16 de novembro de 2008

La Plata preserva valores do show do Jota Quest

Resenha de Show
Título: La Plata
Artista: Jota Quest
Local: HSBC Brasil (SP)
Data: 15 de novembro de 2008
Foto: Mauro Ferreira
Cotação: * * * 1/2

"Quanto vale o show?", questiona o grupo Jota Quest em verso de La Plata, a música que batiza o melhor álbum de estúdio do grupo e que dá nome ao show que estreou neste fim de semana em São Paulo (SP), dando a partida em turnê nacional que vai passar ainda este ano por Rio de Janeiro (dia 28 de novembro, na Fundição Progresso) e segue por todo o Brasil ao longo de 2009. Bem, para o quinteto mineiro, o show sempre teve valor bastante alto. Independentemente de discos mais ou menos inspirados, de maior ou menor repercussão comercial, o Jota Quest sempre investiu pesado em seus espetáculos. E não é diferente com La Plata, show que conta com telão de última geração e jogo de luzes que produz belos efeitos cênicos nas seis torres posicionadas no palco. O aparato técnico é posto a serviço de um repertório que ganhou upgrade conceitual com o recém-lançado álbum de estúdio, sexto de trajetória iniciada há 15 anos em Belo Horizonte.
Um registro orquestral de Besame Mucho à moda de Ray Conniff (1916 - 2002) prepara a entrada da banda em cena. E o que se vê e ouve em seguida é um show feito com adrenalina em alta. Das músicas do álbum La Plata, as que têm grooves mais pulsantes - casos de So Special e da sinuosa Ladeira - se adequam com mais propriedade à temperatura quente do espetáculo. Os temas mais calmos, como Paralelepípedo e Seis e Trinta, ainda precisam de ajustes para que soem no palco tão sedutores quanto no disco. Talvez seja apenas uma questão de tempo para que fiquem mais conhecidos pelo público do quinteto e possam produzir na platéia o efeito catártico provocado por baladas como Dias Melhores, entoada pelo elétrico vocalista Rogério Flausino ao violão. Sim, porque a participação calorosa dos alegres fãs do Jota Quest faz a diferença nos shows do grupo. O espontâneo coro popular em números como Mais Uma Vez e Encontrar Alguém irmanam um repertório que está em evolução, mas, a rigor, ainda soa irregular.
Sem se afastar da rota habitual, o quinteto reapresenta o cover roqueiro de Além do Horizonte - o derradeiro suspiro soul do cancioneiro de Roberto Carlos - e dá tom heavy a hits próprios como Na Moral, número que conta com solo do guitarrista Marco Túlio e transita em pólo oposto ao de baladas como Só Hoje, que resulta melodiosa no roteiro. Acima da qualidade oscilante do repertório, paira a interação entre os cinco músicos da banda. Flausino e Túlio ficam mais à frente, mas é justo registrar as atuações de Márcio Buzelin (nos teclados e nas programações que garantem a textura eletrônica de músicas como Laptop), Paulinho Fonseca (na bateria) e PJ (no baixo). Mesmo se portando com discrição, os três moldam a sonoridade azeitada que embala números como O Sol (bela música da banda mineira Tianastácia projetada no registro feito pelo Jota Quest no álbum Até Onde Vai) e Do seu Lado (um dos hits do milionário MTV ao Vivo do quinteto). No bis, o grupo abre espaço para que entre em cena o trombonista Ashley Slater, convidado do CD La Plata. O músico se junta ao Jota para cantar e tocar em músicas como Hot to Go, apresentada na seqüência de Can You Feel It? - tema da banda de Slater, Freak Power. Enfim, é um show do Jota Quest - banda alvo de amores e ódios passionais, tanto do público quanto da crítica (e do próprio meio musical) por conta de seu diluído mix de soul, funk, pop e rock que caiu no gosto popular. O show La Plata não chegar a renovar a imagem da banda como o disco que o inspirou, mas ostenta a marca da competência técnica do grupo e sinaliza que, sim, o Jota Quest está em (nítida) evolução e merece crédito.

10 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

"Quanto vale o show?", questiona o grupo Jota Quest em verso de La Plata, a música que batiza o melhor álbum de estúdio do grupo e que dá nome ao show que estreou neste fim de semana em São Paulo (SP), dando a partida em turnê nacional que vai passar ainda este ano por Rio de Janeiro (dia 28 de novembro, na Fundição Progresso) e segue por todo o Brasil ao longo de 2009. Bem, para o quinteto mineiro, o show sempre teve valor bastante alto. Independentemente de discos mais ou menos inspirados, de maior ou menor repercussão comercial, o Jota Quest sempre investiu pesado em seus espetáculos. E não é diferente com La Plata, show que conta com telão de última geração e jogo de luzes que produz belos efeitos cênicos nas seis torres posicionadas no palco. O aparato técnico é posto a serviço de um repertório que ganhou upgrade conceitual com o recém-lançado álbum de estúdio, sexto de trajetória iniciada há 15 anos em Belo Horizonte.
Um registro orquestral de Besame Mucho à moda de Ray Conniff (1916 - 2002) prepara a entrada da banda em cena. E o que se vê e ouve em seguida é um show feito com adrenalina em alta. Das músicas do álbum La Plata, as que têm grooves mais pulsantes - casos de So Special e de Ladeira - se adequam com mais propriedade à temperatura quente do espetáculo. Os temas mais calmos, como Paralelepípedo e Seis e Trinta, ainda precisam de ajustes para que soem no palco tão sedutores quanto no disco. Talvez seja uma questão de tempo para que fiquem mais conhecidos pelo público do quinteto e possam produzir na platéia o efeito catártico provocado por baladas como Dias Melhores, entoada pelo elétrico vocalista Rogério Flausino ao violão. Sim, porque a participação calorosa dos alegres fãs do Jota Quest faz a diferença nos shows do grupo. O espontâneo coro popular em números como Mais Uma Vez e Encontrar Alguém irmanam um repertório que está em evolução, mas, a rigor, ainda soa irregular.
Sem se afastar da rota habitual, o quinteto reapresenta o cover roqueiro de Além do Horizonte - o derradeiro suspiro soul do cancioneiro de Roberto Carlos - e dá tom heavy a hits próprios como Na Moral, número que conta com solo do guitarrista Marco Túlio e transita em pólo oposto ao de baladas como Só Hoje, que resulta melodiosa no show. Acima da qualidade oscilante do repertório, paira a interação entre os cinco músicos da banda. Flausino e Túlio ficam mais à frente, mas é justo registrar as atuações de Márcio Buzelin (nos teclados e nas programações que garantem a textura eletrônica de músicas como Laptop), Paulinho Fonseca (na bateria) e PJ (no baixo). Mesmo se portando com discrição, os três moldam a sonoridade azeitada que embala números como O Sol (bela música da banda mineira Tianastácia projetada no registro feito pelo Jota Quest no álbum Até Onde Vai) e Do seu Lado (um dos hits do milionário MTV ao Vivo do quinteto). No bis, o quinteto abre espaço para que entre em cena o trombonista Ashley Slater, convidado do CD La Plata. O músico se junta ao grupo para cantar e tocar em músicas como Hot to Go, apresentado na seqüência de Can You Feel It? - tema da banda de Slater, Freak Power. Enfim, é um show do Jota Quest - banda alvo de amores e ódios passionais, tanto do público quanto da crítica (e do próprio meio musical) por conta de seu diluído mix de soul, funk, pop e rock que caiu no gosto popular. O show La Plata não chegar a renovar a imagem da banda como o disco que o inspirou, mas ostenta a marca da competência técnica do grupo e sinaliza que, sim, o Jota Quest está em (nítida) evolução e merece crédito.

16 de novembro de 2008 às 13:43  
Anonymous Anônimo said...

O Jota Quest é uma banda que faz show pra seu público, não pra crítico.

16 de novembro de 2008 às 21:18  
Anonymous Anônimo said...

Lenine está em cartaz em São Paulo e o Mauro vai ver o show do Jota. Isso pra mim diz tudo...

17 de novembro de 2008 às 01:32  
Anonymous Anônimo said...

até já ouvi discos deles, e não consigo gostar da banda

17 de novembro de 2008 às 10:58  
Blogger Orlando said...

como fã da banda a muito tempo e tendo viajado por todo o brasil para acompanhar shows .. confesso que la plata consegue me mostrar sim uma grande renovaçao do jota quest . claro que ainda sim não vai ser possivel agradar a todos ... pois a marca jota quest ja produz comentarios negativos de pessoas que nem tentaram e nem deram chance a banda .

gostei muito do rumo que a banda mostrou que vai tomar nessa nova turne , e claro que no começo é tudo dificil e estranho mas depois fica bonito de ser visto ...

abraço , parabens pela resenha , obrigado pelo comentario que os fãs fazem diferença sim , nós nos esforçamos muito para dar esse tipo de resposta a banda !

17 de novembro de 2008 às 14:08  
Anonymous Anônimo said...

os shows do jota são irados, rola mesmo uma energia na platéia

17 de novembro de 2008 às 16:49  
Anonymous Anônimo said...

O CD La Plata é péssimo, tanto barulho pra prouca criatividade. Pro tmpo que els levaram para lançar, acho que mais de 1 ano, sinceramente achei que teríamos coisa melhor. Entretanto, é sabido que o Jota sobrevive essencialmente por causa dos shows e da energia que rola, pois essa banda foi a que mais emplacou hitz nos últimos anos, fora que os caras continuam humildes!!!!!

18 de novembro de 2008 às 03:41  
Anonymous Anônimo said...

Nao acompanho o trabalho do grupo porque nao eh minha praia mas o gato da foto poderia cantar aqui em casa a qualquer hora que eu ate faria um sacrificio.

18 de novembro de 2008 às 11:28  
Anonymous Anônimo said...

Já tô um pouco velhinho para bandas de pop/rock.
Sou do tempo do Paralamas, Titãs, etc.
Mas confesso: Jota Quest e Skank são o máximo. Viva a juventude!

18 de novembro de 2008 às 21:08  
Anonymous Anônimo said...

Eu fui!! E confesso que foi o Melhor Show! Eles são demais!!!
Amoooooooooooooooo

2 de janeiro de 2009 às 14:26  

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