5 de junho de 2010

Sem fôlego autoral, Tulipa soa fofa em 'Efêmera'

Resenha de CD
Título: Efêmera
Artista: Tulipa
Gravadora: YB Music
Cotação: * * * 1/2

Paulista de Santos (SP) que se criou em São Lourenço (MG) e se radicou em São Paulo (SP), Tulipa Ruiz desabrocha em disco com Efêmera. O som - fofo, leve, feminino - remete à estreia fonográfica da mineira Érika Machado (No Cimento, 2006) sem deixar de marcar a delicada personalidade de Tulipa, que limou o Ruiz do nome artístico. A fofura vem tanto do instrumental moderno - urdido com o auxílio luxuoso de músicos como o baixista Kassin e o baterista Duani - quanto dos agudos sutis de Tulipa. Só que não disfarça o pouco fôlego autoral da cantora e compositora. Com arranjo embasado pelas percussões latinas de Stéphane San Juan e pelos vocais do trio Negresko Sis (Anelis Assumpção, Céu e Thalma de Freitas), a deliciosa faixa-título, Efêmera, abre o CD com inspiração e seduz de imediato. Na sequência, Pontual também deixa boa impressão com tom lúdico reeditado duas faixas depois em Pedrinho. Mas o fato é que a safra quase toda autoral de Tulipa vai perdendo pique à medida em que o álbum avança. A ponto de chegar a um ponto de exaustão em Aqui e de roçar a trivialidade pop na canção Às Vezes (única faixa não assinada por Tulipa, sendo da lavra de Luiz Chagas). Entre tema romântico (Do Amor, composto com o mano parceiro e guitarrista Gustavo Ruiz), batidas sintetizadas que logo evocam o synth pop dos anos 80 (Brocal Dourado, lapidado com os teclados pilotados por Donatinho) e brejeirice que evoca a Gal Costa da década de 70 (A Ordem das Árvores), Efêmera deixa a sensação de que sua primeira metade é muito superior à segunda. O que faz supor trajetória efêmera para Tulipa se ela não buscar outras músicas e parcerias no quase sempre decisivo segundo CD.

14 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lindura,
"Às Vezes" não é autoral.
Olha lá de novo.

beijo

5 de junho de 2010 às 12:58  
Blogger Mauro Ferreira said...

Grato, anônimo, pela atenta observação do erro, já corrigido. Embora a autoria de 'Ás Vezes' não altere a análise do disco exposta no post, a observação procede e é bem-vinda. Abs, obrigado, MauroF

5 de junho de 2010 às 13:31  
Blogger Mauro Ferreira said...

Eis a versão atualizada da resenha do CD 'Efêmera' com a eliminação do erro apontado pelo anônimo:

Paulista de Santos (SP) que se criou em São Lourenço (MG) e se radicou em São Paulo (SP), Tulipa Ruiz desabrocha em disco com Efêmera. O som - fofo, leve, feminino - remete à estreia fonográfica da mineira Érika Machado (No Cimento, 2006) sem deixar de marcar a delicada personalidade de Tulipa, que limou o Ruiz do nome artístico. A fofura vem tanto do instrumental moderno - urdido com o auxílio luxuoso de músicos como o baixista Kassin e o baterista Duani - quanto dos agudos sutis de Tulipa. Só que não disfarça o pouco fôlego autoral da cantora e compositora. Com arranjo embasado pelas percussões latinas de Stéphane San Juan e pelos vocais do trio Negresko Sis (Anelis Assumpção, Céu e Thalma de Freitas), a deliciosa faixa-título, Efêmera, abre o CD com inspiração e seduz de imediato. Na sequência, Pontual também deixa boa impressão com tom lúdico reeditado duas faixas depois em Pedrinho. Mas o fato é que a safra quase toda autoral de Tulipa vai perdendo pique à medida em que o álbum avança. A ponto de chegar a um ponto de exaustão em Aqui e de roçar a trivialidade pop na canção Às Vezes (única faixa não assinada por Tulipa, sendo da lavra de Luiz Chagas). Entre tema romântico (Do Amor, composto com o mano parceiro e guitarrista Gustavo Ruiz), batidas sintetizadas que logo evocam o synth pop dos anos 80 (Brocal Dourado, lapidado com os teclados pilotados por Donatinho) e brejeirice que evoca a Gal Costa da década de 70 (A Ordem das Árvores), Efêmera deixa a sensação de que sua primeira metade é muito superior à segunda. O que faz supor trajetória efêmera para Tulipa se ela não buscar outras músicas e parcerias no quase sempre decisivo segundo CD.

5 de junho de 2010 às 13:35  
Anonymous Mateus said...

Olha a Gal aí de novo, gente! Todas querem ser Gal! Mas Gal só tem uma!

5 de junho de 2010 às 13:46  
Anonymous Suami said...

Eu pessoalmente achei o disco perfeito. Não me cansa, na verdade ele todo me encanta.
Esse grupo que chamam de Novos Paulistas é uma delícia: A Tulipa, Tiê, Thiago, Janeci...
Tomara que Efêmera seja só o nome deste primeiro cd e que a Tulipa nos surpreenda: eu e vc também Mauro!
Odoro teu texto.

5 de junho de 2010 às 14:35  
Blogger Eu said...

Concordo com o Suami os "novos paulistas" são sensacionais e coloco nesse meio e espero um album da Anelis Assumpção. Tulipa para mim e a melhor super bem produzido e cantado divinamente e que venha mais referências de Gal pq estava um saco todas parecerem Marisa Monte.
Acho a Tiê meio pé no saco muito parada, lenta muito cool para meu gosto precisamos mais de cantoras botando fogo no palco fazendo balançar e pensar.
Mauro sou fã do seu blog e passo aqui todo dia, parábens pelo seu grande trabalho

5 de junho de 2010 às 15:21  
Anonymous Crys Marques said...

Não gosto desses "novos paulistas". Sobre o Efêmera, ouvi umas 3 vez vezes só. Não consegui ouvir mais pq confesso que o sotaque acentuado me irrita um pouco. Gostei de "Do amor" e achei "A ordem das árvores" bem criativa.

5 de junho de 2010 às 17:49  
Anonymous Anônimo said...

Querido Mauro!
A cada dia vc me surpreende...
Que análise correta e inteligente do disco da Tulipa. Vc não é um deslumbrado como alguns críticos fúteis de SP. Tem olho para a música. Vive música. Erra também, pois é humano. Mas na maior parte acerta. Comprei o CD e achei exatamente isso, parece efêmero, simplório demais. Tenho uns amigos que fazem a mesma coisa, mas como não tiveram oportunidade estão no anonimato. Tulipa é um pop bem fraquinho. Nada de superior ao que rola por aí. Bela resenha!

5 de junho de 2010 às 18:54  
Anonymous Anônimo said...

EU,quer cantora mais influenciada por Gal Costa que Marisa Monte?É a marca do tropicalismo.Quanto a Tulipa,praticamente ela e quase todas cantoras paulistas,tem Gal e o movimento em que ela foi a maior musa,como referência.Assim como as mineiras insistem em ser Elis Regina.O resultado é esse:nada de original,tudo muito pretencioso.

5 de junho de 2010 às 23:50  
Blogger luiz chagas said...

caro mauro, colega jornalista.
pode dizer que é uma merda.
mas fofo não, please.
abraço

6 de junho de 2010 às 01:07  
Anonymous Anônimo said...

O cd, é bem melhor que muita coisa que aparece por aí, acho que como compositora a Tulipa também vai muito além de algumas que estão por aí, inclusive que têm hits em horário nobre... Mas o que arrebata mesmo é a interpretação da Tulipa, tanto nos shows onde mostra o seu repertório quanto em um, feito num espaço minúsculo,onde homenageou a Gal...
Aliás, esta deveria ser homenageada mais vezes, pelo que sempre vai representar na MPB e pela voz que tem até os dias de hoje... Se tivesse morrido nova seria com certeza a melhora cantora do Brasil, mas como é viva... sofre crítica quando regrava, é massacrada quando tenta inovar...
Marisa tem 20 anos de carreira e grava de 5 em 5 anos...
Bethânia e Nana gravaram cds com o mesmo tema e arranjo nos últimos 10 anos...
Mas só a Gal é preguiçosa...
Mauro, abs,
Johnny

8 de junho de 2010 às 09:24  
Anonymous Anônimo said...

comprei o cd da tulipa, escutei uma vez e está bom... alguém quer de presente? comprei o primeiro e segundo da ana carolina e parei... também dei os dois de presente.
marquinhos - rj

8 de junho de 2010 às 19:07  
Anonymous Anônimo said...

Adorei o som da Tulipa...Até que enfim nada de músicas que evoquem Bahia, "banquinho e violão", praias e clichês mil do RJ!
Viva a MPP (música popular paulistana)!!!

25 de junho de 2010 às 13:04  
Blogger ADEMAR AMANCIO said...

O timbre agudo dessa moça me lembra a Tetê Spíndola,e nada mais.

27 de junho de 2014 às 10:01  

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