7 de dezembro de 2009

Bartoli canta árias dos 'castrati' sem sacrifício

Resenha de CD
Título: Sacrificium
Artista: Cecilia Bartoli
Gravadora: Decca
/ Universal Music
Cotação: * * * *

Um dos campeões de vendas no setor erudito em 2009, com números típicos de discos feitos no volátil universo pop, Sacrificium é o CD em que a cantora lírica Cecilia Bartoli aborda o repertório dos castrati, ou seja, dos meninos cantores do século 18 que foram castrados na infância para que suas vozes não adquirissem os adultos timbres masculinos. Intérprete de fartos recursos, dona de bela voz de mezzo-soprano, Bartoli escala sem sacríficios as notas mais altas de 12 árias criadas por compositores italianos - entre eles, Nicola Porpora (1686 - 1768) e Antonio Caldara (?1671 - 1736) - para os castrati. Uma aura de beleza barroca envolve temas como Chi Temea Giove Regnante - ária da ópera Farnace (1724) - e Profezie, Di me Diceste (da ópera Sedecia, de 1732). O instrumental de Sacrificium é o mesmo de discos do gênero. Contudo, talvez pelo fato de o repertório ser praticamente desconhecido, o CD chega às lojas com real ar de novidade - o que talvez ajude a explicar os expressivos números de vendas ao redor do mundo. Êxito comercial que não deverá se repetir no Brasil, país onde o titubeante mercado fonográfico de música erudita já parece ter sido castrado ao longo desta década...

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Um dos campeões de vendas no setor erudito em 2009, com números típicos de discos feitos no volátil universo pop, Sacrificium é o CD em que a cantora lírica Cecilia Bartoli aborda o repertório dos castrati, ou seja, dos meninos cantores do século 18 que foram castrados na infância para que suas vozes não adquirissem os adultos timbres masculinos. Intérprete de fartos recursos, dona de bela voz de mezzo-soprano, Bartoli escala sem sacríficios as notas mais altas de 12 árias criadas por compositores italianos - entre eles, Nicola Porpora (1686 - 1768) e Antonio Caldara (?1671 - 1736) - para os castrati. Uma aura de beleza barroca envolve temas como Chi Temea Giove Regnante - ária da ópera Farnace (1724) - e Profezie, Di me Diceste (da ópera Sedecia, de 1732). O instrumental de Sacrificium é o típico de discos do gênero. Contudo, talvez pelo fato de o repertório ser praticamente desconhecido, o CD chega às lojas com real ar de novidade - o que talvez ajude a explicar os expressivos números de vendas ao redor do mundo. Êxito comercial que não deverá se repetir no Brasil, país onde o titubeante mercado fonográfico de música erudita já parece ter sido castrado ao longo desta década...

7 de dezembro de 2009 às 22:56  
Blogger Júlio said...

Sem contar que a caríssima edição brasileira em nada lembra a especial disponível no exterior pelo mesmo preço.
De resto, é esquecer a horrenda capa (a menos que se tome como ironia) e aproveitar a mais interessante cantora lírica em atividade.

8 de dezembro de 2009 às 14:31  
Anonymous Anônimo said...

É... se a gente não botar muita atenção é capaz de achar que se trata de uma capa de filme de terror. Cecilia Bartoli e Natalie Dessay são as vozes líricas femininas que mais me despertam interesse na atualidade. Não há como não se deliciar com a interpretação marcante de Cecília na ária "Agitata da due venti" e não se comover com "Sposa son disprezzata" (para mim, a mais bela interpretação dessa ária), o que comprova toda a versatilidade de sua bela voz de mezzo-soprano coloratura. Espero que que seja um trabalho tão belo quanto o seu "Vivaldi Album".

Fabio de Sampa.

8 de dezembro de 2009 às 17:25  

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