4 de abril de 2008

Os 50 imaginários anos de Cazuza, ídolo dos 80

Cazuza faria 50 anos nesta sexta-feira, 4 de abril de 2008. É difícil imaginar como estaria hoje a música e a cabeça desse poeta e compositor que soube como poucos encarnar o espírito libertário do rock na década de 80. Cazuza personificava o exagero, o excesso. De talento. De vida. De amor. De poesia despudorada como a que pôs em letras antológicas feitas para os primeiros discos do Barão Vermelho, o grupo carioca que o projetou para o Brasil a partir de 1982. Cazuza era do rock. Mas também da música brasileira mais passional. É como se Janis Joplin encontrasse Lupicínio Rodrigues no Baixo Leblon. Com um aceno para Dolores Duran. E para os que transitavam no dark side.

Cazuza morreu jovem, devastado por uma Aids impiedosa que corroeu as defesas de seu organismo, mas que, em contrapartida, fortaleceu as imagens de seus versos, lapidados pela maturidade precoce imposta pela vivência de uma doença tão cruel. Aquele garoto que ia mudar o mundo morreu jovem. E, como todo jovem talento que sai forçosamente de cena na plenitude do cumprimento de sua missão artística, virou mito. Não envelheceu como artista diante de seu público. Difícil imaginar Cazuza aos 50 anos, já que, com 30, ele ousava ser um roqueiro que incursionava pela música brasileira quando ainda existia um muro imaginário dividindo o rock e a sagrada MPB. Cazuza embaralhou as cartas desse mercado no seu melhor disco solo, Ideologia, gravado em 1988 com urgência, já sob efeito das reflexões e balanços provocados pela doença. Certo é que sua obra passou com louvor na peneira do tempo por conta da forte originalidade.

P.S.: Para não dizer que não falei de tributos, a gravadora Universal Music vai lançar em maio um DVD com gravações feitas por Cazuza para a Rede Globo de Televisão. O DVD vai reunir takes captados em 1985 para o programa Mixto Quente e um especial produzido em 1989. Está sendo arquitetado também um grande show com participação de estrelas do rock e da MPB, que acontece em 1º de maio - no Rio de Janeiro (RJ) - e vira DVD.

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Grande Cazuza!
Tb tinha muita curiosidade de saber como o Cazuza estaria hoje.
Será que a idade faria dele um bunda mole como os Titãs ou continuaria com a língua e os versos afiados como o Lobão?
Meu palpite é que estaria pro lado do Lobo.

O Tempo Não Pára é uma das grandes músicas já feitas no Brasil.

Jose Henrique

4 de abril de 2008 às 01:39  
Blogger Wagner Hardman Lima said...

Mauro,

parabéns pelo texto e a lembrança. Este País precisa de memória. Ainda bem que vc preza por ela. hehehe

A obra de Cazuza é atemporal, embora tenha fortes músicas que expressem uma geração e juventudade do Brasil. Quando ouvi Seda Pura, inédita que Simone gravou e Poema que Ney gravou fica a certeza do grande poeta que perdemos. Mas ganhamos em eternidade. Não há nada que tire a importância e beleza de 'Brasil', 'Ideologia' e 'O tempo não pára', 'Preciso dizer que te amo', 'Faz parte do meu show', 'Blues da Piedade', 'Blues do Iniciante', 'Completamente Blues', 'Solidão que nada' e 'Mulher sem razão' regravado agora por Calcanhotto pra o seu novo disco 'Maré'.

Ansioso pra rever esses shows lançados em DVD e esperando agora Ney gravar um disco de inéditas só com Cazuza. Tô sentindo que já está bem próximo disso se tornar realidade.

abraços, Mauro

Viva Cazuza!!!

4 de abril de 2008 às 10:43  
Anonymous Anônimo said...

Bem que eu estava pensando nisso mesmo... fora shows-tributo, o único relançamento que poderia ser feito era o de um DVD com imagens de Cazuza na Rede Globo, já que, de livro, temos o "Cazuza - Só as mães são felizes" e "Barão Vermelho - Por que que a gente é assim". E a discografia toda de Cazuza, com Barão e sem Barão, está aí disponível.

Mas isso não é mais do que obrigação para manter a obra de Caju viva.

Ah, sim, Zé Henrique: muitos perguntam a Ezequiel Neves se, caso a AIDS tivesse permitido a Cazuza viver mais do que 32 anos, ele pegaria mais leve em tudo: na vida, na bebida, na esbórnia. Zeca diz, sempre: "Pegaria MUITO mais pesado!" Precisa dizer mais alguma coisa?

Felipe dos Santos Souza

4 de abril de 2008 às 10:46  
Anonymous Anônimo said...

Acho que ele estaria o lado dos ícones da MPB (a sagrada), se debatendo em gravações independentes para fazer sobreviver sua ideologia, longe das majors e com seu público fiel seduzido pelo sua passionalidade. Certamente menos roquenrol, mas sem jamais encaretar como os Titãs.

Imagino que ele e Renato Russo estão compondo jntos verdadeiras pérolas, na eternidade.

4 de abril de 2008 às 11:45  
Anonymous Anônimo said...

Cazuza faz muita falta!!!

4 de abril de 2008 às 14:24  
Anonymous Anônimo said...

Tenho até medo desse tributo.... Posso até adivinhar alguns nomes q estarão nele....:(((

4 de abril de 2008 às 16:03  
Anonymous Anônimo said...

Foi a voz do rock dos anos 80... então não precisa dizer mais nada...

VIVA CAZUZA!

Bruno.

4 de abril de 2008 às 20:45  

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