3 de fevereiro de 2007

Amarga, Norah Jones se repete no terceiro CD

Resenha de CD
Título: Not Too Late
Artista: Norah Jones
Gravadora: Blue Note / EMI
Cotação:
* *

Norah Jones seduziu o mundo da música em 2002 com um álbum, Come Away with me, que exalava refinada sensualidade, sobretudo na faixa-título. Enquadrada no rótulo de pop jazz, embora somente simulasse elegante ambiência jazzística, a ótima cantora e pianista mostrou em 2004, com Feels Like Home, que tinha fôlego para carreira longa. Neste segundo bom disco, sem a magia do anterior, Jones realçou a raiz country que também sustenta sua música. Já o terceiro, Not Too Late, lançado mundialmente esta semana via EMI, decepciona pelo tom monocórdio e até enfadonho. É chato!!!

Se houve evolução nas letras, algumas impregnadas de amargura e de toques políticos inexistentes na obra anterior da artista, houve também retrocesso na parte musical. Efeito talvez da morte, em 25 de junho de 2006, do produtor turco Arif Mardin, piloto dos dois primeiros álbuns de Jones. Lee Alexander – baixista que toca na banda da cantora e seu parceiro em algumas músicas – assumiu a função. Se a produção mantém o padrão de refinamento da obra da cantora, o conceito ficou meio frouxo. Falta em Not Too Late a diversidade que sustentou Feels Like Home. Norah Jones não tinha cacife como compositora para assinar todas as 13 faixas do CD. O resultado é um repertório repetitivo que prejudica o álbum.

Em melancólico mosaico de canções que se parecem muito umas com as outras, Norah Jones destila amargura raivosa (em The Sun Doesn't Like You e em Not my Friend), tenta clonar o romantismo sensual do primeiro CD em Thinking about You (palatável balada estrategicamente eleita o primeiro single do álbum), dispara seus torpedos lamentosos contra a política americana em My Dear Country e se apega na pegada country de Be my Somebody. Há isoladamente boas canções, caso de Wish I Could, em que Jones encarna uma garota triste que perde seu namorado para a guerra. Além de alvejar George W. Bush, Sinkin' Soon também seduz ao evocar, no clima dos cabarés de Kurt Weill, os tempos em que o dixieland (estilo pioneiro de jazz em voga no início do século 20) imperava nos salões. O solo de trombone de J. Walter Hawkes é (especialmente) brilhante por reproduzir a sonoridade da época.

Enfim, Not Too Late tem seus encantos, mas, no todo, soa pálido e sonolento. Norah Jones vai precisar reconquistar a sua platéia...

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

já repararam que o mauro adora ficar criticando os artistas porque eles, na opinião do 'crítico', não fazem discos bons como seus primeiros discos? se repetem o estilo, dizem que se copia. Se mudam o estilo, já não são bons como antes. ô raça!

3 de fevereiro de 2007 às 11:15  
Anonymous Anônimo said...

concordo gilda ...
se repete como Maria Rita , o Mauro critica ...
se mudar critica também , ô raça complicada ...

4 de fevereiro de 2007 às 00:07  
Anonymous Anônimo said...

Norah não precisa provar nada a ninguém ,muito menos ao Mauro . Ela só precisa ser o que é , maravilhosa

4 de fevereiro de 2007 às 02:18  
Anonymous Anônimo said...

Me poupe Mauro . Você dá ( *** ) para o Babado Novo e dá ( ** ) pra Miss Norah Jones ?????????????
Vai entender ?!

4 de fevereiro de 2007 às 06:11  
Anonymous Anônimo said...

Sem coerência... tá fácil ser "jornalista especializado em música" !! pelo jeito este "qualificado" curte A DANÇA DO CREU e não entende nada música.

12 de julho de 2008 às 23:52  

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