9 de setembro de 2007

Suzano e Ramil conciliam estéticas e latitudes

Resenha de CD
Título: Satolep Sambatown
Artista: Vitor Ramil e Marcos
Suzano
Gravadora: MP,B / Universal Music
Cotação: * * * *

Concebido a partir de bem-sucedido show que juntou Vitor Ramil e Marcos Suzano na cena carioca em 2006, o CD Satolep Sambatown concilia estéticas e latitudes de pólos e temperaturas diversos. O gaúcho Ramil traz do Sul a estética do frio com que ornamenta suas lindas milongas (Satolep é Pelotas ao avesso). O carioca Suzano entra com percussão climática do Rio, a cidade do samba (Sambatown evoca no nome o balanço tropical). No caso, uma percussão suave, de calor dosado pela pouco usual combinação de timbres acústicos e eletrônicos. Não por acaso, é um samba cool, intitulado Livro Aberto, que abre o primeiro CD gravado em dupla por Ramil e Suzano. A faixa sintetiza o espírito do álbum, urdido com 11 composições criadas por Ramil com alta voltagem poética e harmônica. Algumas, como Astronauta Lírico, já valem o CD. O repertório aproxima sambas - entre eles, O Copo e a Tempestade, calcado no pandeiro - e milongas (Invento é das mais belas), como são denominadas as canções da estética do frio sulista. No meio, há (breve) poema da escritora norte-americana Emily Dickinson musicado por Ramil, A Word Is Dead, e salutares intervenções de Katia B (em Que Horas Não São? - milonga de leve acento oriental) e do autor uruguaio Jorge Drexler (pela primeira vez cantando em português - no caso, o samba A Zero por Hora). Enfim, um disco refinado, cool e charmoso cujo maior mérito é a convergência harmônica de dois estilos de temperaturas distintas.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

não ouvi e já gostei...

9 de setembro de 2007 às 17:53  
Anonymous Anônimo said...

Jorge Drexler cantando A ZERO POR HORA e em português ?
Não ouvi e já gostei !

10 de setembro de 2007 às 02:03  
Anonymous Anônimo said...

Engraçado que pouco se comenta a importãncia de Verônica Sabino na nova estética das cantors pop's. Há...tem o marketing Marisa Monte...
Mas quem de fato escuta e conhece deve ter percebido um fato curioso, desde que ela em seu ótimo 'Vênus' (1995) gravou o universo feminino, nós tivemos em seguida vários na mesma temática, inclusive o da Renata Arruda.
Em 1997 ela nos trouxe "Novo sentido" com músicas da Suely Mesquita, Celso Fonseca, Moska e Rodrigo Maranhão (ainda desconhecido). Em 2003 no "Agora" ela trouxe ótimas composições próprias, do Zeca Baleiro e deu uma rebobinada em algumas músicas do excelente Vitor Ramil que andava (injustamente) meio esquecido pelas intérpretes...em seguida váaaarias cantoras voltaram a gravá-lo, e o Vitor agora é um dos queridinhos da 'modernettes'.
Há que se prestar + atenção em Verônica e Vitor.

10 de setembro de 2007 às 09:45  
Anonymous Anônimo said...

Esse vou comprar. Ainda mais com a participação do Drexler.

10 de setembro de 2007 às 11:20  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse

Já disse no post anterior sobre esse Cd que Vitor Ramil, é talentoso, o Brasil precisa conhecê-lo melhor.... O cara não se repete e não é chato como muitos que se acham o pó que restou do WTC..E olhe que ele não precisa cantar coisas dos outros.

12 de setembro de 2007 às 16:13  

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