27 de fevereiro de 2007

Sève abriga diversidade nacional em CD autoral

Resenha de CD
Título: Casa de Todo Mundo
Artista: Mário Sève

Gravadora: Núcleo

Contemporâneo
Cotação: * * *

Fundador dos bons grupos Nó em Pingo D'Água e Aquarela Carioca, Mário Sève abriga no CD Casa de Todo Mundo produção autoral pontuada pela diversidade rítmica nacional. É o primeiro trabalho do saxofonista como compositor. Em 13 faixas, gravadas com um time igualmente plural de 50 convidados, Sève passeia por forró (O Cabra, com o grupo Mestre Ambrósio), frevo (Alice no Frevo, com o grupo Nó em Pingo D'Água), maxixe (Caco Velho, com o cravo de Marcelo Fagerlande), samba de gafieira (Samba no Pé, com Jorginho do Pandeiro e a dupla Zé da Velha e Silvério Pontes) e quadrilha (a boa faixa-título, com Lui Coimbra).

A nuvem em forma de Brasil - estampada na capa do CD por Elifas Andreato, que recuperou a imagem feita pelo fotógrafo Alexandre Sardá e usada no encarte de Nação (1982), o último trabalho de Clara Nunes - traduz exemplarmente o conceito do disco, gravado desde 1997. Somente Negreiros, o canto afro que abre o mosaico rítmico evocando toda a ancestralidade nacional nos vocais e na percussão do grupo Baticun, já bastaria para avalizar a inspiração autoral de Sève, que vem compondo com gente como Chico César.

Em algumas faixas, o melodista recorreu a letristas. Guilherme Wisnick assina os versos de Toada, que conta com a voz rigorosa de Mônica Salmaso. Pedro Luís trouxe a letra de Lua - com várias referências ao universo de Luiz Gonzaga - e se juntou ao grupo A Parede para gravar o aboio bluesy de melodia coincidentemente inspirada em Juazeiro, sucesso do cancioneiro de Gonzagão com Humberto Teixeira. Já o choro Imaginária conta com a letra e a voz de Suely Mesquita, além dos violões suntuosos do Quarteto Maogani. E Sérgio Natureza pôs versos na ciranda Batendo Perna.

Uma valsa - Época de Ouro, de contornos seresteiros por causa da adesão do homônimo grupo de choro - e o Fox Torto abrigam as influências estrangeiras que ajudaram a moldar a (rica) música brasileira, a principal hóspede da casa hospitaleira de Mário Sève.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

admiro muito o aquarela carioca, aquele disco feito com o ney é demais. não ouvi este disco e, claro, não posso falar. só acho que a monica ás vezes canta empostada demais.

27 de fevereiro de 2007 às 12:28  
Anonymous Anônimo said...

falando em Mônica, ela virando arroz de festa, naõ tá, não? A mulher canta em tudo que é disco. Te cuida, Zélia Duncan!

27 de fevereiro de 2007 às 13:59  
Anonymous Anônimo said...

mario séve é um excelente músico. já o vi tocar uma vez, o sax dele é sonoro

27 de fevereiro de 2007 às 17:52  
Anonymous Anônimo said...

E ainda por cima tem a participação da minha professora e cantora maravilhosa Suely Mesquita.

Vou comprar rapidinho.

abração,
Denilson

27 de fevereiro de 2007 às 22:15  
Anonymous Anônimo said...

Será que esse disco do Mário serve?

Eu acho o sax soprano dele INSUPORTÁVEL.

Presidente

5 de março de 2007 às 22:15  

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