21 de março de 2009

Máquina humana do Kraftwerk ainda funciona

Resenha de Show
Título: Just a Fest - Kraftwerk
Artista: Kraftwerk (em foto de Marcos Hermes)
Local: Praça da Apoteose (RJ)
Data: 20 de março de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz na Chácara do Jockey (SP) em 22 de março

Programado no meio das duas principais atrações do Just a Fest (a banda carioca Los Hermanos e o grupo britânico Radiohead), o quarteto alemão Kraftwerk se impôs na noite carioca do festival com show envolvente que mostrou que a máquina humana criada por Ralf Hütter e Florian Schneider (fora do grupo desde janeiro de 2009) na virada dos anos 60 para os 70 permanece atual e funciona bem. Pioneiríssimo na extração de sons eletrônicos de sintetizadores e computadores pré-históricos, o Kraftwerk ainda continua moderno quase 40 anos depois de seu aparecimento. Já virou até clichê enfatizar a influência determinante dos músicos alemães na cena eletrônica que irromperia com força nos anos 90.
Após Intro que adiantou o tom mecânico do show, os músicos entraram em cena - portando-se no palco como robôs - e tocaram The Man Machine, tema que batizou o álbum lançado pelo Kraftwerk em 1978. E o que se viu dali em diante foi um show que impressionou pela perfeita conexão dos sons sintetizados do quarteto com as imagens projetadas nos telões. A voz humana se fez ouvir de forma mais nítida pela primeira vez em Computer World, música-título de álbum de 1981. E é justamente nessa interação entre a máquina e o Homem que reside o charme do som do Kraftwerk. O som do quarteto é robótico, mas tem atitude. Radioactivity (1975), por exemplo, é pioneiro protesto com a devastação do meio ambiente. Coeso, o show durou pouco mais de uma hora e teve seu grande momento em The Robots (1978), número em que os músicos são substituídos em cena por robôs que imitam suas posturas no palco. É fato que uma ou outra música mais recente, como Aerodynamik (2004), surtiu menor efeito no roteiro. Contudo, ao sair de cena com Musique Non Stop, o Kraftwerk deixou o público todo embevecido com o poder de sedução de sua máquina de sons precursores de toda a era dance.

Eis o roteiro do show do grupo Kraftwerk no festival Just a Fest:
Intro
1. The Man-Machine
2. Planet of Visions
3. Numbers
4. Computer World
5. TDF 03 - L'Etape 2 / Tour de France
6. Autobahn
7. The Model / Computer Love
8. Les Mannequins
9. Radioactivity
10. Tee
11. The Robots
12. Aerodynamik
13. Musique Nom Stop

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Resenha de Show
Título: Just a Fest - Kraftwerk
Artista: Kraftwerk (em foto de Marcos Hermes)
Local: Praça da Apoteose (RJ)
Data: 20 de março de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em Cartaz na Chácara do Jockey (SP) em 22 de março


Programado entre as duas principais atrações do Just a Fest (a banda carioca Los Hermanos e o grupo britânico Radiohead), o quarteto alemão Kraftwerk se impôs na noite carioca do festival com show envolvente que mostrou que a máquina humana criada por Ralf Hütter e Florian Schneider (fora do grupo desde janeiro de 2009) na virada dos anos 60 para os 70 permanece atual e funciona bem. Pioneiríssimo na extração de sons eletrônicos de sintetizadores e computadores pré-históricos, o Kraftwerk ainda continua moderno quase 40 anos depois de seu aparecimento. Já virou até clichê enfatizar a influência determinante dos músicos alemães na cena eletrônica que irromperia com força nos anos 90.
Após Intro que adiantou o tom mecânico do show, os músicos entraram em cena - portando-se no palco como robôs - e tocaram The Man Machine, tema que batizou o álbum lançado pelo Kraftwerk em 1978. E o que se viu dali em diante foi um show que impressionou pela perfeita conexão dos sons sintetizados do quarteto com as imagens projetadas nos telões. A voz humana se fez ouvir de forma mais nítida pela primeira vez em Computer World, música-título de álbum de 1981. E é justamente nessa interação entre a máquina e o Homem que reside o charme do som do Kraftwerk. O som do quarteto é robótico, mas tem atitude. Radioactivity (1975), por exemplo, é pioneiro protesto com a devastação do meio ambiente. Coeso, o show durou pouco mais de uma hora e teve seu grande momento em The Robots (1978), número em que os músicos são substituídos em cena por robôs que imitam suas posturas no palco. É fato que uma ou outra música mais recente, como Aerodynamik (2004), surtiu menor efeito no roteiro. Contudo, ao sair de cena com Musique Non Stop, o Kraftwerk deixou o público todo embevecido com o poder de sedução de sua máquina de sons precursores de toda a era dance.

Eis o roteiro do show do grupo Kraftwerk no festival Just a Fest:
Intro
1. The Man-Machine
2. Planet of Visions
3. Numbers
4. Computer World
5. TDF 03 - L'Etape 2 / Tour de France
6. Autobahn
7. The Model / Computer Love
8. Les Mannequins
9. Radioactivity
10. Tee
11. The Robots
12. Aerodynamik
13. Musique Nom Stop

21 de março de 2009 às 13:31  

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