11 de junho de 2009

Batidas artificiais envolvem CD pop de Wanessa

Resenha de CD
Título: Meu Momento
Artista: Wanessa
Gravadora: Sony Music
Cotação: * *

Embora Meu Momento já seja o sétimo CD de Wanessa (agora sem o Camargo no nome artístico), a persistente neta de Francisco sempre esteve em evidência na mídia mais por sua vida particular do que por sua música. O atual álbum é tentativa de Wanessa de se fazer notar fora do circuito de celebridades. A produção - a cargo do DJ Deeplick e de Denilson Miller - procura inserir a artista na cena pop contemporânea, à moda norte-americana. Aliás, a audição de Fly - primeiro single do CD, gravado em dueto com o rapper Ja Rule - pode fazer um desavisado supor que a gravação é de uma das muitas cantoras dos EUA que se debatem uniformes ao seguir a receita padronizada do mix de r & b, pop e rap que vem regendo a indústria musical daquele país. Impressão reforçada em faixas como Não me Leve a Mal (Let me Live), descontado o fato de, nesta e nas outras faixas, Wanessa cantar em português. Temas envolvidos em moldura eletrônica - em especial, Dono da Noite e Desejos - acenam para as pistas. O problema é que o CD soa artificial como as batidas que envolvem a voz de Wanessa, dando a impressão de que a guinada foi planejada em seus mínimos detalhes na sala de marketing da gravadora Sony Music. Prejudica o fato de Deeplick querer se impor como compositor através de Wanessa. Ele assina, com diversos parceiros, a maior parte do irregular repertório. No meio de tanta música estéril, há genuína delícia pop, Máquina Digital. Em contrapartida, a balada Sentido à Minha Vida faz Wanessa repisar o sentimentalismo brega que norteou boa parte de sua incoerente discografia. E, por fim, há a presença inusitada (mas harmoniosa) de Rita Lee na regravação moderninha de Coisas da Vida, balada lançada pela roqueira em 1976 em seu terceiro álbum gravado com o grupo Tutti & Frutti, Entradas e Bandeiras. Enfim, Meu Momento flagra Wanessa em busca de uma identidade no mercado fonográfico. Retrata o atual momento da artista com a sensação de que o próximo pode ser bem diferente caso sua guinada pop não lhe dê o status tão almejado na cena pop nacional. Em suma, o disco resulta artificial.

16 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Embora Meu Momento já seja o sétimo CD de Wanessa (agora sem o Camargo no nome artístico), a persistente neta de Francisco sempre esteve em evidência na mídia mais por sua vida particular do que por sua música. O atual álbum é tentativa de Wanessa de se fazer notar fora do circuito de celebridades. A produção - a cargo do DJ Deeplick e de Denilson Miller - procura inserir a artista na cena pop contemporânea, à moda norte-americana. Aliás, a audição de Fly - primeiro single do CD, gravado em dueto com o rapper Ja Rule - pode fazer um desavisado supor que a gravação é de uma das muitas cantoras dos EUA que se debatem uniformes ao seguir a receita padronizada do mix de r & b, pop e rap que vem regendo a indústria musical daquele país. Impressão reforçada em faixas como Não me Leve a Mal (Let me Live), descontado o fato de, nesta e nas outras faixas, Wanessa cantar em português. Temas envolvidos em moldura eletrônica - em especial, Dono da Noite e Desejos - acenam para as pistas. O problema é que o CD soa artificial como as batidas que envolvem a voz de Wanessa, dando a impressão de que a guinada foi planejada em seus mínimos detalhes na sala de marketing da gravadora Sony Music. Prejudica o fato de Deeplick querer se impor como compositor através de Wanessa. Ele assina, com diversos parceiros, a maior parte do irregular repertório. No meio de tanta música estéril, há genuína delícia pop, Máquina Digital. Em contrapartida, a balada Sentido à Minha Vida faz Wanessa repisar o sentimentalismo brega que norteou boa parte de sua incoerente discografia. E, por fim, há a presença inusitada (mas harmoniosa) de Rita Lee na regravação moderninha de Coisas da Vida, balada lançada pela roqueira em 1976 em seu terceiro álbum gravado com o grupo Tutti & Frutti, Entradas e Bandeiras. Enfim, Meu Momento flagra Wanessa em busca de uma identidade no mercado fonográfico. Retrata o atual momento da artista com a sensação de que o próximo pode ser bem diferente caso sua guinada pop não lhe dê o status tão almejado na cena pop nacional. Em suma, o disco resulta artificial.

11 de junho de 2009 às 11:47  
Anonymous Anônimo said...

Minha cara Wanessa, assim como Sandy, vá viver de renda, vá.

11 de junho de 2009 às 12:07  
Anonymous Anônimo said...

Eu só não tenho pena da Vanessa porque ela se casou com um homem rico e tem família rica também.Fica como socialite!É tão bacana!Vc é simpática nesta categoria.Assim eu até te acho interessante!Boa sorte!

11 de junho de 2009 às 13:41  
Blogger Pedro Capistrano said...

um post sem necessidade....

11 de junho de 2009 às 14:01  
Anonymous Anônimo said...

mauro, vc fez por merecer seu salário...ouviu isso inteirinho???

11 de junho de 2009 às 14:48  
Anonymous Marcelo said...

Mauro, respeito suas opiniões, mas confesso que sua resenha soa um tanto contraditória em relação ao que você escreveu sobre o CD anterior da Wanessa. Na ocasião, você reclamou que ela gravava sempre o mesmo tipo de música e nunca tentava coisas novas; agora você reclama que ela mudou o tipo de músicas que grava? Afinal, o que você quer que ela faça?

Então ela gravou algumas músicas ao estilo r & b, outras que flertam com a música eletrônica. Isso não é repertório irregular, é exatamente o repertório que as cantoras internacionais seguem atualmente, como Rihanna, Britney Spears e Beyoncé. As baladas românticas "bregas", como você as define, são colocadas exatamente como um ponto de identificação para os ouvintes dos trabalhos anteriores dela não estranharem a mudança de sonoridade. E não me parece que elas atrapalhem ou prejudiquem a identidade do CD.

Achei interessante também que você elogia a música Máquina Digital e não faz referência à música Te Beijar, que segue a mesma linha.

Por fim, você reclama que o conjunto da obra soa artificial para você - mas afinal, soar artificial significa soar RUIM?? Redefinir a identidade musical entre um álbum e outro é um defeito? Porque até onde eu sei, a sempre elogiada por você Madonna faz a mesmíssima coisa e você nunca a criticou por isso. Justin Timberlake, outro bastante elogiado por aqui, usa e abusa de efeitos que artificializam (e nem por isso empobrecem) suas músicas, então ele também não deveria ser criticado? Desculpe pela minha opinião, posso estar errado e espero estar errado, mas me parece que sua crítica teria sido bem mais favorável se as mesmas músicas, com os mesmos arranjos e os mesmos efeitos, fossem lançadas por uma cantora que não fosse a Wanessa.

Por sinal, seu comentário que diz que ela "sempre esteve em evidência na mídia mais por sua vida particular do que por sua música" soa preconceituoso, parcial, incorreto e desnecessário num texto que se propõe a avaliar o trabalho musical de uma cantora, não sua vida pessoal.

11 de junho de 2009 às 20:03  
Blogger Jorge Reis said...

Pelo amor de Deus, em situações similares, finjo que tais coisas não estão acontecendo, mas acho o conjunto da obra da artista tão ruim, tão cheio de nada que vou me reportar a |Caetano que diz "É a santificação de uma banalidade. UFFFF !!! desabafei

12 de junho de 2009 às 12:40  
Anonymous Anônimo said...

não creio que você achou "Maquina Digital" uma "delícia pop". Essa foi a primeira música que ouvi desse CD e a que me fez desistir de escutar o resto. É muito ruim! Kelly Key ganhou uma concorrente de peso!

12 de junho de 2009 às 15:51  
Anonymous Anônimo said...

pensando melhor, você foi irônico quando disse que "Maquina Digital" é uma "delícia pop", né? por um momento até acreditei que você tivesse realmente gostado, rsrsrs.

12 de junho de 2009 às 15:55  
Anonymous Anônimo said...

Eu gostei desse novo cd dela está bem pop e dançante.Adorei a música te beijar.

13 de junho de 2009 às 04:02  
Anonymous Anônimo said...

Sinceramente fiquei surpreso com esse novo cd de Wanessa Carmargo está muito bem produzido. As músicas Não me leve a mal; te beijar com participação de Alexandre do Natiruts; Me leva e a regravação de Coisas da vida com a participação luxuosa de Rita Lee são ótimas.

13 de junho de 2009 às 11:12  
Blogger O blog said...

Esse cd não é tão ruim assim. Tem coisas muito piores. Trabalho numa loja de cds e sei disso. Mas é lógico que ela ainda tem que amadurecer profissionalmente e ela está se esforçando pra isso.

14 de junho de 2009 às 21:42  
Anonymous Anônimo said...

My God. A MPB é tão sublime e tem gente que se contenta com tão pouco, quase nada ou nada mesmo. Só lamento.

15 de junho de 2009 às 20:48  
Anonymous Anônimo said...

o cd é banal demais nao adianta ela dizer que R&B é o seu genero VERDADEIRO PORQUE SE NAO DAR CERTO NO PROXIMO ELA VAI CANTAR DE BANQUINHO E VIOLÃO PRA VER SE COLA

FLY E COISAS DA VIDA SÃO AS UNICAS QUE DA PRA OUVIR

6 de julho de 2009 às 17:26  
Blogger Unknown said...

fICOU PERFEITO ESTE CD...wANESSA CADAVEZ MELHOR!!!

6 de novembro de 2009 às 10:01  
Blogger google said...

Cada cantor tem um caminho a perseguir , o seu amadurecimento é ao longo dos anos e para Wanessa chegar ao que é hoje precisou percorrer caminhos como este. Na época era sucesso, era moda se lançar assim, a gravadora tb quer que ela venda discos, pouco se importa com a identidade do cantor. Wanessa se viu filha de um cantor famoso, criou o seu próprio espaço e estava sim numa zona confortável porque mal ou não, gostando ou não, ela vendia o essencial! Porque não adianta ser filha sei lá de quem e não vender. Se não vender qualquer gravadora manda embora! Lady gaga veio estourando e Wanessa esperta pegou isso pro seu trabalho, isso se chama influencia musical. Anos vi CD's sendo lançados com a mesma porcaria de sempre. O CD foi muito bem aceito, mas esquecemos que aqui no Brasil tudo é flopado!

26 de junho de 2014 às 22:10  

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