24 de março de 2008

Calcanhotto explica a onda de seu álbum 'Maré'

No fluente texto intitulado Som É Onda, escrito por Adriana Calcanhotto para explicar o conceito de seu novo CD, Maré, nas lojas em abril, a artista - vista na foto acima no expressivo close feito por Gilda Midani para a capa do álbum - apresenta seu oitavo trabalho como a segunda parte de uma trilogia iniciada com o disco Maritmo (1998). "E, como segundo, este tem como mote o mar de volta, o mar "mais uma vez", maré. E talvez por ter ficado entre o primeiro e o terceiro é que ele tenha ficado tão entre a mulher e o peixe, entre a palavra e o emaranhamento quântico, entre a linguagem e o indizível. Ou entre Ferreira Gullar e Cazuza, entre Augusto de Campos e Dorival Caymmi, entre (Antonio) Cicero e Waly (Salomão)", contextualiza Calcanhotto, relacionando poetas e compositores presentes na ficha técnica como autores das 11 músicas do CD - produzido por Arto Lindsay.

No texto, a artista explica que já flertava há tempos com músicas como Mulher sem Razão (1986) e Onde Andarás (1967) e conta que o embrião de Maré é a turnê que fez no exterior em 2007 com os amigos e parceiros Moreno Veloso, Kassin e Domenico Lancellotti. Por sugestão do grupo, a turnê se chamou +Ela, numa referência aos discos assinados pelo trio como Moreno + 2, Kassin + 2 e Domenico + 2. Tal encontro-show não foi badalado no Brasil.

Com a trupe de músicos amigos, que inclui o baixista Dé Palmeira, Calcanhotto conta no texto que combinou tocar com alegria e prazer, esquecendo a produção - delegada a Arto Lindsay. "A gente tocou o que quis, interferindo conforme cada feeling, e eu foquei basicamente na escolha de pessoas, não de timbres ou instrumentação. Com exceção de Sem Saída (arranjada por Aldo Brizzi), as faixas foram sendo construídas à medida que íamos tocando. Diferente do que chamamos de "arranjo coletivo", no sentido do planejamento do que vai acontecer (e no jorro de idéias), trabalhei muito com o silêncio. Nunca disse como imaginava que as faixas deveriam ser e, no máximo, entre opções a escolher, fiquei com a mais bonita. Ou mais maluca. Arto entendeu tudo desde o início e contribuiu para a fluidez sendo um ouvidor atento e estimulador", relata Calcanhotto no texto. Mar É.

28 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Aviso aos navegantes: a íntegra do texto de Calcanhotto pode ser lida no meu blog Geléia Geral (do jornal O Dia). É só clicar no link à direita.

Antes que perguntem, esclareço que considero 'Maré' o sétimo disco de Calcanhotto, já que o anterior projeto infantil da artista foi assinado com o heterônimo Adriana Partimpim. Todavia, a própria Calcanhotto considera 'Maré' seu oitavo disco, como deixa claro logo no início do texto. Por isso, neste post específico, respeitei a decisão da artista.

24 de março de 2008 às 00:39  
Anonymous Anônimo said...

Parece que fazer um album sem a pressão das gravadoras é meio caminho andado pra ser um grande album ! Luciana Mello e Elba Ramalho são alguns exemplos disso.

Pelo texto e pela forma como construiu o album está me lembrando o QUALQUER do Arnaldo Antunes.

Sobre as faixas, Calcanhotto acertou ao regravar ONDE ANDARÁS. Não ouvi mas a história mostra que ela se sai (muito) bem regravando Maria Bethânia ( ... se bem que pra mim a versão de Marisa Monte é superior a da irmã de Caetano .) Esperava a inclusão de VAI SABER ?


Taí um dos grandes albuns de 2008
Que Abril chegue logo !

Boa semana a todos
Diogo Santos

24 de março de 2008 às 08:11  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, se me permite, o disco Marítimo é de 1998.

Gustavo
Abç

24 de março de 2008 às 09:17  
Anonymous Anônimo said...

Mas Mauro, é óbvio que esse é o 8º da Calcanhotto. Acreditar que Partimpim não é um disco seu é forçar muito a barra.

Agora, vou te dizer... mais uma vez desculpas esfarrapadas pra gravar um cd, mais uma vez um discurso vazio (depois do próprio Partimpim).

Adriana virou um pastel de vento, um discurso intelectualóide sem sentido. E pelo visto, em termos sonoros, vem aí mais uma camisa de força musical.

24 de março de 2008 às 09:28  
Anonymous Anônimo said...

Bjork?
Moderninha ela.

24 de março de 2008 às 09:30  
Anonymous Anônimo said...

Onde Andarás tem uma bonita versão de Maria Bethânia. Acho que vai ficar bom também na voz da Adriana Calcanhotto.

24 de março de 2008 às 10:27  
Anonymous Anônimo said...

QUE VENHA O CD, AGUARDO ANSIOSO POIS, "CANTADA", NADA ACRESCENTOU À CARREIRA DE CALCANHOTTO, CD MEIO PERDIDO NO TEMPO.

24 de março de 2008 às 11:41  
Anonymous Anônimo said...

Adriana é um dos casos raros de artistas que, no Brasil, demonstram prazer em seu ofício. Faz bem feito e de forma nada convencional. Taxar seu discurso como vazio, "intectualóide" e sem sentido é uma maneira cômoda e precipitada de palpitar que só revela um preconceito deslavado contra a artista. Adriana está ousando e saindo do lugar comum com sua atitude. Poderia escolher o caminho mais simples: as baladas que cairam na boca do público e fizeram parte das novelas de TV. Entretanto sua rota é outra. Vamos esperar e ouvir. Depois tiramos nossas conclusões, mas de antemão é notório que seu passo vai além do lugar comum

24 de março de 2008 às 12:50  
Blogger Mauro Ferreira said...

Gustavo, grato por me chamar atençao para o erro de digitação, já corrigido.
abs, MauroF

24 de março de 2008 às 13:08  
Anonymous Anônimo said...

' Onde Andarás ' é melhor com Marisa Monte e o grupo Época de Ouro. Sei que vou arrumar confusão com os fãs de Maria Bethânia mas tenho que concordar com o Diogo.






Wladimir Machado
Rio de Janeiro

24 de março de 2008 às 13:51  
Blogger Unknown said...

a versão de "onde andarás" com Marisa Monte faz parte do disco "café brasil" onde o clássico conjunto época de ouro recebe convidados, em belíssimo trabalho de chorinho.

24 de março de 2008 às 13:52  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, qual o motivo de alguns artistas/lancamentos terem mais de 1 post ??

Exs : Adriana, Bethânia ??


tom

24 de março de 2008 às 14:40  
Anonymous Anônimo said...

Muito over esse texto Mauro :

" No fluente texto intitulado Som É Onda "

" vista na foto acima no expressivo close "


" relata Calcanhotto no bonito texto "

24 de março de 2008 às 14:45  
Anonymous Anônimo said...

Oi Mauro,
Gosto muito do seu trabalho! Parabéns!
Trabalho com o cantor e compositor Péri, que acaba de lançar seu 5º disco - Péri 2º Tempo.
Gostaria de mandar este novo material para você.Como posso fazer?
Segue meu contato: joana@baticum.com.br
Obrigada pela atenção!
Até mais...

24 de março de 2008 às 16:21  
Blogger Ju Oliveira said...

adriana é uma artista interessantíssima. não gosto de tudo (nem de longe!), mas sempre vale a pena prestar atenção no que ela está fazendo.

24 de março de 2008 às 18:10  
Anonymous Anônimo said...

"entre a mulher e o peixe, entre a palavra e o emaranhamento quântico, entre a linguagem e o indizível."

Que texto pretensioso! Essa é outra que se acha.

Menos.

24 de março de 2008 às 18:11  
Anonymous Anônimo said...

A última versão (intimista) de 'Onde andarás' com Maria Bethânia é infinitamente superior que a de Marisa Monte e Época de ouro, que é apenas correta. MB quase sufocada pela ausência nessa canção é aula de INTERPRETAÇÃO.

24 de março de 2008 às 18:22  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, aprecio seu texto e credencio todos os seus comentários. Este post, porém, não está excessivamente adjetivado?
'no fluente texto...'
'no bonito texto...'
Mais enxuto ficaria melhor, penso eu.

Quanto ao CD, estou ansioso. Adriana me interessa muito. Concisa e inteligente. Poeta. E uma bela cantora.

24 de março de 2008 às 20:06  
Anonymous Anônimo said...

Adriana já teve muito assunto, mas desde 2000 ela fala, fala, mas não acrescenta nada. Partimpim foi um trabalho não autoral e muito comercial com uma embalagem boboca. E pode até ser que as novas canções sejam boas, mas aparentemente ela se fechou numa fórmula mesmo: em outras palavras, envelheceu precocemente. Isso é muito cômodo, pois garante uma grana e a aposentadoria.

24 de março de 2008 às 20:40  
Anonymous Anônimo said...

A última versão (intimista) de 'Onde andarás' com Maria Bethânia é infinitamente superior que a de Marisa Monte e Época de ouro, que é apenas correta.(02)

25 de março de 2008 às 05:15  
Anonymous Anônimo said...

Nunca que as versões de Marisa e Bethânia seriam parecidas. Nunca !!

25 de março de 2008 às 10:27  
Anonymous Anônimo said...

Eu gosto de "Onde Andarás" cantada pelo Caetano. É infinitamente melhor que é as de Marisa e Bethânia!

25 de março de 2008 às 11:28  
Anonymous Anônimo said...

Ai ai, os fãs de Maria Bethânia acham que todos as cantoras que surgiram depois dela tem que tê-las como referência máxima. Ana Carolina, Vanessa da Mata e até a própria Adriana já cederam uma centena que composições pra Maria Bethânia gravar!

Com Marisa Monte não tem isso de chamar pra duetos,escrever especialmente,ficar bajulando e dizendo que ela é isso ou aquilo ... aí eles, esnobemente, criticam tudo que Marisa faz!

'Para lá' é linda, singela e nos faz sonhar com o arranjo do 'Qualquer'. Impossivel que com Adriana também não fique.

25 de março de 2008 às 13:47  
Anonymous Anônimo said...

Mas a Marisa também bajula e chama muito gente para duetos. Não difere das outras, ora bolas!

25 de março de 2008 às 18:01  
Anonymous Anônimo said...

e chama muito gente para duetos ? será que a mesma que eu conheço ??

25 de março de 2008 às 19:34  
Anonymous Anônimo said...

Ed Motta, Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes, Paulinho da Viola, a turma da velha Guarda, Carlos Fernando do Nouvelle... tô citando assim de memória. Se pesquisar aparecerão muito mais. Mas saiba que não vejo nada disso como algo negativo.

25 de março de 2008 às 19:56  
Anonymous Anônimo said...

Este lado 'universitário' da Calcanhoto me cansa um tanto, mas a acho uma compositora de primeira, e uma cantora gostosíssima.
Aguardo.

26 de março de 2008 às 08:15  
Blogger Unknown said...

todo mundo que canta já convidou alguém para um dueto. não?

26 de março de 2008 às 13:14  

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