30 de maio de 2010

Alcione, Gal e Zeca animam bom arraial de Gil

Resenha de CD
Título: São João Carioca
Artista: Gilberto Gil
Convidados: Alcione, Gal Costa, Mart'nália, Preta Gil,
Vanessa da Mata e Zeca Pagodinho (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Quina Boa Vista (RJ)
Data: 29 de maio de 2010
Cotação: * * * 1/2

Ápice do evento São João Carioca, criado com intuito de se estabelecer no calendário junino do Rio de Janeiro (RJ), o show comandado por Gilberto Gil na Quinta da Boa Vista, na noite de 29 de maio de 2010, teve momentos arretados. Sem se intimidar com o fato de estar cantando para multidão ávida por sucessos, Gil apresentou em primeira mão boa parte do inspirado repertório inédito composto para o CD Fé na Festa, nas lojas a partir de 1º de junho. Mas teve a perspicácia de intercalar as novas músicas com clássicos infalíveis do repertório de Luiz Gonzaga (1912 - 1989), vitalício rei do baião e das festas de junho. Entre petardos como Respeita Januário e Qui Nem Jiló, ambos da lavra de Lua com Humberto Teixeira (1915 - 1979), Gil recebeu convidados inusitados no universo das quadrilhas. Alcione, Gal Costa e Zeca Pagodinho brilharam em especial e ajudaram a manter o pique e a animação do show. Cria do Maranhão, a Marrom entrou de cara no tom arretado do Forró do Xenhenhém (Cecéu), conservou o pique no Pagode Russo (Luiz Gonzaga e João Silva) e caiu bem no Frevo Mulher (Zé Ramalho). Tão à vontade na festa quanto Gal. Logo que começou a perguntar De Onde Vem o Baião? (Gilberto Gil) com seu cristal luminoso, Gal mostrou que está em forma, pronta para voltar à cena e ao disco. Fato reiterado pela explosiva Festa do Interior, turbinada com acordes de guitarra baiana. Já Zeca encarou Sebastiana (Rosil Cavalcanti) - o coco-xaxado que consagrou Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) em 1953 - como se estivesse no fundo de um quintal regado ao melhor samba do Rio.

Mart'nália e Preta Gil fizeram o que se espera delas. Marota, a filha de Martinho da Vila encarnou o malandro carioca à moda junina, cortejando o anfitrião no compasso do xote Eu Só Quero um Xodó (Dominguinhos e Anastácia). Em seguida, já no clima, pôs roupa nordestina no samba Cabide (Ana Carolina). Com mais presença do que voz, Preta também recorreu a um tema de Ana Carolina - Sinais de Fogo, contribuição de Ana e Antonio Villeroy para seu primeiro disco - antes de entrar com a ajuda de seu pai no rítmico beco nordestino em que se abriga Madalena (Gilberto Gil). Pena que Vanessa da Mata desafinou o coro dos contentes. Ela e Gil se desencontraram em Lá Vem Ela, primeira parceria da convidada com o anfitrião. Parece que cada um tem entendimento próprio da música gravada por Gil em Fé na Festa como serena toada que eventualmente se insinua transmutar em baião. Na sequência, Mata engatou o hit Ai, Ai, Ai... em ritmo de quadrilha sem de fato contagiar. No fim, todos reverenciaram Gonzagão. Olha pro Céu (Luiz Gonzaga e José Fernandes) tinha tudo a ver com o clima da noite. Mas Asa Branca voou baixo demais - efeito da confusão que geralmente se instala em números coletivos apresentados sem ensaio suficiente. No todo, o arraiá de Gil foi bonito e se armou com agilidade. Valeu a pena ter fé na festa do São João Carioca.

8 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Ápice do evento São João Carioca, criado com intuito de se estabelecer no calendário junino do Rio de Janeiro (RJ), o show comandado por Gilberto Gil na Quinta da Boa Vista, na noite de 29 de maio de 2010, teve momentos arretados. Sem se intimidar com o fato de estar cantando para multidão ávida por sucessos, Gil apresentou em primeira mão boa parte do inspirado repertório inédito composto para o CD Fé na Festa, nas lojas a partir de 1º de junho. Mas teve a perspicácia de intercalar as novas músicas com clássicos infalíveis do repertório de Luiz Gonzaga (1912 - 1989), vitalício rei do baião e das festas de junho. Entre petardos como Respeita Januário e Qui Nem Jiló, ambos da lavra de Lua com Humberto Teixeira (1915 - 1979), Gil recebeu convidados inusitados no universo das quadrilhas. Alcione, Gal Costa e Zeca Pagodinho brilharam em especial e ajudaram a manter o pique e a animação do show. Cria do Maranhão, a Marrom entrou de cara no tom arretado do Forró do Xenhenhém (Cecéu), conservou o pique no Pagode Russo (Luiz Gonzaga e João Silva) e caiu bem no Frevo Mulher (Zé Ramalho). Tão à vontade na festa quanto Gal. Logo que começou a perguntar De Onde Vem o Baião? (Gilberto Gil) com seu cristal luminoso, Gal mostrou que está em forma, pronta para voltar à cena e ao disco. Fato reiterado pela explosiva Festa do Interior, turbinada com acordes de guitarra baiana. Já Zeca encarou Sebastiana (Rosil Cavalcanti) - o coco-xaxado que consagrou Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) em 1953 - como se estivesse no fundo de um quintal regado ao melhor samba do Rio.

Mart'nália e Preta Gil fizeram o que se espera delas. Dengosa, a filha de Martinho da Vila envolveu Gil no compasso do xote Eu Só Quero um Xodó (Dominguinhos e Anastácia) e trouxe o samba Cabide (Ana Carolina) para o universo junino. Com mais presença do que voz, Preta também recorreu a um tema de Ana Carolina - Sinais de Fogo, contribuição de Ana e Antonio Villeroy para seu primeiro disco - antes de entrar com a ajuda de seu pai no rítmico beco nordestino em que se abriga Madalena (Gilberto Gil). Pena que Vanessa da Mata desafinou o coro dos contentes. Ela e Gil se desencontraram em Lá Vem Ela, primeira parceria da convidada com o anfitrião. Parece que cada um tem entendimento próprio da música gravada por Gil em Fé na Festa como serena toada que eventualmente se insinua transmutar em baião. Na sequência, Mata engatou o hit Ai, Ai, Ai... em ritmo de quadrilha sem de fato contagiar. No fim, todos reverenciaram Gonzagão. Olha pro Céu (Luiz Gonzaga e José Fernandes) tinha tudo a ver com o clima da noite. Mas Asa Branca voou baixo demais - efeito da confusão que geralmente se instala em números coletivos apresentados sem ensaio suficiente. No todo, o arraiá de Gil foi bonito e se armou com agilidade. Valeu a pena ter fé na festa do São João Carioca.

30 de maio de 2010 às 16:26  
Anonymous Anônimo said...

Mart'nália dengosa? O que eu vi foi outra coisa. Ela insiste em personificar uma figura pra lá de decadente: o malandro carioca.

30 de maio de 2010 às 18:14  
Anonymous Anônimo said...

Achei esse show perfeito, muito lindo ver a Gal de volta e com voz super em cima, não gostei da roupa que ela estava usando, parecia roupa de ginástica. O show realmente só esquentou com a entrada da Alcione que junto com o Zeca foram os mais aplaudidos, Alcione também mandou ver. Acho que a Vanessa da Matta deixou a desejar, porém, nos dias atuais é muito raro ver a reunião de tantos ótimos artistas.

30 de maio de 2010 às 22:54  
Anonymous Luiz said...

Só achei nada a ver cantar "Sinais de Fogo", "Cabide" e "Ai, Ai, Ai"...
Totalmente desnecessárias.

31 de maio de 2010 às 00:53  
Anonymous Anônimo said...

Gal não tem jeito. Adotou o preto até em festa japonesa. Será que ninguém pode avisar a moça que Festa de São joão pede um visual colorido???????

31 de maio de 2010 às 08:38  
Anonymous Anônimo said...

Eu estava lá e achei interessantíssimo Vanessa e Gil cantarem de forma diferente a música... deu mais vida à canção! soou bonito! Ansioso pelo que vem dessa parceria!!

Lucia bomtempo - Nova Iguaçu

31 de maio de 2010 às 09:55  
Anonymous Anônimo said...

Achei lindo o encontro da Vanessa com o Gil.. e a Galera se empolgou com o ai ai ai sertanejo...

31 de maio de 2010 às 18:37  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo(a), preto emagrece. rsrs.
A Vanessa é linda demais!

1 de junho de 2010 às 03:40  

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