15 de setembro de 2008

Mamma Mia!, o filme, dá tom ginasial ao ABBA

Resenha de filme
Título: Mamma Mia!
- O Filme
Diretor: Phyllida
Loyd
Elenco: Meryl
Streep, Amanda
Seyfried, Pierce
Brosnan, Colin
Firth e outros
Cotação: * * 1/2
Em cartaz
nos cinemas
do Brasil desde 12 de
setembro de 2008

Entre 1972 e 1982, o grupo sueco ABBA gravou e lançou um cancioneiro pop, melódico e meio pueril que - contra todos os prognósticos - sobreviveu ao tempo e adquiriu aura kitsch. Tal cancioneiro, ainda sedutor, é o mote do enredo fluido de Mamma Mia! - o filme baseado no musical que estreou em 1999, em Londres, e chegou aos cinemas em 2008, com grande sucesso de público. A exemplo do que foi feito com o cancioneiro dos Beatles no filme Across the Universe, as músicas do ABBA são postas a serviço da história. A ação se passa numa ilha grega, na véspera do casamento de Sophie (Amanda Seyfried), que, sem saber a identidade de seu pai, vasculha os diários da mãe, Donna (Meryl Streep), e envia convida para a cerimônia três possíveis genitores. Sam Carmichael (Pierce Brosnan), Hary Bright (Colin Firth) e Bill Anderson (Stellan Skarsgárd) comparecem ao casamento e, a partir daí, tudo é pretexto para a inserção de músicas do ABBA na narrativa. No entanto, falta a Mamma Mia! a magia que sobra em Across the Universe, que reembala o repertório dos Fab Four com arranjos e interpretações que dão outras nuances às músicas. No caso de Mamma Mia!, a diretora Phyllida Loyd dá tom ginasial aos sucessos do ABBA. As coreografias e os vocais são, em sua imensa maioria, primários. Ainda que números como Dancing Queen (1976), Voulez-Vous (1979) e Gimme! Gimme! Gimme! (1979) tenham certa vibração por conta da movimentação do elenco em cena. Voulez-Vous, em especial, evoca na fotografia e na iluminação a estética dos anos 70. Em compensação, as interpretações do elenco são, na média, sofríveis. O solo de Pierce Brosnan em I Do, I Do, I Do, I Do, I Do (1975)evidencia o despreparo do ator para figurar num musical. Grande atriz, Meryl Streep consegue com sua emoção genuína dar dignidade ao seu solo em The Winner Takes It All (1980). Já o dueto de Julie Walters e Christine Baranski em Chiquitita (1979) soa apenas risível. Não há, em toda a ação, uma interpretação realmente luminosa. Mesmo quando o canto do elenco soa até correto, caso de Amanda Seyfried, intérprete de músicas como I Have a Dream (1979) e Honey, Honey (1974), falta um brilho especial. Talvez porque, como já demonstrara o CD com a trilha sonora do filme, a produção de Benny Andersson (integrante original do ABBA) tenha optado por clonar os arranjos originais de músicas como Mamma Mia (1975) e SOS (1975). Contudo, o filme é um grande sucesso mundial - assim como o musical de teatro que o inspirou. A força reside no cancioneiro do ABBA. E o número deliciosamente kitsch de Waterloo (1974) - apresentado pelo elenco após o fim da narrativa propriamente dita, quando já vão subir os créditos - é um exemplo de como a música do quarteto sueco tem poder para sustentar e valorizar um filme, a rigor, sem a magia exigida de musicais. O ABBA resistiu ao tempo.

7 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Entre 1972 e 1982, o grupo sueco ABBA gravou e lançou um cancioneiro pop, melódico e meio pueril que - contra todos os prognósticos - sobreviveu ao tempo e adquiriu aura kitsch. Tal cancioneiro, ainda sedutor, é o mote do enredo fluido de Mamma Mia! - o filme baseado no musical que estreou em 1999, em Londres, e chegou aos cinemas em 2008, com grande sucesso de público. A exemplo do que foi feito com o cancioneiro dos Beatles no filme Across the Universe, as músicas do ABBA são postas a serviço da história. A ação se passa numa ilha grega, na véspera do casamento de Sophie (Amanda Seyfried), que, sem saber a identidade de seu pai, vasculha os diários da mãe, Donna (Meryl Streep), e envia convida para a cerimônia três possíveis genitores. Sam Carmichael (Pierce Brosnan), Hary Bright (Colin Firth) e Bill Anderson (Stellan Skarsgárd) comparecem ao casamento e, a partir daí, tudo é pretexto para a inserção de músicas do ABBA na narrativa. No entanto, falta a Mamma Mia! a magia que sobra em Across the Universe, que reembala o repertório dos Fab Four com arranjos e interpretações que dão outras nuances às músicas. No caso de Mamma Mia!, a diretora Phyllida Loyd dá tom ginasial aos sucessos do ABBA. As coreografias e os vocais são, em sua imensa maioria, primários. Ainda que números como Dancing Queen (1976), Voulez-Vous (1979) e Gimme! Gimme! Gimme! (1979) tenham certa vibração por conta da movimentação do elenco em cena. Voulez-Vous, em especial, evoca na fotografia e na iluminação a estética dos anos 70. Em compensação, as interpretações do elenco são, na média, sofríveis. O solo de Pierce Brosnan em I Do, I Do, I Do, I Do, I Do (1975)evidencia o despreparo do ator para figurar num musical. Grande atriz, Meryl Streep consegue com sua emoção genuína dar dignidade ao seu solo em The Winner Takes It All (1980). Já o dueto de Julie Walters e Christine Baranski em Chiquitita (1979) soa apenas risível. Não há, em toda a ação, uma interpretação realmente luminosa. Mesmo quando o canto do elenco soa até correto, caso de Amanda Seyfried, intérprete de músicas como I Have a Dream (1979) e Honey, Honey (1974), falta um brilho especial. Talvez porque, como já demonstrara o CD com a trilha sonora do filme, a produção de Benny Andersson (integrante original do ABBA) tenha optado por clonar os arranjos originais de músicas como Mamma Mia (1975) e SOS (1975). Contudo, o filme é um grande sucesso mundial - assim como o musical de teatro que o inspirou. A força reside no cancioneiro do ABBA. E o número deliciosamente kitsch de Waterloo (1974) - apresentado pelo elenco após o fim da narrativa propriamente dita, quando já vão subir os créditos - é um exemplo de como a música do quarteto sueco tem poder para sustentar e valorizar um filme, a rigor, sem a magia exigida de musicais. O ABBA resistiu ao tempo.

15 de setembro de 2008 às 10:28  
Anonymous Anônimo said...

Ingênuo, ginasial e simples. Grande dica pra uma fase tão degradada que o mundo vive hoje. Vale a pena dar uma escapulida pra ver esse filme.
Sem compromisso e ainda dá pra sair cantarolando...

15 de setembro de 2008 às 10:55  
Anonymous Anônimo said...

Meryl Streep resistiu ao tempo!
Mais uma indicação ao oscar ...

15 de setembro de 2008 às 11:58  
Anonymous Anônimo said...

Pode chamar de fútil , pueril e desnecessário.É mesmo!
Mas também é o exemplo melhor acabado do "feeling good movie".
Simplesmente perfeito para um final de tarde com os amigos.
E atire a primeira pedra quem não cantarolou Dancing Queen baixinho com uma dancinha discreta (ou não) na cadeira.

15 de setembro de 2008 às 14:47  
Blogger Felipe Melo said...

Caramba Mauro, descobri teu blog por acaso fazendo uma pesquisa no Google. Cara, mto bom teu blog, tem informações excelentes e de real relevância... vou passar a ser leitor frequente aqui, já tá nos meus favoritos... abrax!

15 de setembro de 2008 às 16:26  
Anonymous Anônimo said...

ABBA é ABBA. Se o filme fosse só as músicas já teria valido a pena.

E que atriz/cantora é a Cristine Baransky. Ela arrasa em qualquer musical - basta conferir sua (reduzida) participação em Chicago.

18 de setembro de 2008 às 00:16  
Blogger Chris Marques said...

Eu amei esse filme!
Sabia que era um musical, um filme "light", mas fui ver porque tem coisas que eu adoro: Grécia (que lugar é esse? preciso conhcer urgentemente...rs...), músicas do ABBA e Pierce Brosnan ("caso antigo", desde mil novecentos e "uma babá quase perfeita", mas que, como cantor, é um ótimo 007).
No dia em que fui ao cinema, estava meio chateada, meio para baixo, mas saí da sala com vontade de cantar "you can dance, you can jive...". Muito bom!

24 de setembro de 2008 às 12:37  

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