31 de janeiro de 2009

A baiana Sandra Simões faz samba fora da roda

Resenha de Show
Título: Comigo Ninguém Pode
Artista: Sandra Simões (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Sesc-Senac Pelourinho (Salvador, BA)
Data: 30 de janeiro de 2009
Cotação: * * 1/2
Em cartaz às sextas-feiras, às 20h, até 13 de fevereiro de 2009

Sandra Simões é cantora baiana que transita na cena alternativa de Salvador (BA). Após abordar o repertório de Caetano Veloso em alguns shows, a intérprete resolveu "pegar emprestado um ar de bamba" - como ela mesma diz em cena, caracterizada com o chapéu de malandro que ajuda a dar credibilidade à nova persona artística - e a investir no samba. Comigo Ninguém Pode é seu primeiro show dedicado ao gênero. O samba que dá título ao show é da lavra própria de Simões e se sustenta num refrão vivaz, mas, a julgar pela safra autoral da artista, é melhor que ela se dedique ao ofício de intérprete. Mesmo sem ter uma assinatura pessoal no canto ou uma voz especialmente marcante, Simões dá conta do recado auxiliada pela atmosfera agradável da arena - situada ao ar livre - do Teatro Sesc-Senac Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador. Na companhia de um septeto, a cantora desfia clássicos do samba fora da roda baiana - ainda que Ilha de Maré, um dos números finais, tenha a cadência manemolente do samba do Recôncavo. Na geografia popular, o samba cantado por Sandra Simões tende a ter um tom carioca. E a inclusão de instrumentos como tan-tan e repique de mão no arsenal percussivo da banda somente reforça o clima de pagode que toma conta da arena quando a intérprete entoa sambas como Argumento, ...E o Mundo Não se Acabou e Aquarela Brasileira. Como também é atriz, a artista volta e meia exibe um gestual teatral em sambas como Saudosa Maloca. Surpreendentemente, um dos números em tese mais difíceis - O Bebâdo e a Equilibrista - está entre os que surtem maior efeito na platéia. Esforçada na tarefa de animar seu público, Simões esboça um tom vibrante em Disritmia e explora bem as possibilidades de Alô, Fevereiro! - o samba de Sidney Miller que Roberta Sá recolocou na roda. No todo, o show é simpático. Com bons sambas, intérpretes razoáveis podem fazer bons espetáculos.

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Sandra Simões é cantora baiana que transita na cena alternativa de Salvador (BA). Após abordar o repertório de Caetano Veloso em alguns shows, a intérprete resolveu "pegar emprestado um ar de bamba" - como ela mesma diz em cena, caracterizada com o chapéu de malandro que ajudar a dar credibilidade à sua nova persona- e a investir no samba. Comigo Ninguém Pode é seu primeiro show dedicado ao gênero. O samba que dá título ao show é da lavra própria de Simões e se sustenta num refrão vivaz, mas, a julgar pela safra autoral da artista, é melhor que ela se dedique ao ofício de intérprete. Mesmo sem ter uma assinatura pessoal no canto ou uma voz especialmente marcante, Simões dá conta do recado auxiliada pela atmosfera agradável da arena - situada ao ar livre - do Teatro Sesc-Senac Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador. Na companhia de um septeto, a cantora desfia clássicos do samba fora da roda baiana - ainda que Ilha de Maré, um dos números finais, tenha a cadência manemolente do samba do Recôncavo. Na geografia popular, o samba cantado por Sandra Simões tende a ter um tom carioca. E a inclusão de instrumentos como tan-tan e repique de mão no arsenal percussivo da banda somente reforça o clima de pagode que toma conta da arena quando a intérprete entoa sambas como Argumento, ...E o Mundo Não se Acabou e Aquarela Brasileira. Como também é atriz, a artista volta e meia exibe um gestual teatral em números como Saudosa Maloca. Surpreendentemente, um dos números em tese mais difíceis - O Bebâdo e a Equilibrista - está entre os que surtem maior efeito na platéia. Esforçada na tarefa de animar seu público, Simões esboça um tom vibrante em Disritmia e explora bem as possibilidades de Alô, Fevereiro! - o samba de Sidney Miller que Roberta Sá recolocou na roda. No todo, o show é simpático. Com o bom samba, muitos cantores podem fazer uma boa apresentação.

31 de janeiro de 2009 às 12:41  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, fiquei em duvida, vc gostou ou não do show?
Eu tb assistir o show, achei bonito e amei o repertório!

1 de fevereiro de 2009 às 14:53  
Anonymous Fabio Oliveira said...

Então, eu fui a esse show no Tom do Sabor!
Amei... A Sandra deu um show!

28 de outubro de 2009 às 13:58  

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