20 de agosto de 2007

Suave inventário das parcerias de Tom e Chico

Resenha de CD
Título: Zíngaro
Artista: Fernanda Cunha e Zé Carlos
Gravadora: CID
Cotação: * * * 1/2

Chico Buarque conheceu Tom Jobim em 1966. Os dois foram apresentados pelo produtor Aloysio de Oliveira. Tom já era o maior compositor brasileiro, celebrizado em âmbito mundial. E Chico já dava seus primeiros rápidos passos para logo se tornar a unanimidade nacional proferida por Millôr Fernandes. Dois anos depois, já em 1968, Tom e Chico já eram parceiros. Construíram obra pequena, só que de previsível caráter exemplar. Sobrinha de Sueli Costa, a cantora Fernanda Cunha faz, ao lado do violonista Zé Carlos, suave inventário desse fino cancioneiro no CD Zíngaro - batizado com o nome da versão instrumental da música que, com letra de Chico, ficaria conhecida como Retrato em Branco e Preto.

Com voz afinada, sempre bem colocada, Fernanda interpreta sem dramaticidade músicas como Eu te Amo (gravada por sua mãe, a saudosa Telma Costa, em duo com Chico na década de 80) e Olha Maria. Sabiá, por exemplo, voa alto sem a amargura contida em muitos registros deste tema que foi uma espécie de triste carta de despedida dos exilados pela ditadura militar. Se (ainda) lhe falta alguma leveza para encarar um samba como Piano na Mangueira, cujo suingue repousa mais no violão de Zé Carlos, a jovem cantora oferece elegantes registros de Meninos Eu Vi e Pois É. Já Zé Carlos - sem querer aparentar virtuosismo - dá muito bem o seu recado, evocando no violão, por exemplo, a original pulsação nordestina de A Violeira. Enfim, um bom disco resultante de uma boa idéia.

8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

acredito que seja um disco bonito, o problema é que todo mund fica regravando o que já foi bem gravado. tem que olhar pra frente!

20 de agosto de 2007 às 11:43  
Anonymous Anônimo said...

Creio que possa ser um bom disco sim, mas a idéia não é das mais originais. Quarteto em Cy e MPB 4 já se encontraram em disco dedicado a Tom e Chico. O novo disco de Míúcha, Outros sonhos, parece ter motivação semelhante. A coletânia recentemente editada pela EMI, Clara Nunes canta Tom e Chico, idem.
E além disso, Tom recebe tantas homenagens (muito merecidas, por sinal) que até canções nada óbvias como Meninos eu vi começam a ganhar grande número de registros (Carol Saboya, Zé Luiz Mazziotti tem lindas gravações recentes da canção).

Mas não tô reclamando. A obra da dupla é linda e é fundamental para a música brasileira.

Chico, aliás, é um parceiro muito importante na carreira de Tom. O discípulo abriu novas janelas na obra do mestre.

Anderson Falcão
Brasília - DF

(ouvindo João Gilberto - Amoroso/Brasil)

20 de agosto de 2007 às 12:22  
Anonymous Anônimo said...

Não me lembro de ter ouvido niguém cantando só a parceria do Tom e Chico.As cantoras de Jazz, Ella e Sarah Voughan faziam muito isso. Aqui é que as pessoas não têm o sagrado hábitode ouvir Tom Jobim, o maior compositor que o Brasil já teve, em todos os tempos.
Parabéns, Fernanda e Zé carlos!

20 de agosto de 2007 às 15:48  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o anônimo 3:48.Se eu fôsse cantor gravaria um disco inteiro de músicas do Paulinho da Viola, do Ari Barroso.Música boa não fica velha,Dona Leda!

21 de agosto de 2007 às 03:57  
Anonymous Anônimo said...

Discretamente Fernanda abre espaço num universo de canotras. Ponto para ela, que opta por Jobim/Chico e não soa repetititva.
Zé Carlos, que já foi elogiado ao vivo por Paul McCartney, após uma apresentação de Ivan Lins, é da escola de Joe Pass: toca bem, sem embolar os dedos e os ouvidos dos ouvintes.
Um disco de duo : nas composições e nas interpretações.
Mais ar puro para este universo sufocante.
Amigo Futebolista das 9h20m

21 de agosto de 2007 às 09:21  
Anonymous Anônimo said...

quero ouvir..onde tem pra vender?

22 de agosto de 2007 às 18:30  
Anonymous Anônimo said...

Alguém já conseguiu comprar esse cd? Estou procurando e não encontro em lugar nenhum. Ainda vai ser lançado? Valeu.

25 de agosto de 2007 às 13:57  
Anonymous Anônimo said...

Nao deve estar ainda nas lojas, o Mauro é sempre premiado antes de todo mundo. A gravadora é CID.

25 de agosto de 2007 às 16:48  

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