1 de março de 2009

Calypso dilui suingue em sentimentalismo brega

Resenha de CD
Título: Vol. 13
- Amor sem Fim
Artista: Banda Calypso
Gravadora: MD Music
Cotação: *

Destaque da cena tecnobrega do Norte do Brasil desde que foi criada em Belém do Pará, em 1999, a Banda Calypso já completa uma década de vida em 2009 e lança seu 13º álbum - subintitulado Amor sem fim, mas creditado como Vol. 13, à moda do mercado de música popularesca que movimenta as periferias brasileiras com CDs oficiais e oficiosos. É fato que, dentro da vasta cena nortista, a banda se impôs por um suingue todo próprio, oriundo da guitarra de Chimbinha e, em menor grau, do canto da vocalista Joelma Mendes (o casal figura sozinho na linha de frente da banda, a rigor uma dupla que agrega músicos contratados ao fazer shows e ao gravar discos). Este suingue, no entanto, está cada vez mais diluído nos álbuns do Calypso - o que pode explicar as vendas descendentes dos discos da banda. Em Vol. 13, o tal balanço é perceptível somente em algumas poucas faixas, em especial em Xonou Xonou, o tema que abre o CD. Há um excesso de sentimentalismo brega - sobretudo em músicas como Nossa História Acabou e Ardendo de Amor - que dilui o suingue da Calypso e apaga a identidade da banda. Inclusive porque o mix de ritmos está cada vez mais variado. Se Domingo a Domingo acena para os forrós por conta da sanfona que dá o tom do arranjo, Chama Guerreira celebra o boi amazonense - à moda da Calypso - com as adesões de dois cantores da região, David Assayag e Edilson Santana, saudados na faixa por Joelma como "as grandes vozes da Amazônia". Em outros temas, como Chá de Maracujá, o Calypso já soa como um clone de si mesmo. Por fim, ao término do disco, há as pregações evangélicas feitas nas faixas Luz de Deus - da qual participa Yasmin, filha de Chimbinha e Joelma - e Jesus me Abraçou. É preciso mesmo muita fé para que o Calypso reedite com Vol. 13 o auge comercial vivido pela banda em 2004 e 2005.

18 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Destaque da cena tecnobrega do Norte do Brasil desde que foi criada em Belém do Pará, em 1999, a Banda Calypso já completa uma década de vida em 2009 e lança seu 13º álbum - subintitulado Amor sem fim, mas creditado como Vol. 13, à moda do mercado de música popularesca que movimenta as periferias brasileiras com CDs oficiais e oficiosos. É fato que, dentro da vasta cena nortista, a banda se impôs por um suingue todo próprio, oriundo da guitarra de Chimbinha e, em menor grau, do canto da vocalista Joelma Mendes (o casal figura sozinho na linha de frente da banda, a rigor uma dupla que agrega músicos contratados ao fazer shows e ao gravar discos). Este suingue, no entanto, está cada vez mais diluído nos álbuns do Calypso - o que pode explicar as vendas descendentes dos discos da banda. Em Vol. 13, o tal balanço é perceptível somente em algumas poucas faixas, em especial em Xonou Xonou, o tema que abre o CD. Há um excesso de sentimentalismo brega - sobretudo em músicas como Nossa História Acabou e Ardendo de Amor - que dilui o suingue da Calypso e apaga a identidade da banda. Inclusive porque o mix de ritmos está cada vez mais variado. Se Domingo a Domingo acena para os forrós por conta da sanfona que dá o tom do arranjo, Chama Guerreira celebra o boi amazonense - à moda da Calypso - com as adesões de dois cantores da região, David Assayag e Edilson Santana, saudados na faixa por Joelma como "as grandes vozes da Amazônia". Em outros temas, como Chá de Maracujá, o Calypso já soa como um clone de si mesmo. Por fim, ao término do disco, há as pregações evangélicas feitas nas faixas Luz de Deus - da qual participa Yasmin, filha de Chimbinha e Joelma - e Jesus me Abraçou. É preciso mesmo muita fé para que o Calypso reedite com Vol. 13 o auge comercial vivido pela banda em 2004 e 2005.

1 de março de 2009 às 19:18  
Anonymous Anônimo said...

Sem diluição, bebendo direto da fonte.
Recomendo o cd Mestres da Guitarrada.
Muitoooo bom.

Jose Henrique

1 de março de 2009 às 19:41  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, meu filho, tu vai pro céu. Primeiro por ouvir um disco do Calypso inteiro, o que já deve ter purgado metade de seus pecados. Segundo por conseguir ver algum ponto favorável em uma possível "originalidade" da dupla...

1 de março de 2009 às 23:19  
Anonymous Anônimo said...

que pena!
calypso me deleita quase sempre. amo os primeiros cds. os meninos têm um carisma impar. com uma voz pequena, joelma dá show de comunicação e verve.

1 de março de 2009 às 23:36  
Anonymous Anônimo said...

VERDADE : É fato que, dentro da vasta cena nortista, a banda se impôs por um suingue todo próprio

VERDADE : David Assayag e Edilson Santana são sim "as grandes vozes da Amazônia"

2 de março de 2009 às 07:45  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, você escutou mesmo o cd todo?????????
não acreditoooooooooooooooooooooo

2 de março de 2009 às 09:05  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, por favor, não gaste seu português tão polido com isso!

2 de março de 2009 às 09:55  
Anonymous Anônimo said...

Eu fico triste com o encaminhamento da carreira do Calypso, pois eles sempre foram um referencial para mim em se tornar possível vencer comercialmente sem depender do esquema mídia/jabá/gravadoras que impera por aqui.

Não gosto, nunca gostei, do som deles, mas sempre respeitei o trabalho deles.

Tomara que outras bandas amazônicas (o Amapá tem uma cena musical interessantíssima...) consigam ter visibilidade no resto do país.

abração,
Denilson

2 de março de 2009 às 10:17  
Anonymous Anônimo said...

Em tempos de mais-do-mesmo Joelma traz seu diferencial: tem estilo e personalidade. Sua voz remete imediatamente à sua figura e sua mise-en-scène é incomparável.
A banda tem uma levada legal e a cantora (com Chimbinha) tem ritmo alucinante e um charme que não se vê muito por aquelas bandas acolá.
Prova que não é só a baiana que tem tchicaticabum!!!!
Dá-lhe JOELMA!

2 de março de 2009 às 15:38  
Anonymous Anônimo said...

É uma pena que o conjunto não mostre o mesmo vigor de outrora e que os comentários deste post continuem refletindo o preconceito estúpido dos "intelectuais" que esbravejam, xingam, criticam, mas continuam incapazes de colocar 10.000 pessoas para pular de alegria - como faz o Calypso em seus shows.

4 de março de 2009 às 01:18  
Anonymous Anônimo said...

Preconceito significa conceito formulado antes de conhecer alguma coisa. As críticas ao Calypso não são preconceituosas, uma vez que todo mundo conhece a porcaria musical que é a banda. E o fato de 10 mil pessoas irem ver, só confirma o mau gosto da maioria.

4 de março de 2009 às 14:19  
Blogger Unknown said...

O Mauro nao vai passar nem pelo purgatório.
Quem dera eu ter esse coracao....rs

4 de março de 2009 às 20:56  
Anonymous Anônimo said...

Mano Freire disse

Olha, para se resenhar uma banda como esta é preciso estar dopado. Já para ouvir o Cd tem que estar em transe, fora de si. Foi um das piores coisas que já apareceu no cenário da música. Quer dizer, da canalhice musical que anda o Brasil.Só Adriana Caklcanhoito pra em seu disco Maré homenagear o tal calypso.

4 de março de 2009 às 23:56  
Anonymous Anônimo said...

ADORO A CALCANHOTO (JÁ LERAM SEU LIVROU ABOUT O SURTO EM PORTUGAL NA TURNÊ DO MARÉ? É DELICIOSO!)
ACHO CALYPSO O MÁXIMO! DANÇANTE,ENVOLVENTE, A CARA DO NORTE BRASILEIRO (FALEI NORTE E NÃO NORDESTE). E CONCORDO QUE JOELMA MANDA BEM PRA C...
COMO DIZIA O VELHO SUED: SORRY, PERIFERIA...
IVETE, POR EX, É MAIS CUIDADINHA QUE A PARAENSE MAS DIGAMOS QUE É UM POUCO BARBY DEMAIS. JOELMA É CULT, BARRO,MADEIRA. E EVOCA AQUELE CALORÃO DA AMAZÕNIA.
NÃO É A TOA QUE A BANDA BOMBA!!!!!

5 de março de 2009 às 08:34  
Anonymous Anônimo said...

Pelo amor de Deus, não metam a Adriana nessa história. Calipso era uma ninfa do mar (tema do CD Maré, de Adriana) na Mitologia Grega, e é a essa Calipso que a música que a Adriana gravou se refere. Não tem nada á ver com a música ruim da Banda Calypso, apesar de, de vez em quando, para posar de cool (e ela pode, pq além de talentosa, é cool mesmo), a Adriana grave algumas músicas bregas.

5 de março de 2009 às 18:35  
Anonymous Anônimo said...

6.35 tem toda razão. Nada a ver o capilso de AC com este da banda.
Mas curto muito este pessoal de Belem e acho que eles fazem o som que se ouve por ali, cheio de influência das guianas, dos antigos cabarés, um cadiquinho de salsa. Um som todo próprio. Não é forró, nada a ver com axé (graças!!!). Só bombou pq é sincero, é de verdade (e não pq o 'povo' tem mau gosto, viu galera?).
Preconceito parecido Elba sofreu durante ANOS (Tina Turner do sertão, gralha,a vingança de canudos, etc...) e fez uma carreira brilhante - depois reverenciada por todos.
Paulo Vanzolini renega as interpretações de Bethania para suas canções ATÉ HOJE, pq acha que ela não canta nada, "fala" as canções...A mesma Bethania que é(merecidamente) reverenciada hj em dia já foi tida como 'excessiva, over, desafinada, brega, semitonada, praticamente amadora como cantora.
Enfim, o tempo é o senhor da razão...

6 de março de 2009 às 08:52  
Anonymous Anônimo said...

Realmente, fiquei chocado quando li numa revista médica uma entrevista com o Vanzolini onde ele reduzia a Bethânia (como cantora) a pó de traque.
Para ele, a grande intérprete de Ronda é Márcia, e Volta por Cima com a Bethânia ele acha um horror.
Ainda bem que faz a ressalva de que foi a inclusão de Ronda no repertório da baiana o que lhe rendeu mais direitos autorais.
Para ele (talvez para muitos de sua geração) falta melodia na voz de Bethânia. Eles se acostumaram com o veludo de Ângela Maria, Elizeth Cardoso, e talvez tenham dificuldade de assimilar cantoras menos rebuscadas.
Joelma não épropriamente uma cantora, e sim uma grande performer de som. Regada a bastante tucupi,evidente.

6 de março de 2009 às 10:24  
Anonymous Anônimo said...

Uma banda que não é uma banda, é uma dupla, que toca música que não é música, é...

7 de março de 2009 às 20:51  

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