8 de setembro de 2007

Lennox canta onze 'Songs of Mass Destruction'

Esta é a capa de Songs of Mass Destruction, o primeiro álbum solo de Annie Lennox em quatro anos. Com produção urdida por Glen Ballard, o sucessor de Bare (2003) reúne onze músicas e tem seu lançamento agendado para 2 de outubro. A faixa Sing agrega cantoras como Madonna, Shakira, Fergie, Dido e Celine Dion. Eis as onze songs of mass destruction entoadas por Lennox no disco:

1. Dark Road
2. Love Is Blind
3. Smithereens
4. Ghosts in my Machine
5. Womankind
6. Through the Glass Darkly
7. Lost
8. Coloured Bedspread
9. Sing
10. Big Sky
11. Fingernail Moon

Inédita de Geraldo no 'Sambaião' de Letícia Tuí

Cantora que transita pelo circuito carioca, Letícia Tuí chegará ao disco em outubro. O CD Sambaião sairá pelo selo Sala de Som, com distribuição da Brazilmúsica! e inédita de Geraldo Azevedo, Nos Olhos do Amor, entre os sambas e baiões do repertório. O compositor faz duo com Tuí na faixa. Das 13 músicas, dez são novas e vem da lavra de compositores como Edu Krieger, Gabriel Versiani e Edu Kneip.

Tributo a Ella sai em DVD na seqüência do CD

Na seqüência do belo CD We All Love Ella - Celebrating the First Lady of Song, a gravadora Verve está editando o DVD We Love Ella! - A Tribute to the First Lady of Song. Se o título é quase idêntico, o afiado elenco é menos estelar. O DVD registra concerto filmado na Califórnia (EUA) - em 29 de abril de 2007 - sob a batuta de Natalie Cole e de Quincy Jones. O bacana é que, entre os 14 números do show, o DVD apresenta performances da própria Ella Fitzgerald. Eis as 17 faixas do DVD:

1. A-Tisket, A-Tasket - Natalie Cole
2. Ain't Misbehavin' - Wynonna
3. Do Nothin' Till You Hear from me - Dave Koz & Ruben Studdard
4. Oh, Lady Be Good! / One O'Clock Jump / How High the Moon - Ella Fitzgerald (com Duke Ellington e Count Basie)
5. Oh, Lady Be Good! - George Duke, Jon Faddis, Gregg Field & James Moody
6. How High the Moon - Patti Austin & Take 6
7. Blues in the Night - Ledisi
8. Reaching for the Moon - Lizz Wright (com Pasha Tseitlin & Dean Parks)
9. Too Close for Comfort - Stevie Wonder
10. Midnight Sun - Natalie Cole
11. Cry me a River - Ella Fitzgerald (com The USC Thornton Jazz Orchestra)
12. Just in Time - Take 6
13. 'S Wonderful / Something to Live for / Street of Dreams / What Is This Thing Called Love - Ella Fitzgerald
14. But Not for me - Monica Mancini & Dave Koz
15. Lullaby of Birdland - com Lizz Wright
16. Someone to Watch Over me - Nancy Wilson
17. (If You Can't Sing It) You'll Have to Swing It - Natalie Cole & Pattis Austin

Em outubro, o DVD gravado pelo Rei em Miami

Gravados em Miami (EUA), num grande show realizado pelo Rei em maio, o CD e o DVD Roberto Carlos en Vivo têm o seu lançamento no mercado hispânico programado para 30 de outubro. Já no Brasil, a data ainda é incerta. Mas, caso o cantor (em foto de Luiz Garrido) não apronte até o fim do ano seu álbum de inéditas, a gravação em espanhol pode ocupar o lugar do disco em 2007. Eis as 16 faixas de Roberto Carlos en Vivo:
1. Emociones
2. Detalles
3. Jesus Cristo
4. Un Millon de Amigos
5. El Dia que me Quieras
6. Que Sera de Ti
7. Amada Amante
8. Amigo
9. Mujer Pequena
10. Propuesta
11. Lady Laura
12. La Distancia
13. Acrostico
14. Cama y Mesa
15. Desahogo
16. Desayuno

7 de setembro de 2007

Coletânea junta duos nem sempre raros de Zeca

O título, Raridades, soa bem inadequado. Mesmo porque a maioria dos fonogramas não é exatamente rara... O grande mérito da nova coletânea de Zeca Pagodinho, editada pela Som Livre, é reunir num único álbum gravações do sambista até então dispersas em vários discos e projetos especiais. O repertório agrega duetos de Zeca com nomes como Nana Caymmi, Caetano Veloso, Simone e o grupo Fundo de Quintal. Eis as 14 faixas da coletânea Raridades:

1. Leilão
2. Com que Roupa - com Caetano Veloso
3. Sem Compromisso - com Simone
4. Luz do Repente / Feirinha da Pavuna / Bagaço da Laranja - com Jovelina Pérola Negra
5. Canto pra Velha Guarda - com Fundo de Quintal
6. Segure Tudo / A Flor e o Samba / No Pagode do Vavá - com Beth Carvalho
7. Gavião Calçudo
8. Festa da Vinda - com Cauby Peixoto
9. Abrigo de Vagabundos - com Demônios da Garoa
10. Vou Ver Juliana - com Nana Caymmi
11. Nêga Manhosa
12. Insensato Destino - com Almir Guineto
13. Garrafeiro
14. Tia Nastácia

Iggor e Max Cavalera preparam sua conspiração

The Cavalera Conspiracy vai ser o título do projeto que oficializará a volta ao disco dos irmãos Iggor (à direita na fotomontagem) e Max Cavalera. Já reconciliados, os ex-integrantes do Sepultura - grupo mineiro de repercussão mundial fundado por eles nos anos 80 - já formataram repertório inédito para um CD ainda sem lançamento definido. O nome do duo seria inicialmente Inflikted, mas teve que ser alterado para The Cavalera Conspiracy por questões jurídicas.

Guerra faz travessia com Daniela e Tânia Mara


No Brasil esta semana, Juan Luis Guerra já fez a travessia Miami - Rio para gravar com Daniela Mercury e Tânia Mara faixas para a edição brasileira de seu atual CD, La Llave de mi Corazon. Com Daniela, o cantor uniu vozes em Miami (EUA) na versão em português do tema La Travesía. No Rio, Guerra registrou com Mara a música Que me Des Tu Cariño. A EMI vai tentar emplacar no Brasil o compositor de Borbulhas de Amor, sucesso de Fagner em 1991.

Navas realça com Vânia música lúdica de Chico

Depois de gravar no CD Algumas Canções da Arca... músicas criadas por Vinicius de Moraes para o projeto infantil A Arca de Noé, o cantor paulistano Carlos Navas reúne parte da obra infantil de Chico Buarque no álbum Canções de Faz de Conta, nas lojas ainda neste mês de setembro pela Lua Music. Há temas da peça Os Saltimbancos (1977) - entre eles, História de uma Gata, Minha Canção (com a participação de Bibi Ferreira) e O Jumento - e do filme Os Saltimbancos Trapalhões (1981), caso de Hollywood e Rebichada. Navas enfatiza ainda o caráter lúdico de músicas do compositor não associadas a projetos infantis. Entre elas, A Banda (1966), Boi Voador Não Pode (da peça Calabar, de 1973) e João e Maria, a valsa letrada por Chico com melodia de Sivuca. João e Maria foi gravada em dueto com a cantora paulista Vânia Bastos.

6 de setembro de 2007

Bajofondo está imerso no tango contemporâneo

Resenha de CD
Título: Mar Dulce
Artista: Bajofondo
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Gênero ainda vinculado à voz apaixonada de Carlos Gardel (1890 - 1935) e ao bandoneón genial de Astor Piazzolla (1921 - 1992), o tango recebeu lufada de ar fresco com a criação de grupos como Gotan Project e Bajofondo Tango Club. Já lançando seu quinto CD, Mar Dulce, o Bajofondo - agora sem o Tango Club no seu nome - é um coletivo formado por músicos argentinos e uruguaios que renovou o ritmo com beats contemporâneos. Mas o rótulo tango eletrônico soa reducionista face a audição de Mar Dulce. A turma vai além do som das pistas.

Integrado por nomes como Gustavo Santaolalla, celebrizado pelas trilhas sonoras de filmes como Diários de Motocicleta e Babel, o Bajofondo toca um tango moderno justamente porque não renega as tradições do gênero. Estão imersos nas batidas do disco nomes como Lágrima Ríos (saudosa cantora do Uruguai que é referência no tango e que fez sua última gravação com o Bajofondo, cantando Chiquilines, tema aliás composto por Santaolalla para Ríos), Nelly Furtado (Slippery Sidewalks), Mala Rodriguez (rap em El Andén) e Elvis Costello (bem melancólico em Fairly Right). Em Pa 'Bailar, o Bajofondo conecta o tango ao rock. Aliás, Gustavo Cerati - músico do grupo de rock argentino Soda Stereo - é o convidado da faixa El Mareo. O tango tradicional continua com seus encantos, mas nem por isso deixa de valer a pena mergulhar no Mar Dulce do grupo.

Câncer tira tenor Pavarotti de cena aos 71 anos

Um dos melhores (e mais populares...) tenores da história do canto lírico, Luciano Pavarotti (foto) saiu de cena na madrugada desta quinta-feira, 6 de setembro de 2007, aos 71 anos, por conta de câncer no pâncreas. O astro italiano morreu em sua própria casa, em Modena (Itália). Nascido em 12 de outubro de 1935, Pavarotti começou a cantar profissionalmente em 1961, na sua Itália. Na década de 90, o cantor ampliou seu sucesso e extrapolou o circuito operístico ao formar o grupo Os Três Tenores com os colegas espanhóis José Carreras e Plácido Domingo. No embalo dessa popularidade, Pavarotti veio três vezes ao Brasil, em 1991, 1995 e 1997. Na última vez, cantou com Roberto Carlos em Porto Alegre (RS). A propósito, o tenor é um dos nomes que mais ultrapassaram a fronteira que separa os cantos lírico e popular. Gravou com colegas tão díspares quanto U2, Kiri te Kanawa, Mariah Carey e Celine Dion. Seu contrato com a gravadora Decca, assinado em 1967, vigorava ainda hoje. Enfim, um mito. Um símbolo do canto lírico que não desaparece com sua morte. O vozeirão de Luciano Pavarotti não vai se calar tão cedo...

Nas lojas, o DVD 'Acústico MTV Sandy e Junior'

Um mês depois da edição do CD, as lojas já começam a receber o DVD Acústico MTV Sandy e Junior, que, em tese, é o último projeto do duo de irmãos. Aos 21 números já ouvidos no disco, o DVD adiciona o making of do show, galeria de fotos e imagem do ensaio da inédita Abri os Olhos realizado em Campinas (RJ). A expressiva tiragem inicial do vídeo é de 100 mil cópias (o CD saiu com 60 mil).

Chorão entra com seu rap na 'Cidade do Samba'

Resenha de Gravação de CD / DVD
Título: Cidade do Samba
Artista: Vários
Gravadora: Zeca Pagodiscos / EMI
Data: 5 de setembro de 2007
Local: Cidade do Samba, Gamboa (RJ)
Cotação: * * * *

Presença mais inusitada do segundo dia de gravação do DVD e CD Cidade do Samba, projeto inaugural do selo Zeca Pagodiscos, Chorão marcou grande presença na companhia de Dudu Nobre. O controvertido líder do grupo Charlie Brown Jr. transformou Posso até me Apaixonar, partidão de Dudu, num samba-rap, com direito a discursos no início e no fim do número. Desinibido, Chorão saiu de cena merecidamente aplaudido pela platéia de convidados que se reuniu na Cidade do Samba, na Gamboa (RJ), para testemunhar a gravação ao vivo sob a regência certeira do maestro Rildo Hora.

A bela noite terminou ao som de Arlindo Cruz e Sandra de Sá, que encarnaram o Casal Sem-Vergonha com verve e um (imprevisto) coro de "mengooooo!!" puxado pela cantora. Antes, Erasmo Carlos e Nando Reis realçaram a levada de samba-rock do hit De Noite na Cama, tema de Caetano Veloso lançado pelo Tremendão nos anos 70. Já Alcione e Elton Medeiros apresentaram reverente registro de Pressentimento, pérola de Elton e Hermínio Bello de Carvalho.

O grupo Revelação abriu a segunda e última noite de gravação do CD/DVD ao lado de Sombrinha, de quem cantou Fogo de Saudade. Em seguida, Ivone Lara se juntou a Nilze Carvalho (no vocal e no cavaquinho) para reafirmar a beleza de Acreditar, samba da lavra fina de Ivone e Délcio Carvalho. Na seqüência, Vanessa da Mata se mostrou despreparada para se unir à Velha Guarda da Portela em Onde a Dor Não Tem Razão, obra-prima de Paulinho da Viola com Elton Medeiros. Faltou a Vanessa a espontaneidade que sobrou no encontro de Leci Brandão com o grupo Casuarina para recordar o clássico samba-enredo Aquarela Brasileira, de Silas de Oliveira.

Um dos destaques da noite, Roberta Sá confirmou - em dueto com o veterano Roberto Silva - sua rara habilidade para cantar sambas buliçosos como Falsa Baiana, que, aliás, ela já gravara em seu CD Sambas e Bossas, produzido para ser brinde de uma empresa e nunca lançado oficialmente no mercado. A cantora soou graciosa ao lado de Silva - em forma para os seus 87 anos. Roberta exibiu a segurança que Beth Carvalho não teve ao fazer o dueto com Diogo Nogueira em Deixa a Vida me Levar. A sambista errou três vezes.

Previsto para a noite anterior, o dueto de Gilberto Gil e Marjorie Estiano no samba Chiclete com Banana aconteceu finalmente no segundo dia de gravação e se tornou um dos melhores momentos do evento. Munido de sua guitarra, Gil deu um show de suingue no hit de Gordurinha. E Marjorie não se deixou intimidar pela ginga e a presença esfuziante do cantor. Houve entre eles a harmonia que também reinou entre Ivan Lins e Mariana Aydar no lindo registro do samba Desesperar Jamais, cujo arranjo vai ganhando corpo e contagiando. No todo, o segundo dia foi bem mais afinado do que o primeiro. Mas ambos celebraram a convergência de estilos e de vozes (às vezes) díspares que se encontraram na cidade do samba.

5 de setembro de 2007

'High School 2' já ultrapassa 1 milhão nos EUA

O disco com a trilha sonora do filme High School Musical 2 emplaca sua terceira semana consecutiva no topo da parada da revista Billboard, principal referência comercial para toda a indústria fonográfica dos EUA. O CD já totaliza 1 milhão e 192 mil cópias vendidas no mercado norte-americano. Se continuar nesse ritmo veloz, o álbum talvez até reedite o fenômeno do disco com a trilha do filme original, que chegou à marca de 6,8 milhões de cópias nos Estados Unidos e se tornou o CD mais vendido de 2006. No Brasil, High School Musical 2 já foi editado com duas faixas em português.

Quinteto em Branco e Preto produz CD de Jair

Um dos ótimos grupos de samba de São Paulo (SP), o Quinteto em Branco e Preto assina a produção do 46º disco de Jair Rodrigues (em foto de Tatiana Zanini). Com o repertório formado por nove inéditas e cinco regravações, o CD Jair Rodrigues em Branco e Preto vai ser lançado em outubro pela Trama. Sambaião inédito de autoria de Magnu e Maurílio, Migração tem a voz e o toque da sanfona de Dominguinhos. Veterano sambista paulista, Germano Mathias é o convidado de Baiano Capoeira, samba-de-breque de Geraldo Filme e Jorge Costa - gravado por Mathias nos anos 60. Outras faixas do álbum são Orquestra Popular (de Luis Wagner e Bedeu), Toda Maria (de Azambuja e Almir Santana), Quem Falou (do próprio Jair Rodrigues com Paulinho Dafilin) e Vida em Sonho (Jair Oliveira). O leque de ritmos do CD inclui choro e samba-rock.

Daniela e Bosco brilham na 'Cidade do Samba'

Resenha de gravação de CD / DVD
Título: Cidade do Samba
Artista: Vários
Gravadora: Zeca Pagodiscos / EMI
Data: 4 de setembro de 2007
Local: Cidade do Samba, Gamboa (RJ)
Cotação: * * *

"Esse cara é muito louco", resumiu Cláudia Leitte a respeito de Jair Rodrigues, seu parceiro na elétrica releitura de Deixa Isso pra Lá, último número do primeiro dos dois dias de gravação do CD e DVD Cidade do Samba. Onze duplas subiram na noite de terça-feira, 4 de setembro, ao palco da Cidade do Samba, grande complexo de barracões que abrigam carros alegóricos das escolas de samba, na Gamboa, bairro da zona central do Rio de Janeiro. O encontro de Daniela Mercury com João Bosco em De Frente pro Crime foi um dos destaques da noite. Idealizado por Max Pierre, o projeto é a continuação da série Casa de Samba e marca a abertura do selo de Zeca Pagodinho, Zeca Pagodiscos. CD e DVD saem em outubro.

A agitação da dupla formada por Cláudia Leitte e Jair Rodrigues - eles chegaram a descer do palco para fazer seu número na platéia - encerrou a gravação apresentada por Ricardo Cravo Albin com a regência do maestro Rildo Hora. Somente duas duplas - Pitty & Marcelo D2 (Edmundo, em clima de samba-rap em performance entrosada e suingante) e Fundo de Quintal & Gabriel O Pensador (Boca sem Dente, um pagode acompanhado na palma da mão pelo público, com direito ao habitual discurso rapeado do Pensador) - gravaram de primeira e não precisaram repetir os seus números.

Musicalmente, a apresentação de Daniela Mercury e João Bosco foi irretocável. João já introduziu De Frente pro Crime com seu violão e seus vocais percussivos, pontuados por uma cuíca. Aos poucos, a cozinha da boa banda-base da gravação foi marcando presença e acentuando a interação da cantora e do compositor, que se alternavam nos versos do samba de Bosco e Aldir Blanc. Se Lenine e Zélia Duncan não chegaram a empolgar com Bebete Vão Bora (Jorge Ben Jor), apesar de estarem entrosados, Ivete Sangalo conquistou o público com seus requebros sensuais em Não Tenho Lágrimas, número dividido com o dominicano Juan Luis Guerra, pouco à vontade, mesmo cantando em espanhol. Faltou molho...

Vozes do morro, Luiz Melodia e Seu Jorge reviveram Diz que Fui por Aí, de Zé Kétti. Já Negra Li soou graciosa ao entoar Jura com arranjo reverente à cadência amaxixada do tema de Sinhô. O seu parceiro no número, Walter Alfaiate, teve grande dificuldade em acompanhar a letra, mas acabou se saindo bem - com o incentivo da platéia de convidados. Já o encontro de Martinho da Vila com o anfitrião Zeca Pagodinho merecia uma música mais inspirada do que o samba Mulheres, o hit de Martinho em 1996. Faltou o calor que sobrou no bom dueto de Dorina com Almir Guineto em Mel na Boca. Por sua vez, Teresa Cristina, mesmo tímida, se harmonizou com Nelson Sargento no clássico samba Agoniza, mas Não Morre.

Embora constasse do cronograma do primeiro dia, o encontro de Gilberto Gil com Marjorie Estiano não aconteceu. A gravação do CD e DVD Cidade do Samba prossegue nesta quarta-feira, 5 de setembro, com as participações de nomes como Alcione, Roberta Sá, Beth Carvalho, Mariana Aydar, Ivone Lara e Vanessa da Mata.

Há 25 anos, a estréia da Legião Urbana em MG

Faz 25 anos nesta quarta-feira, 5 de setembro, que a banda Legião Urbana fez seu primeiro show. No cartaz promocional do festival Rock no Parque, realizado em 5 de setembro de 1982 no Parque de Exposições Patos de Minas, constava o nome do Aborto Elétrico. Mas o Aborto se dissolvera e quem efetivamente se apresentou na interiorana cidade de Patos de Minas - em MG - foi a então recém-criada Legião, já com Renato Russo nos vocais e Marcelo Bonfá na bateria. Aos dois, se juntaram - na primeira formação da banda - o guitarrista Paraná e o tecladista Paulista. A apresentação acabaria se tornando histórica pela estréia da banda e pela posterior prisão dos integrantes da Legião Urbana (e da Plebe Rude) por conta do alto teor virulento de letras como as de Música Urbana, Que País É Este? e Vote em Branco (da lavra da Plebe). E também por causa do discurso inflamado feito por Renato Russo a favor da liberdade de expressão. Era 1982 e os militares ainda estavam no seu podre poder. Mas Russo convenceu o delegado a soltar a turma (Bonfá não tinha sido preso) com a condição de sair da cidade. Enfim, faz 25 anos... Renato Russo já está morto, mas a Legião Urbana vive eternizada nos corações e mentes de uma feliz geração que teve o privilégio de ver em cena um grupo singular, com um vocalista de caráter messiânico e um rock que exalava verdade sem os acordes calculadamente agressivos de muitas bandas de hoje. Saudades...

4 de setembro de 2007

Resistente, Gessinger mira os velhos horizontes

Resenha de CD
Título: Acústico - Novos Horizontes
Artista: Engenheiros do Hawaii
Gravadora: Universal
Cotação: * * *

Sem a pulsação da gravação de 1986, a fraca releitura de Toda Forma de Poder que abre este 18º álbum dos Engenheiros do Hawaii dá a entender que o grupo gaúcho vai patinar pálido na acomodação neste segundo projeto acústico ao vivo consecutivo. Contudo, a impressão é falsa, pois nove inéditas, de bom nível, diluem a inevitável redundância de gravações do gênero com o auxílio da incorporação de uma viola caipira (e de uma gaita) ao arsenal de instrumentos pilotados por Gessinger - o corpo e a alma da banda. A rigor, o compositor mira os seus velhos horizontes em órbita circular que já vem seduzindo adolescentes há duas décadas e tem garantido um público fiel para o grupo. Novo ou velho, o horizonte da banda parece sob medida para boas canções como No Meio de Tudo, Você (a melhor delas), Vertical, Gunatánamo (com gaita que realça a pegada estradeira do disco) e Não Consigo Odiar Ninguém. Gessinger parece habitar mundo todo próprio. Mas tem visão crítica (às vezes, ácida...) que escapa do discurso meramente panfletário de grupos politizados. E, para velhos fãs, há ainda o valor afetivo da participação do ex-integrante Carlos Maltz, baterista original da banda e fundador dos Engenheiros. Maltz pôs voz e bateria em Cinza, nova parceria com Gessinger. E o fato que este acústico do grupo tem seus encantos.

Teresa vai de Valle a Maurity no CD 'Delicada'

Parceria de João do Valle com José Cândido e Paulo Bangu, o coco Pé do Lageiro (1957) foi regravado por Teresa Cristina e o Grupo Semente no álbum Delicada (capa à esquerda), que chegará às lojas neste mês de setembro, pela EMI. Outras regravações do disco são Nem Ouro Nem Prata - samba afro de Rui Maurity, grande hit na voz do autor nos anos 70 - e Gema, de Caetano Veloso. Contudo, o repertório é essencialmente inédito. Eis as 14 faixas de Delicada:

1. Cantar (Teresa Cristina)
2. A Gente Esquece (Paulinho da Viola)
3. Fim de Romance (Teresa Cristina e Argemiro)
4. Nem Ouro Nem Prata (Rui Maurity e Júlio)
5. Quebranto (Alfredo Del-Penho e Zé Luís)
6. Gema (Caetano Veloso)
7. Carrinho de Linha (Walter Queiroz)
8. Pé do Lageiro (João do Valle, José Cândido e Paulo Bangu)
9. Senhora das Águas (Teresa Cristina e João Callado)
10. João Teimoso (João Callado)
11. Delicada (Teresa Cristina e Zé Renato)
12. A Paz do Coração (Candeia)
13. Saudade de Você (Teresa Cristina e João Callado)
14. Fechei a Porta (Sebastião Motta e Delice Ferreira) / Rosa Maria (Aníbal Silva e Éden Silva) / Jura (Adolfo Macedo, Marcelino Ramos e Zé da Zilda)

Blunt mostra 10 inéditas em 'All the Lost Souls'

Nas lojas a partir de 18 de setembro, em um lançamento mundial coordenado pela Warner Music, o segundo álbum de James Blunt, All the Lost Souls, reúne 10 músicas inéditas da lavra do autor de You're Beautiful, a balada que projetou o cantor britânico no mundo e impulsionou as vendas de seu primeiro álbum, Back to Bedlam, lançado em 2005. Eis as faixas de All the Lost Souls:

1. 1973
2. One of the Brightest Stars
3. I'll Take Everything
4. Same Mistake
5. Carry You Home
6. Give me Some Love
7. I Really Want You
8. Shine on
9. Annie
10. I Can't Hear the Music

DVD duplo pluga AC/DC em gravações ao vivo

Com lançamento já programado para 16 de outubro, o DVD Plug me in traz de volta à cena metaleira o grupo AC/DC com cerca de cinco horas de gravações ao vivo - algumas feitas para a televisão. O DVD 1 rebobina apresentação feita pela banda na Austrália, em 3 de março de 1976, além de vídeos de variados shows realizados na Inglaterra em 1978 e de três números filmados para a TV em 1979 (entre eles, o primeiro registro ao vivo de Highway to Hell). Já o DVD 2 revive apresentação feita para a TV japonesa em 1981, um encontro com os Rolling Stones em 2003 e trechos de espetáculos realizados em cidades como Moscou, Toronto, Detroit e Munique. Uma edição limitada de Plug me in vai agregar um terceiro DVD com 21 gravações ao vivo do AC/DC - de origens não reveladas.

3 de setembro de 2007

A boa bossa de Luciana Souza já não soa nova...

Resenha de CD
Título: The New Bossa
Artista: Luciana Souza
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *

A nova bossa anunciada já no título do sétimo CD de Luciana Souza - ótima cantora paulista radicada nos Estados Unidos - não é exatamente nova. Para quem conhece álbuns magistrais de Luciana, como o recente Duos II (2006), The New Bossa é, de certa forma, decepcionante. Mesmo sendo um bom disco. A idéia de trazer músicas de compositores como Sting (When We Dance) e Leonard Cohen (Here It Is, parceria com Sharon Robinson) para o universo da velha bossa não é original e dá até ao disco um caráter previsível que todos os trabalhos anteriores da artista não tinham. Mesmo porque a música de alguns dos autores, como a canadense Joni Mitchell (Down to You), já nasce em atmosfera de intimismo confessional que pouco se altera no transporte para a bossa. O que torna o álbum de fato interessante é o alto padrão de qualidade da produção de Larry Klein (marido da artista) e, sim, o refinamento do canto cool de Luciana Souza, que consegue prender a atenção do ouvinte num dueto com James Taylor (em Never Die Young), num cover de Michael McDonald (I Can Let Go Now) e num belo registro da já batida Waters of March, de Antonio Carlos Jobim, um dos pilares dessa bossa que já não consegue ser renovada com facilidade. Pela voz de Luciana Souza, vale ouvir The New Bossa.

Vânia Abreu lança 'Misteriosa Dona Esperança'

Misteriosa Dona Esperança é o título do sexto disco de Vânia Abreu. Produzido por Serginho Rezende, com a participação da própria Vânia, o CD vai chegar às lojas neste mês de setembro com distribuição da Tratore. Música do primeiro LP de Djavan (A Voz, o Violão e a Música de Djavan, de 1976), Embola Bola é um dos destaques do repertório. Carlos Careqa assina a faixa-título e - em parceria com Zeca Baleiro - Cisco. Eis as 11 músicas do álbum:

1. Misteriosa Dona Esperança (Carlos Careqa)
2. Diga que me Ama (Péri)
3. Embola Bola (Djavan)
4. Mais uma Vez (Péri)
5. Novo Velho Amor (Gustavo Sant'Anna e Vicente Barreto)
6. Bom Dia, Sonho (Vítor Ramil)
7. Cisco (Carlos Careqa e Zeca Baleiro)
8. Da Maré (Luiz Tatit e Ricardo Breim)
9. Moda de Viola (J. Velloso)
10. O que se Escreverá (Marcelo Quintanilha)
11. O que Foi Feito Devera / O que Foi Feito de Vera (Milton Nascimento, Fernando Brant e Márcio Borges)

A 'Dylanesque', de Ferry, chega ao vivo ao DVD

Na seqüência imediata da edição do CD Dylanesque, em que mostra sua visão de onze músicas de sir Bob Dylan, Bryan Ferry apresentou a versão ao vivo deste CD em DVD lançado no Brasil via ST2. O DVD Dylanesque Live - The London Sessions rebobina o repertório do CD e adiciona nos extras a versão integral de Don't Think Twice, It's All Right e ainda o vídeo - de 1973 - de A Hard Rain's A-Gonna Fall, faixa do álbum My Foolish Things, em que Bryan Ferry gravou o cover desse tema de Dylan.

Cristina volta fiel ao 'terreiro grande' do samba

Sempre dedicada à pesquisa e à propagação do samba mais tradicional, Cristina Buarque se associou ao grupo paulista Terreiro Grande em show que foi gravado ao vivo em disco editado esta semana - com o selo da Tratore. O repertório do CD Cristina Buarque e Terreiro Grande ao Vivo agrega 36 sambas divididos em quatro blocos. Eis a seleção de sambas antigos reunidos no CD:

Bloco 1
O meu Nome Já Caiu no Esquecimento (Paulo da Portela)
Eu Não Sou do Morro (Francisco Santana)
Não Deixo Saudade (Roberto Martins e Manoel Ferreira)
Você me Abandonou (Alberto Lonato)
Quantas Lágrimas (Manacéa)

Bloco 2
Já Chegou Quem Faltava (Nilson Gonçalves)
O Mundo É Assim (Alvaiade)
Jura (Zé da Zilda, Marcelino Ramos e Adolfo Macedo)
Meu Primeiro Amor (Bide e Marçal)
A Lei do Morro (Silas de Oliveira e Antonio dos Santos)
Quem se Muda pra Mangueira (Zé da Zilda)
Assim Não É Legal (Noel Rosa de Oliveira)
Água do Rio (Anecarzinho do Salgueiro e Noel Rosa de Oliveira)
Esta Melodia (Bubu da Portela e José Bispo)
Ando Penando (Alcides Lopes)
Perdão, meu Bem (Cartola)
Desperta, Dodô (Heitor dos Prazeres e Herivelto Martins)
Na Água do Rio (Silas de Oliveira e Manoel Ferreira)
Vou Navegar (Ernani Alvarenga)

Bloco 3
Inspiração (Candeia)
Banco de Réu (Alvaiade e Djalma Mafra)
Você Chorou (Brancura)
Lenços Brancos (Picolino)
Sentimento (Mijinha)
Conselho da Mamãe (Manacéa)
Brocoió (Zé Cachacinha)
Quando a Maré (Antonio Caetano)
Confraternização 1 (Walter Rosa)

Bloco 4
Portela Feliz (Zé Kétti)
Desengano (Aniceto da Portela)
A Maldade Não Tem Fim (Armando Santos)
Embrulho que Eu Carrego (Alvaiade e Djalma Mafra)
Vida de Fidalga (Alvaiade e Francisco Santana)
Fui Condenado (Mijinha e Monarco)
Teste ao Samba (Paulo da Portela)
Tu me Desprezas (Paulo da Portela)
Cantar pra Não Chorar (Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres)

2 de setembro de 2007

Ed põe boa e soturna música à serviço do teatro

Resenha de Musical
Título: Sete - O Musical
Texto: Charles Möeller
Música: Ed Motta (música) e Cláudio Botelho (letras)
Elenco: Alessandra Maestrini, Eliana Pittman, Gottsha,
Rogéria, Zezé Motta e outros
Em cartaz: Teatro João Caetano (RJ)
Cotação: * * *

Difícil associar o Ed Motta que estreou no mercado fonográfico em 1988 - cantando funk e soul, já na função de condutor da Conexão Japeri - ao compositor sofisticado que estréia no teatro em Sete - O Musical. São de Ed as músicas (letradas por Cláudio Botelho) e a direção musical (com Botelho) da 15ª produção do duo formado por Charles Möeller com Botelho. O refinamento das melodias está em total sintonia com o repertório de recentes álbuns de Ed, como Dwitza (2002) e Aystelum (2005). O que surpreende - e muito positivamente - é a habilidade do compositor de pôr sua música à serviço do teatro. Ed não faria feio na Broadway com temas como Canção em Torno do Defunto, Amigas Cartas, Olha pra mim, Se Essa Rua (com citação da quadrinha Se Essa Rua Fosse Minha) e Meu Peito no Seu. A música de Ed Motta tem um clima soturno e sombrio que acabou inspirando o tom dark da trama de Möeller, costurada com referências aos contos dos Irmãos Grimm e várias alusões a feitiçarias. No eclético e improvável elenco, as mulheres dominam a cena desta (luxuosa) produção. Alessandra Maestrini, Gottsha e Marya Bravo reafirmam a habilidade e intimidade com o repertório de musicais. Zezé Motta e Eliana Pittman parecem bem menos à vontade no tom dos temas de Ed, porém, no todo, deixam boa impressão por conta da larga experiência como cantoras. Já o elenco masculino soa opaco - sem comprometer o brilho de Sete.

'Ensaio', de 1990, traz Gonzaguinha para DVD

Mais um registro do programa Ensaio põe postumamente um artista na era do DVD. E é a hora e a vez de Gonzaguinha (1945 - 1991), que tem editada em DVD a entrevista que concedeu em 1990, um ano antes de sair de cena, à atração da TV Cultura. A edição faz parte da série produzida pela indie gravadora carioca Performance Music em parceria com a emissora paulista. Entre os 19 números musicais que costuram a entrevista, há o xote Mangaratiba, gravado por Luiz Gonzaga em 1949, além de standards dos repertórios de Gonzaguinha e do Rei do Baião, pai do artista. Eis os 19 números do DVD Ensaio - Gonzaguinha:

1. Sangrando
2. O Trem
3. Comportamento Geral
4. Galope
5. Com a Perna no Mundo
6. É
7. O Que É O Que É?
8. Ponto de Interrogação
9. Grito de Alerta
10. Diga Lá, Coração
11. Espere por mim, Morena
12. Explode Coração
13. Lindo Lago do Amor
14. Baião
15. Qui nem Jiló
16. Mangaratiba
17. Respeita Januário
18. A Vida do Viajante
19. Começaria Tudo Outra Vez

Ecos de Chico na promissora estréia de Pessoa

Resenha de CD
Título: Maurício Pessoa
Artista: Maurício Pessoa
Gravadora: MP, B / Universal
Cotação: * * * 1/2

Francisco, um tema de pegada nordestina criado pelo carioca Maurício Pessoa com explícita inspiração em Paratodos, de Chico Buarque, é (talvez) a referência mais assumida da influência do autor de Construção no trabalho do novato compositor. Mas já em Tereza, o samba que abre o primeiro CD do jovem artista, fica evidente que há ecos de Chico na promissora estréia de Pessoa. Se o cantor exibe voz opaca, o compositor brilha de fato em 11 temas autorais. A estética retrô da capa do disco já prenuncia o tom fino de seu conteúdo. Reverente à melhor música brasileira, Pessoa faz passeio tradicional por samba (Lá Vai Maria, grande faixa em que Roberta Sá intervém com vocal que cita Lata d'Água, o samba de Luís Antônio e Jota Junior celebrizado na voz de Marlene), canção (Regina) e choro (Um Choro pro Paulinho da Viola). A produção de Rodrigo Campello valoriza o bom material, com direito às belas cordas do Quarteto Bessler em Toda Maneira. Maurício Pessoa, o CD, é mais um acerto do selo carioca MP,B (Maior Prazer, Brasil). É raro, afinal, aparecer um compositor que honra o mestre Chico.

CD 'Vidas Opostas' sai com novela já fora do ar

É um caso curioso na história das trilhas de novelas: o disco com a bela seleção musical de Vidas Opostas - baseada na obra de Chico Buarque - chega tardiamente ao mercado, com a distribuição da gravadora Sony BMG, quando a trama da Rede Record já está fora do ar. Com exceção do bom tema de abertura da novela, Aquarela do Brasil (em gravação de Leo Gandelman), todas as músicas são da lavra fina de Chico. Eis as 14 músicas do disco Vidas Opostas:

1. Aquarela do Brasil - Leo Gandelman
2. Tatuagem - Djavan
3. O meu Amor - Tetê Espíndola
4. Imagina- Chico Buarque e Monica Salmaso
5. O que Será - Chico Buarque e Milton Nascimento
6. Atrás da Porta - Francis Hime
7. Gota d'Água - Simone
8. Apesar de Você - Beth Carvalho
9. Olhos nos Olhos - Miúcha e Tom Jobim
10. Futuros Amantes - Ângela RoRo e Antonio Adolfo
11. Ode aos Ratos - Chico Buarque
12. Folhetim - Rosa Passos
13. Feijoada Completa - João Nogueira e Marinho Boffa
14. É Guerra - Vinimax