11 de setembro de 2008

Cheia de bossa, Paula canta o samba pré-Bossa

Resenha de CD
Título: Telecoteco
Um Sambinha
Cheio de Bossa...
Artista: Paula
Morelenbaum
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * *

Revelada no começo dos anos 80, no grupo vocal Céu da Boca, Paula Morelenbaum é correta cantora que não tem voz ou timbre especialmente marcante. Foi vocalista de discos de Tom Jobim (1927 - 1994) e iniciou carreira solo em 1992 com o CD Paula Morelenbaum (Cameratti). Telecoteco é o melhor título de sua obra fonográfica, escorada em regravações de standards da música popular brasileira com sonoridades contemporâneas. A idéia é bacana: reunir alguns sambas que já continham um balanço cheio de bossa, um pouco distante do suingue tradicional do gênero. "Quando eu canto meu sambinha batucada / A turma fica abismada com a bossa que eu faço (...) / Não tenho veia poética / Mas canto com muita tática", gaba-se a cantora nos versos de O Que Vier Eu Traço (1945), parceria de Alvaiade e Zé Maria que resume na letra o espírito do disco, incrementado com programações espertas de Beto Villares, Marcos Cunha e Marcelinho da Lua. A extensa lista de convidados dá charme e tons especiais ao CD. Se o piano caribenho de João Donato impregna Love Is Here to Stay (George & Ira Gershwin, 1938) de latinidade, o grupo argentino Bajofondo injeta seu suingue eletrônico em O Samba e o Tango (Amado Régis, 1937) numa grande sacada da artista. Pena que a voz opaca de Beto Villares tire um pouco do brilho do registro do samba-canção Você Não Sabe Amar (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima, 1950). Aliás, Marcos Valle também não se mostra na melhor das formas vocais no dueto feito com Paula em Ilusão à Toa (Johnny Alf, 1961). Com capa que remete à estética dos LPs da década de 50, Telecoteco fica mais delicioso quando Paula se afasta dos temas mais românticos e investe na bossa suingante de sambas como Sei Lá se Tá (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva, 1940) e Luar e Batucada (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1957), um tema pouco ouvido do Maestro Soberano - o compositor que rege (toda) a discografia de Paula Morelenbaum.

10 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Revelada no começo dos anos 80, no grupo vocal Céu da Boca, Paula Morelenbaum é boa cantora que não tem voz ou timbre especialmente marcante. Foi vocalista de discos de Tom Jobim (1927 - 1994) e iniciou carreira solo em 1992 com o CD Paula Morelenbaum (Cameratti). Telecoteco é o melhor título de sua obra fonográfica, escorada em regravações de standards da música brasileira com sonoridades contemporâneas. A idéia é bacana: reunir alguns sambas que já continham um balanço cheio de bossa, um pouco distante do suingue tradicional do gênero. "Quando eu canto meu sambinha batucada / A turma fica abismada com a bossa que eu faço (...) / Não tenho veia poética / Mas canto com muita tática", gaba-se a cantora nos versos de O Que Vier Eu Traço (1945), parceria de Alvaiade e Zé Maria que resume na letra o espírito do disco, incrementado com programações espertas de Beto Villares, Marcos Cunha e Marcelinho da Lua. A extensa lista de convidados dá charme e tons especiais ao CD. Se o piano caribenho de João Donato impregna Love Is Here to Stay (George & Ira Gershwin, 1938) de latinidade, o grupo argentino Bajofondo injeta seu suingue eletrônico em O Samba e o Tango (Amado Régis, 1937) numa grande sacada da artista. Pena que a voz opaca de Beto Villares tire um pouco do brilho do registro do samba-canção Você Não Sabe Amar (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima, 1950). Aliás, Marcos Valle também não se mostra na melhor das formas vocais no dueto feito com Paula em Ilusão à Toa (Johnny Alf, 1961). Com capa que remete à estética dos LPs da década de 50, Telecoteco fica mais delicioso quando Paula se afasta dos temas mais românticos e investe na bossa suingante de sambas como Sei Lá se Tá (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva, 1940) e Luar e Batucada (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1957), um tema pouco ouvido do Maestro Soberano - o compositor que rege (toda) a discografia de Paula Morelenbaum.

11 de setembro de 2008 às 20:39  
Anonymous Anônimo said...

O cd é uma delícia de se ouvir. Paula , como sempre, acerta em cheio no repertório. Precisamos de um dvd de sua discografia...URGENTE!!!!

11 de setembro de 2008 às 21:05  
Anonymous Anônimo said...

"Se Vier Eu Traço" é boa demais!!!

Não consigo parar de ouvir.

12 de setembro de 2008 às 10:50  
Anonymous Anônimo said...

A música brasileira é muito boa desde sempre mesmo. A a sensibilidade de reconhecer e e experimentar as músicas são ponto para ela!

12 de setembro de 2008 às 11:18  
Blogger O blog said...

Realmente o cd é muito bom. Recomendo a todos.

12 de setembro de 2008 às 12:48  
Blogger Ju Oliveira said...

Como em Roberta Sá, as programações eletrônicas me aborrecem um pouco, mas o cd é bom sim. maravilhoso repertório muito bem interpretado, apesar da voz dela, como o Mauro disse, não ser nada extraordinário.

12 de setembro de 2008 às 14:13  
Anonymous Anônimo said...

O título é péssimo e o mote, pouco original. Mas o resultado de fato surpreende.

12 de setembro de 2008 às 21:57  
Anonymous Anônimo said...

Achei chatinho pra burro.

Batidas eletrônicas inoportunas e arranjos sem graça alguma.

Clodoaldo

13 de setembro de 2008 às 11:32  
Anonymous Anônimo said...

Muito legal o cd. Idéia legal e muito bem empregada. Paula tem muito bom gosto!

14 de setembro de 2008 às 11:35  
Anonymous Anônimo said...

Descobri a Paula Morelenbaum há apenas um dia e não parei de ouvir. Ela é mágica.

27 de agosto de 2010 às 22:21  

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