20 de novembro de 2008

A bonita abordagem da MPB por Marcia Lopes

Resenha de CD
Título: Bonita
Artista: Marcia Lopes
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * * *

Pela generosa acolhida que tem dado à música brasileira nos últimos 30 anos, o Japão tem sido um mercado (geralmente) receptivo para bons intérpretes e músicos sem projeção no Brasil. É o caso da cantora paulistana Marcia Lopes, cujo segundo álbum, Bonita, desde 2005 nas lojas japonesas, ganha edição nacional via Lua Music. Desde a primeira faixa, o samba E o Mundo Não se Acabou (Assis Valente), salta aos ouvidos o elegante fraseado suave da voz de Lopes. E o disco sustenta o interesse do ouvinte à medida que vai avançando. O diferencial reside nos arranjos do violonista Swami Jr. e de Mário Manga (hábil no cello). Sem afetações, Swami e Manga adornam com beleza um repertório que prioriza Chico Buarque - Joana Francesa, Sabiá (de Chico com Tom Jobim), Lábia (inexplorada parceria com Edu Lobo) e o samba Quem te Viu, Quem te Vê (revivido no tempo da delicadeza) - e avança também por música dos Beatles (She's Leaving Home) e por um standard da canção norte-americana (Moon River). A exemplo da faixa-título, Bonita, a abordagem de Marcia Lopes desagua vez por outra no mar plácido da Bossa Nova - paixão maior dos japoneses quando o assunto é a música brasileira. Contudo, quase nada soa trivial. O único registro mais banal do disco acaba sendo o de Sábado em Copacabana, samba-canção de Dorival Caymmi (1914 - 2008) com Carlos Guinle. No todo, a sonoridade leve de Bonita faz jus ao título do CD de Marcia Lopes - bem-vindo no país das cantoras.

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Pela generosa acolhida que tem dado à música brasileira nos últimos 30 anos, o Japão tem sido um mercado (geralmente) receptivo para bons intérpretes e músicos sem projeção no Brasil. É o caso da cantora paulistana Marcia Lopes, cujo segundo álbum, Bonita, desde 2005 nas lojas japonesas, ganha edição nacional via Lua Music. Desde a primeira faixa, o samba E o Mundo Não se Acabou (Assis Valente), salta aos ouvidos o elegante fraseado suave da voz de Lopes. E o disco sustenta o interesse do ouvinte à medida que vai avançando. O diferencial reside nos arranjos do violonista Swami Jr. e de Mário Manga (hábil no cello). Sem afetações, Swami e Manga adornam com beleza um repertório que prioriza Chico Buarque - Joana Francesa, Sabiá (de Chico com Tom Jobim), Lábia (inexplorada parceria com Edu Lobo) e o samba Quem te Viu, Quem te Vê (revivido no tempo da delicadeza) - e avança também por música dos Beatles (She's Leaving Home) e por um standard da canção norte-americana (Moon River). A exemplo da faixa-título, Bonita, a abordagem de Marcia Lopes desagua vez por outra no mar plácido da Bossa Nova - paixão maior dos japoneses quando o assunto é a música brasileira. Contudo, quase nada soa trivial. O único registro mais banal acaba sendo o de Sábado em Copacabana, samba-canção de Dorival Caymmi (1914 - 1998) com Carlos Guinle. No todo, a sonoridade leve de Bonita faz jus ao título do CD de Marcia Lopes - bem-vindo no país das cantoras.

20 de novembro de 2008 às 19:05  
Anonymous Anônimo said...

Mauro,

Por favor conserte o erro na data de falecimento do Dorival. O ano é 2008 e não 1998. Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

21 de novembro de 2008 às 08:20  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, tenho 28 anos e sou compositor. Leio diariamente os seus posts. Assim como você, tenho profunda admiração por cantoras. Gostaria muito de saber se poderia me ajudar com nomes de cantoras que estão à procura de repertório.
Muito grato.

Mauricio Coutinho

21 de novembro de 2008 às 09:11  

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