22 de dezembro de 2009

'Soulbook' de Rod tem energia e certa dignidade

Resenha de CD
Título: Soulbook
Artista: Rod Stewart
Gravadora: J Records
/ Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Há uma certa dignidade neste songbook de soul (e de r & b) lançado por Rod Stewart após um disco com regravações de clássicos do rock. Confinado à prisão dos covers desde que a série Great American Songbook o reabilitou comercialmente no mercado, tendo rendido quatro irregulares volumes, o cantor escocês busca neste Soulbook legitimar os elogios colhidos por nomes como James Brown (1933 - 2006) e Elton John. Tanto Brown quanto Elton sempre detectaram na voz de Rod lampejos da chama do soul que incendiava o canto de astros como Sam Cooke (1931 - 1964) - de cujo repertório, aliás, o intérprete de Maggy May regrava Wonderful World neste atual disco (bem) produzido por Steve Jordan e Steve Tyrell. De fato, a voz de Rod - ainda em digna forma - se sai bem na tarefa de reviver boa parte dos 13 temas selecionados para seu Soulbook. O encontro com Jennifer Hudson em Let It Be me - numa reedição do dueto feito originalmente por Jerry Butler e Betty Everett - é especialmente belo. Não somente pelo casamento perfeito das vozes de Rod e Hudson como também pelo fato de o arranjo evocar a era dourada do soul e do r & b - o que também acontece em faixas como It's the Same Old Song (lindo tema do repertório do conjunto Four Tops), You've Really Got a Hold on me (The Miracles) e What Becomes of the Broken Hearted (Jimmy Ruffin). Sim, é fato que a presença de convidados ilustres também confere certo charme ao Soulbook. Muito da energia de Tracks of my Tears, por exemplo, vem da participação de Smokey Robinson, intérprete original do tema na época em que integrava o conjunto The Miracles. Já a voz de Mary J Blige impede que o cover de You Make me Feel Brand New (hit dos melosos Stylistics) caia na banalidade - algo que a gaita de Stevie Wonder não consegue fazer por My Cherie Amour. No mais, a energia que pontua faixas como Love Train (do grupo The O' Jays, representante do chamado soul da Filadélfia) faz com que Soulbook deixe a boa impressão que não persistia ao fim das audições dos quatro CDs da série Great American Songbook.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Há uma certa dignidade neste songbook de soul (e de r & b) lançado por Rod Stewart após um disco com regravações de clássicos do rock. Confinado à prisão dos covers desde que a série Great American Songbook o reabilitou comercialmente no mercado, tendo rendido quatro irregulares volumes, o cantor escocês busca neste Soulbook legitimar os elogios colhidos por nomes como James Brown (1933 - 2006) e Elton John. Tanto Brown quanto Elton sempre detectaram na voz de Rod lampejos da chama do soul que incendiava o canto de astros como Sam Cooke (1931 - 1964) - de cujo repertório, aliás, o intérprete de Maggy May regrava Wonderful World neste atual disco (bem) produzido por Steve Jordan e Steve Tyrell. De fato, a voz de Rod - ainda em digna forma - se sai bem na tarefa de reviver boa parte dos 13 temas selecionados para seu Soulbook. O encontro com Jennifer Hudson em Let It Be me - numa reedição do dueto feito originalmente por Jerry Butler e Betty Everett - é especialmente belo. Não somente pelo casamento perfeito das vozes de Rod e Hudson como também pelo fato de o arranjo evocar a era dourada do soul e do r & b - o que também acontece em faixas como It's the Same Old Song (lindo tema do repertório do conjunto Four Tops), You've Really Got a Hold on me (The Miracles) e What Becomes of the Broken Hearted (Jimmy Ruffin). Sim, é fato que a presença de convidados ilustres também confere certo charme ao Soulbook. Muito da energia de Tracks of my Tears, por exemplo, vem da participação de Smokey Robinson, intérprete original do tema na época em que integrava o conjunto The Miracles. Já a voz de Mary J Blige impede que o cover de You Make me Feel Brand New (hit dos melosos Stylistics) caia na banalidade - algo que a gaita de Stevie Wonder não consegue fazer por My Cherie Amour. No mais, a energia que pontua faixas como Love Train (do grupo The O' Jays, representante do chamado soul da Filadélfia) faz com que Soulbook deixe a boa impressão que não persistia ao fim das audições dos quatro CDs da série Great American Songbook.

22 de dezembro de 2009 às 10:47  
Anonymous Anônimo said...

Rod é bom fazendo qq coisa. Os songbooks americanos são formidáveis, só implica com eles os de mal com a vida!!!!

22 de dezembro de 2009 às 14:02  

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