28 de junho de 2010

Barbra é 'funny lady' na intimidade de seu clube

Resenha de DVD
Título: One Night Only
at the Village Vanguard
Artista: Barbra
Streisand and Quartet
Gravadora: Sony
Music
Cotação: * * * *

"A vida é um círculo, né?", constata em cena Barbra Streisand, diante dos 123 privilegiados que assistem, na noite de 26 de setembro de 2009, ao íntimo show da cantora que, naquela única rara ocasião, estava sendo gravado ao vivo para originar o atual DVD da artista. Sim, como se sua vida e sua carreira girassem em órbita circular, Barbra voltava a pisar no palco do Village Vanguard, o pequeno clube de Nova York (EUA) que lhe abrigou antes da fama e no qual não cantava desde 1962. E tal volta lhe fez bem como prova o belo DVD - já à venda no Brasil - One Night Only at the Village Vanguard. Trata-se de classudo registro ao vivo que segue a linha cool e elegante do último álbum de inéditas da artista, Love Is the Answer (2009), disco ambientado no mesmo clima jazzy do show. Aos 68 anos, Barbra já não exibe em sua plenitude a voz de longo alcance que cativou multidões dos anos 60 aos 80. Só que continua sendo uma senhora cantora. Descontraída, como se já encarnasse uma funny lady naquele minúsculo palco que lhe traz tantas recordações, a artista reparte suas memórias afetivas com o público seletíssimo que incluía o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e as atrizes Nicole Kidman e Sarah Jessica Parker. E, justamente pelo fato de Barbra abrir a cortina do passado enquanto entoa standards como My Funny Valentine e Bewitched, Bothered and Bewildered, seu clássico The Way We Were adquire sentido e significado especiais em show movido a reminiscências e feito pela cantora somente na companhia de virtuoso quarteto de piano, baixo, guitarra e bateria. Tudo soa íntimo, sem a suntuosidade de outrora. E o ambiente acolhedor permite que o espectador capte em detalhes os olhos marejados da cantora ao longo de If You Go Away, a versão em inglês de Ne me Quitte Pas. Envolvida por essa atmosfera mais real, sem a maquiagem e sem a moldura cênica de espetáculos anteriores, Barbra desce do pedestal a ponto de esquecer uma música do roteiro, admitir isso para seu público e permitir que a omissão - observada por ela a tempo com auxílio de músico da banda - seja testemunhada pelos espectadores de seu DVD. Talvez fosse assim em 1962, na fase pré-People. Mas, como a vida às vezes dá voltas, Barbra Streisand retorna ao começo sem perder a pose. E a classe.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

"A vida é um círculo, né?", constata em cena Barbra Streisand, diante dos 123 privilegiados que assistem, na noite de 26 de setembro de 2009, ao íntimo show da cantora que, naquela única rara ocasião, estava sendo gravado ao vivo para originar o atual DVD da artista. Sim, como se sua vida e sua carreira girassem em órbita circular, Barbra voltava a pisar no palco do Village Vanguard, o pequeno clube de Nova York (EUA) que lhe abrigou antes da fama e no qual não cantava desde 1962. E tal volta lhe fez bem como prova o belo DVD - já à venda no Brasil - One Night Only at the Village Vanguard. Trata-se de classudo registro ao vivo que segue a linha cool e elegante do último álbum de inéditas da artista, Love Is the Answer (2009), disco ambientado no mesmo clima jazzy do show. Aos 68 anos, Barbra já não exibe em sua plenitude a voz de longo alcance que cativou multidões dos anos 60 aos 80. Só que continua sendo uma senhora cantora. Descontraída, como se já encarnasse uma funny lady naquele minúsculo palco que lhe traz tantas recordações, a artista reparte suas memórias afetivas com o público seletíssimo que incluía o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e as atrizes Nicole Kidman e Sarah Jessica Parker. E, justamente pelo fato de Barbra abrir a cortina do passado enquanto entoa standards como My Funny Valentine e Bewitched, Bothered and Bewildered, seu clássico The Way We Were adquire sentido e significado especiais em show movido a reminiscências e feito pela cantora somente na companhia de virtuoso quarteto de piano, baixo, guitarra e bateria. Tudo soa íntimo, sem a suntuosidade de outrora. E o ambiente acolhedor permite que o espectador capte em detalhes os olhos marejados da cantora ao longo de If You Go Away, a versão em inglês de Ne me Quitte Pas. Envolvida por essa atmosfera mais real, sem a maquiagem e sem a moldura cênica de espetáculos anteriores, Barbra desce do pedestal a ponto de esquecer uma música do roteiro, admitir isso para seu público e permitir que a omissão - observada por ela a tempo com auxílio de músico da banda - seja testemunhada pelos espectadores de seu DVD. Talvez fosse assim em 1962, na fase pré-People. Mas, como a vida às vezes dá voltas, Barbra Streisand retorna ao começo sem perder a pose. E a classe.

28 de junho de 2010 às 00:01  
Anonymous Anônimo said...

sem dúvida, a melhor cantora do mundo. BS nos emociona com sua belissima voz.

30 de junho de 2010 às 13:23  

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