12 de setembro de 2009

'Perfumes de Sim' exala beleza e força de Mata

Resenha de Show
Título: Perfumes de Sim
Artista: Vanessa da Mata (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 11 de setembro de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz no Canecão (RJ) até sábado, 12 de setembro

A música de Vanessa da Mata já parece ter atingido um ponto de maturação. Dez anos depois de ter sido projetada como original compositora por Maria Bethânia, que gravou A Força que Nunca Seca e batizou seu álbum de 1999 com o nome desta parceria da artista mato-grossense com Chico César, Mata se confirma como uma das cantoras mais populares do Brasil na atualidade. A turnê do show Perfumes de Sim, que percorreu o Nordeste e chegou esta semana ao Rio de Janeiro (RJ) em estreia consagradora no Canecão, exala esse cheiro de maturidade que somente o tempo e a estrada podem gerar. A autora de Não me Deixe Só já em nada lembra a intérprete tímida que parecia ter medo do palco em seus primeiros shows. Já com domínio da cena, Vanessa rodopia pelo palco e - ao vivo - põe sua bela figura a serviço de sua bela música.

Derivado do espetáculo idealizado em 2008 para originar o primeiro registro ao vivo da artista, lançado neste ano de 2009 em CD e DVD editados dentro da série Multishow ao Vivo, Perfumes de Sim é show alegre e vibrante, de forte sonoridade pop contemporânea. Mata fugiu da banalização ensaiada em seu segundo álbum - o diluidor Essa Boneca Tem Manual (2004) - rumo a um som encorpado e dançante, com uso bem dosado de recursos eletrônicos, concentrados nos teclados antenados de Donatinho. Sob a segura direção musical de Kassin, Mata se embrenha por repertório essencialmente autoral e se permite explorar terrenos alheios. Novidade do roteiro, o carimbó Sinhá Pureza (Pinduca) - lançado por Eliana Pittman em 1974 e revivido por Fernanda Takai no show Onde Brilhem os Olhos seus - tem sua inclusão legitimada pelo fato de evocar o regionalismo que, mesmo diluído em solução pop, permeia e sustenta o cancioneiro de Mata. Outra surpresa, A Lua e Eu - uma das obras-primas do soulman Cassiano - ganha registro correto na voz às vezes ainda titubeante da cantora. Em contrapartida, Último Romance - a música do hermano Rodrigo Amarante - pareceu fora do tom na interpretação de Vanessa. Mesmo porque é nas canções mais introspectivas - como Um Dia, Um Adeus (Guilherme Arantes), ouvida no bis - que saltam aos ouvidos as eventuais desafinadas que ainda empanam o brilho do canto da artista. Contudo, tais traços de imperfeição vocal se tornam insignificantes face a força e a alegria contagiantes do show Perfumes de Sim. Sobretudo quando a compositora aborda a própria obra personalíssima entre inédita (Perfume Barato, sobra do álbum Sim - de 2007 - e do DVD Multishow ao Vivo) e hits já inevitáveis como Good Luck/Boa Sorte, Amado e Ai, Ai, Ai. Sim, a música da compositora já ganhou definitivamente o Brasil. Quando ela senta no palco do Canecão e deixa que o público cante sozinho a canção Ainda Bem, em momento de real comunhão popular, fica a sensação de que Vanessa da Mata vai sentir por muito tempo o aroma do sucesso...

29 Comments:

Anonymous LUCIA said...

Mauro, não foi você que destruiu o segundo disco dela... as vezes acho você tão contraditório..

LUCIA/RJ

12 de setembro de 2009 às 14:41  
Anonymous Anônimo said...

" fica a sensação de que Vanessa da Mata vai sentir por muito tempo o aroma do sucesso... "

O que eu fiz meu Deus ??!!

12 de setembro de 2009 às 14:47  
Anonymous Anônimo said...

Um mix de Tetê Espindola com Marisa Monte que nunca me agradou ...

12 de setembro de 2009 às 14:49  
Anonymous Anônimo said...

Essa moça é muito talentosa.
Ao contrário do que dizem, tem uma voz linda e manda muito bem ao vivo.
Tête Espíndola foi demais. Agora, o público dela é exatamente o mesmo da Marisa Monte.

12 de setembro de 2009 às 16:17  
Blogger Jr Vilanova said...

???
Como pode ter tido uma "sobra" no registro da "Multishow ao vivo" se o trabalho ficou devendo? Com exceção de "Acode"(que inclusive foi gravada em primeira mão pela ex-fama Shirley Morais, portanto, nem é tão inédita assim), praticamente não tivemos novidades, o que me irritou profundamente... agora descubro que houveram inéditas que foram "excluídas"... estou ainda mais indignado!

Apesar das desafinadas peculiares e do nervosismo notório em grandes apresentações, admiro e me identifico com o som de Vanessa da Mata. Espero que "perfumes de sim" volte pro Nordeste e incluam Maceió no roteiro...

Jr.

12 de setembro de 2009 às 16:34  
Anonymous Anônimo said...

Lá vem a mesma "pequenez" dos comentários aqui no blog mais uma vez a respeito da Vanessa. Mauro fez uma crítica contundente! Que reflete o que todos que vimos o show sentimos.. as falhas no canto são detalhes perante toda a beleza do espetáculo consagrado pela força da cantora e compositora. è sempre assim: Vanessa desafina, Marisa monte é fria, Bethânia precisa dar um tempo, Daniela não se achou, Roberta Sá ainda pode melhorar e por aí vai... sorte dos que esquecem as bobagens e vêem a real beleza de cada uma!

ANTÔNIO ASSIS

BELO HORIZONTE

12 de setembro de 2009 às 19:12  
Anonymous Anônimo said...

Tetê Espíndola com Marisa Monte ?

Geralmente não perco tempo com comparações - "na Natureza nada se cria, tudo se tranforma" (ou é mutante) MAS ESSA COMPARAÇÃO É RIDÍCULA E INCABÍVEL.

AI, AI...

12 de setembro de 2009 às 20:38  
Anonymous Anônimo said...

Desculpa!
Pra mim cantora tem que ser afinada! E ponto! Como as pessoas aqui, inclusive o Mauro, são boazinhas... Sendo assim vou gravar um disco com minhas composições, que também são lindas. Já que afinação não é problema! A Vanessa é muito desafinada. Isso me incomoda! Afinal eu escuto com o ouvido... Entenderam?

12 de setembro de 2009 às 23:18  
Anonymous Anônimo said...

Não adianta Mauro, mesmo com esse confete todo em cima dela... A desafinação da moça dói nos meus ouvidos...

12 de setembro de 2009 às 23:49  
Anonymous Paulo - SSA said...

Só pra registrar! No mesmo ano de 1999 em que Bethânia gravou "A Força Que Nunca Seca", Daniela Mercury gravou "Viagem", da Vanessa da Mata. Não sei ao certo quem lançou seu trabalho primeiro nesse ano, mas é fato que as duas são pesquisadoras e encontraram a menina do Mato Grosso na mesma época. Abraço!

13 de setembro de 2009 às 00:20  
Blogger Cássia said...

Já assisti a um show dela e até percebi alguns pequenos deslizes, mas a presença de palco é ótima e adoro suas músicas. Confesso que sou muito mais intolerante com cantoras de repertório ruim ainda que tenha boa voz.

13 de setembro de 2009 às 10:59  
Anonymous Anônimo said...

Santa Rita de Cássia, vc acha que uma GRANDE cantora de voz bacana vai fazer repertório ruim? As grandes vozes são muito inteligentes, por exemplo:Zizi Possi, Mônica Salmazo, Vânia Bastos, Gal Costa, Bethânia, Elba Ramalho e muitas outras. São divas responsáveis com suas carreiras. Se vc estiver falando da tal Tânia Mara, esqueça. Ela não conta, está em outro universo, o mundo cafona.
Cafonice não leva a nada. Agora vc acha que eu vou deixar de ver um show destas deusas citadas por mim para ver a Vanessa da Mata desafinar? Desculpa, meu ouvido é muito exigente e apurado. Depois que se prova boa comida, não se como porcaria. Vanessa não é porcaria, muito pelo contrário, é uma GRANDE compositora. Só estou questionando o foto de se abordar que afinação não importa em uma cantora. Será que um médico não precisa saber usar o bisturi? É o principal instrumento da medicina. Como a voz para a cantora. Quero ser poupado destes absurdos no blog.
Socorro!

13 de setembro de 2009 às 11:57  
Blogger Cássia said...

"Santo Anônimo":

Conheço algumas cantoras de vozes boas que só cantam porcarias. Eu prefiro mil vezes uma Vanessa da Matta a uma Ivete Sangalo, que tem boa voz e péssimo repertório.

13 de setembro de 2009 às 13:20  
Anonymous Moisés said...

Zizi é mesmo uma excelente cantora, mas dizer que ela é ótima na escolha de repertório, aí é um pouco de exagero. Ela acerta e erra feio, como mostram os discos antigos e mesmo alguns trabalhos recentes como o disco em inglês, que tem boas músicas, mas não resulta bom.

13 de setembro de 2009 às 16:54  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, que vc quis dizer com 'o DILUIDOR Essa Boneca...'???!!!!

Outra: não há 'eventuais' desafinadas. Vanessa - ótima compositora - desafina à beça e, pior, tem um timbre infantilizado e pueril. Ela sabe. Fez uma autocrítica bastante razoável na última entrevista à Marilia Gabriela.
E, ok, tem uma bonita persona cênica, desperdiçada pela mediocridade da cantora.

13 de setembro de 2009 às 17:05  
Anonymous Anônimo said...

Meus queridos, eh eh eh, não sou fã de Vanessa da mata, mas sem duvida,(não é uma regra)90% das vezes, quanto mais voz deus dá as cantoras, menos neuronios ele coloca nelas, por isso desejo muita sorte para Vanessa! Hoje em dia não tem nada mais pop que ser "desafinado"!! Afinal quem curte pop ( digo..quem curte pop em..)muitas vezes acha coisa de velho ouvir Maria Callas!! Portanto, não ha nada mais velho , afetado e chato que cantoras afinadas no uinverso Pop( as mais saborasamente modernas são Fernanda takai, paola toller, fernanda abreu,e propria Bebel, que ao vivo, ja sabemos como canta)Aconselho a Vanessa não se preocupar com isso, senão vai começar a ser cultuada por "meninos" afetados que ja passaram dos 50 de copacabana, ou mulheres em busca de "vozes" uterinas e fortes, que..acham que vozes possantes podem substituir outra coisa. Nem sempre o ator que sabe chorar, é o melhor ator.

14 de setembro de 2009 às 00:06  
Anonymous Anônimo said...

Lá vem a história de que Vanessa da Mata desafina. E mais uma vez lá vou eu: Maria Bethânia e Nana Caymmi desafinam a mais de 40 anos no entanto ninguém reclama.

14 de setembro de 2009 às 10:39  
Anonymous Anônimo said...

Que isso anônimo 10:39,Maria Bethânia e Nana Caymmi sempre foram extremamente criticadas com argumentos ridículos e excessivamente severos dadas as proporções por essas tais "desafinação"(no caso de Nana raríssimas)principalmente pelos fãs de cantoras corretíssimas,certinhas e afinadinhas em excesso,que geralmente são um verdadeiro porre de se ouvir e assistir.Quem quizer ouvir o cantar certinho devia mesmo esquecer de música popular e se contentar apenas com a ópera.Tem mais a ganhar!

14 de setembro de 2009 às 14:27  
Anonymous Anônimo said...

Desfinada ou não, essa nunca me convenceu. Pra mim é mais uma questão de pele que afinação. Falta aí um certo dendê que essa mulher, me desculpem, não tem.

TUNICO / SP.

14 de setembro de 2009 às 15:14  
Anonymous Anônimo said...

Nana Caymmi nunca afinou.
Ela fica ali, em torno da nota, um pouco antes, um pouco depois - mas no ponto certo!

Parabéns, Vanessa!
Você é das maiores de hoje.

14 de setembro de 2009 às 19:54  
Anonymous Anônimo said...

Vanessa está conseguindo sobreviver ao rótulo de POP, nada a ver com sua personalidade mais 'intelecto', mais 'rural', mais aquinhoada.
A moça tímida e inteligente, grande leitora, de repente sei viu musa de uma galera que não sabe a diferença entre dostoiévski e o ganhador do último reality show. A bichinha quase pirou, se confundiu, mas está tentando bravamente passar ao largo e se firmar como uma das mais criativas compositoras de sua geração.
A voz é realmente pobre, e só se justifica pq a compositora precisa sobreviver e sua figura tem o shape que sampa/leblon acha bacana.
Tenho todos os Cds da artista e ouço com prazer. Tem verdade ali. E arte. Inteligência.

14 de setembro de 2009 às 20:03  
Anonymous Anônimo said...

O anônimo das 00:06 matou a pau!
Falou e disse.

15 de setembro de 2009 às 00:12  
Anonymous Anônimo said...

Amei o comentário 20.03. Na Fnac Pinheiros, onde ela ia com frequência pesquisar repertório, se comentava meses atrás, exatamente isso: querem POPalizar Vanessa. Parece que ela está conseguindo conciliar as coisas e fez um show/dvd dançante e colorido com umas investidas na (sua) maturidade.
Mas, ok, a voz é bem fraquinha mesmo.

15 de setembro de 2009 às 09:01  
Anonymous Anônimo said...

ANÔNIMO DAS 14:27, QUEM EU FALO QUE NÃO CRITICA NANA E BETHÂNIA SÃO OS MESMOS QUE RECLAMAM DA AFINAÇÃO DE VANESSA.

PS: Desculpem o caps lock. Bati sem querer na tecla e quando vi já ia longe no texto.

Beijocas

15 de setembro de 2009 às 12:27  
Anonymous Anônimo said...

Ô anônimo 12:27,eu ja acho que que critica a desafinação de Vanessa seria quem curte alguma com padronagem de voz mais semelhante no caso e Vanessa,uma soprano.Bethânia é contralto,tem dificuldades maiores para encontrar músicas boas e populares apropriadas para seu timbre,então tem que privilegiar a interpretação.Nana coitada,esta numa região indefinida entre o contralto e o mezzo-soprano,não passaria por nenhum teste de "pedigree",mas por outro lado se não se ater muito a regras de técnica,dispõe de recursos,possibilidades e uma gama de nuances tão privilegiados para interpretar de uma forma infinitamente superior,surprendente e mágica que uma Elis,uma Gal e uma Zizi juntas.

16 de setembro de 2009 às 10:22  
Anonymous Anônimo said...

Como professora de canto posso dizer que a sorte da Vanessa é que ela boa compositora e tem um timbre de voz diferente,(apesar de muito parecido com o da Marisa Monte).Já vi Vanessa ao vivo e ela desafina sim, e muito!!!
E sobre a "POPalização" é fato.Uma mudança muito grande aconteceu de seu primeiro CD pra cá.Uma pena, ela como muitas outras cantoras se rendeu.Mas sinto que tem verdade em Vanessa,tem talento.

16 de setembro de 2009 às 19:17  
Anonymous Anônimo said...

Ai, que coisa mais ANTIGA VELHA ULTRAPASSADA essa conversa de popização. Parece coisa de miltância contra guitarra elétrica dos anos 60.

Mais chato que a conversa da desafinação (Que por si só já é ultrapassada). É o mesmo papo que reclamava quando Caetano e Gil deixaram de fazer "Bossa-Nova" para trair a MPB com a eltrificação da Tropicália. O mesmo papo que criticava quando Maria Bethânia deixou de cantar o "Carcará" de sua região para cantar Noel Rosa. O mesmo tacanhismo que acha que Rita lee só pode cantar rock sem jamais popizar sua música, ou cantar samba, ou latinidades, ou bossa-nova. Vanessa da mata nasceu no interior de Goiás, mas já saiu de lá!!! Não há pq passar o resto da vida cantando o mesmo timo de música e temática só pq nasceu ali.

17 de setembro de 2009 às 10:25  
Anonymous juca said...

10.25, o pior inimigo de uma boa ideia é o mau defensor dela. seus argumentos são torpes porque mal comparados.
e vanessa não nasceu em goiás e sim em mato grosso.

18 de setembro de 2009 às 16:44  
Anonymous Anônimo said...

Juca, mizifio, minhas comparações são absolutamente pertinentes. E, salvo engao, a cidade de Vanessa é fronteiriça entre Mato Grosso e Goiás. Mas isso não vem ao caso. Ela tivesse nascido em qualquer lugar do mundo, nada a obrigaria a passar o resto da vida cantando somente o que fosse coerente com essa origem.

18 de setembro de 2009 às 21:25  

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