14 de março de 2007

Viagem poética pelo universo noturno de Maysa

Resenha de livro
Título:
Meu Mundo Caiu

- A Bossa e a Fossa de Maysa
Autor: Eduardo Logullo
Editora: Novo Século
Cotação: * *

Ouça: primeira das duas biografias de Maysa a chegar às livrarias em 2007 por conta dos 30 anos da morte da cantora, em janeiro de 1977, Meu Mundo Caiu não é pautada pelo levantamento rigoroso de dados sobre a vida e a obra da intérprete. É, antes, uma viagem cheia de licenças poéticas pelo universo noturno dessa artista que bebeu, cantou e viveu demais. Jornalista e roteirista, o biógrafo Eduardo Logullo escreveu um texto livre dos cânones do gênero e conduz a narrativa com certa fluência. A superficialidade da exposição dos fatos da infância e da adolescência de Maysa é compensada com a lúcida análise crítica da sociedade da época e dos discos gravados pela intérprete. O autor não desempenha o papel de fã. Fica nítido seu encantamento pela personalidade determinada e moleca de Maysa, mas nem por isso são amenizados os desvios de conduta de uma artista que fez tudo o que quis na vida e na música. Nesta, Maysa oscilou entre o universo sentimental que moldou sua obra - a partir da série de quatro discos Convite para Ouvir Maysa, lançada pela gravadora RGE entre 1956 e 1959 - e a modernidade bossa-novista, cuja onda pegou ao gravar em 1961 o fino álbum O Barquinho, com um repertório arejado criado por seu amor na época, Ronaldo Bôscoli - o que enciumou, com razão, a namorada oficial de Bôscoli, Nara Leão, já vista como a musa da Bossa Nova.

De bar em bar, de gravadora em gravadora (passou por todas as grandes), Maysa viveu altos e baixos musicais e existenciais. Com prefácio terno e sensível de Gal Costa, que relata sua amizade com Maysa nos últimos anos de vida da colega que conheceu no trem, Meu Mundo Caiu eleva a gangorra emocional que impulsionou a trajetória da autora de Ouça e Resposta. Sem cerimônia, porém com o devido crédito, o autor reproduz integralmente a entrevista concedida por Maysa à revista Ele & Ela, em agosto de 1975, e o trecho da biografia de Ronaldo Bôscoli em que o compositor, pivô da rivalidade instantânea entre Maysa e Elis Regina, expõe a rica vivência com a cantora que lhe pregou peças memoráveis como a vez em que fez Bôscoli e Menescal, sem dinheiro, pegarem um táxi até São Paulo para baterem com a cara na porta. O mundo intenso de Maysa nunca caiu na vala comum do cotidiano trivial. Embora sem o rigor exigido dos biógrafos (a discografia, por exemplo, é falha ao omitir LP histórico como O Barquinho), Logullo expõe em sua narrativa o permanente estado de ebulição, intransferível e pessoal, em que viveu Maysa - com seus oceanos não-pacíficos.

10 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Maysa não é de bossa nova, é de canções passionais. Esse é seu estilo. É assim que a gente se lembra dela.

14 de março de 2007 às 15:01  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, não gostei. Nem barro nem tijolo. O autor foi superficial nos dados mais formais e não tem verve para uma 'viajada pop' ou escrever algo sob sua ótica da artista. Prometeu e não cumpriu. Não consegui chegar ao fim do livro.

14 de março de 2007 às 19:37  
Anonymous Anônimo said...

Esse livro é um blefe. Um oportunismo. Uma biografia que não apresenta rigor na pesquisa o que é? Nada. Ansiosamente aguardando o livro do Lira Neto, esse sim será o bambambam. E o que faz Gal Costa com o seu texto primário? Gal está mais morta do que Maysa porque Maysa é imortal.

14 de março de 2007 às 20:30  
Anonymous Anônimo said...

Do jeito que o Mauro escreve, parece que Nara Leão ficou com ciuminho bobo de composições de Bôscoli que a Maysa gravou, e não foi bem assim. Bôscoli viajou para a argentina com Maysa onde eles transaram muito mesmo, e ao reteornar ao Brasil, na chegada ao aeroporto, maysa disse para os repórteres que estava noiva de Bôscoli... que ainda era namorado de Nara e pretendia continuar sendo. Daí o motivo da Nara terminar definitivamente o namoro com ele e nunca mais ter se reaproximado.

15 de março de 2007 às 00:31  
Anonymous Anônimo said...

Elisa, você por aqui? Que saudade da sua doçura!

15 de março de 2007 às 09:23  
Anonymous Anônimo said...

pesquisa com falhas, omissões na discografia? quando é que esse povo vai entender que escrever uma biografia é coisa séria? vai ver que o cara ainda conseguiu patrocínios prá escrever nhenhenhem. o que faz a Gal no meio disso tudo? nunca soube de relações entre as duas.. este mundo artístico está cheio de novidades.

15 de março de 2007 às 15:00  
Anonymous Anônimo said...

Estava a fim de me informar mais sobre a MAYSA, comprei o livro mas, PQP, aquilo não é rigorosamente NADA.
Lamentável!!!

15 de março de 2007 às 17:27  
Anonymous Anônimo said...

Gal Costa era amiga de Maysa, e escreveu um prefácio muito sincero e delicado sobre a cantora.

15 de março de 2007 às 19:35  
Anonymous Anônimo said...

A cara da Maysa na foto de capa já traduz o conteúdo do livro.

15 de março de 2007 às 21:05  
Anonymous Anônimo said...

Bossa nova= gente sem nada pra fazer e sem voz pra cantar.
Maysa=rica e mimada que procurava chifre em cabeça de burro.

11 de janeiro de 2009 às 13:22  

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