26 de março de 2008

'Tempo Quente' esfria voz de Marina Machado

Resenha de CD
Título: Tempo Quente
Artista: Marina Machado
Gravadora: Nascimento
Música / EMI Music
Cotação: * * 1/2

Para quem já ouviu a voz calorosa de Marina Machado, que até já transitou pelo rock, Tempo Quente é banho de água fria na discografia da cantora mineira. Em seu terceiro CD solo, a intérprete adota estilo cool em flerte com a new bossa que evoca o som de Bebel Gilberto já na primeira das 15 faixas do disco, Tempo Quente, inspirada composição do mineiro Anderson Guerra. Aliás, os conterrâneos da artista dominam a ficha técnica.

Ao mesmo tempo em que esfria o canto de Marina Machado, remetendo ao disco cool feito pela cantora com Flávio Henrique, Tempo Quente pode aquecer sua carreira, até então confinada aos limites de Minas Gerais - ainda que Marina tenha percorrido o Brasil e o mundo como convidada de Milton Nascimento na turnê internacional do show Pietá. Generoso, o padrinho aceitou editar o disco da afilhada por seu selo, Nascimento Música, e ainda pôs sua voz em Discovery, música do sempre antenado Lula Queiroga.

O álbum tem unidade e amarra repertório irregular com sua costura de new bossa, ora com altas doses de eletrônica (como em Assim, música de Moreno Veloso), ora num tom próximo do folk (como em Simplesmente, boa canção da lavra de Samuel Rosa com o letrista Chico Amaral). A propósito, o guitarrista do Skank dá o ar da graça, como vocalista convidado, em Grilos, um lado B da dupla Roberto e Erasmo Carlos que se ajusta bem ao conceito do disco. Outro convidado, Seu Jorge - além de assinar a derramada Seu Olhar - pôs voz suave em Otimismo num tom aveludado que realça a atmosfera cool do CD. A música é das melhores de um repertório que ainda inclui dois temas de Milton Nascimento, Lília (recordado com vocalises por Marina) e Unencounter, a versão em inglês de Canção da América que soa sem emoção e até inapropriada para um disco de sentimentos contidos. Também jogam contra as duas músicas do mineiro Affonsinho, Disco Voador e Vagalume, ambas insossas. No todo, Tempo Quente dá ar mais contemporâneo ao canto de Marina Machado. Mas contemporaneidade não é sinônimo de evolução... embora - justiça seja feita - o álbum tenha lá seus bons momentos.

20 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Achei o trabalho uma delícia.Mauro se voce pesquisar bem vai encontrar num antigo trabalho dela em parceria com o Flávio Henrique,que ela ja se apresentava cool.Marina como bem disse o Milton é uma "camaleoa".E ser New Bossa,Cool é ser contemporâneo?E sua cotação 2,5 é que é uma gelada para esse belo CD.

26 de março de 2008 às 16:11  
Anonymous Anônimo said...

quer dizer q a voz do milton é "correta"?
,
vinicius

26 de março de 2008 às 16:52  
Anonymous Anônimo said...

Gosto muito do CD da Marina Machado com o Flávio Henrique, bem cool, com uma atmosfera jazzística, belíssimos arranjos e músicas que caiam super bem para o seu timbre. Depois ela tomou outro rumo nos trabalhos seguintes, talvez buscando uma "modernidade" que para mim não lhe caiu bem. Me desinteressei. Mas canta bem.

26 de março de 2008 às 19:32  
Anonymous Anônimo said...

Nossa, que crítica mais equivocada.
Agora Mauro você realmente me surpreendeu! Mais que isso, você decepcionou.
É claro que como crítico, você acha o que quiser, mas dizer que Marina agora virou "cool" e que isso é involução, é, no mínimo, desconhecer o trabalho da artista.
Marina Machado é uma coisa no palco e outra em discos. Como já lembraram, seu disco com Flávio Henrique, e depois, o com o Amaranto é super "cool", com o melhor da expressão.
Como acompanho seus escritos por aqui, já perecebi que você não gosta do trabalho da Bebel Gilberto, mas associar Marina à ela, como se essa última estivesse se rendendo à uma moda e a um estilo é leviano.
Marina Machado é grande, e por isso se permite a transitar pelo rock, pelo pop, pelo samba e pela bossa.
É sua crítica é apressada, leviana e sem embasamento sobre a carreira da artista.
Que triste!
Marcos

26 de março de 2008 às 19:47  
Anonymous Anônimo said...

Eu acho Marina Machado apenas mediana, soa como a maioria, sem nenhum diferencial. Das capitaneadas por Milton ainda prefiro a Simone Guimarães que pelo menos é boa compositora.

26 de março de 2008 às 19:48  
Anonymous Anônimo said...

Tambem não concordo com a resenha. Não é um CD facil de ouvir, esperava mais, porem merececia umas três estrela. Tá um CD POP gostoso de ouvir, com letras boas e bons convidados!

27 de março de 2008 às 08:23  
Anonymous Anônimo said...

Mauro e suas cantoras ...

27 de março de 2008 às 09:05  
Blogger Wagner Hardman Lima said...

Mauro vou ouvir e depois volta aqui pra concorda ou discordar. hehehe

bom sabes das novidades ai, caba vei.abraços

27 de março de 2008 às 10:44  
Anonymous Anônimo said...

Não é um CD fácil de ouvir, mas é um CD pop gostoso de ouvir? As duas coisas ao mesmo tempo???

27 de março de 2008 às 11:25  
Anonymous Anônimo said...

Acho que nunca tinha lido uma crítica tão improcedente da parte do Mauro.Mas perdoável já que isso é muito raro.

27 de março de 2008 às 13:54  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, agora é que você me deixou zonza mesmo. Na crítica original não tinha o trecho abaixo. Você acrescentou o trecho abaixo pegando carona nos comentários, mas sem assumir a inclusão????????
Estava muito claro que você tinha escrito a crítica sem conhecer, saber, ou até mesmo se lembrar, do CD anterior da Marina com o Flávio.
Tô boba!

"Ao mesmo tempo em que esfria o canto de Marina Machado, remetendo ao disco cool feito pela cantora com Flávio Henrique"

Carla

27 de março de 2008 às 15:21  
Anonymous Anônimo said...

Carla,acho fabuloso que a gente aqui possa colaborar um pouquinho com o Mauro e nos sentir gratificados por isso e pelo tantão que ele nos oferece.Grande Mauro!

27 de março de 2008 às 18:39  
Anonymous Anônimo said...

Não, anônimo de 6:39, você não entendeu o espanto da Carla. O que ela tá dizendo é que o Mauro incluiu a referência ao disco da Marina com o Flávio Henrique, depois que os comentários apontavam a leviandade dele em dizer que a Marina estava "copiando" o jeito cool de Bebel Gilberto, sem saber, ou citar, que na verdade, a Marina já tinha feito disco com atmosfera cool bem antes.
Quando o Mauro simplesmente acrescenta essa informação à crítica original, que não tinha, ele não assume que desconhecia o fato, já que embasou sua crítica toda em cima dessa aparente guinada da Marina pelo estilo cool.
Lamentável! Isso para mim tira a credibilidade do Mauro, e faz a gente desconfiar um pouco dos escritos dele, principalmente sobre artistas que nem todo mundo conhece.
Marcos

27 de março de 2008 às 20:02  
Anonymous Anônimo said...

É isso aí.

Morte ao Mauro!

Rarará.

Menos, menos :p

27 de março de 2008 às 23:33  
Anonymous Anônimo said...

Estive presente ontem no Palácio das Artes em BH para o lançamento do cd de Marina Machado, e mais uma vez a mineira surpreendeu. Ela tem talento de sobra para transitar onde quer que queira, tem liberdade e alcance vocal admiráveis...arranjos modernos, prá sua brejeirice mineira que é pop, é rock, é Clube da Esquina, e pode ser até cool...sensacional..quem não conhece que ouça, assita ao vivo e então escreva seu comentário.

Bebel Gilberto dispensa apresentações.. é dona de estilo próprio assim como Marina Machado.

"Tempo Quente" mostra uma cantora madura, dona de si, e como disse Nelson Motta recentemente: "Marina Machado é uma neo-tropicalista de luxo". Minas mais uma vez rende-se com orgulho a este talento.

Artur / Produtor Editorial

1 de abril de 2008 às 11:44  
Blogger Léo Nascimento said...

Oi Mauro, tudo bem?

Venho lhe apresentar o trabalho do grupo Camiranga. Música inédita brasileira.
Nosso CD está disponível pra download no http://musicadaminhagente.blogspot.com/2008/05/camiranga-camiranga.html

Visite tambem nossa pagina:

www.myspace.com/camiranga

Abraço e parabéns pelo blog.

6 de junho de 2008 às 03:15  
Anonymous Anônimo said...

Caro Mauro

Você esta sempre na luta com uma opiniao lucida sobre nossa musica.
Gostaria de pedir sua atençao para minha pagina no myspace:
myspace.com/liabarcellos

Sigo carreira aqui na França divulgando nossa boa MPB
Um grande abraço..

Lia
liabarcellos@ymail.com

1 de dezembro de 2008 às 08:54  
Anonymous Anônimo said...

E então perguntamos: para que serve a crítica? Que embasamento, senão a idiossincrasia, para chamar de "insossas" as músicas do Affonsinho? Para que serve a crítica, senão para o ato mesquinho e apequenante de dar notas a um trabalho, e, pior, dar 2,5 para esse belo CD da Marina?

10 de dezembro de 2008 às 02:12  
Anonymous Bernardo said...

Críticas completamente descabidas! O CD está excelente, a interpretacao esta impecavel (exceto talvez na versao em ingles de CANCAO DA AMERICA, onde o ingles nao soa tao natural) e VAGALUMES é muito boa, talvez a melhor do CD.

5 de junho de 2009 às 01:39  
Blogger Simone Gonzaga said...

Concordo plenamente com vc.

25 de março de 2021 às 10:42  

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