12 de julho de 2008

Bebel e Camelo tornam oscilante a ode a Donato

Resenha de show
Título: A Nova Geração Canta João Donato
Artista: Adriana Calcanhotto, Bebel Gilberto, Fernanda Takai, João Donato, Marcelo Camelo, Marcelo D2 e Roberta Sá (em foto de Greg Salibian)
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ)
Data: 11 de julho de 2008
Cotação: * * 1/2

"João Donato sempre foi moderno", saudou Nelson Motta ao apresentar o show da série ItaúBrasil que saúda o compositor de A Rã dentro do ciclo de espetáculos que celebram os 50 anos da Bossa Nova. Diretor e roteirista de A Nova Geração Canta João Donato, Motta se esqueceu ao escalar o elenco de que ser moderno é diferente de ter aura hype. Resultado: o público que lotou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite de 11 de julho de 2008, para reverenciar o mestre Donato e sua obra magistral, se viu obrigado a testemunhar momentos a rigor constrangedores entre alguns números bacanas. A terceira e última apresentação do tributo teve caráter oscilante. E não foi por conta de alguns problemas de som. Fora de seu universo musical, Bebel Gilberto e Marcelo Camelo mostraram talento limitado. Em contrapartida, Adriana Calcanhotto, Fernanda Takai, Marcelo D2 e Roberta Sá tiveram bons momentos. E a presença de Donato, nos últimos cinco números, salvou a festa. E, apesar do brilhantismo dos arranjos criados por Mario Adnet e executados pela feríssima Orquestra Ouro Negro (com alguns dos melhores músicos do Brasil), o suingue típico e personalíssimo da obra de Donato somente apareceu em cena quando o próprio assumiu o piano já no bloco final, em que reinou o improviso entre o elenco.
Bebel Gilberto abriu a noite. Muito apropriadamente, a filha de João Gilberto citou no figurino e na postura a Gal Costa dos anos 70, intérprete das três músicas (A Rã, Flor de Maracujá e Até Quem Sabe) soladas por Bebel. Músicas emblemáticas gravadas por Gal em um de seus melhores álbuns, Cantar (1974), arranjado por Donato. Em A Rã e Flor de Maracujá, Bebel ainda foi razoavelmente bem no embalo do suingue dos temas, mas na canção Até Quem Sabe - em arranjo que destacou sua voz opaca e o piano de Marcos Nimrichter - ficou evidente o despreparo vocal da ruim cantora, que desafinou e diluiu a beleza da balada. Deu saudades de Gal. Em seguida, Bebel chamou Adriana Calcanhotto, anunciada como "a melhor intérprete de minhas canções". Juntas, as duas fizeram dueto em Bananeira que soou mais charmoso pelas coreografias do que pela interpretação em si, sendo que no começo Calcanhotto foi prejudicada por problemas no microfone.
Sozinha em cena, Calcanhotto apresentou Amazonas - com nova letra criada por Arnaldo Antunes e Péricles Cavalcanti, intitulada Amazonas II - e, na seqüência, fez o número mais pungente da noite, Naquela Estação, transformada na primeira parte numa toada caipira. Sintomaticamente, ao fim do número, soaram os primeiros aplausos (genuinamente) entusiasmados. Em seguida, Calcanhotto reviveu Emoriô sem ser a intérprete ideal para tal música, que pedia uma cantora menos cool (e com mais suingue).
Graciosa, Fernanda Takai se saiu bem ao interpretar, a seu modo, Lugar Comum, Nunca Mais e Gaiolas Abertas. Depois, chamou ao palco Marcelo Camelo, anunciado como "um garoto novo e talentoso". Foi então que o público foi submetido a novos momentos constrangedores. Olhando para o chão, cantando baixo, e ainda por cima enfrentando o som picotado, Camelo balbuciou os versos de músicas como Brisa do Mar e Simples Carinho. Pela dança estranha que fazia no palco, devia achar que estava agradando. Mas o Municipal não é reduto de muderninhos e o que se viu foi um intérprete totalmente desencontrado e deslocado que em nada lembrava o vocalista carismático do grupo Los Hermanos. Camelo conseguiu destruir músicas lindas...
Felizmente, Roberta Sá - saudada por Camelo como "o rouxinol da noite" - entrou em cena e devolveu o tributo aos eixos. Com segurança e suingue, Sá entoou Não Tem Nada, Não (uma das músicas mais obscuras do roteiro), Minha Saudade e Sambou, Sambou (seu melhor momento, inclusive porque o samba é talhado para sua voz). Na seqüência, Camelo voltou à cena para dueto com a cantora em Chorou, Chorou - estrategicamente posicionado no fim do belo bloco de Roberta para possibilitar a entrada de Donato em cena para o set final. E ele reinou no palco...
Com todo o elenco no palco, Donato tocou Ê Menina, número em que as cantoras fizeram o gracioso papel de backing-vocals. Em seguida, Marcelo D2 - subaproveitado no roteiro - não teve a chance de mostrar toda a beleza de Balança, Menina, sua parceria com Donato. Foram as cantoras que, novamente, dominaram a cena em A Paz. Seus vocais em uníssono resultaram sedutores. Mas na música seguinte, Nasci para Bailar, D2 deu a volta por cima ao improvisar um rap e foi merecidamente ovacionado. Aliás, o clima do número era de improviso, deixando a sensação de que o tributo a João Donato não foi suficientemente ensaiado. Entre altos e baixos, salvou-se o balanço cativante da obra do homenageado, a rigor bem superior à nova geração. Viva Donato!

Tour de Madonna vai mesmo passar pelo Brasil

Ainda não houve o anúncio oficial, mas já é garantido que a turnê que Madonna inicia em 23 de agosto, no País de Gales, vai mesmo passar pelo Brasil em dezembro de 2008 - como já vinha sendo ventilado por diversos jornais e sites. A empresa Time for Fun derrotou a Plann Music nas negociações para trazer a estrela ao Brasil e, com um custo estimado em cerca de 20 milhões de dólares, vai bancar a passagem da Sticky & Sweet Tour por Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Em princípio, serão um ou dois shows no Maracanã (RJ), em 14 e 15 de dezembro, e duas ou três apresentações no estádio paulista do Morumbi, entre 17 e 21 de dezembro. A única vez que Madonna cantou no Brasil foi em 1993, ano em que The Girlie Show foi visto pelos fãs nacionais da diva. As datas brasileiras da Sticky & Sweet Tour ainda podem mudar, dependendo da logística dos organizadores da turnê (de cerca de 50 shows), mas Madonna vai, sim, voltar ao Brasil... Quem viver...

Metallica encaixota próximo disco com brindes

Com seu lançamento agendado para setembro pela Warner Music, o próximo álbum do Metallica, Death Magnetic, vai ser vendido também em uma caixa que, além do disco, vai embalar CD com versões-demo das novas músicas, DVD com making of do álbum e souvenirs como camiseta e pôster. Ou seja, mimo para os fãs ricos.

Inédita de Marrone no volume 2 do CD do padre

Com a música inédita de Bruno & Marrone Em Troca de Paz, o segundo volume do CD ao vivo Paz Sim, Violência Não, de padre Marcelo Rossi, chega às lojas no fim de julho, via Sony BMG, com mais números do registro de show gravado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP), em 21 de abril. Nomes como Agnaldo Rayol, Alcione, Claudia Leitte, KLB, Frank Aguiar, Maurício Manieri, Rick & Renner, Sérgio Reis e Zezé Di Camargo & Luciano estão entre os convidados do segundo volume. O DVD será lançado até outubro.

11 de julho de 2008

Aos 60, Horta tem reeditado seu primeiro disco

Por conta dos 60 anos que Toninho Horta vai festejar em 2 de dezembro de 2008, a gravadora Dubas já pôs nas lojas outra reedição do primeiro álbum do artista, Terra dos Pássaros, criado e assinado por Horta com a Orquestra Fantasma. O disco foi gravado entre 1976 e 1979, no Brasil e nos Estados Unidos, país, aliás, onde o guitarrista estava em grande evidência na época. Reúne, no estelar time de convidados, nomes como Milton Nascimento, Raul de Souza, Airto Moreira e Wagner Tiso. No repertório, músicas como Céu de Brasília, Diana e Dona Olímpia - as três até hoje recorrentes em roteiros de shows de Horta. O disco voltou às lojas com nova capa. A original já tinha sido trocada na primeira reedição de Terra dos Pássaros em CD, produzida pela mesma Dubas em 1995, mas já fora de catálogo. O disco já virara raridade.

Volta 'Pau Brasil', disco feito por Hime em 1982

Um dos melhores títulos da discografia de Francis Hime, lançado em 1982 pela Som Livre, Pau Brasil retorna ao catálogo - pela primeira vez no formato de CD - numa reedição da gravadora Biscoito Fino. As fitas com as matrizes originais do disco foram remasterizadas. Em 12 faixas autorais, Pau Brasil passeia por ritmos como blues (Mente, letrado por Olivia Hime), xaxado (Rio Vermelho), samba (a calangueada Língua de Trapo) e salsa (a faixa-título, parceria com o poeta Geraldo Carneiro). A música mais conhecida do repertório é Embarcação, samba composto com Chico Buarque, simultaneamente gravado por Simone naquele ano de 1982 em seu disco Corpo e Alma. Pau Brasil traz também dois temas instrumentais, Falcão (tributo ao jogador da Seleção Brasileira da Copa de 1982) e Rio Negro, o baião dedicado a Vinicius Cantuária.

Dubas reedita belo primeiro álbum de Edu Lobo

Especializado em reedições de discos emblemáticos da MPB, o selo Dubas Música mantém seu alto padrão fonográfico com o relançamento de A Música de Edu Lobo por Edu Lobo, o primeiro álbum do autor de Borandá, feito pela gravadora Elenco em dezembro de 1964. É reedição de fato importante, já que o disco que marcou a estréia de Lobo havia sido relançado somente uma única vez em CD, em 1991, em edição que atribuía seu lançamento a 1967 quando, na realidade, o álbum saiu em 1965. Foi em A Música de Edu Lobo por Edu Lobo que o compositor registrou temas autorais como Arrastão (parceria com Vinicius de Moraes), Reza (com Ruy Guerra) e Chegança (com Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha). Detalhe: a matriz original do disco passou por novo processo de remasterização por conta da reedição coordenada por Ronaldo Bastos e Leonel Pereda, diretores da Dubas Música. O próprio Edu Lobo valorizou e avalizou a reedição ao escrever para o encarte texto em que ressalta a saudade e a importância de Luiz Eça (1936 - 1992), pianista do Tamba Trio, presença fundamental na confecção do álbum A Música de Edu Lobo por Edu Lobo.

Willie e Wynton se unem para celebrar o blues

Willie Nelson é um cantor associado à música country. Wynton Marsalis é um dos mais conceituados trompetistas do jazz norte-americano. Mas a inédita reunião dos dois artistas no álbum Two Men with the Blues - lançado esta semana nos Estados Unidos pela gravadora Blue Note - celebra o amor de ambos pelo blues. Como, aliás, já anuncia o título do disco, originado de dois shows feitos por Willie e Wynton no Lincoln Center em 12 e 13 de janeiro de 2007. No repertório, standards como Georgia on my Mind, Stardust e Rainy Day Blues. O CD vai sair no Brasil via EMI Music.

10 de julho de 2008

Caetano registra o progresso da obra em DVD

Caetano Veloso vai lançar até o fim de 2008 DVD com uma seleção de números do show Obra em Progresso, estreado pelo cantor - em cena, na foto de Ricardo Nunes - em maio, no Rio de Janeiro (RJ), para testar músicas e sonoridades para seu próximo álbum. O CD, aliás, vai ser gravado em estúdio, com inéditas como A Cor Amarela, Base de Guantánamo, Falso Leblon, Perdeu, Por Quem, Sem Cais e Tarado ni Você. A gravação inicia em setembro.

MGMT vem ao Brasil entre atrações de festival

Incensada pela crítica internacional por conta de seu primeiro álbum, Oracular Spectacular, a dupla norte-americana MGMT é uma das seis novas atrações da edição 2008 do Tim Festival anunciadas na manhã desta quinta-feira, 10 de julho de 2008. O elenco do festival inclui também o grupo Gogol Bordello (cujo álbum Super Taranta! acaba de ganhar edição brasileira pela gravadora Deckdisc), a banda The National, a cantora de jazz Esperanza Spalding, o cantor inglês Paul Weller e a compositora e pianista de jazz Carla Bley. Estes seis nomes vão se juntar às quatro atrações já anunciadas anteriormente: o saxofonista Sonny Rollins, a cantora Stacey Kent e as bandas Klaxons e The Gossip. O festival está agendado para a segunda quinzena de outubro entre Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Vitória (ES) - como em 2007. Detalhe: há negociações para trazer também o rapper Kanye West.

Musical caricato, de ritmo lento, historia samba

Resenha de musical
Título: Eu Sou o Samba
Autoria: Fátima Valença
Direção: Fábio Pillar
Direção musical: Helvius Vilela
Elenco: Alice Borges, Claudia Mauro, Édio Nunes, Lilian
Valeska, Marcelo Nogheira, Rafaela Fischer, Romeu
Evaristo, Ronnie Marruda, Sheila Mattos e outros
Em cartaz: Teatro Carlos Gomes (RJ)
Cotação: *

Fugindo da já batida fórmula de transformar biografias de cantores em temas de musicais, a produtora Claudia Vigonne idealizou um espetáculo que mostrasse a evolução do samba desde os seminais terreiros e sambistas da Praça Onze e do Estácio - alvos do preconceito das elites e da perseguição da polícia - até a gradual assimilação e valorização do partido alto pelas classes médias ao longo dos anos. Pois a ótima idéia gerou um dos piores musicais encenados em palcos do Rio de Janeiro. Em cartaz desde 9 de julho de 2008, no Teatro Carlos Gomes, Eu Sou o Samba é um espetáculo caricato e de ritmo arrastado. Falta empolgação ao esforçado e numeroso elenco (formado em sua maioria por atores sem voz apropriada para o canto) - como também aos arranjos, criados pelo pianista e maestro Helvius Vilela sem a devida ênfase na percussão. Já a direção de Fábio Pillar nunca dribla os clichês...

A dramaturgia do texto de Fátima Valença vai perdendo fôlego ao longo das duas horas do musical. Tanto que, no segundo ato, há ininterrupta seqüência de sambas cantados em cenário que reproduz o bar ZiCartola. Da mesma forma que, no primeiro ato, fragmentos de situações dramáticas vividas numa boate entremeiam sambas-canções (Fim de Caso e Meu Mundo Caiu, entre outros) em outra seqüência longa. A rigor, o texto se vale de flashes episódicos - com a exploração de tipos caricatos - para contar a trajetória do samba. Tenta-se o recurso do humor para mostrar o preconceito dos brancos com os salões onde se dançava maxixe e o samba seminal dos anos 20. Cenas rápidas e desconexas vão citando fatos históricos - como a compra de sambas pelo cantor Francisco Alves (1898 - 1952) - em narrativa frouxa que nunca prende a atenção, apesar da força do repertório.

Se os figurinos de Rosa Magalhães reproduzem com êxito os clichês associados aos sambistas, às vezes abusando das cores, como no vestido usado por Lilian Valeska para cantar Não Deixe o Samba Morrer, as coreografias de Carlinhos de Jesus procuram dar ao musical uma vivacidade que ele não tem. As interpretações ficam abaixo da média do gênero e algumas têm nível ginasial. Individualmente, atores de talento como Alice Borges e Édio Nunes rendem bem em alguns momentos, mas nem a experiência dela a redime do fiasco de encarnar Aracy de Almeida (1914 - 1988) fora do tom jocoso da grande intérprete dos sambas de Noel Rosa (1910 - 1937). A atriz defende mal seu número Fita Amarela.

A pesquisa musical do jornalista João Máximo se revela correta, embora não haja justificativa para o fato de o texto ir somente até os anos 70, já que, na década posterior, a geração liderada por Zeca Pagodinho escreveu capítulo significativo na história do samba. A propósito, não fazer menção às contribuições dos sambistas do Cacique de Ramos nos anos 70 é outra falha grave do texto. Que peca também em associar à Bossa Nova o educado protesto esboçado por Paulinho da Viola em Argumento quando, na realidade, o sambista se referia na letra ao sambão-jóia tocado ao piano pelo cantor Benito Di Paula, muito popular em 1975, ano em que Paulinho lançou seu belo samba. No musical, Argumento é apresentado em seguida a Só Danço Samba, número feito por atriz caracterizada como Nara Leão (1942 - 1989). Distorção histórica!

Enfim, Eu Sou o Samba chega à cena de forma equivocada. Falta ao espetáculo - vale enfatizar... - os dois ingredientes mais indispensáveis quando o assunto é o samba: ritmo e empolgação...

Som Livre lança outra coletânea de Roupa Nova

Já foram editadas (numerosas) coletâneas do grupo Roupa Nova centradas no repertório gravado pelo sexteto carioca na companhia BMG Ariola, entre 1984 e 1996. Contudo, a Som Livre põe mais uma compilação do sexteto nas lojas neste mês de julho de 2008, dentro de sua série Essencial. Na seleção, há hits como A Força do Amor, Dona, Coração Pirata, Volta pra mim, Meu Universo É Você e Tímida - presentes em outras coletâneas...

9 de julho de 2008

Bruni lança primeiro CD como dama da França

Já todo disponibilizado na internet, o terceiro álbum da cantora italiana Carla Bruni - o primeiro na condição de Primeira Dama da França, já que em 2 de fevereiro de 2008 se uniu oficialmente ao atual presidente francês, Nicolas Sarkozy, em cerimônia privada no Palácio do Eliseu - vai ser lançado oficialmente na sexta-feira, 11 de julho de 2008. Em Comme si de Rien n'Était, Bruni volta a cantar em francês, como em seu primeiro CD, Quelqu'un m'a Dit (2003), em vez do inglês usado no segundo, No Promisses (2007) - ambos lançados no Brasil pela gravadora ST2. Uma das faixas do novo CD, Tu Es ma Came, já está causando polêmica nas esferas políticas por conta da alusão às drogas (Você É Minha Droga é o título da música, em tradução literal para o português) em versos metafóricos como "Você é minha droga / Mais mortal do que a heroína afegã / Mais perigosa do que a branca colombiana". Este último verso, em especial, irritou o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia. Polêmicas inúteis à parte, o maior destaque do repertório quase todo autoral é a canção Ma Jeunesse. Bruni canta também clássico americano, You Belong to me, gravado por Bob Dylan. No Brasil, o CD será editado pela ST2.

Oyens entra na onda do pop praieiro com Teco

Projetado na década de 90 por conta de suas belas parcerias com Zélia Duncan, na fase folk da artista, Christiaan Oyens resolveu pegar outra onda no mercado fonográfico. Com o surfista Teco Padaratz, que conheceu em Florianópolis (SC) em janeiro de 2007, o músico formou o duo El Niño para investir em pop praieiro influenciado pelo som de nomes como Jack Johnson. Intitulado com o nome da dupla, o primeiro disco de Oyens e Padaratz marca o início da parceria da gravadora MZA Music com o selo Oi Música. A faixa Espírito do Mar foi escolhida para promover o CD. Representante nacional do pop-luau, Armandinho foi convocado para cantar Old Mind, sua parceria com Padaratz. O repertório inclui Pés na Areia - de clima bossa-novista - e Ficar, assinada somente por Oyens, assim como a faixa Heaven to me. Além de compositor, Oyens é multi-instrumentista e tem intimidade com o violão e a guitarra havaiana. No El Niño, ele também toca bateria.

Compilação agrega onze duetos de Luiz Melodia

Intérprete sempre requisitado para fazer participações nos discos de seus colegas, Luiz Melodia tem reunidos 11 inusitados duetos - registrados nos anos 90 e 2000 - em coletânea que a gravadora Som Livre põe nas lojas neste mês de julho de 2008. Entre as 12 faixas do CD Luiz Melodia & Participações, somente uma - Rosa, a valsa de Pixinguinha (1898 - 1973) - é cantada somente pelo Negro Gato. Em sua maioria, os fonogramas são pouco batidos. Eis a seleção da compilação, bastante interessante:

1. Vamo Cumê - com Caetano Veloso
2. Salve Essa Flor - com Cassiano
3. Feitio de Oração - com João Nogueira
4. Juventude Transviada - com Cássia Eller
5. Menina Moça - com Miltinho
6. Congênito - com Karla Sabah
7. Farrapo Humano - com Skank
8. Estácio Holy, Estácio - com Mart'nália
9. Rosa
10. O X do Problema - com Carlos Lyra
11. Teresa da Praia - com Emilio Santiago
12. Dores de Amores - com Zezé Motta

Simony tenta alçar novo vôo com Balão Mágico

Com o pretexto de festejar 25 anos do conjunto infantil A Turma do Balão Mágico, que a rigor já são 26, Simony lança álbum com regravações do repertório do grupo infantil que - entre 1982 e 1986 - emplacou sucessivos hits nas paradas de sucesso. O disco Simony Superfantástica remete no seu título à música Superfantástico, que impulsionou as vendas do segundo dos cinco LPs do conjunto, editado em 1983. Deste mesmo disco, Simony revive os temas Ursinho Pimpão e Mãe-iê na companhia de seus dois filhos, Aysha e Ryan. Contudo, o repertório extrapola o cancioneiro do Balão Mágico e inclui Lindo Balão Azul, música composta por Guilherme Arantes para o especial infantil de TV Pirlimpimpim, exibido pela Rede Globo em 1982. Já à venda...

8 de julho de 2008

Marisa vai badalar filme com um show no Circo

Embora ainda não anunciada oficialmente, uma apresentação de Marisa Monte com a Velha Guarda da Portela foi agendada no Circo Voador (RJ) para 29 de agosto de 2008 - mês em que vai ser lançado nos cinemas o documentário produzido por Marisa (com Monarco na foto de Bruno Veiga) sobre os veteranos bambas da escola de samba carioca. O show vai promover o filme - intitulado O Mistério do Samba - e está em sintonia com a data da estréia.
Dirigido por Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, o documentário é assinado pela Conspiração Filmes com a empresa Phonomotor, de Marisa, e tem patrocínio da Natura através do projeto Natura Musical. A rigor, a idéia do documentário existe desde 1998, ano em que a cantora começou a pesquisar repertório para o que viria a ser o último CD da Velha Guarda da Portela, Tudo Azul, lançado em 2000 por seu selo Phonomotor. A narrativa é conduzida por Marisa a partir de entrevistas e das tomadas feitas pelos diretores em rodas de samba e nas casas em que viviam compositores como Argemiro, Casquinha, Jair do Cavaquinho e Monarco - para citar somente os mais conhecidos. Há depoimentos de nomes ligados à Portela, como Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho, e takes dos bambas nos desfiles da escola.

Especial da Globo gera primeiro DVD de Cazuza

Precedendo (nova) edição de caixa com os seis álbuns da carreira solo de Cazuza (1958 - 1990), nas lojas no fim de julho, a Universal Music lança, em parceria com a empresa Globo Marcas, o DVD Pra Sempre Cazuza. O autor de Bete Balanço chega postumamente à era do vídeo digital com registro de dois especiais gravados para a TV Globo. O DVD rebobina três números - Exagerado, Medieval II e Por que a Gente É Assim? - gravados em 1985 na Praia do Pepino (RJ) para o programa Mixto Quente. Mas o prato principal é o especial Cazuza - Uma Prova de Amor, gravado em 1988 no Teatro Fênix com intervenções de Sandra de Sá (no Blues da Piedade), Gal Costa (em Brasil e Todo Amor que Houver nessa Vida, número que reúne também Caetano Veloso, Leila Pinheiro e Olivia Byington), Frejat (em Ideologia e Blues da Piedade) e Simone (em Codinome Beija-Flor). Há também o clipe de O Mundo É um Moinho, dirigido por Roberto Talma em 1988, e alguns depoimentos do próprio Cazuza.

'Monstro Invisível' tenta repor o Rappa em cena

Monstro Invisível - a música que vai puxar o sétimo álbum do grupo O Rappa, o primeiro de inéditas em cinco anos - está sendo lançada nesta terça-feira, 8 de julho de 2008, nas rádios, no YouTube e em outros canais de divulgação. Monstro Invisível tem a missão de repor a banda em cena com força. O CD que sai em 15 de agosto é uma das poucas apostas nacionais da Warner Music para o segundo semestre de 2008. Ouça o single.

Sheryl Crow grava disco natalino para setembro

Nem bem lançou Detours, um de seus melhores álbuns, a cantora e compositora norte-americana Sheryl Crow já gravou CD com repertório natalino que vai estar nas lojas dos Estados Unidos - mais especificamente na rede da Hallmark Gold Crown - já em setembro. Ainda sem título, o disco foi produzido por Bill Bottrell, o mesmo que pilotou Detours e a obra-prima inicial da artista, Tuesday Night Music Club (1993). A seleção natalina de Crow inclui White Christmas, Oh Holy Night, All Through the Night, The Bells of St. Mary, I'll Be Home for Christmas e Merry Christmas, Baby - além do inédito tema Hello, Friend, composto por Bottrell.

7 de julho de 2008

Leila edita registro de show dividido com Gudin

Leila Pinheiro planeja lançar ainda em 2008 - provavelmente em outubro - o CD que registra o show feito pela cantora com adesão do compositor Eduardo Gudin em abril de 2007 no Teatro Fecap (SP). A gravação ao vivo vai ser editada pelo selo da artista, Tacacá Music. A idéia de Leila é badalar o lançamento do CD com nova temporada do show para possibilitar a filmagem de um DVD.
Para quem não associa a música ao compositor, Gudin é parceiro de Costa Netto em Verde, o samba que projetou Leila em escala nacional em 1985, no Festival dos Festivais, produzido e exibido pela Rede Globo. No show, a cantora e o compositor abordam a obra autoral de Gudin, composta com parceiros como Paulo César Pinheiro e Paulinho da Viola. Eis 13 músicas do disco:
* Chorei (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro)
* Mente (Eduardo Gudin e Paulo Vanzolini)
* Ainda Mais (Eduardo Gudin e Paulinho da Viola)
* Sempre se Pode Sonhar (Eduardo Gudin e Paulinho da Viola)
* Luzes da Mesma Luz (Eduardo Gudin e Sérgio Natureza)
* Obrigado (Eduardo Gudin)
* O Amor Veio me Visitar (Eduardo Gudin e Roberto Riberti)
* Mordaça (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro)
* Verde (Eduardo Gudin e Costa Netto)
* Neo Brasil (Eduardo Gudin)
* Boa Maré (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro)
* Vida Dá (Eduardo Gudin)
* Velho Ateu (Eduardo Gudin e Roberto Riberti)

Rihanna se abriga sob 'Umbrella' em DVD e CD

Intérprete de Umbrella, Rihanna se abriga sob o seu hit mundial em DVD e novo CD. Lançado esta semana no Brasil, via Universal Music, Good Girl Gone Bad Live (capa à esquerda) é o primeiro DVD da artista. Traz registro ao vivo de show na cidade inglesa de Manchester. Antes de fechar obviamente com Umbrella, o roteiro (de 18 números) apresenta temas como Rehab, Let me, Hate that I Love You e Shut up and Drive. Já o CD Good Girl Gone Bad: Reloaded - lançado simultaneamente ao DVD, mas vendido separadamente - é a reedição turbinada do álbum que, no embalo do estouro de Umbrella, vendeu quatro milhões de cópias no mundo todo ao longo do último ano (o álbum saiu em junho de 2007). A reedição acrescenta três músicas ao repertório original - Take a Bow, If I Never See your Face Again (faixa gravada com o grupo Maroon 5) e Disturbia - e também já está chegando às lojas.

Livro conta como era a música na corte de João

Violinista que já foi regente assistente da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, atualmente na direção da Escola de Música da UFRJ, André Cardoso aproveitou os festejos pelos 200 anos da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil para editar o livro A Música na Corte de D. João VI (Editora Martins Fontes) em que historia a evolução da música tocada e ouvida nos salões imperiais entre 1808 e 1821. Em narrativa repleta de dados biográficos, o autor mostra como, da interação entre as músicas das ruas e os sons europeus ouvidos pela aristocracia da época, nasceram gêneros como o lundu e a modinha, que iriam desembocar na música popular brasileira formatada no século 20. A pesquisa legitima o texto meio pesado.

Aydar documenta vida e obra de Dominguinhos

A vida de Dominguinhos vai virar filme. Já está em processo de produção o documentário em que a cantora Mariana Aydar e o músico Duani (do grupo Forróçacana) vão retratar a trajetória de Dominguinhos - visto acima em foto de Greg Salabian - na música brasileira. As filmagens foram iniciadas no Rio de Janeiro (RJ) e estão tendo seqüência em Pernambuco, inclusive na cidade de Garanhuns, terra natal do sanfoneiro. O cineasta Joaquim Castro e o pianista Eduardo Nazarian integram a equipe que produz o filme.
Em tempo: Martinho da Vila também vai ter sua trajetória contada em filme. A gravadora MZA Music prepara, em parceria com o Canal Brasil, o documentário Filosofia de Vida, focado na obra do compositor de Duas Barras (RJ). Estreará em janeiro de 2009.

6 de julho de 2008

Alaíde celebra em disco o amor amigo de Milton

Trinta e seis anos depois de ter sido a única mulher a entrar no Clube da Esquina, com o objetivo de gravar dueto com Milton Nascimento no samba Me Deixa em Paz (Monsueto) para o álbum homônimo de 1972 que projetou o movimento mineiro em escala nacional, Alaíde Costa retribuiu o convite do compositor e convocou Milton para participar do álbum que dedica ao belo cancioneiro do autor de Travessia. Na foto de Gualtier Sgarboza, Milton posa com a cantora no estúdio em que foi pôr voz em Viola Violar, parceria com Márcio Borges que lançou em 1974 no álbum Milagre dos Peixes ao Vivo - gravado com o Som Imaginário.
Nas lojas em agosto, pela gravadora paulista Lua Music, o CD Alaíde Canta Milton - Amor Amigo tem produção de Thiago Marques Luiz. A faixa-título é obscura parceria de Milton com Fernando Brant, lançada em 1981 no álbum Caçador de Mim. Na seleção de Alaíde, há também a seminal Canção do Sal (Milton Nascimento, 1966), Sentinela (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1969), Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972) e Bodas (Milton Nascimento e Ruy Guerra, 1974), entre outros hits.

Donato prepara volume 2 de seu disco roqueiro

Em 1970, na onda de Jimi Hendrix (1942 - 1970) e do mergulho de Miles Davis (1926 - 1991) na fusion, João Donato quis trocar a bossa caribenha típica de seu piano pelas levadas de jazz-rock e gravou em Los Angeles (EUA) um dos álbuns mais atípicos e cultuados de sua discografia, A Bad Donato, em que, jovial, experimentou fusões de música brasileira com o jazz, o rock, o funk e a eletrônica. Pois é este álbum que, 38 anos depois de seu lançamento original pela Blue Thumb Records, vai ganhar um segundo volume. Donato (à esquerda em foto de Simone Portellada) prepara a continuação do disco. Sua idéia é reeditar a sonoridade original com os modernos recursos tecnológicos da atualidade. Em 2005, A Bad Donato foi relançado em CD no Brasil pelo selo Dubas Música com aval do músico. Já o volume 2 deverá estar no mercado até o fim de 2008.

Ana Carolina compõe outra música para Preta

Co-autora de Sinais de Fogo, o hit do primeiro disco de Preta Gil (à direita numa foto de seu site oficial), Ana Carolina já está compondo outra música para o DVD e o CD ao vivo que Preta pretende gravar até o fim de 2008. A base da gravação vai ser o show Noite Preta, que vem lotando o Espaço Laranja, em Laranjeiras, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), às quintas-feiras, com freqüência GLS. Fã do show, Lulu Santos também ficou de dar música para Preta, que já decidiu incluir no DVD os covers que vem fazendo, com êxito, de sucessos do grupo Frenéticas (Perigosa, novidade do roteiro) e de Xuxa (Doce Mel, já cantado desde a estréia do show, em 2007).

Fróes coleta gravações de Jackson na Columbia

Sucesso retumbante desde que lançou em 1953 o coco Sebastiana, José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro (1919 - 1982), transitou por várias gravadoras com a mesma habilidade com tocava seu pandeiro. Nas lojas neste mês de julho de 2008, pelo novo selo Discobertas, a coletânea Chiclete com Banana traz as gravações feitas pelo Rei do Ritmo no Rio de Janeiro (RJ) na Columbia - companhia cujo acervo hoje pertence a Sony BMG e na qual Jackson permaneceu entre 1958 e 1960. Compiladas pelo pesquisador Marcelo Fróes, dono do selo Discobertas, as 28 gravações foram lançadas em 12 discos de 78 rotações por minuto e reeditadas (quase simultaneamente) em LPs. Na seleção, há grandes sucessos do cantor. Entre eles, Cantiga do Sapo (1959), Forró na Gafieira (1959), o baião Tum Tum Tum (1958) e o samba Lágrima, um grande sucesso do Carnaval carioca em 1959 e 1960.