18 de dezembro de 2009

Batida de Zé Pedro dilui diferenças das 'moças'

Resenha de CD
Título: Essa Moça Tá
Diferente Remixes de
DJ Zé Pedro
Artista: DJ Zé Pedro
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * *

Em 2002, o DJ Zé Pedro disse a que tinha vindo no mercado fonográfico quando lançou seu primeiro CD de remixes, Música para Dançar, pondo na pista alguns de seus ídolos na MPB. Em sua maioria, cantoras como Alcione, Clara Nunes (1942 - 1983) e Maria Bethânia. Em 2005, o DJ gaúcho - ora radicado em São Paulo (SP) - tentou se lançar como compositor entre os remixes de seu segundo CD, Quero Dizer a que Vim. Neste ano de 2009, o DJ - um apaixonado por MPB que dá valiosas dicas de repertório para cantoras como Zélia Duncan - se aproxima do universo sonoro de seu trabalho de estreia em Essa Moça Tá Diferente, terceiro CD de remixes de Pedro, editado pela gravadora Lua Music. Com trânsito livre pelos camarins e pela intimidade de muitas cantoras, o DJ conseguiu autorizações para remixar 14 gravações de intérpretes da MPB. O time inclui nomes bissextos em projetos do gênero. É o caso, em especial, de Marisa Monte, presente no CD com remix de Infinito Particular. E, se o remix desta música de 2006 abre o disco, é mais pela presença sempre ilustre de Marisa, pois o DJ se mostra bem mais inspirado ao trazer para a pista Alcione (Sufoco, em batida de house que dá à música a vibração do samba, inexistente na gravação original de 1978), Maysa (Canto de Ossanha, em pulsação afro que revigorou o registro de 1966) e Fafá de Belém (Raça, em bom remix house de sotaque tribal). O CD Essa Moça Tá Diferente reitera a grande qualidade do DJ: o respeito e a reverência pelas gravações que remixa. Em bom português, Pedro não deturpa a melodia original para mostrar serviço. Entretanto, é fato que suas batidas - que transitam principalmente pelo universo da house - exibem poucas nuances e, por vezes, acabam por diluir as diferenças das moças. Ainda assim, embora seja menos vibrante do que Música para Dançar, Essa Moça Tá Diferente vai soar curioso para fãs de cantoras. Que poderão ouvir Zélia Duncan (no caso, uma inédita regravação de Todo Amor que Houver Nessa Vida) em clima de electro, Maria Alcina (Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua) em tom de funk carnavalesco e Elis Regina (Trem Azul) na batida contemporânea das pistas. Sem fronteiras estéticas e sem grandes ousadias estilísticas, Pedro traz para a pista tanto a bossa de Nara Leão (Mal-me-Quer, um dos remixes menos empolgantes) quanto o samba de Mart'nália (Cabide, que ganha a batida de house no Nêga Mix), passando pelo canto mais intimista de Célia (Muito Romântico, em um clima meio lounge). Pela riqueza do material original, o resultado poderia ter sido mais feliz e vibrante, mas, entre altos e baixos, o reverente DJ se safa pelo respeito (às vezes excessivo) que tem por essas moças de gerações e sons diferentes.

6 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Em 2002, o DJ Zé Pedro disse a que tinha vindo no mercado fonográfico quando lançou seu primeiro CD de remixes, Música para Dançar, pondo na pista alguns de seus ídolos na MPB. Em sua maioria, cantoras como Alcione, Clara Nunes (1942 - 1983) e Maria Bethânia. Em 2005, o DJ gaúcho - ora radicado em São Paulo (SP) - tentou se lançar como compositor entre os remixes de seu segundo CD, Quero Dizer a que Vim. Neste ano de 2009, o DJ - um apaixonado por MPB que dá valiosas dicas de repertório para cantoras como Zélia Duncan - se aproxima do universo sonoro de seu trabalho de estreia em Essa Moça Tá Diferente, terceiro CD de remixes de Pedro, editado pela gravadora Lua Music. Com trânsito livre pelos camarins e pela intimidade de muitas cantoras, o DJ conseguiu autorizações para remixar 14 gravações de intérpretes da MPB. O time inclui nomes bissextos em projetos do gênero. É o caso, em especial, de Marisa Monte, presente no CD com remix de Infinito Particular. E, se o remix desta música de 2006 abre o disco, é mais pela presença sempre ilustre de Marisa, pois o DJ se mostra bem mais inspirado ao trazer para a pista Alcione (Sufoco, em batida de house que dá à música a vibração do samba, inexistente na gravação original de 1978), Maysa (Canto de Ossanha, em pulsação afro que revigorou o registro de 1966) e Fafá de Belém (Raça, em bom remix house de sotaque tribal). O CD Essa Moça Tá Diferente reitera a grande qualidade do DJ: o respeito e a reverência pelas gravações que remixa. Em bom português, Pedro não deturpa a melodia original para mostrar serviço. Entretanto, é fato que suas batidas - que transitam principalmente pelo universo da house - exibem poucas nuances e, por vezes, acabam por diluir as diferenças das moças. Ainda assim, embora seja menos vibrante do que Música para Dançar, Essa Moça Tá Diferente vai soar curioso para fãs de cantoras. Que poderão ouvir Zélia Duncan (no caso, uma inédita regravação de Todo Amor que Houver Nessa Vida) em clima de electro, Maria Alcina (Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua) em tom de funk carnavalesco e Elis Regina (Trem Azul) na batida contemporânea das pistas. Sem fronteiras estéticas e sem grandes ousadias estilísticas, Pedro traz para a pista tanto a bossa de Nara Leão (Mal-me-Quer, um dos remixes menos empolgantes) quanto o samba de Mart'nália (Cabide, que ganha a batida de house no Nêga Mix), passando pelo canto mais intimista de Célia (Muito Romântico, num clima meio lounge). Pela riqueza do material original, o resultado poderia ter sido mais feliz e vibrante, mas, entre altos e baixos, o reverente DJ se safa pelo respeito (às vezes excessivo) que tem por essas moças de gerações e sons diferentes.

18 de dezembro de 2009 às 17:54  
Anonymous Anônimo said...

Alguém pode me dizer a que veio esse moço?
Bernardo Vidal
Criciúma

18 de dezembro de 2009 às 19:57  
Anonymous Anônimo said...

Ah, li tudo,até as vírgulas e pontos e o Mauro não fala do remix da minha cantora? Que sacanagem! Seu Ferreira, está marcando bobeira! rs
Aliás, esse disco já saiu a uma eternidade e você só resenhou agora? Vamos trabalhar! Nada de recessos de fim de ano! KKKKKKKKK
Feliz Natal e que o blog venha com tudo no ano de 2010! Muitos êxitos, saúde e muitas resenhas; que seja um ano salvador para a indústria. Grande abraço e eu espero que a resenha dos sambas de enredo de 2010 não seja feita logo após os festejos de Momo.

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

19 de dezembro de 2009 às 09:38  
Anonymous Anônimo said...

Mauro...tenho certeza que esse post tem muito mais de 3 observações e vc está bloqueando os comentários!! To errado?????

19 de dezembro de 2009 às 19:44  
Anonymous Anônimo said...

Deve estar certo, provavelmente o anônimo deva estar provocando algum leitor do blog, mais precisamente o Marcelo.

20 de dezembro de 2009 às 11:34  
Anonymous Anônimo said...

Aqui ninguem pode criticar o Ze Pedro pq o Mauro não deixa...

20 de dezembro de 2009 às 12:13  

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