5 de junho de 2008

D'Black oscila entre brega e 'black' em 'Sem Ar'

Resenha de CD
Título: Sem Ar
Artista: D'Black
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Vinicius D'Black - ou apenas D'Black - é um ator e cantor carioca que, antes de ganhar projeção como protagonista do filme Maré - Nossa História de Amor, foi alçado à condição de fenômeno da internet por conta dos supostos 40 milhões de acessos que sua música Sem Ar teria tudo em portais como YouTube, MySpace e PalcoMP3. O sucesso virtual desta bela balada de atmosfera soul, composta por D'Black em parceria com Felipe Zero, motivou a contratação do artista pela Universal Music para edição do primeiro álbum do cantor, Sem Ar, gerado a partir de um embrionário CD demo intitulado Soul Brasileiro.
O fato é que D'Black oscila entre o brega e o black. Acerta quando investe em r & b (Revolta é a melhor música do disco no gênero), rap (Vilão & Negociador, retrato sem retoques da infância abandonada) e funk (Favela). Erra quando desperdiça munição em temas eletrônicos - casos do drum'n'bass RJ e da house Fora do Ar - e, sobretudo, quando roça o universo brega em temas como 1 Minuto (gravado em dueto com a rapper Negra Li) e a balada Barco à Vela. Há ainda a participação de Jorge Aragão, que entra no suingue do samba-funk em Minha Paixão, e a intervenção de Kako do Hip Hop em Assim. Sem Ar não é um disco ruim, mas peca por atirar para todos os lados e sem delinear um perfil mais nítido para D'Black no mercado - erro que prejudicou a carreira de artistas como Sandra de Sá. É preciso se fixar no universo black...

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

um artista não precisa se fixar em nada, é livre para cantar e compor o que quiser

5 de junho de 2008 às 18:22  
Anonymous Anônimo said...

Não concordo ! Essa coisa de se fixar é ruim. Nelson Motta uma vez disse: disco de novela vende muito porque é tudo misturado. Um Cd inteiro do mesmo estilo,normalmente tem 3 ou 4 boas e um monte de "encheção" de linguiça. Eu ( gosto pessoal ) prefiro artistas que tenham essa liberdade. Sem rótulos.
Se não a Elba Ramalho seria só cantora de forró, e eu adorei o último cd dela ( não tem nenhum forró, por exemplo )
Edu - abc

6 de junho de 2008 às 11:24  
Anonymous Anônimo said...

Concorco com o Mauro, acho que ter um estilo é fundamental, não é uma questão de ritmo, mas de saber dar unidade a um trabalho. Marisa Monte canta de tudo, mas todos os seus discos possuem uma unidade estética e conceitual. Quanto ao D, Black, ele canta, ou cantou no Programa Rau Gil, lindo do jeito que ele é, dificilmente não fará sucesso.

6 de junho de 2008 às 21:37  

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