE IN A BOOTLE
MI REFLEJO
MY KIND OF CHRISTMAS
STRIPPED
BACK TO BASICS
E AÍ SIM: BIONIC

AINDA ASSIM HÁ O KEEPS GETTIN BETTER QUE, SE VOCÊ QUISER, PODE CONTAR COMO MAIS UM!!
DEPENDE DO PONTO DE VISTA DE QUEM ANALISA ÁLBUNS!!

14 de julho de 2010 às 16:22  
Anonymous Anônimo said...

Meu Deus, que palhaçada da mídia que insiste em dizer que Christina está imitando Lady Gaga, pelo amor de Deus, um pouco de informação nunca fez mal à ninguém, muito menos aos CRÍTICOS, ou pelo menos os que se acham!!!!!

14 de julho de 2010 às 16:26  
Anonymous Diretor Sony Music said...

Já ouvi o cd e achei essa aqui uma das piores análises desse trabalho que já li!!!
Estou chocada com tamanha leviandade!!

14 de julho de 2010 às 16:28  
Blogger aguiar_luc said...

Valeu Mauro, embora não concorde em tudo com vc! Não dava de maneira alguma fugir de comparações a Lady Gaga.
Porém Aguilera tem muito ainda a mostrar! Além de seu corpo e voz maravilhosos!

14 de julho de 2010 às 18:15  
Blogger Cleyton said...

Mauro, faz uma crítica do álbum /\/\/\Y/\, da M.I.A. Sem mais, abçs!

14 de julho de 2010 às 18:21  
Blogger AnnaStesia said...

"parece querer ser Lady Gaga". sou fã (consciente) de Gaga e pergunto: quem Lady Gaga quer ser? Temos uma lista grande: Grace Jones, Madonna, David Bowie, Elton John, Freddie Mercury, Cyndi Lauper, etc. Estou de saco cheio dessa história. Hoje em dia todo mundo copia, ou como dizem, "inspiram-se" em todo mundo. Adorei a estética do "Bionic" (capa linda!) e "Not myself tonight" é um tremendo single, gostei de cara. Não me preocupei em fazer comparações. Estou cega (ou surda)? Não, não estou. Mas acho que as pessoas fecham os olhos (ou os ouvidos)quando lhes é conveniente. Exemplo: lembram da estética e visual de Gwen Stefani no lançamento de "The sweet escape"? O mesmo de Gaga nos primórdios de "Just dance" (cabelo idêntico). Exemplo2: Gaga cuspindo sangue nos shows? Peaches já fazia isso (pra não ir muito longe).
A própria Christina em Back to basics, utilizou Etta James, Gladys Knight, Veronica Lake, Marilyn Monroe, Carole Lombard, pin-ups, etc.,etc., etc.
Todos os artistas da face da Terra já se inspiraram, copiaram e se apropriaram de idéias alheias. A diferença é a capacidade do verdadeiro artista para transformar essas informações em algo próprio. Tanto Christina e Gaga fazem isso. As duas têm talento e muita estrada pela frente. Vamos nos ater e importar com a música e para de dar valor ao que não tem valor.

14 de julho de 2010 às 18:39  
Anonymous Anônimo said...

Pra quem achou o review "ruim", vá ler os americanos. rs

Detonaram o disco. Quem duvidar dá uma olhada no Metacritic. o/

14 de julho de 2010 às 20:22  
Anonymous Anônimo said...

Ah é... Mauro, faz o review do novo disco do Fresno. =D Ansioso por esse (review). hsuhauhsau O disco eu já ouvi. lol

14 de julho de 2010 às 20:25  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o Mauro. Fiquei meio triste com o CD (Torço pela Aguilera e fiquei encantado com o BtBasics). É verdade que comparações são chatas, mas exigir que elas não existam é querer que o ser humano deixe de existir. Ela decerto tinha consciência de que isso ia acontecer quando definiu o conceito do álbum. E arriscou (acho isso válido).
Só discordo com o Mauro numa coisa, quando se diz respeito a letras sujas. Sempre vi a arte como o modo subjetivo de expressar coisas importantes. Se eu fosse um artista, com certeza minha arte ia ter muito sexo incrustado e não provavelmente por MKT etc e tal. Eu definitivamente não entendo esse pudor estranho. Existem modos mais ou menos bonitos, menos ou mais absurdos de falar sobre sexo, mas todos 'expressaram' uma realidade do momento. É... hoje o Erotica da Madonna é cult... por aí a gente tira.

15 de julho de 2010 às 07:46  
Anonymous Anônimo said...

Fico pensando até que ponto essas coisas são da vontade da própria cantora (ou pressões da gravadora). Quem sempre sai perdendo é a gente.

15 de julho de 2010 às 07:53  
Blogger aguiar_luc said...

Tô de volta para falar o que esqueci ontem! O que Lady GAGA tem a ver com a crítica do Bionic, sonoridades distintas; personalidades totalmente diferentes, não sei porque tantas comparações, será que tem como fazer algum tipo de música ainda inédito para que não surjam essas comparações sem graça nem lógica!

15 de julho de 2010 às 17:28  
Anonymous Anônimo said...

Realmente eu não entendo porque os críticos não gostaram do Bionic. Acho o CD muito bom, curto a batida, é dançante, pra cima e a voz dela é uma das melhores da atualidade. Acho esse último e Back to Basics bem díspares.

Pessoal que tem twitter, dá um follow: @Cdnuts

15 de julho de 2010 às 22:27  
Anonymous Anônimo said...

Tambem discordo de voce Maurinho, querido!
Eu to amando o CD da Xtina e tudo que vem dentro dele..as letras fortes, os temas sexualizantes e os temas doces. Ela canta pra burro, e linda e tem mais e que usar tudo o que tem , ja que e tudo natural...quanto a imitar Gaga, fico decepcionado pois acho este comentario o mais "amador" e obvio de todos, e jamais imaginaria que voce usaria este argumento tambem.
Mamae Aguilera casou-se e teve um filho e ficou afastada pra cuidar da vida pessoal.
Coincidenteente ela volta ao mercado neste momento ladygaguiano mas seria ridiculo ela fazer algo pensando ou nao nisto...acho o trabalho sincero e ela esta otima! O CD eh moderno, atual, dancante e vai leva-la de vlta ao lugar que lhe pertence..o ceu e enorme e tem lugar pra muitas estrelas.
Tambem vale lembrar que ela esta vindo com um filme ao lado de Cher...acho que tudo tem a ver uma vez que ela sempre teve este lado "Cheriano" forte na composicao da persona artitica dela.
Respeito sua opiniao embora nao concorde no todo.
Ficaria mesmo chocado se ela voltasse com album similar ao BTB que eu amo mas que prefiro deixar no passado.
Bionic tem a ver com toda esta estetica retro e ao mesmo tempo futurista que vivemos agora...e aquelas pitadas de vulgaridade que voce citou sao essenciais para provocar esta sociedade chata e hipocrita que e a americana...aquela coisa mulher latina chamando o macho de "papi" e otimo! Existe...e verdade! E muitas mulheres ainda querem ter um homem estilo "papi" para cuidar delas, Mauro...acho legal e forte quando um artista coloca isso tudo pra fora.
E sexo e bom!
Imagina que ate a capa da famosa e super fashion revista "V" tem sido chamada de pornografica pois ostenta umas modelos lindas de lingerie em fotos super provocantes...Mauro, se for assim temos que chamar Beyonce, Rihanna, Shakira, Mia, e muitas outras todas de vulgares.

16 de julho de 2010 às 16:44  
Blogger Alan said...

Me divirto com a revolta dos seguidores histéricos da Christina, Gaga ou qualquer outra do gênero. O fato é que o CD é bom. Ponto. Poderia ser melhor... mas, independente da fonte de inspiração, o que salva realmente o álbum é a ótima voz e técnica da cantora, pq as músicas.....

19 de julho de 2010 às 13:40  
Blogger Leco said...

Ótima crítica, Mauro. O álbum é extremamente irregular, com algumas canções excelentes e outras um tanto decepcionantes. A comparação com Lady Gaga é totalmente pertinente sim pelo exotismo visual, ainda que os fãs xiitas se recusem a admitir. Paulo Terron, da Rolling Stone, foi genial ao afirmar que os melhores momentos do disco são aqueles no qual Aguilera não se parece com Aguilera. A própria cantora admite não ser ela mesma em "not myself tonight" hehe.

O que falta a ela, na minha opinião, é voltar para o basics - que a história provou ser o lugar dela, e aonde ela realmente brilha como nenhuma outra cantora pop congênere.

5 de outubro de 2010 às 22:03  

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