26 de novembro de 2006

Dois primeiros discos de Elis voltam ao catálogo

Praticamente desconhecidos do fiel público de Elis Regina, embora ambos já tenham sido reeditados em CD mais de uma vez, os dois primeiros discos da Pimentinha vão voltar ao catálogo no fim de dezembro, reembalados pela gravadora Som Livre em caixa da série Os Primeiros Anos, iniciada com discos de Chico Buarque.

Viva a Brotolândia (1961) e Poema de Amor (1962) são dois discos musicalmente inexpressivos, de época em que a gaúcha Elis era conhecida somente no Rio Grande do Sul. Para poder iniciar sua carreira fonográfica, a cantora se viu obrigada a seguir o estilo jovem que projetara artistas como Celly Campelo. Só que os dois álbuns mereciam ser repostos em catálogo por conta do alto valor documental. Aliás, a caixa da Som Livre vai avançar em relação às reedições anteriores por preservar as capas e as artes gráficas das edições originais lançadas pela (já extinta) gravadora Continental.

35 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Realmente, apenas para colecionadores.
Apesar da grande cantora que sempre foi, Elis precisou de muito tempo para adquirir prestígio. Contemporânea de Gal e Bethânia, foram necessários alguns encontros com profissionais importantes da área para conseguir lapidar e direcionar seu talento. Vivia às turras com as duas baianas pq embora se considerasse superior a ambas tecnicamente, não produzia o impacto que aquelas causavam no público e na crítica.
Eu, particularmente, prefiro o período em que Elis se uniu a Cesar Camargo, conciliando seu vocal impressionante com um bom repertório e a uma elegância que sua arte ainda não alcançara. De lá pra cá foi o que se viu.

26 de novembro de 2006 às 13:56  
Anonymous Anônimo said...

Engraçado, o nome era grafado 'Ellis', com dois 'l'. Vai ver por isso meu pai a chamava de 'Élis Regina'.
Bero Fernandes, realmente o CCM deu uma mudança na carreira da Elis. Acho que a inflexão aconteceu no Elis 1972 (aquele da cadeirona). Aliás, foi com esse disco que descobri que eu gostava de música.
Mas peço dar uma olhada no repertório de 'Samba eu Canto Assim', para ver que, 7 anos antes, Elis já mostrava a que veio.
Abraço.
Mauro, obrigado pela dica da Dircinha Batista 'Na Batucada da Vida'.

26 de novembro de 2006 às 17:53  
Anonymous Anônimo said...

o repertorio é de doer.
a falta de visão dos produtores, vendo em elis apenas uma cantora adolecente para concorrer com celi campelo, os fez cometer estes discos.
com seus 15 anos na época ela já tinha muito de estrada, e poderia ter gravado coisas muito melhores.
o que salva estes discos é a voz de elis que já era uma grande cantora.
mas ela renegava estes discos, junto com os dois seguintes gravados na columbia que seguem o mesmo estilo, e tinha como começo samba eu canto assim.

27 de novembro de 2006 às 04:13  
Anonymous Anônimo said...

A capa realmente demonstra uma Elis " cover " de Celly Campelo . Mas é um item indispensável para os fãs-colecionadores !
Ela não tinha só boa forma vocal nas fotos dá pra ver que era muito bonitinha . Entendo aí o motivo de Gil ter ficado caindinho por ela ( ele reafirmou essa paixão recentemente numa entrevista ) .

Todas 3 ( Gal , Elis e Bethânia ) eram/são de personalidade dificeis ... Mas o que importa é que impossivel falar da nossa musica sem falar delas !

27 de novembro de 2006 às 05:07  
Anonymous Anônimo said...

JÓIAS RARISSIMAS !!!

27 de novembro de 2006 às 06:26  
Anonymous Anônimo said...

Porém. como testemunham esses dois albuns, Elis começou um pouco antes.E a fase com Cesar é também a fase da sua maturidade.Outra coisa,o impacto com a crítica não faltou, com o público sim, concordo.Elis e Toots, acho maravilhoso, e faz parte do periodo, com o Roberto menescal.Que acho tão interessante quanto os da outra fase com o Cesar.Mas concordo que os pontos mais altos, como interprete, qualidade vocal e maturidade é o momento com o César. Mas vou mais além, creio que o melhor momento, na minha opinião seja o último.Estava cantanto como nunca! Mais solta. Leve, feliz! Com o Cesar tinha aquele peso, sei lá! Talvez ligado ao momento histórico.Ao mesmo tempo sinto que o disco que tem morro velho, ela traz na voz um não sei o que a mais...
Eu daria muito menos importância na questão Gal e Bethânia. Claro, ela(a Elis) também queria vender um milhão de cópias, como Bethânia. Mas prestigio, esse não faltou.Certo, hoje sabemos que poderia ter tido muito, mas muito mais!
Humberto

27 de novembro de 2006 às 06:35  
Anonymous Anônimo said...

Quem diria que com um começo de carreira tão xinfrim, Elis se tornaria o que foi, não?!

27 de novembro de 2006 às 06:42  
Anonymous Anônimo said...

Anonimo das 4:42 se você ouvir esses dois discos vai entender porque. possuia ja uma qualidade de interprete impressionante.

27 de novembro de 2006 às 07:40  
Anonymous Anônimo said...

Convenhamos: o começo de carreira de Elis foi bastante irregular. Da Brotolândia passou pro Samba eu canto assim...aquela dupla com Jair Rodrigues...anos daquele sotaque carioca mais fake que uma moeda de 17cents...enfim a Pimentinha não tinha praticamente nenhum controle sobre seus trabalhos tampouco o leme de seu barco. Um belo dia Marcos Lázaro apareceu e fez a diferença. Dos 70 em diante Elis levantou vôo e ao abandonar o tal sotaque que não lhe pertencia encontrou sua personalidade e foi realmente muito longe.
Para mim seus grandes discos foram Elis e Tom e Essa Mulher. Alguns momentos do festival de Montreaux são impressionantes e o show Falso Brilhante ficou na história.

Sua última fase não me agradou especialmente e O Trem Azul - seu último show - já me pareceu datado (e careta) na ocasião.

27 de novembro de 2006 às 09:30  
Anonymous Anônimo said...

João Couto, olha que ela gravou 'Dois Pra Lá, Dois Pra Cá' e 'O Mestre-Sala dos Mares' com sotaque carioca e ficou muito bom.
Depois, adotou um sotaque neutro que também lhe caiu bem.

27 de novembro de 2006 às 10:21  
Anonymous Anônimo said...

...e tenho a impressão (posso estar enganado) de que o festejado Elis & Tom ainda vem em carioquês. Isso em 1974.

Dizer, portanto, que 'ao abandonar o tal sotaque que não lhe pertencia (Elis) encontrou sua personalidade' eu acho um pouco puxado.

Bom, a verdade é que a Elis era grande cantora em qualquer sotaque e na língua que escolhesse.

27 de novembro de 2006 às 12:34  
Anonymous Anônimo said...

Não querendo criar atritos, mas a maior foi Clara Nunes. Coitada das outras perto desta.

27 de novembro de 2006 às 13:29  
Anonymous Anônimo said...

11.29, como diria vovó: é melhor ler isso do que ser cego...

27 de novembro de 2006 às 16:56  
Anonymous Anônimo said...

todos os discos de elis são superiores a qualquer disco de maria bethânia e gal costa.

os primeiros discos são raros, e com interpretações maravilhosas, deixando qualquer ´Drama´ ou ´Caras e Bocas´ no chão.

Elis sempre soube de música, ao contrário de Gal, que sempre seguiu as opinioes dos outros, e nada saca.

27 de novembro de 2006 às 18:50  
Anonymous Anônimo said...

Samba eu canto assim, realmente, o Luc tem razão.Ela mostrou ali pra que veio.Alguém disse que o começo da carreira da Elis ela não tinha nenhum controle do barco e citando o momento com o Jair, devemos lembrar que no mesmo durante (o período com o Jair), ela gravou o disco que tem Roda, Lunik9,Canção do sal.Então,realmente, não seria o caso de dizer que ela não havia o controle do seu barco.Digamos que seria um julgamento no mínimo superficial.Samba eu canto assim, Elis(roda) Elis especial,Elis e Toots,Elis Como e porque, provam exatamente o contrário.E olha, mesmo nos 4 primeiros discos,também pode-se ouvir e sentir uma qualidade vocal e rítmica de arrepiar.
Humberto
P.s Essa conversa de sotaque também não me convence,não.O talento da moça superava tudo isso.

27 de novembro de 2006 às 19:09  
Anonymous Anônimo said...

Sou da tribo que vê uma grande irregularidade na discografia da Elis embora a considere a maior cantora do país nos últimos 40 anos. Sem essa de comparações, embora as citadas, Gal e Bethânia, sejam fundamentais na história da MPB. Bethânia, coerente e inteligentíssima, desenvolve com disciplina quase estudantil seus talentos, e Gal Costa é cantora para ficar par a par com qualquer grande cantora do planeta.
Quanto aos relançamentos citados, evidente que só interessam a nível de curiosidade ou aos fãs mais empedernidos da cantora. Se a Pimentinha estivesse ainda por aqui, com certeza torceria o nariz para a iniciativa e, só para não perder o costume, rodaria a baiana, digo, a gaúcha!

Ah, sem dúvida Clara Nunes foi uma grande cantora mas com repertório igualmente irregular.

27 de novembro de 2006 às 21:09  
Anonymous Anônimo said...

Sou da tribo que vê uma grande irregularidade na discografia da Elis embora a considere a maior cantora do país nos últimos 40 anos. Sem essa de comparações, embora as citadas, Gal e Bethânia, sejam fundamentais na história da MPB. Bethânia, coerente e inteligentíssima, desenvolve com disciplina quase estudantil seus talentos, e Gal Costa é cantora para ficar par a par com qualquer grande cantora do planeta.
Quanto aos relançamentos citados, evidente que só interessam a nível de curiosidade ou aos fãs mais empedernidos da cantora. Se a Pimentinha estivesse ainda por aqui, com certeza torceria o nariz para a iniciativa e, só para não perder o costume, rodaria a baiana, digo, a gaúcha!

Ah, sem dúvida Clara Nunes foi uma grande cantora mas com repertório igualmente irregular.

27 de novembro de 2006 às 21:09  
Anonymous Anônimo said...

Samba Eu Canto Assim é de um amadorismo e histrionismo próprios da imaturidade. Superado apenas pelos discos citados nesta matéria.
Roda, Lunik 9, Arrastão, Canção do Sal, tudo pré-histórico, vamos combinar. Resistentes ao tempo são algumas interpretações a partir do Falso Brilhante e bem antes do Aprendendo a Jogar do (afe!) Guilherme Arantes.
Elis fez coisas fantásticas mas sempre me pareceu superestimada por uma grande parte da imprensa e dos seus fãs, embora a estes últimos se conceda o beneplácito da parcialidade concernente aos séquitos.

27 de novembro de 2006 às 21:57  
Anonymous Anônimo said...

Estou sentindo falta de algum comentário descolado sobre os penteados da Elis nas capas dos discos. Onde está o anônimo divertido que fala das fotos da Gal Costa? Ele mandou uma engraçada em outra tripinha, chamando-a de 'negativo' da Arlete Salles.
(A tropa de choque da Gal vai me encher de Nescau).

27 de novembro de 2006 às 23:03  
Anonymous Anônimo said...

Parece-me bem razoável que uma jovem cantora em início de carreira sinta-se insegura e naturalmente imatura quanto ao caminho a seguir. Não é fácil se impor aos interesses comerciais do momento; isto não é de hoje, embora atualmente estejamos vivemos o apogeu deste raciocínio perverso, medíocre e imediatista. Incomum é uma jovem interiorana, como Maria Bethânia, conseguir, aos dezoito anos, discernimento e pulso firme para impor suas vontades, suas necessidades de artista e ser fiel a um estilo que, com certeza, lhe era apenas intuitivo na ocasião.
Concordo com muitos dos comentários acima, acompanhei boa parte da carreira de Elis, assisti a vários shows desta artista sensacional e a maturidade que foi adquirindo no transcorrer de seu trabalho apenas enaltece seu talento e sua vocação irremediável para a arte.
Gostaria apenas de lembrar outras cantoras da maior importância e que ficaram subestimadas por esta constelação de divas que surgiram nos anos 60. Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Maysa, Eliseth Cardoso, etc, não deviam nada a esta grande cantora que até hoje é citada como a maior cantora brasileira. Eu a colocaria no podio ao lado destas citadas e da própria Maria Bethânia, Gal Costa e da incomparável Nana Caymmi.

27 de novembro de 2006 às 23:46  
Anonymous Anônimo said...

Parem de olhar pro passado ( Gal , Elis , Elis , Clara ...) nós temos Ná Ozzetti sorte da nossa MPB

28 de novembro de 2006 às 08:25  
Anonymous Anônimo said...

É isso aí Kassin , mandou bem ...

28 de novembro de 2006 às 08:37  
Anonymous Anônimo said...

Peraí, Ná Ozzetti no nível das citadas pelo Antonio Zilmo?
Kassin, prestenção...prestenção, garoto.

28 de novembro de 2006 às 09:37  
Blogger Guto Melo said...

Acho um pouco tola essa discussão sobre a irregularidade de um repertório. Acho que isso faz parte da busca de todo artista. Seria cruel ter de fazer arte sob a obrigação de sempre produzir obras brilhantes. Acredito que o artista é irregular para não se tornar paranóico.

28 de novembro de 2006 às 10:27  
Anonymous Anônimo said...

Hugo, temos uma visão diferente da música.Normal! Melhor assim.
Mas, amadorismo? Posso entender que pela pouca idade da Elis na época os discos não mostram a mesma segurança de um Falso Brilhante por exemplo.O histrionismo posso concordar em parte.Mas reputo também a idade(no caso da Elis!não quero generalizar).Mas mesmo concordando, vejo que ela já mostrava qualidades muito acima da média(mundial!).
Quanto ao aprendendo a jogar, acho que ela era grande justamente pelo fato que estava de novo arriscando deixar pra trás Falso brilhante e tudo e procurando uma outra praia.
Pergunte para os Europeus e americanos e Japoneses e sei lá mais, se eles acham que Roda, Canção do sal são pré-históricos.E' engraçado como eles conseguem(talvez por não terem feito parte da cultura e desconhecer a nossa cultura(pelo menos não conhecem como um brasileiro)dizia é engraçado como eles conseguem julgar pelo valor musical e reconhecer que ali o que se ouve é algo fora do tempo.Arte, e verdadeira.E Que por isso mesmo sai da cronologia e faz parte do acervo da Humanidade!Ficarão!
Valeu
Humberto

28 de novembro de 2006 às 14:05  
Anonymous Anônimo said...

Gosto da Nã,acho simpatíca.
Uma bela pessoa.
Mas, como cantora,pessoalmente, não me diz muito.
Reconheço tudo nela.Belo timbre e muitas outras qualidades.
Mas...

28 de novembro de 2006 às 17:06  
Anonymous Anônimo said...

até mesmo Poema de Amor e Viva Brotolandia são muito para Gal costa.

28 de novembro de 2006 às 19:22  
Anonymous Anônimo said...

pablo, a que vieste???

28 de novembro de 2006 às 21:34  
Anonymous Anônimo said...

Ná Ozetti é chata.

28 de novembro de 2006 às 22:47  
Anonymous Anônimo said...

Guto melo, também considero o repertório da Elis irregular mas sua reflexão me fez pensar a respeito deste conceito. Vc deve estar certo. Um abraço.

29 de novembro de 2006 às 00:06  
Anonymous Anônimo said...

Escutem " Capitu " com Ná e com Zelia Duncan . A diferença é nítida e Ná dá um show com sua perfeição vocal . Um banho em cima de Maria Bethânia , Gal Costa e etc ...

29 de novembro de 2006 às 08:44  
Anonymous Anônimo said...

A saudosa Pimentinha, se fosse viva, não ia deixar sair esses discos que ela sempre considerou sseus trabalhos menores. Tem um onde ela canta " La Virgen de la Macarena" que tem uma capa horrorosa... alguém conhece esse disco? Ela aparece de blusinha vermelha, sainha às bolinhas.. UM HORROR!!! Só oportunismo em cima da nossa querida Elis. Não acho legal reeditarem essas coisas.Dispensável.

29 de novembro de 2006 às 10:56  
Anonymous Anônimo said...

Tem que reeditar,sim. Imagina.
Ela renegou e daí?
Toda a obra da Elis já entrou em outro patamar.De qualquer forma um percurso incrível.Era praticamente uma menina quando fez isso.Tudo isso é mais que natural, e mostra como interiormente ela teve que lutar prá conquistar o que lhe era devido.
Estou achando ótimo!

29 de novembro de 2006 às 16:22  
Anonymous Anônimo said...

Samuel Hernani, concordo com você.Música!
Ela era a única que realmente sabia o que era!

29 de novembro de 2006 às 16:26  
Anonymous Anônimo said...

e o que é? os senhores que tbém devem conhecer (afinal reconhecem na discípula uma iniciada), me fariam a gentileza de elucidar o que vem a ser......música?!!!
fumando espero.

1 de dezembro de 2006 às 16:53  

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