3 de novembro de 2009

Daniela celebra o samba da terra em 'Canibália'

Resenha de CD
Título: Canibália
Artista: Daniela Mercury
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Canibália, o 13º álbum de Daniela Mercury, é coerente com seu título de inspiração antropofágica. Cosmopolita, a baiana põe no tabuleiro doses concentradas de eletrônica, um tantinho de r & b - em This Life Is Beautiful, parceria com o rapper norte-americano Wyclef Jean, convidado do tema que celebra a vida e a Bahia - e um bocadinho de rap, evocado nos compassos iniciais de Trio em Transe. Contudo, por mais que carregue outros balangandãs neste álbum que remete ao iluminado disco Sol da Liberdade (2000) pela maior ousadia estética e pelas bases eletrônicas de algumas faixas (mas também ao desconexo Sou de Qualquer Lugar, de 2001, quando procura se distanciar do universo do axé), a baiana oferece como quitute principal o samba de sua terra. Celebrado tanto na faixa intitulada Benção do Samba - festivo medley que agrega Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi) e Samba da Benção (Baden Powell e Vinicius de Moraes) - como na batucada que encerra a turbinada releitura eletrônica de Tico-Tico no Fubá, o choro de 1931 que deu projeção internacional ao compositor Zequinha de Abreu (1880 - 1935) na voz de Carmen Miranda (1909 - 1955). Tempero natural da azeitada salada tropicalista de Canibália, a Brazilian Bombshell é citada em verso de Trio em Transe - tema que relaciona na letra personagens e filmes do cinema brasileiro - e tem sua voz sampleada por Daniela no charmoso dueto virtual de O Que É Que a Baiana Tem?, o samba-emblema do recorrente Dorival Caymmi (1914 - 2008). A baiana tem visão internacional...

Por mais que atravesse fronteiras ao perseguir um tom e um som cosmopolita, numa busca refletida nos versos poliglotas de One Love (faixa que soterra a percussão baiana sob beats eletrônicos), Canibália cresce justamente quando gira em torno do samba da terra. Oyá por Nós - parceria de Daniela com Margareth Menezes - é aquecida pelo calor da voz de Maga e do baticum afro-baiano. O medley Preta - que junta Eu Sou Preto (J. Velloso e Mariene de Castro) com Sorriso Negro (Adilson Barbado, Jair Carvalho e Jorge Portela) - celebra a negritude num tom mestiço que remete ao último álbum de estúdio da cantora, Balé Mulato (2006). Convidado da faixa, Seu Jorge defende com propriedade o samba popularizado por Ivone Lara em 1981, com direito a discurso por mais cidadania e trabalho ao fim do tema. É bom momento de Canibália, assim como Sol do Sul, reggae que - a despeito de ter sido feito por Daniela com seu filho Gabriel Póvoas na invernal Londres - ilumina a ideia política da integração da América do Sul.

Feito sob a luz clara da alegria, traço recorrente na ensolarada discografia de Daniela e mote da faixa A Vida É um Carnaval, Canibália celebra também os direitos indígenas em Dona Desse Lugar, exalta o amor (e a liberdade de amar) na balada Castelo Imaginário e agrega familiares da artista nos vocais afetuosos de Cinco Meninos, a música mais pungente do CD. Nesse mosaico antropofágico, há ainda espaço para a releitura moderninha de O Que Será? (À Flor da Terra), tema lançado por Chico Buarque em 1976. No todo, Canibália não chega a figurar entre os melhores discos de Daniela, porque nem sempre as músicas inéditas estão à altura das ideias defendidas nas letras, mas a baiana reafirma a habitual inquietude ao se enfeitar com novos balangandãs e ao recusar a mesmice imperante no ritmo rotulado como axé music.

34 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Canibália, o 13º álbum de Daniela Mercury, é coerente com seu título de origem antropofágica. Cosmopolita, a baiana põe no tabuleiro doses concentradas de eletrônica, um tantinho de r & b - em Life Is Beautiful, parceria com o rapper norte-americano Wyclef Jean, convidado do tema que celebra a vida e a Bahia - e um bocadinho de rap, evocado nos compassos iniciais de Trio em Transe. Contudo, por mais que carregue outros balangandãs neste álbum que remete ao desconexo Sou de Qualquer Lugar (2001) pelas bases eletrônicas de várias faixas, a baiana oferece como quitute principal o samba de sua terra. Celebrado tanto na faixa intitulada Benção dos Sambas - um medley que agrega Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi) e Samba da Benção (Baden Powell e Vinicius de Moraes) - como na batucada que encerra a turbinada releitura eletrônica de Tico-Tico no Fubá, o choro de 1931 que deu projeção internacional ao compositor Zequinha de Abreu (1880 - 1935) na voz de Carmen Miranda (1909 - 1955). Tempero quase obrigatório da salada tropicalista do CD Canibália, a Brazilian Bombshell é citada em verso de Trio em Transe - tema que relaciona na letra personagens e filmes do cinema brasileiro - e tem sua voz sampleada por Daniela no charmoso dueto virtual de O Que É Que a Baiana Tem?, o samba-emblema do recorrente Dorival Caymmi (1914 - 2008). A baiana tem visão internacional...

Por mais que atravesse fronteiras ao perseguir um tom cosmopolita, numa busca refletida nos versos poliglotas de One Love (faixa que soterra a percussão baiana sob beats eletrônicos), Canibália cresce justamente quando gira em torno do samba da terra. Oyá por Nós - parceria de Daniela com Margareth Menezes - é aquecida pelo calor da voz de Maga e do baticum afro-baiano. O medley Preta - que junta Eu Sou Preto (J. Velloso e Mariene de Castro) com Sorriso Negro (Adilson Barbado, Jair Carvalho e Jorge Portela) - celebra a negritude num tom mestiço que remete ao último álbum de estúdio da cantora, Balé Mulato (2006). Convidado da faixa, Seu Jorge defende com propriedade o samba popularizado por Ivone Lara em 1981, com direito a discurso por mais cidadania e trabalho ao fim do tema. É bom momento de Canibália, assim como Sol do Sul, reggae que - a despeito de ter sido feito por Daniela com seu filho Gabriel Póvoas na invernal Londres - ilumina a ideia política da integração da América do Sul.

Feito sob a luz da alegria, traço recorrente na ensolarada discografia de Daniela e mote da faixa A Vida É um Carnaval, Canibália celebra também os direitos indígenas em Dona Desse Lugar, exalta o amor (e a liberdade de amar) na balada Castelo Imaginário e agrega familiares da artista nos vocais afetuosos de Cinco Meninos, a música mais pungente do CD. Nesse mosaico antropofágico, há ainda espaço para a releitura moderninha de O Que Será? (À Flor da Pele), o tema lançado por Chico Buarque em 1976. No todo, Canibália não chega a figurar entre os melhores discos de Daniela, porque nem sempre as músicas inéditas estão à altura das ideias defendidas nas letras, mas a baiana reafirma a habitual inquietude ao se enfeitar com novos balangandãs e ao recusar a mesmice imperante no ritmo rotulado como axé music.

3 de novembro de 2009 às 10:48  
Anonymous Anônimo said...

E qd esse CD será lançado aqui no Brasil? Estava prometido para julho e depois para agosto/setembro e já estamos em novembro!
Fiz download do Canibalia e gostei bastante...agora quero tê-lo em mãos!

3 de novembro de 2009 às 12:00  
Anonymous Anônimo said...

Daniela nos salvou da música tipo "exportação", ou seja, pandeiro e mulher pelada rebolando. Isso, no contexto internacional aborda como, hoje, a Música Popular Brasileira é vista e sentida lá fora. Prova disso é que a mesma vai encerrar a festa do Grammy Latino se apresentando no palco principal, depois de clamar por isso publicamente em outra edição do mesmo evento. Quem acredita corre atrás e alcança. O termo que poderia melhor representar parte do sentido que ela agrega a música é a inovação. A baiana se reinventa sem se repetir, e principalmente, com a essência e raízes preservadas.A arte literalmente pulsa e se transfunde no trabalho da cantora.A mesma fez o ponto e o contra ponto do axé músic e mostrou para o mundo que a criatividade, o engajamento,a disciplina e a coragem são alguns dos ingredientes para se imortalizar uma obra.


Leandro,

3 de novembro de 2009 às 13:45  
Anonymous Anônimo said...

Eu não entendo é o fato de Daniella ser tão rejeitada na Bahia. Não sei se isso é lenda ou real, mas que não dá para entender como as "Ivetes e Claudias" conseguem atrair um povo tão diverso musicalmente como o baiano com um som padronizado, sem criatividade alguma e elerônicamente pateurizado. Vai entender isso!

3 de novembro de 2009 às 14:42  
Anonymous Anônimo said...

Não ouvi mas esse mas me lembra mais o SOL DA LIBERDADE do que SOU DE QUALQUER LUGAR ...

3 de novembro de 2009 às 15:10  
Anonymous Anônimo said...

Cismou em emplacar lá fora de qualquer jeito. Nem Bebel Gilberto nem Marisa Monte conseguiram. Aliás,Marisa nem se preocupa com isso ...

3 de novembro de 2009 às 15:11  
Blogger Mauro Ferreira said...

Tem razão, anônimo das 15:10. Tinha pensado nisso, mas não escrevi. Mas seu comentário me inspirou a ajustar o texto. Obrigado.

3 de novembro de 2009 às 15:37  
Anonymous Gabriel Lima said...

Mauro, e você sabe quando a Sony vai colocar esse cd no mercado brasileiro? Ele está sendo lançado por esses dias no país? Já ouvi o cd na net e achei incrível, quero muito garantir o meu.

3 de novembro de 2009 às 15:43  
Anonymous Anônimo said...

Mauro,o que será `a flor da pele não foi lançado por Simone para a trilha de Dona Flor em 1976?

3 de novembro de 2009 às 16:58  
Anonymous Anônimo said...

Essas releituras modernosas que a Daniela faz são totalmente dispensáveis.

3 de novembro de 2009 às 17:26  
Anonymous Anônimo said...

"À flor da Pele", anônimo, assim como "À flor da terra" foram subtítulos com outras letras compostas mais tarde por Chico.
A 1ª entrou em disco de Milton com Chico como convidado - é lírica, mas não romântica - e a 2ª em disco de Chico com Milton como convidado - mais acelerada e com letra de cunho político.
A VERSÃO DE SIMONE NÃO TEM SUBTÍTULO E FALA ESPECIFICAMENTE DOS PERSONAGENS E DA HISTÓRIA DO "TRIO ROMÂNTICO" DO FILME - TEM ANDAMENTO LÍRICO TAMBÉM (E SAFADO :-) )
Abraços.

3 de novembro de 2009 às 19:21  
Anonymous Anônimo said...

O album já está em Portugal! Adoro a alegria contagiante da Daniela... eu sinto essa força da negritude na sua voz e música e adoro o facto que ela continua inovando e seguindo a sua intuição e levando o canto da Bahia e do Brasil pelo mundo fora.

Vi o show de apresentação Canibália em Portugal e ela arrasou! Linda, forte, afinada, simpática, furacão, simpática, mulata, exigente, perfeita, calorosa e luminosa!

3 de novembro de 2009 às 19:22  
Anonymous Anônimo said...

DEFINITIVAMENTE SAIU DA PRAIA - OU DA LADEIRA - DA AXÉ MUSIC.
ABRIU SEUS HORIZONTES E CHEGOU LÁ.
DEIXA A POBRE AXÉ PARA IVETES, CLÁUDIAS, CHICLETES...

3 de novembro de 2009 às 19:24  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo, se não me engano (me corrijam!) Simone gravou O QUE SERÁ ? - só! - com letra temática sobre os personagens e situações do filme.
Tanto O QUE SERÁ ? (À FLOR DA TERRA) - lançada em disco solo de Chico com Milton como convidado - e O QUE SERÁ ? (À FLOR DA PELE) - lançada por Milton em disco solo com Chico como convidado - vieram depois.

3 de novembro de 2009 às 19:29  
Anonymous Léo said...

O CD é muito bom. Me lembra mais o "Sou de qualquer lugar", onde o lado pop está mais presente do q o regional. No "Sol da Liberdade", (que considero superior) os dois lados estão mais equilibrados. Em "Canibália" vejo novamente o lado pop/eletrônico se sobressaindo, embora sem o radicalismo do "Sou de qualquer lugar".

Destaque para "Tico tico no fubá" (excelente arranjo eletrônico, sem descaracterizar), "O que é que a baiana tem", "One Love" e o medley "Bênção do Samba".
Um trabalho rico e ousado, que mostra novamente q Daniela Mercury é muito mais do q uma cantora de trio elétrico (fato que alguns não conseguem enxergar, em consequência de análises superficiais).

3 de novembro de 2009 às 20:51  
Anonymous Diogo ! said...

Sei que não tira mais as duvidas dos leitores Mauro mas mesmo assim te pergunto.

A releitura moderninha de O Que Será? (À Flor da Pele) é o mesmo duo que Dani canta com Sosa no album " Cantora " ?

3 de novembro de 2009 às 22:55  
Anonymous Diogo ! said...

Achei bem pra gringo mesmo esse album. Não ouvi, então nem posso ser injusto, mas pelos créditos/ficha técnica ...

PS: Engraçado, mas eu prefiro o SOU DE QUALQUER LUGAR ao SOL DA LIBERDADE.

3 de novembro de 2009 às 22:59  
Anonymous Anônimo said...

Daniela ficou tão desesperada em sair da axé music que fez uma misturada moderna sem pé nem cabeça nem qualidade. Se perdeu no próprio caminho!

3 de novembro de 2009 às 23:16  
Anonymous Anônimo said...

A versão de 'O Que Será' não é a mesma do álbum da Marcedes Sosa. É engraçado gente que não escutou dando opiniões baseadas em superficialidades.

4 de novembro de 2009 às 07:14  
Anonymous Anônimo said...

Gostei muito do Disco e destaco as faixas "Trio em Transe" (doida demais!), a viciante "One love" (POP de rádio FM de primeira qualidade), "Dona desse lugar" (com uma batera e cellos bacanérrimos), "castelo imaginário" (balada super estilosa) e as regravações de Carmem - sempre contagiantes e "mudernas".
Salve Daniela! Se mostrando acima da média e, claro, provando para as colegas da Bahia (Claudia e Ivete) que o "axé" evoluiu (e muito!).

JOuber-BH / MG

4 de novembro de 2009 às 10:41  
Anonymous Anônimo said...

A Daniella ficou desesperada em sair da mediocridade em que foi transformado ao movimento Axé Music, antes que fosse incluída na mesma lista que Ivete e Claudia Leite. Já pensou?

4 de novembro de 2009 às 11:47  
Anonymous Anônimo said...

Pra mim é o pior disco da Daniela. Releituras dispensáveis, já que outros fizeram melhor e inéditas sofríveis.

4 de novembro de 2009 às 12:12  
Anonymous Diogo ! said...

Ao anônimo as 07:14 ...

Não acho que fui injusto com Daniela. A minha dúvida só surgiu pois já ouvi o (enfadonho) dueto de Sosa com Daniela e não achei nenhum um pouco " moderninha " . Daí minha a minha dúvida,se era a mesma ou era outra versão.

Mesmo assim obrigado por me responder.


Sucesso a Daniela Mercury no Grammy Latino 2009 e um abraço a Rafael Moura.

4 de novembro de 2009 às 16:07  
Anonymous Rafael said...

Gostei bastante do CD, porém acho que a estratégia de divulgar algumas músicas antes acabou um pouco com o fator surpresa do CD. Creio que se fossem acrescentadas mais 3 ou 4 músicas isso seria minimizado, já que a própria Daniela comentou que gravou 20 no total. Considero o trabalho bastante coerente e os arranjos impecáveis e modernosos. 'The Life is Beautiful' foi uma das poucas que eu não gostei. Resta saber quando o CD chegará por aqui... Diogo, um abraço pra você!!

5 de novembro de 2009 às 00:46  
Anonymous Anônimo said...

Um belissimo disco, coerente com a versatilidade da cantora.

Sem dúvida estará na listinhas dos Top 10 de 2009.


Leandro

5 de novembro de 2009 às 09:25  
Anonymous Luc said...

Beleza de capa. Me lembrou uma foto do Mario Cravo Neto.

5 de novembro de 2009 às 16:50  
Blogger nick said...

Desculpa é o espaço da Daniela...mas estou totalmente confuso com as versões de o que será ! Alguém pode explicar quais são , a diferença das versões feitas para Simone, a que o Chico e Milton csntam? Para mim é uma das maiores composições de todos os tempos na mpb.

5 de novembro de 2009 às 18:00  
Anonymous fábio braga... said...

Daniela fez com: "O que será", o que fez com Alegria, alegria no cd da Tropicália de comemoração com vários artistas baianos que saiu pela Natasha records!!!
MUUUUIIIIta gente não gostou!!!!

5 de novembro de 2009 às 19:51  
Blogger Unknown said...

Daniela nunca me atraiu, mas neste disco ela me surpreendeu! De tantos os amigos insistirem resolvi dar uma chance a ela, escutei o disco e adorei!

5 de novembro de 2009 às 23:08  
Blogger Meu Caro Vinho said...

Não entendi o que quis dizer ao afirmar que o "Canibália" não chega a figurar entre os melhores já lançados pela Daniela Mercury.Comparado ao "Swing da Cor" ou "Música de Rua" não há destaque?Ora,me parece injusto.Ao ouvir o arranjo bem bolado para "O que Será", com aquele batuque afrobaiano, e o piano dando um toque todo clássico à canção,alternando versos cantados com recitados,tenho certeza que a Elis Regina levantaria suas sobrancelhas questionando-se:"O que é que essa baiana tem"?Cosmopolita sim,mas com estilo próprio sem apelar pro popularesco.Refinada com coerência,sem baixar o nível do seu repertório.Na minha opinião, Daniela supera-se a cada disco.Mas ainda assim,vejo que ela é duramente criticada por sua ousadia musical.
Por que será?

6 de novembro de 2009 às 13:39  
Blogger R said...

Vou comprar este disco.

8 de novembro de 2009 às 14:12  
Anonymous Anônimo said...

Discussões à parte, eu gostei do novo trabalho de Daniela...Trio em Transe e One Love não saem da minha cabeça...As releituras, na minha opinião, foram respeitosas e modernas, resgatando essas musicas e apresentado-as às novas gerações.
Eu considero Daniela universal...ela canta o que gosta e do jeito que gosta...leva a séria a liberdade de expressão artistica.
Quanto às comparações com as demais colegas baianas, vejo que cada uma segue o caminho que quer e faz por merecer seu lugar no mercado musical...bom ou ruim (na opinião de alguns) elas levam alegria e emoção ao povo brasileiro e isso já é digno de parabenizar.
Valeu

11 de novembro de 2009 às 08:04  
Blogger Unknown said...

Gostei do novo CD de Daniela. Uma das faixas mais tocantes, sem dúvida, é a feita em homenagem a seus pais: Cinco Meninos. Que bela música, que beleza!! Ela tem a simplicidade e o dengo de um acalanto. Emocionante!!
A propósito da rejeição dos baianos a Daniela, em parte procede porque a julgam metida. No entanto, se formos olhar bem, ela é uma artista baiana das poucas que se preocupam em fazer um trabalho artístico para além de finalidades financeiras. Daniela transpira preocupação com sua estética musical, com a cultura e em ser uma artista sinceramente engajada.
A propósito, após ter assistido ao seu 10º show no Farol da Barra ontem 1º/01, Daniela conquistou de vez meu coração por ter feito o melhor show nesses dez anos do Projeto Pôr-do-Som. Ela brindou os presentes com as músicas de seu novo CD, Canibália, com muita dança e beleza, demonstrando ainda o porquê deve ser respeitada pelos baianos como a Rainha do Axé.

2 de janeiro de 2010 às 19:30  
Blogger Unknown said...

Adorei o show de Daniela Mercury ontem no Farol da Barra, no Projeto PÔr-do-Som. Neste espetáculo, ela nos brindou com músicas do seu novo CD Canibália. Gostei da maioria das músicas; destaco, porém, Cinco Meninos que ela compôs em homenagem aos seus pais. Bela e tocante canção que nos remete a um belo acalanto, com toda a beleza e o dengo que esse tipo de música tem.
Em relação a críticas sofridas por Daniela entre baianos, essa crítica negativa existe aqui. No entanto, se formos analisar essa artista com sensatez, veremos que ela não cede aos apelos popularescos: não precisa xingar em público ou se auto-debochar para comprar o público.
O que vi ontem no show foi uma Daniela ousada, sensível, preocupada em oferecer ao seu público um espetáculo de boa música, dança e reflexões em relação ao nosso papel cidadão na sociedade.
Adoro Ivete também, mas até ela há de reconhecer a preocupação da colega com a feitura de um trabalho inovador, que transcenda ao imediatismo do Axé, fazendo-nos refletir também sobre nossas origens étnicas e músicas.
Daniela, desta vez, conquistou meu coração de vez. Prova disto, é que já fui à loja comprar seu novo CD!!!!Recomendo!!!

2 de janeiro de 2010 às 19:48  

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