18 de julho de 2008

Ao vivo do Capital segue fórmula bem-sucedida

Resenha de CD / DVD
Título: Multishow ao Vivo
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

O DVD e o CD ao vivo ora editados pelo Capital Inicial perpetuam o show feito em Brasília (DF) - em 21 de abril de 2008, aniversário da cidade que viu o grupo nascer - para público estimado em um milhão de pessoas. Não se trata da primeira gravação ao vivo da banda, como anda alardeando a gravadora Sony BMG, já que o Acústico MTV editado pela banda em 2000 é, a rigor, registro de show feito para convidados. Contudo, pela grandiosidade das imagens captadas por Rodrigo Carelli, dá para perceber que, sim, se trata de momento único na história do quarteto. Ainda que esse público gigantesco não tenha ido à Esplanada dos Ministérios somente para ver o show do Capital Inicial (havia apresentações de artistas sertanejos e de axé na programação cultural do 48º aniversário da Capital Federal...).

Justiça seja feita, Dinho Ouro Preto e Cia. se recusam a entrar na onda da nostalgia dos anos 80 que norteia muitas bandas projetadas naquela década de ouro para o pop nacional. A maior parte do repertório de Multishow ao Vivo - Capital Inicial vem dos últimos dez anos. Foi, afinal, em 1998, que Dinho se reintegrou ao grupo, que, desde então, em reviravolta inesperada, conseguiu renovar e ampliar seu público. Muito por conta também da boa pegada da banda no palco. E é essa pegada que valoriza o ao vivo do Capital, disfarçando o caráter irregular do repertório. A rigor, o quarteto não mexe na bem-sucedida fórmula que vem seguindo desde a retomada. A produção, mais uma vez, foi entregue a Marcelo Sussekind. Da mesma forma, as duas razoáveis inéditas, Dançando com a Lua e Passos Falsos, dão continuidade à parceria de Alvin L. com Dinho sem grande inspiração. Ou seja, falta ao Capital Inicial a coragem de se renovar mais uma vez. Tanto que a banda se vê obrigada a recorrer mais uma vez ao repertório de Renato Russo (1960 - 1996). Número exclusivo do DVD, Por Enquanto - balada lançada em 1985 pela Legião Urbana, em seu primeiro disco, e popularizada na voz de Cássia Eller (1962 - 20010 a partir de 1990 - reaparece num set acústico em que Dinho força um clima intimista em meio a multidão, que embarca e faz coro nos versos da canção. Já o cover de Mulher de Fases surte menor efeito, embora a lembrança do hit do grupo Os Raimundos seja curiosa...

No todo, o CD e DVD Multishow ao Vivo Capital Inicial têm seu valor. Mas seria salutar que representasse o fecho de um ciclo e que a banda percebesse que já passa da hora de dar nova virada.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tinham até fãs do RBD!

18 de julho de 2008 às 10:14  
Anonymous Anônimo said...

Na boa, Capital já deu tudo o que tinha que dar...

18 de julho de 2008 às 17:40  
Anonymous Anônimo said...

"Rosas e Vinho Tinto" foi um disco muito bom. O Acústico excelente. O "Atrás dos Olhos" de 99 é muito bom também. No "Gigante", o último que acompanhei, eles passaram do ponto e romperam com os antigos fãs. Creio que passaram a repetir a fórmula de "Natasha" à exaustão.

A saída do guitarrista Loro Jones, que trazia um estilo mais punk pra banda fez falta já em "Rosas". Felizmente eles tiveram a ajuda do Kiko Zambianchi.

Gostava do Capital Inicial, várias músicas são muito boas, mas não há como negar a irregularidade. Torço pra que se renovem, mas acho difícil.

19 de julho de 2008 às 01:43  
Anonymous Anônimo said...

Também acho que no GIGANTE eles começaram a mirar em fãs mais novos. Os outros lançados antes são realmentes bons e o Dinho, tal qual Toni Garrido, tem uma boa presença de palco.

Meu irmão é fã e eu aprendi a gostar! O anterior foi criticado mas gostei muito do EU NUNCA DISSE ADEUS ...

21 de julho de 2008 às 08:29  

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