9 de março de 2008

Moinho ergue a ponte entre Lapa e Pelourinho

Resenha de CD
Título: Hoje de Noite
Artista: Moinho
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

"Eu sou o Rio / E você é a Bahia / Eu sou a Lapa / E você o Pelourinho", diferencia a ex-vocalista da Banda Eva, Emanuelle Araújo, ao cantar O Vento e o Moinho, música de Moraes Moreira que integra o primeiro CD do trio carioca Moinho, formado por Emanuelle, a percussionista Lan Lan e o guitarrista Toni Costa. Os versos de Moraes traduzem o espírito deste disco que ergue boa ponte entre o suingue da Lapa - boêmio bairro carioca, berço da revitalização do samba entre o público jovem - e o balanço do som pop baiano que faz ferver o Pelourinho, cenário das tradições da antiga Bahia.

O Moinho (agora sem o 'Da Bahia' no nome) deixa boa impressão em sua estréia fonográfica. Esnoba, a música de Márcio Mello eleita para puxar o disco, é uma delícia. Às vezes, o balanço pende mais para a Bahia, como em Baleia da Sé (Riachão), mas há equilíbrio nesta travessia Rio-Bahia feita na companhia de Nando Reis (autor e convidado da suingante faixa-título) e Ana Carolina (parceira de Chacal na ótima Doida de Varrer, de tonalidade suave). Hoje de Noite, o disco, confunde os rótulos de samba e axé com as guitarras roqueiras inseridas por Toni Costa no meio de É Fim de Semana, parceria de Toni e Lan Lan que celebra a folia carioca de ritmos. Pena que haja uma ou outra música menos inspirada no disco. Pena também que o trio derrape ao tentar remexer no suingue de Saudade da Bahia sem levar em conta que a obra perfeita de Dorival Caymmi é pouco resistente a recriações. Xangô - colaboração de Mart'nália com Lan Lan e Toni - redime no fim qualquer eventual tropeço nessa travessia pop ao realçar a raiz africana que sustenta tanto a música da Lapa quanto a do Pelourinho. No geral, o Moinho sopra bons ventos na cena nativa.

25 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tentarei ouvir sem preconceitos mas, essa dupla não me agrada em nada. Salve o oportunismo no samba! Precisava ficar em alta novamente (lá em casa sempre esteve) para as senhoritas em questão "abraçarem" o ritmo. Mas, tomara que vinguem!
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

10 de março de 2008 às 08:29  
Anonymous Anônimo said...

Já entendi... Moinho é uma espécie de Eurythmics, Roxette ou Pet Shop Boys versão Pelourinho. O guitarrista tá segurando vela.

10 de março de 2008 às 10:05  
Blogger Vinny said...

Muito bom o CD!

Eu ouvi hoje com muito carinho e me deliciei com a voz suave de Emanuelle e o jeito irreverente de Lan Lan.

Um CD muito gostoso!

10 de março de 2008 às 21:19  
Anonymous Anônimo said...

Fica aqui meus parabéns ao Moinho e à EMI pelo excelente trabalho!!!

Moinho é cultura, Moinho é Brasil!
Para entender só indo aos shows e vendo a vibração que é... ao som de muita música boa.

Emanuelle está perfeita a frente do grupo. Voz linda e sabe animar bem nos show.

Lanlan e Toni também não ficam pra trás, mostrando como tocam bem.

Mas não podemos esquecer da maravilhosa Nara Gil, do Pedro Mazillo e Maurício Braga que completam perfeitamente o que é o Moinho.

Enfim... é muito fácil chegar aqui nos comentários deste post, criticar sem nunca ter ouvido e ido a pelo menos um show...
Garanto que vale a pena!

10 de março de 2008 às 21:54  
Anonymous Anônimo said...

Fiquei curioso até o momento em que li o nome Martinália. Ainda não entendi porque a crítica insite em dar um valor que essa mulher não tem.

10 de março de 2008 às 23:11  
Anonymous Anônimo said...

Ai, como é chato esse tal de Marcelo Barbosa. Se acha o dono da verdade quando o assunto é samba. Vem sempre com o mesmo discurso, falando de modismos, oportunismos e coisa e tal. Ainda não entendeu que o samba é um gênero musical brasileiro, do qual todos podem se apropriar, cada qual a seu modo, com sua linguagem. Mas não... ele acha que existe um jeito certo de fazer samba.

11 de março de 2008 às 00:12  
Anonymous Anônimo said...

O tempo dirá meu caro quem fica. Só se sustenta quem tem realmente talento, cabeça no lugar e bom gosto. Vamos ver até quando a paz, a harmonia e os egos perdurarão. Se estourar então, não dura nem por uma década.

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

11 de março de 2008 às 08:22  
Anonymous Anônimo said...

Muiro chatas essas pessoas que se acham OS CRÌTICOS. Estamos no Brasil, país da mistura, do batuque na cozinha, da experimentação musical.
O trabalho do Moinho foi consolidado e consagrado na Lapa, antes de chegar ao público maior.
É uma iniciativa de três artistas brasileiros, com diferentes bagagens mas com verdade no ótimo som que fazem.
Meu caro Marcelo, pegue um avião e venha à Lapa ver o que é o som dos caras. Sinto falta de propriedade na sua superficial análise.

11 de março de 2008 às 09:22  
Anonymous Anônimo said...

Acabei de voltar daí Fernando, não preciso não.
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

11 de março de 2008 às 09:41  
Anonymous Anônimo said...

E Fernando, por favor, eu jamais gostaria de ser crítico, até porque nesse ponto eu sou muito careta e eu gosto do que é bom.Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

11 de março de 2008 às 09:45  
Anonymous Anônimo said...

Aninha,

Pra quem é do samba e veio de um lugar off-Zona Sul é difícil realmente gostar de certos trabalhos. Eu sei que essa atitude minha não está com nada, discurso ultrapassado, eu torço muito o nariz para certos "sambistas". Te confesso que essa geração Lapa é fantástica (Teresa, Pedro, Alfredo, Pedro Paulo, Casuarina, Nilze, Mariana Baltar,....), ADORO TODOS ELES, mas alguns eu realmente encontro certas restrições. No caso em questão, ambas surgiram em outras praias e faziam muito bem o tipo de som que propunham. O por que de se voltarem agora para a Lapa? Por que não continuam com o seu pop e axé? Mas de qualquer forma, aconselho a você e aos outros a sairem um pouco do circuito Zona Sul-Lapa, você de outra vez falou que não era a menininha da Zona Sul (nada contra se fosse), mas tente percorrer mais os subúrbios do Rio de Janeiro. Vá ao Samba do Trabalhador, ao Pagode da Tia Doca (acho que vc já foi), do Negão da Abolição, do Cacique de Ramos,..... Fará um bem enorme a vocês! Caso você(s) more(m) na Central, Zona da Leopoldina, Zona Oeste, talvez, você entenda o tipo de som e SAMBA que curto. E mais, não sou obrigado a agradar a gregos e troianos e muito menos sou dono da verdade, só não me vendo com facilidade, são anos e anos do bom e velho samba. Escuta-se o que quer e quem quiser. Sem mais e espero o mínimo de respeito às opiniões alheias. Antes chato do que nunca, graças a Deus!

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

Abraço, Mauro. E mais, eu deverei frequentar muito a Lapa, estarei sempre antenado ao Rio. Salve o PAC!

11 de março de 2008 às 10:19  
Anonymous Anônimo said...

Marcelo, você afirmar que gosta do que é bom soa ingênuo e petulante. Fica parecendo algo do tipo: se eu gosto, é porque é bom. Se eu não gosto, não presta. E não é bem assim. Todo mundo gosta do que é bom. Mas o conceito de "bom" é subjetivo. Ainda mais quando falamos de arte. O que não serve pra você, pode ser maravilhoso para outros. Então, tenha um pouco de humildade e procure aceitar as diferenças estéticas e musicais.

11 de março de 2008 às 10:22  
Anonymous Anônimo said...

Ok, Beto! Obrigado pelo toque. Abração.

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

11 de março de 2008 às 10:46  
Blogger Nara Gil said...

Mauro,
fiquei emocionada com sua resenha. Bacana!!!!!
E agradeço ao fã anônimo pela lembrança.
Obrigadíssima!!!!!!
Moinho tá na área...

11 de março de 2008 às 10:51  
Anonymous Anônimo said...

A opinião do Marcelo nada tem de ofensiva, preconceituosa e destrutiva. Ele apenas emite sua opinião, oras... se o Moinho for mesmo bom, não precisa de fãs radicais em sua defesa.

11 de março de 2008 às 12:58  
Blogger Pedro k. said...

album completo para audição em

http://www.myspace.com/omoinho

pedro k.
lisboa, portugal.

11 de março de 2008 às 13:48  
Anonymous Anônimo said...

Muito obrigado, ao anônimo das 12:58. Eu mesmo como fã não gosto de alguns álbuns que a considerada crítica especializada louvam! Abração forte,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

11 de março de 2008 às 14:08  
Anonymous Anônimo said...

Realmente, quando se comenta sobre essa artistas novatos da Lapa tem sempre um que se exalta. Deve ser algum fã clube ou assessor de imprensa desses artistas. Aqui é um espaço democrático, saibam respeitar os antagonismos existentes. Democracia, entende?

11 de março de 2008 às 20:49  
Anonymous Anônimo said...

Não acho que seja coisa de assessor ou de fã clube. Me parece mais gente incomodada com opiniões radicais daqueles que defendem o "samba puro", coisa que nunca existiu, pois o próprio samba já nasceu da mistura de rítmos africanos (o "SEMBA" angolano) com o maxixe e o lundu. E continua se misturando até hoje, que bom! Samba não é só o que faz o pessoal do Cacique de Ramos. Tampouco apenas Noel Rosa ou Cartola. O samba não vai morrer nunca, não por causa dos puristas, mas por causa justamente dessa moçada que sabe utilizá-lo como delicioso tempero na salada musical brasileira.

12 de março de 2008 às 12:18  
Anonymous Anônimo said...

Meu amigo Marcelo tá com a razão.
Essa banda até parece que foi fabricada pelo Gugu.
É fake até o talo!
Não ouvi(nem vou) e não gostei. :>)

Jose Henrique

12 de março de 2008 às 13:50  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com você em termos Torres, principalmente, na questão de que o samba não morrerá por causa justamente dessa moçada, mas a moçada que surge a cada esquina, independente de local! Não os que não deram certo na sua busca para o estrelato. Agora, faço a pergunta e gostaria imensamente que essa gente bronzeada respondesse: por que da Sra. Lan Lan e da Sra. Emanuelle Araújo não terem começado suas respectivas carreiras como "sambistas" ou cantando samba? Por que elas não deram uma de Teresa Cristina e não saíram dos cafundós das suas casas quando o negócio estava fraco, sem movimento e ninguém mais queria saber do Bairro Boêmio (Lapa)? Me desculpe, mas soa de um oportunismo TREMENDO! É isso. Abraço,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

José Henrique, meu amigo, um abração pra você e nós somos mesmo os chatos, velhos, radicais que não gostam de qualquer coisa. Somos pessoas seletivas! A diferença está aí! Não ficamos batendo palma pra qualquer novidade e modismo que aparece! Falando em novidade, o cd Samba Novo, tirando os conhecidos, alguém por enquanto estourou? Acho que não, né!
Salve Teresa Cristina, Pedro Miranda, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Grupo Casuarina, Tira Poeira, Nilze Carvalho e tantos outros! Estes sim, tem todo o meu respeito pois, fizeram história com a revitalização do bairro e não chegaram agora e sentaram na janela do ônibus não!

12 de março de 2008 às 14:34  
Anonymous Anônimo said...

Desculpe, mas "estourar" é um conceito muito relativo... se você estabelecer como parâmetro de sucesso a Ivete Sangalo, então fica ruim até pra Teresa Cristina, que eu considero um sucesso. O CD "Samba Novo" traça um pequeno panorama de uma geração de artistas que está aí, acontecendo, cada qual a seu modo. A própria Teresa Cristina, Roberta Sá, Thalma, Nina Becker, Nilze, todas elas são cantoras que, direta ou indiretamente, estão ligadas ao samba e obtendo sucesso e conquistando seu público. Rodrigo Maranhão e Edu Krieger já são realidade no mercado, gravados por grandes intérpretes. Maranhão ganhou um Grammy latino e o Edu foi premiado como artista-revelação do ano passado pela prestigiada APCA. Monobloco e Serjão Loroza também estão fortes. Ou seja, apenas alguns nomes do CD "Samba Novo" ainda não conseguiram seu lugar ao Sol. Mas talento têm pra isso.

12 de março de 2008 às 18:38  
Anonymous Anônimo said...

Valéria,

Não me refiro a estourar tomando como parâmetro a Ivete Sangalo. A Teresa por exemplo, está no quarto cd batalhando até hoje por um lugar ao sol. Trocou de gravadora e nem assim teve a visibilidade que merecia. Me refiro a tempo de serviços prestados e sobretudo, a afirmação de suas carreiras. Você citou algumas do cd Samba Novo (não me refiro a Roberta, Nilze e Teresa) que até a presente data não disseram a que veio.
Se atinge o patamar de uma Ivete Sangalo, isso se restringe somente a Rio de Janeiro (coisa que eu duvido muito, principalmente em se tratando das outras duas que você citou) pois em nível nacional, coitadas, tem que gargarejar muito. Infelizmente, nem mesmo a Roberta Sá, com o talento que tem, não atingiu até hoje, que dirá as outras! Abraço,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

12 de março de 2008 às 20:28  
Blogger Informativo Escritório de Projetos said...

Baixei o cd e faço questão de comprar.
Acho que não tinha esta vontade de comprar um cd a mais ou menos uns dois anos.

Emanuelle e Lan Lan, fazem um mistureba que remete ao som dos Novos Baianos.

É pra dançar.

Dez!!!

24 de junho de 2008 às 09:30  
Blogger Leila Rocha said...

Caiu na novela, caiu na boca do povo! Nunca comprei um disco de axé na minha vida, mas já dancei muito na minha adolescência, Emanuelle aqui na Bahia sempre teve sua imagem ligada a axé music.
No próximo dia 24 irei num show deles, totalmente gratuito, e aí quero tomar pé do novo grupo e ver se a farinha do Moinho cairá na minha feijoada.

16 de agosto de 2008 às 12:12  

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