22 de maio de 2007

Péricles fica entre a vanguarda e o pop irônico

Resenha de CD
tulo: O Rei da Cultura
Artista: Péricles
Cavalcanti
Gravadora: DeleDela
Cotação: * * 1/2

Compositor cult gravado por nomes como Simone, Adriana Calcanhotto e Caetano Veloso, Péricles Cavalcanti transita com fina ironia numa tênue linha entre a música de vanguarda e a canção feita no mainstream. Neste bom quinto CD, ele não roça a beleza de Canções (seu primeiro álbum, de 1991). Contudo, se confirma como artista bem inquieto. O Rei da Cultura soa irônico já a partir do título tropicalista. Péricles faz experimentos poéticos em um mosaico rítmico que flerta com o rock (O Galope do Guitarrista Apaixonado), o bolero (Sou Sua) e com a efervescência latina (Porto Alegre - Nos Braços de Calipso). Após odes ao erotismo feminino (Eva e Eu - com letra de Arnaldo Antunes - e Mangá), Péricles fecha o disco com o redondo Samba do Eterno Retorno, que traz a voz do hermano Rodrigo Amarante (autor da boa capa e do projeto gráfico) no tema incidental É pra Sambar. A faixa-título tem produção de Pedro Sá e agrega a turma carioca formada por Domenico Lancelotti e Moreno Veloso, autor do texto de apresentação do CD. Cantor muito deficiente, Péricles apresenta substancial manancial de canções que deverão ganhar melhor tratamento vocal em futuros registros de Calcanhotto etc.

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

quando teremos um disco de Calcanhoto?

22 de maio de 2007 às 15:03  
Anonymous Anônimo said...

Nossa Mauro, duas estrelinhas somente?
O blog está ótimo passo sempre por aqui.
Obrigado
H.

22 de maio de 2007 às 16:00  
Anonymous Anônimo said...

Meu amadinho aprontando como sempre, segue a letra que é do terceiro cd solo de Arnaldo Antunes.


'A
eva e eu
eu e ela
eva e eu
gosto pela terra
onde jorra
o esperma, a estrela, a primeira, o primeiro amor
quando o céu mudou de cor

eva e eu
nosso excesso,
sexo, ex-céu
nosso fim começo
eu e ela
uma célula, pérola, pétala sob o sol
quando a tarde escureceu

eva e eu
a costela dela
sou eu
minha mãe matéria
me leva
onde a terra tem cheiro, onde chove, onde a chuva cai
para onde o tempo vai

onde a carne tem gosto e o rosto enrugará '

Kia

23 de maio de 2007 às 00:14  
Anonymous Anônimo said...

As músicas de Péricles Cavalcanti são muito boas, não vejo a hora de ouvir esse disco. E a propósito: Gal Costa foi o primeiro grande nome da MPB a gravar Péricles, em 1974, quando gravou logo duas músicas dele: "Quem Nasceu", no disco coletivo "Temporada de Verão Ao Vivo na Bahia"; e "O Céu e o Som", em um de seus melhores discos, "Cantar". Em 1977, no disco "Caras e Bocas", gravou ainda "Clariô" e a deliciosa versão feita por Péricles e Caetano para uma música de Bob Dylan, "It's All Over No, Baby Blue", que passou a se chamar "Negro Amor". Nesta época, Calcanhoto usava fraldas e Simone ainda era jogadora de basquete.

23 de maio de 2007 às 00:26  
Anonymous Anônimo said...

pop irônico já não seria vangurda ?

23 de maio de 2007 às 01:04  
Anonymous Anônimo said...

Não pode ser cult e ser gravado por Simone, ou uma coisa ou outra. :>)

Jose Henrique

23 de maio de 2007 às 01:18  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse..

O anônimo das 12:26, cometeu um equívoco. Quando saiu Caras e Bocas, da Gal, Simone já tinha pelos mensos quatros discos. A Adriana Breganhoto era que ainda ouvia rádios de pilha com a empregada, músicas das piores qualidades. Mas quero registrar que Péricles é um bom compositor. Pode até cantar ruim, mas o tanto de gente que canta mal, na boa MPB, perde-se a conta...

23 de maio de 2007 às 12:59  

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