6 de junho de 2010

Solo, Badi faz 'dança dos tons' em DVD estiloso

Resenha de DVD
Título: Badi Assad
Artista: Badi Assad
Gravadora: Biscoito
Fino
Cotação: * * * 1/2

Exímia violonista que se transformou em cantora, sem jamais abandonar o instrumento que lhe deu projeção mundial, Badi Assad repassa duas décadas de carreira fonográfica - iniciada em 1989 com o CD Dança dos Tons - em seu primeiro DVD solo, Badi Assad, filmado em março de 2008 no estúdio Patto Rocco, no Rio de Janeiro (RJ), e posto no mercado neste primeiro semestre de 2010 em edição da gravadora Biscoito Fino. Badi sintetiza sua obra com estilo, sob a direção do sobrinho Rodrigo Assad, filho de Sérgio, uma das metades do virtuoso Duo Assad. Não se trata de protocolar registro ao vivo de show. Mas de uma sequência de 15 números - captados por uma única câmera - distribuídos em três cenários diferentes. O resultado é um vídeo de grande beleza plástica, construída tanto pela direção de arte de Martin Macias Trujillo como pela fotografia de José Luis Rios, rica em cores e tons. Beleza posta a serviço da musicalidade peculiar de Badi. Que no cenário 1 - um casarão vazio - exercita a vertente mais experimental de sua obra ao descontruir músicas como A Bela e a Fera (Chico Buarque e Edu Lobo) e Bachelorette (Björk). No cenário 2, urdido com rendas e luminárias, a artista se permite entoar canções sem alterar tanto a estrutura rítmica e harmônica. É quando Badi faz o medley que costura Drume Negrita (Ernesto Negret) com O Mundo É um Moinho (Cartola). É quanto também simula bem nas cordas de seu violão a batida do trem mineiro que percorre os lindos trilhos de Ponta de Areia (Milton Nascimento e Fernando Brant). No cenário 3, emoldurada por quadrados verdes e azuis, a artista expõe sua peculiar brasilidade ao usar o violão como instrumento de percussão - no medley que alinha Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) com Ai que Saudade d'Ocê (Vital Farias) - e ao desmontar Vacilão (Zé Roberto), samba do repertório de Zeca Pagodinho, irreconhecível na releitura cool da Badi Assad. Enfim, um belo retrato da violonista/cantora que completa a maioridade profissional - com total fidelidade aos seus princípios artísticos - e refaz a sua dança de tons em DVD estiloso.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Exímia violonista que se transformou em cantora, sem jamais abandonar o instrumento que lhe deu projeção mundial, Badi Assad repassa duas décadas de carreira fonográfica - iniciada em 1989 com o CD Dança dos Tons - em seu primeiro DVD solo, Badi Assad, filmado em março de 2008 no estúdio Patto Rocco, no Rio de Janeiro (RJ), e posto no mercado neste primeiro semestre de 2010 em edição da gravadora Biscoito Fino. Badi sintetiza sua obra com estilo, sob a direção do sobrinho Rodrigo Assad, filho de Sérgio, uma das metades do virtuoso Duo Assad. Não se trata de protocolar registro ao vivo de show. Mas de uma sequência de 15 números - captados por uma única câmera - distribuídos em três cenários diferentes. O resultado é um vídeo de grande beleza plástica, construída tanto pela direção de arte de Martin Macias Trujillo como pela fotografia de José Luis Rios, rica em cores e tons. Beleza posta a serviço da musicalidade peculiar de Badi. Que no cenário 1 - um casarão vazio - exercita a vertente mais experimental de sua obra ao descontruir músicas como A Bela e a Fera (Chico Buarque e Edu Lobo) e Bachelorette (Björk). No cenário 2, urdido com rendas e luminárias, a artista se permite entoar canções sem alterar tanto a estrutura rítmica e harmônica. É quando Badi faz o medley que costura Drume Negrita (Ernesto Negret) com O Mundo É um Moinho (Cartola). É quanto também simula bem nas cordas de seu violão a batida do trem mineiro que percorre os lindos trilhos de Ponta de Areia (Milton Nascimento e Fernando Brant). No cenário 3, emoldurada por quadrados verdes e azuis, a artista expõe sua peculiar brasilidade ao usar o violão como instrumento de percussão - no medley que alinha Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) com Ai que Saudade d'Ocê (Vital Farias) - e ao desmontar Vacilão (Zé Roberto), samba do repertório de Zeca Pagodinho, irreconhecível na releitura cool da Badi Assad. Enfim, um belo retrato da violonista/cantora que completa a maioridade profissional - com total fidelidade aos seus princípios artísticos - e refaz a sua dança de tons em DVD estiloso.

6 de junho de 2010 às 14:31  
Anonymous Moisés said...

Badi é ótima, o DVD vale a pena, embora eventualmente a arte escorregue na cafonice. Mas é Biscoito Fino, ou seja, se encontra por até mais de 50 reais nas lojas, um verdadeiro absurdo. E nem pra colocar extras, praticamente.

6 de junho de 2010 às 16:03  

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