25 de outubro de 2008

Tim: West manda clichês do rap para o espaço

Resenha de Show - Tim Festival 2008
Título: Glow in the Dark
Artista: Kanye West
Foto: Domingos Guimarães / Site Tim Festival 2008
Local: Marina da Glória (RJ)
Data: 24 de outubro de 2008
Cotação: * * * *

Coerente com as ousadias estilísticas de seus três álbuns, The College Dropout (2004), Late Registration (2005) e The Graduation (2007), Kayne West manda todos os clichês do hip hop para o espaço em seu pirotécnico espetáculo Glow in the Dark, uma das atrações mais esperadas da edição de 2008 do Tim Festival. Em show conceitual, o rapper traça em cena o roteiro de uma viagem intergaláctica que, longe de soar distante, logo faz o público embarcar ao som de hits como Good Morning, destaque da parte inicial do show. Entre o começo (com West deitado num palco cheio de declives, como se estivesse perdido em planeta distante) e o fim (com bis em que músicas como Touch the Sky e, sobretudo, American Boy fazem o público jovem sair do chão), a jornada da estrela do hip hop, que esconde a banda atrás do palco para dar a impressão de estar sozinho em cena, se revela sedutora e desafia as leis do rap. Ainda que sua pirotecnica não seja tão especial assim para quem já viu, somente para citar um exemplo, um show dos Rolling Stones. Ou de Madonna... Ou do Pink Floyd...

O conceito de Glow in the Dark desenvolve as idéias do álbum The Graduation, cuja arte gráfica é calcada em desenhos que destacam uma nave espacial. É, de certa forma, uma ópera-rap de apelo pop. Entre diálogos robóticos e temas como Heard' Em Say e Diamonds from Sierra Leone, ambos do CD anterior Late Registration, o clímax da odisséia no espaço é quando um monstro - de contornos indefinidos que tanto podem ser de um dinossauro como de um dragão... - entra em cena para (literalmente) engolir West que, ao ser cuspido de volta ao planeta, arremessa hits como Can't Tell me Nothing e Jesus Walks. O ápice, musical, vem com Stronger, um petardo certeiro em qualquer pista por incorporar sons da dupla eletrônica Daft Punk.

Goste-se ou não de Kanye West, o rapper tem a seu favor a feliz disposição de subverter a fórmula batida do rap. Na contramão dos colegas que deitam falação com versos que vulgarizam a mulher e exaltam a criminalidade, West procura seguir caminhos mais positivos que o levaram a essa tecnológica viagem ao espaço.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Coerente com as ousadias estilísticas de seus três álbuns, The College Dropout (2004), Late Registration (2005) e The Graduation (2007), Kayne West manda todos os clichês do hip hop para o espaço em seu pirotécnico espetáculo Glow in the Dark, uma das atrações mais esperadas da edição de 2008 do Tim Festival. Em show conceitual, o rapper traça em cena o roteiro de uma viagem intergaláctica que, longe de soar distante, logo faz o público embarcar ao som de hits como Good Morning, destaque da parte inicial do show. Entre o começo (com West deitado num palco cheio de declives, como se estivesse perdido em planeta distante) e o fim (com bis em que músicas como Touch the Sky e, sobretudo, American Boy fazem o público jovem sair do chão), a jornada da estrela do hip hop, que esconde a banda atrás do palco para dar a impressão de estar sozinho em cena, se revela sedutora e desafia as leis do rap. Ainda que sua pirotecnica não seja tão especial assim para quem já viu, somente para citar um exemplo, um show dos Rolling Stones. Ou de Madonna... Ou de Pink Floyd...

O conceito de Glow in the Dark desenvolve as idéias do álbum The Graduation, cuja arte gráfica é calcada em desenhos que destacam uma nave espacial. É, de certa forma, uma ópera-rap de apelo pop. Entre diálogos robóticos e temas como Heard' Em Say e Diamonds from Sierra Leone, ambos do CD anterior Late Registration, o clímax da odisséia no espaço é quando um monstro - de contornos indefinidos que tanto podem ser de um dinossauro como de um dragão - entra em cena para (literalmente) engolir West que, ao ser cuspido de volta ao planeta, arremessa hits como Can't Tell me Nothing e Jesus Walks. O ápice, musical, vem com Stronger, petardo certeiro em qualquer pista por incorporar sons da dupla eletrônica Daft Punk.

Goste-se ou não de Kanye West, o rapper tem a seu favor a feliz disposição de subverter a fórmula batida do rap. Na contramão dos colegas que deitam falação com versos que vulgarizam a mulher e exaltam a criminalidade, West procura seguir caminhos mais positivos que o levaram a essa tecnológica viagem ao espaço.

25 de outubro de 2008 às 11:19  

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