10 de abril de 2007

Duos revivem guitarra ainda inventiva de Lanny

Resenha de CD
Título: Lanny Duos
Artista: Lanny Gordin
Gravadora: Barravento

Artes / Universal Music
Cotação: * * * *

Ainda e para sempre associado ao Tropicalismo, Lanny Gordin é dos músicos mais inventivos já surgidos no Brasil, a despeito de sua origem chinesa. A sua guitarra libertária, ora até jazzística, sempre desconheceu fronteiras rítmicas e marcou época nos álbuns tropicalistas de Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Em Lanny Duos, anunciado em fins do ano passado, mas posto efetivamente nas lojas neste início de abril de 2007, 15 artistas se reúnem para celebrar a musicalidade de Gordin. Claro que Gal, Gil e Caetano marcam presença no disco. Ela com leitura melódica de Dindi - de Tom Jobim. Gil com abordagem bluesy de Abre o Olho. Caetano em registro de Enquanto seu Lobo Não Vem que procura evocar a efervescência do fim dos anos 60 e do início dos 70. Sem falar em Macalé, hábil numa revisão de sua música Let's Play That.

O charme maior do álbum, contudo, está na adesão de nomes que não viveram a Tropicália, mas se influenciaram por ela. Entre eles, três herdeiros do movimento: Adriana Calcanhotto, Chico César e Zeca Baleiro. Ela desossa Me Dê Motivo, baladão doído de Michael Sullivan & Paulo Massadas que Tim Maia abraçou em 1983 - com carga de dramaticidade que se dilui na interpretação mais contida de Calcanhotto, artista que sabe se apropriar com inteligência do cancioneiro popular (exatamente como faz Caetano). Zeca Baleiro suaviza Dê um Role, tema de Moraes Moreira e Galvão associado à época de desbunde. Já a gravação de Chico César - a (boa) canção Lanny, Qual?, criada em tributo ao guitarrista - é a que mais bem sintetiza o espírito de dueto proposto pelo disco. O vocal de Chico César dialoga harmoniosamente com a guitarra de Lanny Gordin.

Produzido por Péricles Cavalcanti, que defende o reggae Farol da Jamaica, o álbum agrega jovens talentos como Vanessa da Mata (Era Você, lançada no CD), Rodrigo Amarante (autor e intérprete da bela inédita Evaporar Você), Fernanda Takai (Mucuripe, num tom cool), Arnaldo Antunes (O Sol) e Junior Barreto (até visceral em Onde Eu Nasci Passa um Rio, de Caetano Veloso), entre outros nomes que tributam este Jimi Hendrix tropicalista. Livre e genial.

14 Comments:

Anonymous Anônimo said...

nunca vi este disco em loja

10 de abril de 2007 às 16:15  
Anonymous Anônimo said...

Mauro...

Nana-ni-nana-não. Caetano é grande intérprete e consegue transformar qualquer coisa brega. Adriana cantando "Caminhoneiro", sinto muito, é brega mesmo. Caetano sozinho num palco tocando violão e interpretando já é o show. Adriana fazendo o mesmo e ainda por cima cantando essas bobagens... deixa a desejar. Ela precisa sim, de boas canções e de um bom acompanhamento.

10 de abril de 2007 às 18:10  
Anonymous Anônimo said...

Vamos ver se eu entendi direito: Adriana Calcanhotto "desossando" Sullivan & Massadas pode? Simone, Roberto Carlos, Gal Costa e o velho Tim se jogando aos leões e cantando em primeira mão Sullivan & Massadas não pode??? Ok, ok, Mauro, vamos adiante!

10 de abril de 2007 às 21:36  
Anonymous Anônimo said...

Que bom, Gal cantando Dindi!!! Criativa, ela.

10 de abril de 2007 às 23:38  
Anonymous Anônimo said...

A Adriana deve ter tido as razões dela pra regravar " Me dê motivo " . Nada contra Sullivan e Massadas muito menos contra o síndico. Eu não gosto dessa música mas o que curto na Adriana é a forma como se sai bem regravando canções fora de seu estilo.(só que eu concordo com o anônimo das 6:10 , pois não curti " Caminhoneiro " .)

Quero ao menos ouvir o album para poder ter um definição sobre essa regravação. Outras surpresas são : "Dê um rolê" com Zeca e " Mucuripe" com Takai .

Só que eu acho que ser dificil achar esse discos nas lojas daqui de Balneario Camboriu e região ...

11 de abril de 2007 às 00:59  
Anonymous Anônimo said...

Uma canção de Tim Maia que Adriana Calcanhotto poderia regravar é 'Preciso ser amado'do lp de 73.
Pedro Mariano regravou (ficou muito bom, por sinal )em 99 no cd 'Voz no Ouvido '.
Ela ia se sair bem também !

11 de abril de 2007 às 01:33  
Anonymous Anônimo said...

O Sol
( Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra )

" Nessa época o sol é mais frio
Porque ele se divide em mil
Mas para lá de janeiro
Ele volta a ficar inteiro

Agora o sol parece uma laranja madura
Porque ele está sem pintura
Mas quando entra março
Parece a cara de um palhaço

Tem dias que o sol vai embora
Tem noites que não tem aurora
Às vezes ele fica no Japão
E só volta quando chega o verão

Agora que o sol está bravo
Parece uma moeda de um centavo
Mas quando se alegra, o sol
Fica maior que uma bola de futebol

O sol está brilhando muito claro
Porque hoje é seu aniversário
Nesses dias ele quase cega
E quem é cego quase enxerga

O sol está sempre ali no céu
A terra é que faz o carrossel
De noite o sol apaga sua chama
E dorme debaixo da minha cama "

Poética ? Infantil ?
Meu amadinho sempre me fazendo flutuar...

Estrelas, Velhos e Jovens, Saiba, Para lá e Sonifera Ilha são canções que Adriana gravou do meu Arnaldinho. Ela leva jeito mas Jussara Silveira e Marisa Monte são insuperaveis gravando o meu poeta.

11 de abril de 2007 às 03:31  
Anonymous Anônimo said...

Concordo inteiramente. Adriana Calcanhoto sabe escolher esse tipo de música para gravar. Confere estilo e elegância, sem perder o sentimento. Sua interpretação para Do Fundo do Meu Coração, do Roberto e Erasmo, é apenas o máximo.

Inteligência musical é isso aí. Não basta o cantor gostar da canção; é necessário que a canção também goste do cantor(a). Aliás, Bethânia é catedrática neste quesito. Sabe muito beem o que lhe desce redondo.

Gal cantando Dindi...este filme já nem Vale a Pena Ver de Novo.

11 de abril de 2007 às 09:13  
Anonymous Anônimo said...

Parece que resolveram redescobrir Lanny Gordin,nada mais justo.Outro dia, tive o prazer de vê-lo circulando pelos corredores da USP, não falei com ele por timidez, mas fiquei imaginando quantas pessoas ali presentes saberiam que ali estava um instrumentista da maior importância.Lanny, quando aparecia nos shows improvisados dos calçadões da rua Teodoro Sampaio, onde se reuniam feras do instrumental brasileiro, sempre foi um espetáculo à parte.Que esse auê em cima do músico Lanny Gordin permaneça por muito tempo e que ele possa mostrar mais vezes seu inegável talento.

11 de abril de 2007 às 11:25  
Anonymous Anônimo said...

Botânica sabe desder redondo? Isso antes dela gravar "É o amor". Interna.

11 de abril de 2007 às 11:41  
Anonymous Anônimo said...

um carcará empalhado para quem decifrar o 11.41
o mano se expressa com uma facilidade...

11 de abril de 2007 às 16:49  
Anonymous Anônimo said...

MARIA BETHÂNIA GRAVA ZEZÉ DI CAMARGO, ANA CAROLINA E JORGE VERCILO ... A CRÍTICA A CRITICA,ELA DÁ UMA RESPOSTA E OS FÃS PERDOAM ... GAL GRAVA SULLIVAN E MASSADAS ... A CRÍTICA A CRITICA,ELA DÁ UMA RESPOSTA E NÃO É PERDOADA ?

ROBERTO PERGUNTOU COMO SURGIU A IDEIA DE GRAVAR O 'AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA MIM ' NO ESPECIAL DA GLOBO .ELA ENROLOU E ENROLOU MAS NADA RESPONDEU POIS NA VERDADE A IDÉIA FOI DA GRAVADORA!

BETHÂNIA É SELETIVA ? VAI AO SHOW DE ROBERTA MIRANDA E É SELETIVA ? SEI. SELETIVOS SÃO OS RESPONSÁVEIS PELAS TRILHAS DAS NOVELAS QUE PREFEREM AS CANÇÕES DE ONTEM QUE AS DOS NOVOS ALBUNS .

11 de abril de 2007 às 21:13  
Anonymous Anônimo said...

Botânica é um porre.

11 de abril de 2007 às 23:25  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo das 9:13, adorei seu comentário: notal 1.000

13 de abril de 2007 às 10:32  

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