13 de junho de 2009

Auto.Retrato expõe auto(in)suficiência de Porto

Resenha de CD
Título: Auto.Retrato
Artista: Fernanda Porto
Gravadora: EMI Music
Cotação: * *

O quarto álbum de Fernanda Porto, Auto.Retrato, exibe vários pontos em comum com o primeiro, Fernanda Porto - editado em 2002 no embalo do estouro mundial de seu hit Sambassim, na versão remixada de DJ Patife. Tanto num como noutro trabalho, a polivalente artista assina a produção, as programações eletrônicas e o repertório, além de tocar todos os instrumentos. A diferença é que não há no atual disco o fôlego autoral exibido pela compositora na sua boa estreia no mercado fonográfico. Sim, nenhuma das 14 músicas é especialmente ruim, mas, em contrapartida, não há uma música sequer que realmente se destaque e salte aos ouvidos pela beleza melódica ou por uma batida de fato irresistível. Auto.Retrato, a propósito, marca volta radical da cantora ao universo eletrônico, após um segundo disco de tonalidades acústicas e um precoce projeto ao vivo que tentou inserir a artista no circuito da MPB. Tirada a suave moldura eletrônica das faixas, no entanto, revela-se um cancioneiro de palatável sabor pop. Opção explicitada já na faixa-título e em Agora É Minha Vez, as duas músicas que abrem um disco que oscila entre house (Vem Morar Comigo, outro tema de natureza pop), samba (Roda de Samba, arranjada com textura eletrônica mais firme) e, claro, drum'n'bass, o estilo que fez de Porto a musa da cena eletrônica paulista no início dos anos 2000, representado no atual disco por faixas como Tem Uma Vaga Aí? e Perdi o Tom. No todo, Auto.Retrato expõe a auto(in)suficiência de Fernanda Porto. Seria saudável buscar parceiros e produtores que ajudem sua música a (re)encontrar o tom sedutor do primeiro álbum. Até porque a cena musical eletrônica já parece banalizada.

P.S.: Em seu site oficial, Fernanda Porto vai disponibilizar mais cinco músicas inéditas e remixes das 14 faixas de Auto.Retrato, encomendados por ela a DJs como Patife, Mad Zoo, Drumagick, Ramilson Maia, Dinho MK3, Red Skyn e XRS (entre outros nomes).

13 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

O quarto álbum de Fernanda Porto, Auto.Retrato, exibe vários pontos em comum com o primeiro, Fernanda Porto - editado em 2002 no embalo do estouro mundial de seu hit Sambassim, na versão remixada de DJ Patife. Tanto num como noutro trabalho, a polivalente artista assina a produção, as programações eletrônicas e o repertório, além de tocar todos os instrumentos. A diferença é que não há no atual disco o fôlego autoral exibido pela compositora na sua boa estreia no mercado fonográfico. Sim, nenhuma das 14 músicas é especialmente ruim, mas, em contrapartida, não há uma música sequer que realmente se destaque e salte aos ouvidos pela beleza melódica ou por uma batida de fato irresistível. Auto.Retrato, a propósito, marca volta radical da cantora ao universo eletrônico, após um segundo disco de tonalidades acústicas e um precoce projeto ao vivo que tentou inserir a artista no circuito da MPB. Tirada a suave moldura eletrônica das faixas, no entanto, revela-se um cancioneiro de palatável sabor pop. Opção explicitada já na faixa-título e em Agora É Minha Vez, as duas músicas que abrem um disco que oscila entre house (Vem Morar Comigo, outro tema de natureza pop), samba (Roda de Samba, arranjada com textura eletrônica mais firme) e, claro, drum'n'bass, o estilo que fez de Porto a musa da cena eletrônica paulista no início dos anos 2000, representado no atual disco por faixas como Tem Uma Vaga Aí? e Perdi o Tom. No todo, Auto.Retrato expõe a auto(in)suficiência de Fernanda Porto. Seria saudável buscar parceiros e produtores que ajudem sua música a (re)encontrar o tom sedutor do primeiro álbum. Até porque a cena musical eletrônica já parece banalizada.

P.S.: Em seu site oficial, Fernanda Porto vai disponibilizar mais cinco músicas inéditas e remixes das 14 faixas de Auto.Retrato, encomendados por ela a DJs como Patife, Mad Zoo, Drumagick, Ramilson Maia, Dinho MK3, Red Skyn e XRS (entre outros nomes).

13 de junho de 2009 às 10:58  
Anonymous Anônimo said...

Nossa, parece capa dos discos da banda Calypso e afins... nem de longe lembra a elegância da capa do álbum de 2002, o único dela que eu curto, aliás.

13 de junho de 2009 às 11:27  
Anonymous Anônimo said...

Congratulações, Mauro. Fernanda Porto não acha seu rumo. Pena.

13 de junho de 2009 às 12:30  
Anonymous Anônimo said...

Realmente....comprei o CD e nem ouvi todas as faixas, achei datado, as letras são longas, por vezes herméticas, na minha opinião. Não tem o frescor do primeiro álbum.

13 de junho de 2009 às 17:15  
Anonymous TILDE LOBATO said...

Não acho que deva ser obrigação de qualquer artista ter sempre o mesmo "fôlego" na criação ou se comprometer a criar sucessos "sedutores". O papel do artista e , em particular, neste cd de Fernanda Porto é a revelação de novas composições emolduradas pela sonoridade eletrônica, tão parte de sua carreira. Se o eletrônico está "banalizado", caído, ultrapassado, não deveria ser medida para a avaliação de um trabalho eclético, musical e bastante diferente dos que existem disponíveis por aí! Eu, particularmente gostei bastante e não cometi o erro de comprar um cd para não ouvir.As tentativas e a liberdade de se transitar por onde se pretender, seja na eletrônica , na MPB, voltar a um e a outro, deveria ser uma quallidade e uma possibilidade inerente a qualquer artista. A princípio , ele deveria ser livre para ir, experimentar , realizar criações. Mas isto , talvez só os verdadeiros artistas compreendam! Destaue especial Às canções CONTE-ME TUDO, À harmonia sofisticada de TANTO TEMPO FAZ e RODA DE SAMBA.

16 de junho de 2009 às 16:06  
Anonymous Rita Petrini said...

O trabalho de Fernanda sempre teve muita identidade. Estava com saudades de ouvir um cd onde ela colocasse a mão em tudo.....Aliás isso é pra quem sabe! Acho que essa personalidade esta de volta no CD Autorretrato. Adorei a canção: Eu preciso entender tudo isso

16 de junho de 2009 às 16:35  
Anonymous Rogério said...

Adorei o disco! Tá chique cheio de novas batidas! A menina tá inspirada! Na bossa ou no samba é um luxo só!!!!!

16 de junho de 2009 às 23:16  
Anonymous EMERSON said...

Meu conceito de insuficiência é aquele que depende, que não consegue fazer nada sozinho. Como um cd feito a duas mãos, elaborações, criações artisticas por uma só pessoa pode ser definido como insuficiente?As vezes acho que o lance é falar mal, não interessa porquê nem sobre o quê! Não há nem fundamentação nem justificativa plausível no que se fala! Lamentável!Prá quem ouviu o cd como eu, pode extrair facilmente canções lindíssimas como Parece ser, Eu preciso entender tudo isso e Autorretrato.
Mas só quem ouviu... Com ouvidos atentos!

16 de junho de 2009 às 23:46  
Anonymous Regina Golveia said...

Achei o disco redondibho!
As músicas não me saem da cabeça!
Para mim o novo hit é:
Tem uma vaga aí?
Bela sacada da letra!
Fernanda não só devia estar inspirada, como apaixonada...
A musica Tinha que acontecer prova isso

17 de junho de 2009 às 12:21  
Anonymous Jorge Campos said...

o que significa cena eletrônica banalizada?? Alguém pode me dizer?

17 de junho de 2009 às 16:55  
Anonymous Anônimo said...

Não vejo em que que Fernanda Porto seja tão alianígena à MPB tradicional, que tenha motivado uma tantativa de inserção dela no universo da MPB... Fernanda sempre foi MPB desde o primeiro disco, tão MPB quanto Adriana Calcanhotto, Lenine ou Zeca Baleiro, artistas que, vez por outra, utilizam-se de elementos eletrônicos em seus arranjos sem que nunca sejam "acusados" de tentativas forçadas no universo da música eletrônica.

O fato é que Fernanda é uma artista muito talentosa. Se o novo CD é melhor ou pior que o primeiro é uma questão á parte. Será que Gal Costa, Maria Bethânia ou Nana Caymmi gravam somentes CDS comparáveis aos seus discos mais importantes??

18 de junho de 2009 às 12:06  
Anonymous Anônimo said...

Acho até interessante o Mauro Ferreira sinalizar uma possível "auto(in)suficiência" na atual fase da música de Fernanda Porto, uma vez que o seu trabalho sempre se enriqueceu com excelentes parcerias, a exemplo da inesquecível versão de "Só Tinha de ser", com Marky e Patife, e mesmo de "Roda Viva", com Chico Buarque. Só que esse quarto (?) cd de Fernanda está simplesmente delicioso! A sua qualidade está acima de antigas polêmicas (essas sim, datadas) em torno de duelos entre MPB, eletrônica e afins. Eu que me tornei ainda mais fã a partir de "Giramundo", arrisco dizer que esse talvez seja o melhor e o mais verdadeiro dos seus discos. A artista está toda ali. Há músicas lindas de tirar o fôlego, como "Conte-me tudo" e "Virou Canção". Além de supertalentosa com os seus múltiplos instrumentos, Fernanda Porto continua sendo uma das vozes mais elegantes e surpreendentes da MPB e do recente pop brasileiro. Ela dispensa rótulos. Mas a sua música hoje é indispensável.

26 de junho de 2009 às 22:16  
Anonymous Tatá Cortez said...

Eu acho que também gosto mais do primeiro, o branquinho homônimo Fernanda Porto. Mas no começo nem gostava. Demorei um pouco pra me acostumar e aí então me apaixonei. Já com esse novo CD foi paixão à primeira audição. O primeiro virou um caso de amor. Mas esse viciou meu Iphod. Com exceção da segunda faixa, curiosamente a mais eletrônica (e talvez meio maçante) eu amei todas. Fernandinha continua grande!

27 de junho de 2009 às 23:20  

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