21 de outubro de 2007

Leila faz bem a Vercilo em encontro harmonioso

Resenha de show
Título: Leila Pinheiro e Jorge Vercilo
Artista: Leila Pinheiro e Jorge Vercilo
Local: Canecão-Petrobrás (RJ)
Data: 20 de outubro de 2007
Cotação: * * * 1/2

Já apresentado no Sul do Brasil, a partir de projeto idealizado para o Centro Cultural Banco do Brasil, o encontro nos palcos de Jorge Vercilo e Leila Pinheiro já chegou harmonioso ao Rio de Janeiro. Com a direção musical e o roteiro assinados pela dupla, o show se revelou azeitado na primeira das duas apresentações feitas pelos cantores no Canecão. E faz mais bem a Vercilo do que a Leila... Se ela retomou as rédeas da carreira a partir da gravação do belo CD Nos Horizontes do Mundo (2005), ele parece começar fase em que recicla conceitos, metas e repertório para diluir o progressivo desgaste de sua obra nos últimos cinco anos por conta de pressões para emplacar hits radiofônicos como Que Nem Maré (revivido no show) e Final Feliz (estrategicamente posicionado no fim do bis).

Com Leila ao piano e Vercilo alternando-se no violão e na guitarra (às vezes, não toca nenhum dos dois instrumentos e se dedica ao canto), os artistas ficam juntos a maior parte do show - sem a usal enganação de alguns encontros que se limitam a quatro ou cinco números. Há real interação entre as vozes e os repertórios de Leila e Vercilo em músicas extraídas dos discos dela (O Fundo, de João Donato e Caetano Veloso, com citação de Dindi) e dele (Encontro das Águas). E o fato é que o show se desenrola coeso, ora com ar até bossa-novista (Pela Ciclovia, arejada parceria de Vercilo com Marcos Valle da qual Leila foi a mentora), ora mais voltado para a MPB tradicional. O medley que une duas músicas de Gonzaguinha - Diga Lá, Coração e a toada Espere por mim, Morena (com toques delicados da percussão de João Dani e contracanto em falsete de Vercilo) - é especialmente envolvente. Mas o número mais bonito - aliás, sintomaticamente aplaudido com o maior entusiasmo pela participativa platéia que encheu o Canecão - é Fênix. Sem a banda, apenas com o piano de Leila, os cantores realçam em um registro intenso a beleza melódica e poética desta parceria de Vercilo com Flávio Venturini - de quem, aliás, a dupla recorda Besame no bis.

Entre ecos da velha bossa (Wave e Samba do Avião em tom forte e caloroso) e do início da carreira de Leila (Verde, samba pedido e acompanhado em coro pelo público), os dois cantores celebram a própria parceria (Ventos de Paz) e reafirmam a harmonia reinante entre eles. Tomara o encontro com Leila represente para Vercilo - que está cantando bem - o começo de um ciclo voltado para uma música menos imediatista e mais duradoura para que ele não seja arrastado de vez pela maré de banalidade que envolve cantores e compositores que se iludem com a fórmula do sucesso das FMs...

16 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mauro crucifica o Vercilo porque ele faz sucesso. Nunca percebi traços de banalidade na música dele. Bom é só aquele compositor que lança um disco que não chega nas loja e que não toca nas rádios?

21 de outubro de 2007 às 08:41  
Anonymous Anônimo said...

Difícil imaginar dupla mais entediante do que Vercilo e Leila. Vercilo, além de entediar, irrita. É o tipo do show que não vejo nem se me pagassem.

21 de outubro de 2007 às 12:11  
Anonymous Anônimo said...

Vercillo, desde o primeiro disco canta bem. E não acho que a carreira da Leila Pinheiro estava sem rumo, ficou meio estranha quando ela gravou o Coisas do Brasil, ou Mais coisas do Brasil, não me lembro o nome daquele CD cheio de regravações desnecessárias. Depois, só coisas boas. Também não acho a música de Vercillo banal.

21 de outubro de 2007 às 12:58  
Anonymous Anônimo said...

Esses 2 se merecem de tão chatos.

21 de outubro de 2007 às 13:19  
Anonymous Anônimo said...

Mauro não está crucificando Jorge Vercilo por fgazer sucesso. Apenas está comentando o fato de que, sofrendo a pressão para fazer sempre sucesso, sua obra está se tornando repetitiva e presa a padrões que o impedem de seguir adiante.

21 de outubro de 2007 às 19:10  
Anonymous Anônimo said...

Pq o anômino não mostra a cara?
2 chatos? Nem um pouco. Fazer o quê, né? Vercilo não é repetitivo e não se prende a padrões e tampouco precisa de comentários imbecis.

22 de outubro de 2007 às 03:45  
Anonymous Anônimo said...

Não entendi duas coisas :

1- O Mauro só fez elogios e mesmo assim soltou um *** 1/2 ?

2- Qual a ideía de fazer um show onde se atira em todas as direções ?

22 de outubro de 2007 às 04:45  
Blogger João Bani said...

Prezado Mauro,
Bom dia. Falando aqui como músico e leitor, compreendo a sua crítica. Como diz o meu amigo Zé Rodrix: Melhor confiar em quem nos aponta onde estão vendo nossos erros do que em quem nos deixa seguir sem aviso. Você acompanha a carreira do Jorge desde o início, sabe do talento e capacidade dele e sempre tem buscado ser coerente nas suas avaliações. Participei da fase na qual ele passou a emplacar sucessos nas rádios, tendo gravado minha percussão nos discos Leve, Elo e Livre. Mas , não obstante o destaque dado aos Hits pela promoção das gravadoras e da mídia, aqueles registros tem ótimas canções que não tocaram em rádio, como "Apesar de Cigano" (Leve), Do Jeito Que For,Raiou e Olhos De Nunca Mais (Elo) Asas Cortadas, As árvores, Ventania e Canavial (Livre), tendo esse ultimo cd a proeza de levar às rádios, ainda que tímidamente, uma música de ritmo sofisticado (num 3/4 e 4/4 simultâneos) , a "Steelydaneana"(nas palavras de Ed Motta) "Invisível".

Esse show, como a própria Leila salientou na apresentação dos músicos, estreou no Circuito do Banco do Brasil primeiramente com os dois artistas, sem acompanhamento. No show seguinte fui incorporado ao espetáculo, para dar um suporte rítmico nos dois dias de casa cheia em Porto Alegre, em maio. Aqui no Rio,já com acompanhamento em forma de quarteto (duas percussões, teclado e baixo) muito me honrou trabalhar com uma das minhas referências no meu instrumento, o mestre Sidinho, um percussa que já gravou e tocou com quase toda a MPB, e também do André Vasconcellos, que vi começar a tocar, criança, em Brasília e do craque Glauton Campello, além, é claro dos dois grandes artistas que são Leila e Jorge. Realmente a noite de sábado foi muito prazerosa para todos nós no palco, e pelo que recebemos de volta, na platéia.
abraços,
João Bani (com "B", rsss)
http://joaobani.blogspot.com
http://www.myspace.com/joobanipercussioncomposer

22 de outubro de 2007 às 09:33  
Anonymous Anônimo said...

O mauro está certo. A música do vercilo caiu sim na armadilha de ter que produzir um sucesso igual ao que o fez estourar com o CD Leve. Tomara que essa parceria propicie essa reflexão. Os CDs dele são muito bons de se ouvir, mas o Livre já soa repetitivo.

22 de outubro de 2007 às 10:00  
Blogger vanessa Rezende said...

Caro Mauro,banalidade no trabalho do Jorge?Nunca vi traços disso nele...Acompanho o Jorge há pelo menos uns dez anos e conheço todos os seu trabalhos(em falar nisso,vc deveria ser informar melhor sobre eles);Acho incrível sua versatilidade de elogiar e ao mesmo tempo apedrejar o trabalho desse ícone da mpb que é Jorge vercilo,visto não ser a primeira vez que vc faz isso.O show foi explêndido e muito bem feito!

22 de outubro de 2007 às 10:28  
Anonymous Anônimo said...

Cncordo que Leila não estava sem rumo. 'Catavento e girassol', 'Na ponta da língua' são discos bem acima da média, sem contar "Nos horizontes do mundo... Bem lembrado pelo anônimo os "Coisa do Brasil' ficram meio sem graça, mas no geral Leila tem feito discos legais desde que se desvencilhou das regravações sem fim de bossa-nova.

22 de outubro de 2007 às 11:19  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o 10:19 e ainda levo a bossa-nova para casa.

22 de outubro de 2007 às 15:31  
Anonymous Anônimo said...

Difícil imaginar que role.
Vercillo é um Djavan sem o talento, e Leila uma boa cantora sem a menor graça.

22 de outubro de 2007 às 22:06  
Anonymous Anônimo said...

Difícil imaginar que role.
Vercillo é um Djavan sem o talento, e Leila uma boa cantora sem a menor graça.

22 de outubro de 2007 às 22:06  
Blogger Unknown said...

Eu fui ao show e achei maravlihoso, a Leila cantado e tocando seu maravilhoso piano e o Vercilo animando a galera.
Pena que tem tanta gente sem ter o que fazer, só postando comentários sem fundamentos, deve ser gente que não entende de música e não tem nem um pouco de sencibilidade musical, só lamento por vocês.
Foi bom ver a Leila e o Vercilo juntos, estava emocionante.

24 de outubro de 2007 às 12:48  
Anonymous Anônimo said...

Ciclo é ótimo e já apontava uma renovação das músicas de Jorge Vercillo, sem falar em "Eu que não sei quase nada do mar", acho que esta resenha foi injusta com estes dois artistas. Leila estava com rumo há muito tempo: Catavento Girasol, Na ponta da Língua, Reencontro...

24 de outubro de 2007 às 19:44  

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