20 de fevereiro de 2009

Monheit dilui jazz em excessivo ecletismo pop

Resenha de CD
Título: The Lovers,
the Dreamers and me
Artista: Jane Monheit
Gravadora: Concord
Music
Cotação: * * 1/2

Já lançado no exterior, mas ainda sem previsão de edição no Brasil, o nono álbum de Jane Monheit dilui o pop jazz da boa cantora em repertório pautado por excessivo ecletismo. Defeito perceptível já na primeira faixa, Like a Star. Nem mesmo o fraseado elegante de Monheit consegue dar brilho à ralentada releitura da música de Corinne Bailey Rae, uma das últimas sensações da cena britânica. E a primeira impressão é a que fica ao longo do álbum, ainda que The Lovers, the Dreamers and me tenha uns momentos sedutores como Get out of Town (Cole Porter), faixa de apurado senso rítmico, garantido pela banda entrosada que toca no disco sob a batuta do produtor Matt Pierson e que inclui o guitarrista brasileiro Romero Lubambo. Monheit adocica balada de Paul Simon (I Do It for your Love), pouco faz por tema de Fiona Apple (Slow Like Honey) e, quando incursiona pelo repertório de Burt Bacharach e Hal David em This Girl's in Love with You (tema que já teve registros de cantoras como Dionne Warwick e Aretha Franklin), Monheit deixa a sensação de ambicionar o sucesso de Diana Krall. Entre investidas nos repertórios de Anita O'Day (Ballad of the Sad Young Man) e June Christy (Something Cool), Monheit reforça seus laços com a música brasileira em duas faixas. No Tomorrow é a versão jazzificada de Acaso, parceria de Ivan Lins com Abel Silva, lançada por Ivan em 2001 no CD Jobiniano (a cantora tem especial predileção pela obra de Ivan, com quem já dividiu palco no Brasil). Já A Primeira Vez é o samba de Bide e Marçal que Monheit canta num português carregado, seguindo a cartilha bossa-novista de João Gilberto, que depurou o samba em 1961. Enfim, como cantora, Jane Monheit tem méritos maiores do que os que exibe neste irregular CD The Lovers, the Dreamers and me. Basta vasculhar sua bela discografia inicial...

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Já lançado no exterior, mas ainda sem previsão de edição no Brasil, o nono álbum de Jane Monheit dilui o pop jazz da boa cantora em repertório pautado por excessivo ecletismo. Defeito perceptível já na primeira faixa, Like a Star. Nem mesmo o fraseado elegante de Monheit consegue dar brilho à ralentada releitura da música de Corinne Bailey Rae, uma das últimas sensações da cena britânica. E a primeira impressão é a que fica ao longo do álbum, ainda que The Lovers, the Dreamers and me tenha uns momentos sedutores como Get out of Town (Cole Porter), faixa de apurado senso rítmico, garantido pela banda entrosada que toca no disco sob a batuta do produtor Matt Pierson e que inclui o guitarrista brasileiro Romero Lubambo. Monheit adocica balada de Paul Simon (I Do It for your Love), pouco faz por tema de Fiona Apple (Slow Like Honey) e, quando incursiona pelo repertório de Burt Bacharach e Hal David em This Girl's in Love with You (tema que já teve registros de cantoras como Dionne Warwick e Aretha Franklin), Monheit deixa a sensação de ambicionar o sucesso de Diana Krall. Entre investidas nos repertórios de Anita O'Day (Ballad of the Sad Young Man) e June Christy (Something Cool), Monheit reforça seus laços com a música brasileira em duas faixas. No Tomorrow é a versão jazzificada de Acaso, parceria de Ivan Lins com Abel Silva, lançada por Ivan em 2001 no CD Jobiniano (a cantora tem especial predileção pela obra de Ivan, com quem já dividiu palco no Brasil). Já A Primeira Vez é o samba de Bide e Marçal que Monheit canta num português carregado, seguindo a cartilha bossa-novista de João Gilberto, que depurou o samba em 1961. Enfim, como cantora, Jane Monheit tem méritos maiores do que os que exibe neste irregular CD The Lovers, the Dreamers and me. Basta vasculhar sua bela discografia inicial.

20 de fevereiro de 2009 às 09:33  
Anonymous Anônimo said...

Corinne Bailey Rae? So soon? Não se regrava um grande sucesso que ainda está nas rádios a não ser que se tenha algo expetacular pra se mostrar.

Triste saber que está abaixo da expectativa. Ecletismo demais é sempre perigoso - tem que se fazer com produtores e arrangadores geniais para se assegurar a harmonia do CD.

Fico triste porque adoro Jane Monheit, e adoro Fiona Apple e estava torcendo para que desse um belíssimo trabalho. Afinal de contas, Diana Krall pode fazer essa ponte entre estilos para o jazz (que muitas vezes adoro), mas não significa que ela tem a monopolia sobre isso. Acho muito interessante essas pontes - afinal de contas Cake faz uma versão de I will Survive que é antológica. Inspiração é tudo.

Mas vou comprar o CD assim mesmo. Adoro a voz dela.

20 de fevereiro de 2009 às 11:08  
Anonymous Anônimo said...

tb ouvi por inteiro e não me agradou...acho q deveria abandonar esse lirismo e voltar a cantar como nos primeiros cds q os considero até hoje os melhores,pois cantava sem excessos e muito menos lirismo... mas concordo com ela quando disse q no mundo das cantoras de jazz ninguém canta melhor q ela e as faixas de bossa nova realmente são ótimas!!!

22 de fevereiro de 2009 às 19:31  

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