29 de dezembro de 2009

Ser outro diluidor de Ben é o problema de Local

Resenha de CD
Título: Samba sem
Nenhum Problema
Artista: Marcio Local
Gravadora: Local
Records
Cotação: * * 1/2

Carioca de Realengo, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), Marcio Local idolatra Jorge Ben Jor a ponto de ter imagem do cantor tatuada em seu braço. Tal idolatria ajuda a entender os caminhos seguidos pelo cantor e compositor neste seu primeiro álbum, Samba sem Nenhum Problema, produzido por Mario Caldato e editado primeiramente nos Estados Unidos e na Europa com o título de Adventures in Samba Soul. O problema é que Local soa como (mais um) diluidor de Ben - corrente inaugurada por Bebeto nos anos 70 e atualmente representada por outro Jorge, o Seu Jorge. Aliás, para novas gerações que pouco ouviram Ben Jor, e talvez até o desconheçam, Local corre o risco de parecer clone do autor de hits como Burguesinha (embora sua voz de barítono seja mais sedutora do que a de Jorge). O balanço black que embala o samba de Local foi bem formatado por Caldato. E o disco tem alto astral. Mas o que se ouve em músicas autorais como Ela Não Tá Nem Aí, Preta Luxo e Minha Rosa (parceria bissexta com o dramaturgo Domingos de Oliveira) é mera diluição competente do suingue seminal do Zé Pretinho. E o fato é que Samba sem Nenhum Problema tende a ficar repetitivo ao longo de suas onze músicas.

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Carioca de Realengo, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), Marcio Local idolatra Jorge Ben Jor a ponto de ter imagem do cantor tatuada em seu braço. Tal idolatria ajuda a entender os caminhos seguidos pelo cantor e compositor neste seu primeiro álbum, Samba sem Nenhum Problema, produzido por Mario Caldato e editado primeiramente nos Estados Unidos e na Europa com o título de Adventures in Samba Soul. O problema é que Local soa como mais um diluidor de Ben - corrente inaugurada por Bebeto nos anos 70 e atualmente representada por outro Jorge, o Seu Jorge. Aliás, para novas gerações que pouco ouviram Ben Jor, e talvez até o desconheçam, Local corre o risco de parecer clone do autor de hits como Burguesinha (embora sua voz de barítono seja mais sedutora do que a de Jorge). O balanço black que embala o samba de Local foi bem formatado por Caldato. E o disco tem alto astral. Mas o que se ouve em músicas autorais como Ela Não Tá Nem Aí, Preta Luxo e Minha Rosa (parceria bissexta com o dramaturgo Domingos de Oliveira) é mera diluição competente do suingue seminal do Zé Pretinho. E o fato é que Samba sem Nenhum Problema tende a ficar repetitivo ao longo de suas onze músicas.

29 de dezembro de 2009 às 09:42  
Anonymous Anônimo said...

Sim! Há que se falar dos repetidores da tríade Jorge Ben Jor / Tim Maia / Cassiano, que não acrescentam em nada ao trabalho dos precursores, e como bem disse Mauro, são diluidores. Finalmente um crítico percebe e crava com precisão.
Nada contra tais nomes, mas a crise de identidade que atinge a música brasileira precisa ser revelada e por fim estimulada a boa e velha criatividade do artista brasileiro.

29 de dezembro de 2009 às 10:27  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, Realengo é Zona Norte? Tem certeza?! rs

29 de dezembro de 2009 às 12:05  
Blogger Mauro Ferreira said...

Grato, anônimo das 12:05, pela observação. De fato, Realengo fica na Zona Oeste. Abs, MauroF

29 de dezembro de 2009 às 12:11  
Blogger y.end said...

Penso que devemos estar sempre prontos a rever nossas opiniões,ainda mais se não lançamos o olhar ao horizonte.Conheci o som do Local no show da Cinemathéque, foi uma catarse,fui ao youtube e o reconhecimento ao artista feito pelos estrangeiros é concreto,quanto ao Domingos ele é o cavaquinista da banda.

20 de fevereiro de 2010 às 20:49  

Postar um comentário

<< Home