8 de janeiro de 2009

Orixá da Mangueira, Xangô sai de cena aos 85

Carioca, ele foi criado no bairro do Estácio, se iniciou no samba numa escola de Rocha Miranda e chegou a ingressar na Portela. Mas foi ao entrar em 1939 na Mangueira - a escola de samba que adotaria até no sobrenome artístico - que o bamba Olivério Ferreira, mais conhecido como Xangô da Mangueira, logo se consagrou. Inicialmente como puxador - função que ocupou até 1951, ano em que passou o bastão para Jamelão (1913 - 2008) - e, mais tarde, como hábil diretor de harmonia. Essa trajetória luminosa na escola verde-e-rosa se encerrou na noite de quarta-feira, 7 de janeiro de 2009, data em que Xangô da Mangueira saiu de cena, aos 85 anos. Nascido em 19 de janeiro de 1923, Xangô foi também mestre no improviso e - não por acaso - seu primeiro (tardio) LP, editado em 1972 pela extinta gravadora Copacabana, foi intitulado Rei do Partido Alto. A discografia solo do artista teve seu auge nos anos 70 e se encerrou em 1982 com o álbum Xangô Chão da Mangueira. No mundo do samba, Xangô sempre foi tratado com respeito e a devoção de um orixá. Fora desse universo, contudo, o compositor nunca conseguiu a popularidade obtida, por exemplo, por seu fã Cartola (1908 - 1980). Que o tempo corrija a injustiça!...

14 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Carioca, ele foi criado no bairro do Estácio, se iniciou no samba numa escola de Rocha Miranda e chegou a ingressar na Portela. Mas foi ao entrar em 1939 na Mangueira - a escola de samba que adotaria até no sobrenome artístico - que o bamba Olivério Ferreira, mais conhecido como Xangô da Mangueira, logo se consagrou. Inicialmente como puxador - função que ocupou até 1951, ano em que passou o bastão para Jamelão (1913 - 2008) - e, mais tarde, como hábil diretor de harmonia. Essa trajetória luminosa na escola verde-e-rosa se encerrou na noite de quarta-feira, 7 de janeiro de 2009, data em que Xangô da Mangueira saiu de cena, aos 86 anos. Nascido em 19 de janeiro de 1923, Xangô foi também mestre no improviso e - não por acaso - seu primeiro (tardio) LP, editado em 1972 pela extinta gravadora Copacabana, foi intitulado Rei do Partido Alto. A discografia solo do artista teve seu auge nos anos 70 e se encerrou em 1982 com o álbum Xangô Chão da Mangueira. No mundo do samba, Xangô sempre foi tratado com respeito e a devoção de um orixá. Fora desse universo, contudo, o compositor nunca conseguiu a popularidade obtida, por exemplo, por seu fã Cartola (1908 - 1980). Que o tempo corrija a injustiça!...

8 de janeiro de 2009 às 09:23  
Anonymous Anônimo said...

Vou escrever a mesma coisa que escrevi na lista de discussões que participo.
O que escrever sobre Xangô da Mangueira? Além de dizer que era um grande compositor, era um VERDADEIRO BALUARTE preocupado com a preservação de outros ritmos, além do samba, ele abraçou o calango, o jongo e o próprio partido alto. Me vem à mente agora as imagens do dvd O Jongo da Serrinha - Tributo à Mestre Darcy que eu assisti no prédio do Ministério da Cultura e passei a admirar cada vez mais o Mestre.
Sem falar dos grandes sucessos! Clara Nunes talvez tenha lhe dado o seu maior sucesso: Quando eu vim de Minas.
"Quando eu vim de Minas, trouxe ouro em pó (quando eu vim). Quando eu vim de Minas trouxe ouro em pó! Trabalhava lá em Minas juntei dinheiro numa sacola......"
Outros grandes sucessos do samba como: Batuqueiro (Martinho), Yaô (gravados por Clementina, Beth, Marçal, Dudu,....), Isso não são horas (Roberto Ribeiro), Moro na Roça (Clementina, Zeca, Dudu,....) não podem ser dispensados numa boa roda. Enfim, uma pena essa perda! E o pior, PENA que não haja uma renovação. Talvez o último grande baluarte vivo da Mangueira seja mesmo Nelson Sargento.
Descanse em paz! E meu sentimentos à familia. Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

8 de janeiro de 2009 às 10:36  
Anonymous Anônimo said...

Retificando Mauro (é o que dar copiar!): preocupado pela preservação de outros ritmos. Além do samba,ele .....
Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

8 de janeiro de 2009 às 13:46  
Anonymous Anônimo said...

Mais uma vez, Marcelo, não deixaste nada para eu falar. Fico só apreciando...
Eu acho que saco muito de música, mas no quesito samba perto de você eu sou um bosta.

8 de janeiro de 2009 às 17:07  
Anonymous Anônimo said...

Ah, pára com isso Oliveira! Senão vou postar logo após os seus comentários. Mas sabe por que desse dito "conhecimento"?
Por que eu sempre ouvi boa música e a minha Rainha sempre me sinalizou para que procurasse todos esses grandes cantores, compositores e grupos. Abração e você é MUITO COERENTE e inteligente (até porque curte boa música!)no seu discurso! Pena eu ter as minhas limitações e restrições com alguns medalhões da MPB.

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

8 de janeiro de 2009 às 18:53  
Anonymous Anônimo said...

Mais um grande artista que agora vai receber homenagem póstuma. Disco-Tributo aqui, Show-Reverência ali, estátua acolá.
Este país precisa aprender a homenagear seus artistas EM VIDA!!!

8 de janeiro de 2009 às 20:41  
Anonymous Anônimo said...

"André 2 - A Missão" Oliveira, sacou porque eu dei ao Marcelo o mesmo epíteto dado a Germano Mathias, "o catedrático do samba"?

Felipe dos Santos Souza

9 de janeiro de 2009 às 06:08  
Anonymous Anônimo said...

Eita! rsrsrs Até que eu estou gostando dessa nova fase do blog! Antes eu era xingado e agora sou elogiado. Até no orkut eu recebi elogios! Que isso Felipe! Mas, mesmo assim obrigado pelas palavras mas eu deixo o título para o Germano mesmo! Abração,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

9 de janeiro de 2009 às 09:12  
Anonymous Anônimo said...

Felipe, se estás achando que eu sou o "André 2" agradeço o elogio mas não sou, não. Se fosse já teria comprado o novo de Paulinho Pedra Azul - que não acho em lugar nenhum!!!. Quanto ao Marcelo: ASSINO EMBAIXO!

Marcelo, 'pera lá: NOSSA RAINHA. Que exclusividade é esta ?

9 de janeiro de 2009 às 15:56  
Anonymous Anônimo said...

Tá certo! Eu divido! Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

9 de janeiro de 2009 às 16:15  
Anonymous Anônimo said...

Marcelo, a Biscoito Fino acaba de lançar o novo do Moacyr Luz - "Batucando" - tem na "Saraiva" em pré-venda.
Como o cara é sambista de verdade e acho que deves gostar dele... não perca.
Abraços.

9 de janeiro de 2009 às 21:33  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, Marcelo, Oliveira, Felipe, enfim, entendidos: ainda consigo alguma obra desse Mestre aí ?
E concordo com o anônimo: vem tributo póstumo aí. Brasileiro adora isso. Oportunismo e falta de vergonha na cara.

9 de janeiro de 2009 às 23:29  
Anonymous Anônimo said...

Obrigado pela dica, Oliveira! Ficarei atento!
E anônimo das 11:29 infelizmente não temos um cd sequer do Xangô remasterizado! Não acredito que lancem! Alô Mauro Ferreira, Charles Gavin, Rodrigo Faour e tantos outros! Passou da hora!
Mas eu vou te indicar o site: pratoefaca.blogspot.com que o meu amigo Zé (daqui do blog)me indicou. Só raridade e tem quatro discos do Xangô! Grande abraço,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

10 de janeiro de 2009 às 10:41  
Anonymous Anônimo said...

Tenho um CD do Xango gravado há três anos - 12 músicas. Interessa? Faça um comentário

17 de janeiro de 2009 às 04:49  

Postar um comentário

<< Home