22 de agosto de 2007

Salmaso seduz Canecão com fina musicalidade

Resenha de Show
Título: Noites de Gala, Samba na Rua
Artista: Mônica Salmaso (com grupo Pau Brasil)
Local: Canecão (RJ)
Data: 21 de agosto de 2007
Cotação: * * * 1/2

"Não preciso dizer que estou nervosa... É sensacional estar aqui", admitiu Mônica Salmaso, logo no início do show que marcou sua estréia no palco do Canecão. A cantora, que entrou tensa em cena para cantar A Volta do Malandro, aos poucos se descontraiu, até arriscou contar algumas histórias bem-humoradas e conquistou o público com sua voz cálida, sustentada pela fina musicalidade do grupo Pau Brasil. Intérprete mais vocacionada para os estúdios do que para o palco, Salmaso mostrou que sua voz é um instrumento afiado que se harmoniza com os sons delicados extraídos pelo Pau Brasil. Temas como Morena dos Olhos d'Água, Olha Maria e Você, Você ganharam registros comoventes, à altura das versões do CD.

O roteiro reproduziu as músicas do CD Noites de Gala, Samba na Rua, em que Salmaso revigora 14 belas composições de Chico Buarque. A cantora tem técnica suficiente para reeditar no palco a maestria do canto gravado em estúdio. E a interação do Pau Brasil garante o alto padrão de qualidade dos arranjos. O grupo é capaz de migrar em instantes do acento lúdico da Ciranda da Bailarina para a atmosfera tensa de Construção, com arranjo inventivo que dialoga com a imbatível orquestração do maestro Rogério Duprat (1932 - 2006) sem cair na tentação de clonar o arranjo original. Já os sambas (Quem te Viu, Quem te Vê, em especial) soaram pálidos.

Em O Velho Francisco, um grande achado do repertório, Salmaso arriscou tocar flauta de bambú. E, na medida em que a cantora foi ficando mais descontraída, o show foi crescendo. Salmaso não tem presença cênica imponente, mas já se mostra bem mais à vontade no palco, sem o visível desconforto de seu show anterior, Iaiá. Se o visual é despojado, a musicalidade é requintada. E isso, afinal, é o que conta. Ver Mônica Salmaso no Canecão foi, sim, sensacional.

39 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Apesar de não muito fã de Monica Salmaso, reconheço-a como uma das maiores interpretes de sua geração. Essa garota é boa mesmo, merece todo sucesso.

22 de agosto de 2007 às 08:50  
Blogger Flávia C. said...

Essa moça me emociona sinceramente!
Fico feliz em ler um comentário positivo sobre seu desempenho no palco. Não há dúvida de que isso se conquista com o tempo.

Parabéns para Mônica. Ela merece esse sucesso, não apenas por sua voz, que é, de fato, um dos instrumentos mais lindos do mundo, mas também por sua dedicação e pelo cuidado com que trata seu trabalho.

22 de agosto de 2007 às 09:21  
Anonymous Anônimo said...

Por vezes, acho q o Mauro gosta de "sacanear" seus leitores...Como alguém pode gostar de uma cantora que só canta num tom??? Ela me lembra a voz da Virginia Rodrigues. Se passar pra segunda música tem se a sensação que vc já ouviu tudo!!!!

22 de agosto de 2007 às 09:22  
Anonymous Anônimo said...

Sofro de insônia e ponho os cds de Mônica todas as noites para conseguir dormir. Sua voz tem efeito imediato!

Boi Bumbá

22 de agosto de 2007 às 10:00  
Anonymous Anônimo said...

cantar num tom? Será que você já ouviu a Mônica???

Mauro o show estava cheio? Sou de São Paulo e aqui é sempre lotado os shows da Mônica, fiquei curioso pra saber como esta no Rio...

Já ouvi falar muito que Mônica é fria no palco, eu acho que ela é otima... sem a postura das DIvas ela faz o que tem que fazer, e com o que tem que fazer, que é a voz..

22 de agosto de 2007 às 10:03  
Anonymous Anônimo said...

'Se o visual é despojado, a musicalidade é requintada. E isso, afinal, é o que conta'.

Gostei demais disso.

22 de agosto de 2007 às 10:09  
Anonymous Anônimo said...

Tomara que esta moça continue caprichando nos discos porque no palco ela é uma tragédia ! Muito ruim, mesmo.

22 de agosto de 2007 às 10:24  
Anonymous Anônimo said...

ADOREI... CANTORA QUE CANTA TUDO NO MESMO TOM... QUE NEM A IRMÃ DO CHICO, AQUELA SAMBISTA INTERESSANTES, MAS RUINZINHA... A CRISTINA.

22 de agosto de 2007 às 10:25  
Anonymous Anônimo said...

Tem cantoras ai q vai a mil tons e não chega aos pés da voz da Mônica...hehee

Tá muito bom esse TOM

22 de agosto de 2007 às 12:12  
Anonymous Anônimo said...

Creio que o anônimo da 9:22 não conhece, de fato, a discografia de Mônica Salmaso para postar tal comentárario. Se não tiver interesse, opçao sua, sugiro apenas que escute a versão de Beatriz que está em sua novo disco. Sua voz emocionada, emocionate e cheia de nuances.

Anderson Falcão
Brasília - DF

(ouvindo Celso Fonseca - Polaroides...)

22 de agosto de 2007 às 12:12  
Anonymous Anônimo said...

Mônica é dona de um belo timbre, mas há uma exaltação exagerada em torno dela. Toda hora fala-se como se fosse a grande cantora do Brasil. Por favor!!! Essa moça no palco ontem mostrou apenas que é correta, digna, mas longe de ter um algo mais. É tudo morno, solene. Não há emoção, humor, leveza. É uma densidade tediosa. Em Beatriz, que ela canta realmente bem, a moça quase desafinou na terceira estrofe... a voz fraquejou. Mas essa não é o problema realmente. O que falta é vida, força, presença cênica, luz. Sempre será correta, jamais ocupará lugar de destaque no panteão brasileiro.

22 de agosto de 2007 às 12:39  
Anonymous Anônimo said...

Mano Freire disse..

Já era esse negócio de a maior cantora, a melhor de todas... Coisa do passado. Hoje, cada uma tem suas nuances vocais. A emoção fica com o fã ou não. Exemplo: já me emocionei com Marisa Monte e Adriana Calcanhoto. Tem situações em que as duas me dão vontade de sumir do mapa tamanha chatisse em algumas interpretações. Quando ouço Salmaso a emoçao é uma só: de que há talento e profissionalismo, nada de emocional, nada de mercadologia, repito, talento, timbres bem trabalhados. Isso é o que importa. O resto é falar de Calypso.

22 de agosto de 2007 às 13:16  
Anonymous Anônimo said...

O dica do Boi Bumbá é muito boa.
Mônica é sorumbática.

Jose Henrique

22 de agosto de 2007 às 13:56  
Anonymous Anônimo said...

ESSA MULHER É MUITO FRACA GENTE... PQ ESSE CRÉDITO NELA ? NOS GRANDES CONSERVATÓRIOS MUSICAIS, HÁ VÁRIAS SALMASO, OU COMO DIRIA UM AMIGO: SEMSALSO

22 de agosto de 2007 às 14:15  
Anonymous Anônimo said...

Mônica é simplesmente maravilhosa!!! O mais é intriga.

Gosto muitíssimo do resgate que ela faz indo do que foi cantado por Clementina de Jesus, Clara Nunes e Nana Caymmi, sem contar que ultimamente descobri algo de Marlui Miranda trazido em alguns regionalismos dela também. É mutifacetada, vai com competência da MPB tradicional, à obra de Chico, aos afro-sambas, Canto dos escravos e das mestras de Boi-Bumbá; passando também pelos contemporâneos Mário Gil, Lenine, Vanessa da Mata, sem contar as deliciosasa incursões no repertório de Joyce. O que o srs querem Mais? Ver ela correndo de um lado para o outro do palco? - Isso nem Gal faz mais, nem faz sentido de acordo com o repertório que ela canta. Percebo claramente nesse ultimo cd de Mônica a tentativa de ser um músico entre os músicos do Pau Brasil; em nenhum momento ela tenta demosntrar pujança e virtuosismos. É um disco lindo e equilibradíssimo, com uma sonoridade raras vezes obtida.

Meus apluasos!

22 de agosto de 2007 às 15:07  
Anonymous Anônimo said...

Juliana disse...
Fui ver esse show aqui em São Paulo e gostei, com ressalvas. Em geral, o que se diz sobre Monica é verdade. É impressionante ela conseguir reproduzir no palco o que faz no estúdio, mas, por outro lado, os shows dela são frios sim. Não há espaço para o inesperado, para o acidente. Improvisação então nem se fala. O show é uma reprodução exata do cd, sem tirar nem pôr; as mesmas canções, tocadas e cantadas exatamente do mesmo jeito, e, no show que eu vi, até na mesma ordem! Nem a expressão dela muda. Mas mesmo assim, não se pode dizer que o show é ruim. Vale pela música, que é sempre de altíssima qualidade. Nesse aspecto concordo com tudo que o Mauro escreveu.
Fiquei bastante decepcionada apenas com o fato do show não incluir nenhuma outra música além das do cd. Acho que qualquer show tem a obrigação de expandir o conceito do cd correspondente, apresentando alguma coisa nova.
Idealmente, ela seria capaz de manter o rigor com que faz seus discos, sem transferir esse rigor para o palco. Essa característica de Monica faz com que os shows dela, embora bons, sejam quase desnecessários. Gosto demais de todos os discos, mas já aprendi que não preciso ir aos shows, posso ficar em casa só ouvindo os cds que dá na mesma. Ninguém é perfeito...

22 de agosto de 2007 às 15:08  
Anonymous Anônimo said...

Monica Salmaso em entrevista:"Eu acho que o cantor tem que ser um músico, falar a linguagem da música. Nunca sou acompanhada POR, eu faço música COM. Percebo que muitas pessoas esperam que eu tenha um comportamento de Diva, que eu não gosto, não sou, e acho ultrapassado. Meu comportamento é de musicista. Esse é o caminho natural do canto, é mais trabalhoso, porém, mais bonito."

22 de agosto de 2007 às 15:24  
Anonymous Anônimo said...

Nunca ouvi falar... e nem cantar

Bruno

22 de agosto de 2007 às 15:26  
Blogger Unknown said...

Estive no show ontem e tenho que concordar com o anônimo: O que falta é vida, força, presença cênica, luz.

Por outro lado, acho que o canecão cheio assusta um pouco, assisti um show dela no Rival que estava mais a vontade.

Acho que alguns arranjos não funcionam no palco, apresentar quem te viu e quem te vê, num show, daquela forma, chega ser cruel com o público.

Tirando os sambas, que não funcionaram no palco, com aqueles arranjos e interpretações solenes, o show teve momentos muitos bonitos, alguns já citados pelo Mauro, outros como Beatriz e Suburbano Coração.

22 de agosto de 2007 às 16:13  
Blogger Jorge Reis said...

Definitivamente Mônica Salmaso é tudo de bom...
Desse ultimo "noites de gala" não gosto muito, mas, curto desde o seu primeiro trabalho, acho que seus trabalhos mais fracos são os dois ultimos da Biscoito Fino, mais ainda assim acima da mediocridade que impera no mercado fonográfico.
O que muitos chamam de morno sem luz, bucólico e etc... Seu timbre e técnica são um achado, sem contar com o trabalho de pesquisa de repertório,os arranjos são interessantissimos.
Mônica se comporta como uma musicista, para quem não sabe o que significa é colocar o artista a serviço na música e não o contrário o que é mais comum, eu particularmente acho um desprendimanto magnifico.
alguém já ouviu os Afrosambas que ela gravou com Paulo Belinatti ? É ótimo...
Estou louco que acabe logo o seu contrato com a biscoito fino para que volte a pesquisar a nossa musica regional e nos presentear com belos cds....
Para os insatisfeitos com seu timbre, sua luz e sua falta de mediocridade, farei um sacrifício e prometo mandar a agenda de shows da Ivete, Tati quebra barraco, Babado Novo e similares...
Para alhuns música é para ouvir para outros ela serve simplesmente para tirar o pé do chão, pular, se adestrar e perder o bom senso...

22 de agosto de 2007 às 22:10  
Anonymous Anônimo said...

Um dia, Alguém inventou que ter presença cênica é agir feito macaco no palco e cantar alto - Alguém ainda tem seus seguidores.

23 de agosto de 2007 às 02:14  
Anonymous Anônimo said...

O Anônimo (Agosto 22, 2007 9:22 AM ) não sabe o que é tom... bem mostrou isso... E o Anônimo (Agosto 22, 2007 10:00 AM ) deve preferir "eletricidades ivetianas", gosto é gosto, não se discute apenas lamenta-se...

23 de agosto de 2007 às 03:44  
Anonymous Anônimo said...

Mercedes Sosa Brasileira...
Pior é que passou a ser "cult"gostar da moça. Quem nao gosta tá por fora.
Eu estou super fora...me desculpem

23 de agosto de 2007 às 04:43  
Anonymous Anônimo said...

Concordo é tudo de bom, porém acabou com a Ciranda da Nailarina. Não gostei.

23 de agosto de 2007 às 08:52  
Anonymous Anônimo said...

Jorge Reis falou e disse.

O tema que ele suscitou - colocar-se a serviço da Música, e não o contrário - está tb no documentário 'Nelson Freire'.

23 de agosto de 2007 às 10:27  
Anonymous Anônimo said...

'É tudo morno, solene'. Alguém traduziu aí em cima minha opinião.
O mesmo vale, por ex, para Selma Reis.
Saber cantar realmente não é tudo tampouco faz um artista brilhante.
Profissionais corretos há em todas as áreas. Brilho, carisma, alma são para poucos. Os que realmente se diferenciam.

23 de agosto de 2007 às 10:34  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse...

Nçao cosigo entender quando as pesoas cirtiam um show dizendoque foi sem sal etc e tal. Vi há pouco o Cê de Caetano e muita gente criticou, acho que queriam vê-lo em cima de um trio cantando frevo ou o Leaozinho. Pô, quem quer balanço o tempo todo vai pra Ivete Sangalo ou Calypso. Mônica é pra ficar em silêncio, sacar tudo, viajar.... Ah tem um anônimo lá em cima que a chama de fraca. I criu um belo neologiso:SEMSALSO . É nessas horas que dá vontade de não ouvir mais nada, tamanha pobreza intelectual desse país.

23 de agosto de 2007 às 10:51  
Anonymous Anônimo said...

Não há dúvida que MS é uma artista. Se interessa pelo que faz, pesquisa, tem talento, etc...
A mim não move um único fio de cabelo sequer, portanto deixei de comprar seus CDs e estive em um único show que foi o suficiente para perceber que realmente não rola.
Espero que continue na ativa pq é verdadeira, tem seu estilo e pelo que vi aqui, tem um público que se identifica com ela. Isso é bom merece respeito.

23 de agosto de 2007 às 11:28  
Anonymous Anônimo said...

Nem tão sol, nem tão lua. Não é necessário pular de um lado para o outro. Alcione não pula, fica lá na dela, cantando, e nem por isso é solene. Carisma não se compra, e isso Salmaso não tem.

23 de agosto de 2007 às 11:34  
Anonymous Anônimo said...

Monica "SemSal"maso foi ótimo! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

23 de agosto de 2007 às 11:36  
Anonymous Anônimo said...

Mônica é sensacional sim !

23 de agosto de 2007 às 14:26  
Anonymous Anônimo said...

monica tem tecnica irrepreensível mas é escrava dela. seu canto é empostado demais e tem timbre fosco. to fora!

23 de agosto de 2007 às 17:10  
Anonymous Anônimo said...

Jorge Reis,vc tem razão,os Afrosambas que ela gravou com Paulo Belinatti,fazem parte do que de melhor já foi gravado nos últimos tempos.Realmente,Monica SALmaso deveria mudar o nome para Monica DOCEmaso, tal a suavidade de sua voz.

24 de agosto de 2007 às 01:15  
Anonymous Anônimo said...

Mônica, embora contemporânea, é datada.
Veio de Woodstock a pé.

24 de agosto de 2007 às 08:47  
Anonymous Anônimo said...

Anita existe alguém que não seja 'datado'? ou vc vive num lugar onde o tempo não existe???

24 de agosto de 2007 às 10:48  
Blogger Flávia C. said...

É isso aí, Anônimo das 12:12. Adorei! hehehe...

Se a Mônica canta em um único tom, para mim não precisa de mais, só esse já está bom! :-))

24 de agosto de 2007 às 15:16  
Anonymous Anônimo said...

Mônica recebe pedradas porque trata seus discos não como mercadorias, mas como obras de arte. Vocês já ouviram "Senhorinha", do disco "Voadeira" de 1999? Comovente! Ela pode até não ser última maravilha do mundo, mas é uma grande cantora. Quem quiser suar num show, vá procurar outra, tem muitas por aí. Há pouco tempo fui a um show da Vanessa da Mata em praça pública, em Mariana/MG. Foi uma tragédia, porém isto não é motivo para me distanciar do trabalho dela. Vocês ouviram "Quando um homem tem uma mangueira no quintal"?

Guilherme - Ouro Preto/MG

25 de agosto de 2007 às 15:12  
Anonymous Anônimo said...

Fui, agora, hoje, num show da Vanessa e foi excelente. Tem que ser em teatro. Mas não tem a ver com a Mônica em nada. Só na Onde Ir, que é da Vanessa e Mônica gravou.

26 de agosto de 2007 às 05:44  
Anonymous Anônimo said...

Canto de catedral. Campônia. Quase rural, a Mônica. Nada grave, não fosse o tom eternamente monocórdio, apático. Anêmico. Mônica não vibra. Se extingue em pé. Como vela.

27 de agosto de 2007 às 10:20  

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