9 de junho de 2010

Braga erra ao ofuscar harpa em 'Feito um Peixe'

Resenha de CD
Título: Feito um Peixe
Artista: Cristina Braga
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * *

Harpista brilhante, Cristina Braga erra ao ofuscar sua rara habilidade no instrumento em Feito um Peixe, álbum em que se aventura como cantora e compositora sem de fato brilhar em nenhum dos dois ofícios. Já estabelecida no mundo erudito, inclusive por ser a harpista número 1 da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Braga busca interação com o universo pop - Kassin é o co-piloto da produção assinada por Ricardo Medeiros - e abre parcerias com compositores de música popular. O sambista Moacyr Luz, por exemplo, é parceiro de Braga e Maria Teresa Moreira em Restos, faixa ambientada em clima camerístico. Jorge Mautner é o letrista de Vendaval, cujos versos intensos são desvalorizados pelo canto frio de Braga. A voz da artista se ajusta mais às faixas de ameno clima bossa-novista como No Silêncio, na Chuva (tema de Pedro Braga, Cristina Braga e Ricardo Medeiros) e Me Avisa (outra parceria de Cristina com Medeiros). Fora da seara autoral, a harpista exibe sua maestria no instrumento ao solar o choro Brasileirinho (Waldir Azevedo) - a faixa instrumental que encerra o disco - e ao tocar Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes - com o detalhe de que o crédito do Poetinha é omitido na contracapa) em andamento acelerado. Se a voz da harpista não consegue expor toda a beleza poética de Detrás del Muro de los Lamentos (Fito Paez), tema gravado em tributo a Mercedes Sosa (1935 - 2009), Peixe (Luiz Capucho) consegue emergir como um dos poucos momentos realmente bonitos de disco que se afoga na tentativa de realçar a voz opaca de Cristina Braga em prejuízo da exímia harpa tocada pela artista.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Harpista brilhante, Cristina Braga erra ao ofuscar sua rara habilidade no instrumento em Feito um Peixe, álbum em que se aventura como cantora e compositora sem de fato brilhar em nenhum dos dois ofícios. Já estabelecida no mundo erudito, inclusive por ser a harpista número 1 da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Braga busca interação com o universo pop - Kassin é o co-piloto da produção assinada por Ricardo Medeiros - e abre parcerias com compositores de música popular. O sambista Moacyr Luz, por exemplo, é parceiro de Braga e Maria Teresa Moreira em Restos, faixa ambientada em clima camerístico. Jorge Mautner é o letrista de Vendaval, cujos versos intensos são desvalorizados pelo canto frio de Braga. A voz da artista se ajusta mais às faixas de ameno clima bossa-novista como No Silêncio, na Chuva (tema de Pedro Braga, Cristina Braga e Ricardo Medeiros) e Me Avisa (outra parceria de Cristina com Medeiros). Fora da seara autoral, a harpista exibe sua maestria no instrumento ao solar o choro Brasileirinho (Waldir Azevedo) - a faixa instrumental que encerra o disco - e ao tocar Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes - com o detalhe de que o crédito do Poetinha é omitido na contracapa) em andamento acelerado. Se a voz da harpista não consegue expor toda a beleza poética de Detrás del Muro de los Lamentos (Fito Paez), tema gravado em tributo a Mercedes Sosa (1935 - 2009), Peixe (Luiz Capucho) consegue emergir como um dos poucos momentos realmente bonitos de disco que se afoga na tentativa de realçar a voz opaca de Cristina Braga em prejuízo da exímia harpa tocada pela artista.

9 de junho de 2010 às 09:56  

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