24 de setembro de 2007

Legado em espanhol 'del Rey' é indicado para fã

Resenha de CDs
Título: Pra Sempre - Em Espanhol - Vol. 01
Artista: Roberto Carlos
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

Primeira das três caixas que vão apresentar ao Brasil a vasta obra internacional de Roberto Carlos, Pra Sempre - Em Espanhol - Vol. 01 reúne reedições dos primeiros 11 álbuns feitos pelo Rei para o (rico) mercado de língua hispânica, explorado pelo cantor pela primeira vez em 1964, com a gravação de Roberto Carlos Canta a la Juventud, LP editado no exterior em 1965 no auge da Jovem Guarda. Este título - a rigor, a versão em castelhano do álbum brasileiro É Proibido Fumar - é o único que já havia sido reeditado em CD no mercado nacional. Os outros dez discos eram até então inéditos no Brasil - o que aumenta o valor documental da coleção. Indicada somente para colecionadores, aliás, a caixa Pra Sempre - Em Espanhol - Vol. 01 ratifica a força da obra romântica do Rei nos anos 70. Foi escorado em seu belo e sedutor cancioneiro sentimental (até então de excelente nível melódico e sem as apelações das décadas seguintes) que o cantor ampliou e consolidou seu reinado hispânico, fazendo frente a Julio Iglesias.

A propósito, Roberto Carlos começou a reinar - efetivamente - na América Latina nos anos 70. A partir de 1971, o artista passou a gravar regularmente em espanhol, fazendo versões em castelhano dos álbuns que lançara no Brasil no ano anterior. No começo, os álbuns espanhóis não eram reproduções fiéis dos discos gravados para o Brasil. Às vezes, mudava até o título - caso de Un Gato en la Oscuridad (1972), batizado com a versão em castelhano de música (Un Gatto Nel Blu) que ajudara a popularizar a figura de Roberto na Itália, mas centrado no repertório do álbum de 1971 (o que trouxe Detalhes e Amada Amante). Caso também de El Dia que me Quieras (1974), cujo nome reproduzia o título do tango (transformado em bolero) de Carlos Gardel já incluído por Roberto Carlos no repertório de seu trabalho brasileiro de 1973.

Era comum também, nestes primeiros álbuns, a inclusão de uma ou outra música que tinha marcado a carreira do artista nos anos 60. En Español (1973), a rigor a versão do álbum brasileiro de 1972, incorpora a gravação em castelhano de As Flores do Jardim da Nossa Casa, jóia de 1969. Já Quero Verte a mi Lado (1975), versão do disco nacional de 1974, teve adicionado ao repertório as canções Como Es Grande mi Amor por Ti e El Tiempo Borrara, traduções literais de Como É Grande o meu Amor por Você (1967) e O Tempo Vai Apagar (1968), respectivamente. Bela estratégia...

A partir do LP En Español (1977), versão do álbum nacional de 1976 (o que trouxe O Progresso), os repertórios passariam a ser quase idênticos. Ainda assim, com seu espanhol correto, contudo nunca de fato desenvolto, Roberto Carlos volta e meia iria gravar faixas exclusivas para LPs do mercado hispânico. Seu registro do bolero Me Vuelves Loco, por exemplo, é um trunfo exclusivo do álbum Roberto Carlos en Castellano (1981). O cantor nunca gravou o bolero - nem português, nem em espanhol - para seus LPs do Brasil. Detalhe: o bolero faria sucesso no Brasil no ano de 1981 na voz de Elis Regina, em versão intitulada Me Deixas Louca.

Para os súditos, vale informar que - seguindo o padrão gráfico das quatro caixas anteriores da coleção Pra Sempre - os 11 discos em espanhol foram embalados em graciosas miniaturas das capas dos LPs originais. São mimos para os fãs de sua majestade el Rey...

8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

ouvir roberto em espanhol é para fã masoquista, você quer dizer...

24 de setembro de 2007 às 18:15  
Anonymous Anônimo said...

Me deixas louca também quase foi (mal) gravada por Simone. Elis, antes de morrer, fez esta boa ação para todos.

24 de setembro de 2007 às 20:25  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, é ético creditar o trabalho minucioso de Marcelo Fróes, responsável pela idéia dessas reedições.

24 de setembro de 2007 às 22:25  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, que presunção dizer que a partir de 1976 / 77 a música de Roberto carlos ficou repetitiva. Suas divas Bethãni, Gal, Marisa Monte e afins não pensam assim... Affe.

Desde quando o artista tem obrigação de agradar a todos pro resto da vida.

E mais : desde quando seu gosto é padrão para alguma coisa ?

25 de setembro de 2007 às 10:03  
Anonymous Anônimo said...

fã masoquista foi foda
ahuahuahauhaua

Bruno.

25 de setembro de 2007 às 10:23  
Anonymous Anônimo said...

O Rei tá caído!

25 de setembro de 2007 às 15:53  
Anonymous Anônimo said...

Já comprei o box ontem e ouvi duas vezes. Roberto em espanhol é coisa linda de viver...

25 de setembro de 2007 às 16:42  
Anonymous Anônimo said...

Aos que falam mal de Roberto Carlos uma frase : Macaco quando não pode comer a banana, diz que a mesma está podre.

26 de setembro de 2007 às 15:36  

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