25 de junho de 2008

Costello faz rock com simplicidade de macarrão

Resenha de CD
Título: Momofuku
Artista: Elvis Costello
and the Imposters
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * 1/2

Um convite para Elvis Costello gravar com a cantora Jenny Lewis motivou a reunião do artista com seu trio The Imposters e acabou gerando o embrião de um novo álbum do grupo com o astro britânico, dono de obra camaleônica que já adquiriu contornos de pop, jazz, funk, clássico e até rock - como neste azeitado Momofuku. O título alude a Ando Momofuku, inventor do Cup Noodle, o macarrão preparado instantaneamente. A idéia de Costello foi gravar rapidamente com sua turma um rock simples, básico e saboroso. Não há conceitos em torno do repertório e tampouco firulas nesta gravação. Há apenas uma sucessão de músicas cantadas e tocadas com energia juvenil. Exemplo é Turpentine, faixa que soa como gravação de uma banda de garagem. É fato que Costello já apresentou álbuns mais arrebatadores - casos de Paint from Memory, CD de 1998 dividido com Burt Bacharach, e de For the Stars, o sublime álbum de 2001 gravado com a cantora erudita alemã Anne Sofie Von Otter - mas Momofuku desce bem como um miojo bem preparado na hora certa. Os molhos podem ser tanto as distorções de Stella Hurt como a reverência ao universo de Bob Dylan em American Gangster Time. No toque de Elvis Costello, um miojo às vezes vira até iguaria. Porque o cozinheiro sabe como prepará-lo.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

concordo, às vezes um miojo pode ser mais saboroso que o mais refinado dos pratos

25 de junho de 2008 às 19:11  
Blogger João Garrido said...

Caro Mauro, o CD de 1998 é "Painted from Memory".
Aproveitando, deixo todos os elogios ao seu valiosíssimo blog. Leitura indispensável e diária!
Abraços do interior de Pernambuco!

25 de junho de 2008 às 22:34  
Anonymous Anônimo said...

Um Miojo é sempre bom se vocÊ confia no mestre de cozinha. Elvis Costello é o cara e sempre será. Tão variadamente bom que você mesmo Mauro, acaba de escolher como seus dois álbuns mais significativos dois dos mais criticados CDs do cantor pela crítica inglesa. Ser o maioral é isso : Ninguém sabe exatamente onde se esconde a melhor parte...na verdade por que a melhor parte está em toda parte.

abçs

Humberto Barros

26 de junho de 2008 às 09:17  

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